História EreRi - Entrelaçados pelo destino. - Um dia normal, com certas exceções. . .

O despertador começa a tocar, tento alcança-lo no criado mudo, mas sou puxado pela pessoa atrás de mim, ele me abraça e sinto ele encostar sua cabeça nas minhas costas. Com mais um pouco de esforço consigo desligar aquele som chato logo de manhã.

-Bom dia, Levi-san. –Me virava para poder encara-lo. Vi as marcas que fiz em seu copo, muitas delas estão vermelhas e um pouco roxas. Acariciei seu rosto, afastando um pouco dos fios que estavam na frente, ele dormindo é muito fofo. Beijei sua testa e me levantei, estava um pouco dolorido, os aranhões ardiam um pouco, além de ter algumas marcas no meu pescoço...

Sai da cama e fui para o banheiro, olhei no espelho, várias mordidas em meu pescoço. Aranhões no meu peito e outras marcas espalhadas. Entrei no chuveiro e fiquei um pouco debaixo da água. Agora tenho mais um objetivo a cumprir, entrar no exército como medico socorrista e fazer minha primeira missão, só assim ele vai aceitar meu pedido... Hanji me disse a algumas semanas atrás para pedir ele em namoro mais uma vez, ela também disse que Rivaille é uma pessoa muito cautelosa e que não aceitaria de primeira e que eu não deveria desistir.

Posso estar sendo egoísta com meu desejo, mas eu realmente amo o Levi, quero ele mais que qualquer outra coisa. Bem, preciso me apressar, prometi que iria visitar minha mãe hoje. Posso levar o Rivaille.... Quem sabe. Além disso, tem o problema com meu pai, nem sei onde ele está.... Espero que minha mãe saiba de algo.

Sai do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, vi que ele não estava mais na cama, peguei minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto e as vesti. Teria que trocar de roupa quando for para casa.... Andei até a cozinha onde senti o cheiro bom de café.

Rivaille estava ali, observando o café ficando pronto, apenas usando a mesma camisa de ontem, os botões estavam abertos e eu podia ver com clareza as marcas de ontem. Percebi que o estava olhando demais, tentei disfarçar olhando para outro lugar, mas apenas ouvi um riso.

-Eren. –A voz dele