História Era dessa vez? - Capitulo Unico?

Ótimo, já era a terceira vez hoje que tentava ir a biblioteca e ela esta lotada. Agora você me pergunta o porque de, subitamente, a biblioteca se encontrar com tantas garotas que provavelmente nunca leram um livro na vidinha colorida delas? E a resposta é... Jackson Wang! Sim, o cara super popular, descolado e convencido, inventou de falar para Deus e o mundo que acha atraente garotas que lêem. E suas jacksets (esse nome que coloquei pras garotas que babavam e suspiravam por ele) estão todas lá, provavelmente procurando um livro com figuras para poder impressionar o bonitão. Afz!
Por que tenho tanta birra do Jackson? Por costumávamos ser grandes amigos, (unha e carne, queijo e goiabada, arroz com feijão, kpoper e ilusão, Priscila e Yudi... ta! me empolguei...) até o TRAIRA preferir a popularidade (vinda de uma cesta decisiva onde ele havia substituído um dos jogadores de basquete do time da escola) à mim, a garota que esteve ao seu lado desde quando ele tinha se mudado da Coréia pro Brasil, isso fazia mais de um ano. Idiota...
Continuo andando em direção a sala, imersa em meus pensamentos e possivelmente com uma cara de irritação por não ter pego um livro novo. Como iria sobreviver a aula mais entediante daquele semestre agora?
Os alunos começaram a chegar e a tomarem seus lugares. Eu sentava na ultima carteira, no cantinho, provavelmente havia alunos lá que nem sabiam da minha existência e olha que a turma era a mesma des do começo do ano, mas eu não ligava.
Viro minha atenção para porta quando as jacksets entram, (discretas como sempre) todas com livros nas mãos e falando (alto) sobre moda, pelo que vi nas capas dos livros, elas realmente não leram nem do que se tratavam. Quando Jacson entra na sala, sentando a duas carteiras a frente e a direita de mim, elas começam a falar (alto!) sobre como os livros eram interessantes.
Reviro os olhos pegando meu caderno de anotações e começo a rabiscar coisas aleatórias, mais uma vez, deixando minha imaginação e pensamentos voarem longes, até perceber que, por distração eu ainda estava encarando fixamente ele...
Tento olhar para a direção da janela, disfarçando. Mas acho que ninguém percebeu esse ocorrido, afinal eu era a invisível do fundão. Bom, acho que nem ele percebeu minha gafe. Ufa...

Quando por fim a aula acabou saio apressada em direção a biblioteca (podem me chamar de leitora compulsiva), tinha apenas 5 minutos para escolher um livro, que por sinal iria devorar cada palavra, antes que a próxima aula começasse (só tinha 5 míseros minutos!).
Como eu estava literalmente correndo para chegar a biblioteca, desviando de todas aquelas pessoas, que pra mim eram como borrões nos corredores, eu acidentalmente esbarro em alguém e consequentemente sou arremessada em direção aos armários, pelo impacto da colisão. Ao olhar para cima, vejo um rosto bastante familiar.
E uma mão estendida em minha direção.
- Você realmente não olha por onde anda não é s/n - sorri de lado - desastrada como sempre...
A surpresa estava nitidamente estampada em minha face.
- É você mesmo? - pergunto, colocando minhas mãos em seu rosto e apertando suas bochechas, como se quisesse checar que ele realmente estava ali na minha frente - Você voltou! Por que não me falou nada?
- Queria te fazer uma surpresa, mas pelo visto eu é quem fui surpreendido com esse baque. - JB falou dando risada.
Que falta eu sentia do som dessa risada! Não poderia ser melhor, JB tinha voltado, o meu melhor amigo de infância, que foi fazer intercâmbio no exterior, estava aqui novamente. Tinha muito o que contar a ele, mas terimos tempo porque com certeza, nos meus intervalos eu não estaria mais sozinha.

Almoçar naquela lanchonete perto da escola depois das aulas era algo comum para mim (e para quase metade da escola), mas estar ali com o JB, me trazia uma certa nostalgia. Provavelmente estávamos ali a mais de uma hora e eu realmente devo ter falado sem parar des do momento que colocamos os pés ali.
- Ta ta, então calma, tudo isso aconteceu nesses dois anos que estive fora? Realmente não sei como sobreviveu sem mim - falou JB convencido como sempre.
- Como se eu precisasse de você né - falo mordendo mais um pedaço e terminando o sanduíche - sou uma loba solitária, independente e feliz enquanto houver uma biblioteca que funcione.
- Nem tão solitária assim não é? Fiquei sabendo de você e um tal de Jackson - fala arqueando uma das sombrancelhas em sinal de duvida - Não acredito que me substituiu assim tão rápido s/n! (dramático)
- Você que me abandonou! - dou um tapinha na testa dele - Eu nunca poderia te substituir e Jackson é um idiota.
- Pelo seu tom de voz, e o jeito que fala dele, lá vem história - ele falou apoiando o rosto em suas mãos parecendo uma criança curiosa (tão fofo meu JB) - Acho que essa raiva toda tem outro nome ein - completou me provocando.
Suspirei, JB era a pessoa que eu mais confiava no mundo, mesmo que tenhamos perdido o contato no tempo que ele estava no intercâmbio por conta do fuso horário e falta de tempo. Mas eu sabia que poderia me abrir com ele, sobre tudo, até sobre Jackson.

Estávamos a caminho da minha casa, pois JB insistiu em me levar até la mesmo eu recusando. Confesso que estava me sentindo aliviada em ter me aberto e contado a ele sobre meus sentimentos pelo Jackson, porque antes de ele ter ido pro lado negro da força, ele era um dos caras mais incríveis que conheci, doce, divertido, fofo, inteligente, bobo, carinhoso (ta tão óbvio assim que sou apaixonada por esse imbecil?) mas virou alguém que realmente nunca imaginei no momento que fez sua escolha. Não pense que foi só simplesmente me abandonar, me evitar e se deixar levar pelos bajuladores que o rodeavam. Ele precisou provar para os populares que não me conhecia, e como ele fez isso? No dia em que resolvi falar com ele no corredor, ele estava sozinho mexendo no armário e eu perguntei porque queria ser como aqueles que nós sempre tivemos pena, por serem todos iguais. Ele me olhou nos olhos e me tratou com frieza, com desprezo, falando palavras duras de ouvir e bem alto para os poucos que começaram a aparecer no corredor. Naquele momento eu fiquei extremamente magoada, mas pelo visto não o suficiente para deixar de gostar dele. (burra sim ou claro?) Mas se dependesse de mim, agora seria diferente.
- Terra chamando s/n! Você ouviu se quer uma palavra do que eu disse? Eu acabei de te contar 18 meses de intercambio! - JB balançava aos mãos em frente ao meu rosto para me chamar a atenção.
- Desculpa eu estava...
- Pensando naquele imbecil, suponho? - ele me interrompe - Se você falou serio quando me disse que quer esquece-lo, terá que se esforçar bem mais do que isso.
- Eu sei, foi inevitável, mas eu falei serio! Sabe que eu não guardo rancor das pessoas, mas continuar gostando dele depois do que ele fez, isso não. Você vai me ajudar ne?
- Claro, e como eu faria isso? Fazendo você se apaixonar por mim? - ele me olhou de um jeito sedutor, que durou 5 segundos antes de cair na gargalhada, eu o acompanhei na risada - Sabe que já "tentamos" isso e não deu certo pequena.
Ele tinha razão, a uns anos atrás (pouco antes dele viajar) com toda a nossa proximidade, era inevitável que nossos sentimentos um pelo outro acabassem se confundindo, e achamos que estivéssemos apaixonados um pelo outro, vários climas e olhares até ele ter coragem de se declarar, e quando nos beijamos puft! Foi como se eu estivesse beijando um irmão, não teve nada daquela "magia", não que JB beijasse mal, pelo contrário, mas não rolou química e ele sentiu o mesmo. Constatamos então que nascemos para sermos amigos/irmãos e não outra coisa, e tudo não passou de mais uma historia divertida de se lembrar.
- Não assim ne bobo, mas me da uma luz! Preciso realmente esquece-lo
- Não se preocupe estarei com você agora e você não terá tempo de pensar nesse cara, vamos apenas nos concentrar no fato de amanha ser o primeiro dia do show de talentos! Realmente cheguei numa semana boa. - falou colocando os braços em volta dos meus ombros.
Ahh!! Semana do show de talentos, eu mal me lembrava. Logicamente não preparei nada pra fazer, e teria que improvisar, se por azar, sobrar tempo e se lembrarem de mim naquela sala.

A escola estava toda enfeitada e cheia de cartazes sobre o festival do show de talentos, tinha alunos indo de um lado pro outro se arrumando, organizando, conversando, todos pareciam empolgados. Até eu estava entrando nesse clima, talvez por que finalmente as provas do semestre tivessem acabado, talvez por que estivesse feliz pelo meu melhor amigo ter voltado. Estávamos conversando sobre a viagem do JB e como eu queria ter ido junto, quando paramos em frente ao quadro de horários das apresentações. Como era de se esperar, os populares fariam as primeiras apresentações hoje, e no dia seguinte seriamos nos, os meros mortais.
Quando li meu nome eu estremeci, realmente não queria me apresentar, mas não podia deixar de ir, ou teria que estudar dobrado pra recuperar a nota que seria dada nessa baboseira.
- Já sabe o que vai fazer? - JB me pergunta com um sorriso cínico
- Improvisar, eu penso nisso depois das apresentações de hoje, qualquer coisa que eu fizer não ira fazer diferença, eles vão aceitar e me pontuar só por subir no palco - falei revirando os olhos - E você, sortudo, não vai precisar se apresentar ne.
- Não, como cheguei agora meu nome não consta na lista, mas estou ansioso pra ver como você vai se sair, mostrar seus talentos pra essa escola - ele dizia todo empolgado.
Fomos para o auditório e escolhemos um bom lugar , porem longe do pessoal, as apresentações logo começariam e eu já estava super anciosa para que acabassem logo.

Depois de muitas apresentações (que algumas eu nem vi pois eu e JB estávamos jogando no celular) percebi um alvoroço na galera que sentava na frente, quando olhei eram as jacksets. Ele iria se apresentar agora.
Tentei voltar minha atenção para o jogo e consegui ignorar os gritos e assobios das meninas quando ele chegou, depois um silêncio tomou conta e quando ouço a voz dele no microfone, não resisti e tive que olha-lo.
- Bom, eu irei cantar uma música que eu compus, para uma garota - ele falou e foi seguido de gritinhos e garotas eufóricas - Espero que ela goste.
Ele começa a tocar no violão e a melódia era agradável, mesmo sem querer eu presto atenção na letra e na sua voz, que pela qual já estava hipnotizada.

" Isso não está funcionando
Então pare de fingir
Eu sei que você me quer
Vamos começar a conversar
Ei, eu sei tudo, por que manter isso escondido
Eu sei que você gosta de mim da pra ver em seu rosto
Ei, porque você vira os olhos enquanto olha pra mim
Eu sei tudo, ei, ei
Quando sinto que alguém está me olhando
Eu olho para trás e você está sempre lá (ei, garota)
Mesmo se você se virar e olhar para longe
Mesmo se você fingir não ser surpreendida
Eu sei porque fica ao meu redor
Ei, eu sei tudo, por que manter isso escondido
Eu sei que você gosta de mim da pra ver em seu rosto
Ei, porque você vira os olhos enquanto olha pra mim
Eu sei tudo, ei, ei
Você acha que eu não sei o que tem em sua mente
Esse desconhecimento faz você parecer bonita (tão fofa)
Mas eu quero continuar fingindo que não sei
Não posso continuar assim por muito tempo
Eu sei disso tudo, vem cá
Não fuja mais
Do que você tem medo? De que eu não seja tão bom?
Mas eu acho que nós vamos fazer um casal quente
Não se esconda disso, vamos ter 'alguma coisa'
Olhe para mim oh não seja tão tímida
Que esse seja o nosso primeiro dia
Eu quero andar de mãos dadas
Pare de perder tempo agora, o que você vai fazer?
Quando vai parar de fugir hein?
Ei, eu sei tudo, por que manter isso escondido
Eu sei que você gosta de mim da pra ver em seu rosto
Ei, porque você vira os olhos enquanto olha pra mim
Eu sei tudo, ei, ei
Isso não está funcionando
Então pare de fingir
Eu sei que você me quer
Vamos começar a conversar"

Eu estava o olhando enquanto cantava e não conseguia ver mais nada ao meu redor, e podia ser paranóia ou ilusão da minha mente, mas parecia que ele olhava fixamente em minha direção. Parecia que ele cantava pra mim. Que falava comigo.
Quando ele terminou de cantar eu achei que as jacksets iriam desmaiar, gritar, esperniar e atacar ele no palco, mas ao invés disso, todas olharam para trás, na minha direção. Então acho que não foi só ilusão da minha mente, elas pareciam me fuzilar com o olhar, eu já previa minha morte.

Houveram mais duas apresentações e as vezes eu me dirigia o olhar para Jackson, e ele estava me olhando, sorrindo. Meu coração ia à boca e voltava, ainda sim, ele continuava com os populares e isso me levava a olhar de volta para a apresentação.
Quando acabou, eu e JB fomos os primeiros a sair, lógico que JB tinha reparado na situação toda, mas como eu não comentei nada, ele também ficou calado, pelo menos até sairmos dali.
- Você ficou mechida com a apresentação dele não é? - JB disse e eu apenas olhei para outro lado - Se é assim, por que não fala com ele, ou da um ponto final ou escreve um novo paragrafo, essa história não pode continuar com uma virgula.
Eu sabia o que ele queria dizer, mas apenas acenti.
Fomos para o patio onde havia varias barraquinhas de comida e para onde as pessoas se dirigiam.
- Vou pegar algo pra gente comer, arruma um lugar pra gente.- JB disse já indo em direção a barraca de tortas.
Eu estava procurando um lugar como ele havia pedido quando vi Jackson indo em direção aos corredores.
Resolvi ir atrás dele, colocar tudo a limpo, entender por que ele havia cantado pra mim, se é que foi mesmo para mim, e quem sabe dizer o que sinto tambem.

Ele entra numa das salas e se senta na carteira, quando eu ia entrar pra falar com ele ouço uma voz de mulher, reconheço-a como Daniele ( popular, linda, metida, representante de turma, inteligente, faz de tudo para conseguir o que quer), pelo jeito como ela chegou naquela sala, eu entendi logo o que ela estava querendo.
Fiquei escondida num lugar onde eu pudesse ouvir o que estavam falando.
- Daniele, o que quer aqui? Estou meio ocupado agora - ele mechia no celular digitando - vou me encontrar com alguém.
- Com aquela garotinha ? - ela ri - Qual o nome dela, mesmo? S/n!
- Sim, é com ela, estou mandando uma mensagem agora - ele diz, mas antes que pudesse terminar de digitar ela tira o célular de suas mãos e senta em seu colo.
- Você não precisa mais dela Jack. Você pode ter a mim. - Ela fala já se jogando em direção aos lábios do mesmo e o beijando sem nem esperar por uma resposta dele.
Ele retribui o beijo e a aperta pela cintura. Aquela cena tinha me dado náuseas e minhas pernas fraquejaram não me deixando sair dali, então voltei a olhar.
- Ainda quer mandar mensagem para ela? - Daniele diz, separando seus labios dos dele, mas ainda bem perto.
- Não, agora não, agora eu quero outra coisa - Jackson responde a puxando novamente para outro beijo.
Naquele momento eu apenas tomo impulso saindo dali, provavelmente eles nem me ouviram e eu só corri o mais rápido que pude para fora daquela escola.

JB havia me ligado a tarde querendo saber por que eu tinha ido embora sem falar com ele, dei uma desculpa qualquer disfarçando minha voz de choro, com mentindo que poderia estar ficando resfriada e não tinha me sentido bem (quem nunca?). Mas eu não poderia faltar a aula, o que era a coisa que mais queria naquele momento.
Então cá estava eu, na sala de preparação pois iria me apresentar logo. Eu pensei em cantar a música Broken Hearted Girl da Beyonce ( clichê ne? não me julguem! To na bad), eu a conhecia bem e ela se encaixava bem na minha situação.
Eu subi no palco e as pessoas olharam pra mim, respirei fundo mas na hora que iria começar a cantar, alguem me impede.
- Espera, espera! S/n me deixa falar! - era Jackson que fala enquanto subia no palco.
O olhei sem saber o que fazer, ele pega o microfone da minha mão e continua.
- S/n, a música que cantei ontem foi para você - começam os murmurinhos das pessoas - cada palavra, sempre será você a garota pra mim, não há nenhuma outra - nesse momento olhei automaticamente para Daniele, eu pensei ter visto um sorriso cínico em seus lábios - S/n eu te amo, quer namorar comigo? - ele termina segurando minhas mãos e todos ficaram com os olhares sob mim.
Eu estava estática, se fosse a dias atrás seria um sonho realizado, agora o que eu mais sentia era raiva e nojo, como aquele duas caras tinha coragem de falar tudo aquilo?! Como eu pude me enganar tanto?
Todo e qualquer vestígio de sentimento que ainda tinha por ele acabara naquele momento, então percebi o que precisava fazer.
- Eu vou responder ao seu pedido, com uma música "Jack", pode ser? - falei pegando o microfone de suas mãos e fazendo sinal para que ele saísse do palco. Ele assentiu e foi para a primeira fileira.
Respitei fundo e cantei a música perfeita para aquele momento.

" Acha que é engraçado?
Acha que é a estrela principal?
Acha que todas as garotas do mundo são fáceis?
Todo o amor que eu te dei foi engraçado?
Foi engraçado pisar na minha inocência e ir embora?
Seria engraçado você conhecer alguém e ser a vítima
Depois que eu acordei desse sonho
Eu percebi o tipo de cara que você era
Agora, eu vejo claramente
As mentiras que você escondeu com o seu brilho
Garoto maluco, não, não
Não gosto de você
Eu estava maluca
Vou terminar essa noite, tchau tchau
Garoto maluco, vou apagá-lo do meu coração
Por favor Me deixa, garoto maluco
Tá agindo como se tivesse magoado porque tá arrependido
Tá fingindo de novo?
Você acha que vou cair nessa? Você finge me amar até o fim
Tá louco? Porque tá fingindo que tá bêbado e me ligando?
Você está louco? Você acha que eu vou voltar pra você que nem uma idiota?
Depois que eu acordei desse sonho
Eu percebi o tipo de cara que você era
Agora, eu vejo claramente
As mentiras que você escondeu com o seu brilho
Garoto maluco, não, não
Não gosto de você
Eu estava maluca
Vou terminar essa noite, tchau tchau
Garoto maluco, vou apagá-lo do meu coração
Por favor
Me deixa, garoto maluco
Ei ouça, bad boy Bad boy, bad boy maluco
Suas mentiras infinitas, seu repertório típico
Ouço o relógio bater
Não pode voltar no tempo os dias que eu passei com você
Vou apagá-los, garoto maluco
É isso mesmo
Eu nem gostava de você
Estou feliz que isso aconteceu Garoto maluco, você
Mentiu pra mim
Eu estava maluca
Eu estava maluca
Naquela noite
Garoto maluco, meu coração Está machucado
Por favor
Me esqueça, garoto maluco"

Terminei a canção reverenciando e mandando um beijinho no ar para Jackson, todos ficaram boquiabertos e sem reação, eu simplesmente sai satisfeita com minha escolha e troca repentina de música.
JB me alcançou se posicionando a meu lado.
- Uou! Que decisão foi aquela? Pensei que iria se jogar em cima dele, mas essa sim é minha garota! - ele fala bagunçando meu cabelo como sinal de "boa garota"
- Fiz o que devia fazer, ele merecia coisa pior - falei passando em frente a uma janela de vidro e percebendo a bagunça que estava meu cabelo - JB! Olha o que você fez! - Falei o olhando e já cerrando os pulsos para revidar.
Ele percebendo minha intenção começou a correr rindo pelo corredor, e eu corri atrás dele, brincando, mas claro que se eu o alcançasse ele iria ver só!
Enquanto corria, eu pensava que não tinha uma vida como nos livros, eu pensei gostar do meu melhor amigo mas não vivi uma história de amor com ele, me apaixonei pelo garoto popular, mas ele também não era meu cara certo. Talvez eu não fosse a protagonista da história, ou simplesmente não aconteça como nesses contos que eu tanto gosto de ler, mas eu não preciso de príncipe encantado para me fazer feliz, e provavelmente eu não iria me interessar por ninguém daquela escola por um bom tempo, agora teria um tempo só meu.

Quando volto dos meus desvaneios percebo alguem na minha frente, mas era tarde demais para freiar agora, eu ainda corria muito e fechei os olhos ao sentir o impacto me levando ao chão.
- Sempre desastrada - diz JB rindo chegando ao meu lado, mas dessa vez, não tinha sido nele que havia esbarrado.
Olho na direção do garoto que me ajudava a me levantar.
- Esta tudo bem? - eu faço um sim com a cabeça.
- S/n esse é meu amigo, ele veio junto comigo, vai fazer intercâmbio aqui no Brasil, eu falei sobre ele, mas acho que você estava distraída naquele dia - JB falou me apresentando ao garoto.
- Mark, meu nome é Mark Tuan, prazer - ele falou tímido, dando um sorriso, estendendo a mão para mim, mas que belo sorriso! Suas presas eram meio pontudinhas, pareciam de vampiro, o que dava a ele um lado ainda mais fofo.
Pego em sua mão o cumprimentando. E ao toca-lo, era como se tudo ao redor sumisse.
Sorri, talvez eu não ficasse com um príncipe encantado, talvez meu tipo ideal fossem os vampiros tímidos intercambistas, com olhos lindos e o sorriso fofo. Talvez meu tempo sozinha fosse esperar mais um pouco, talvez fosse cedo demais. Quem sabe?
Só sabia de uma coisa, no próximo semestre os livros na biblioteca, teriam que esperar.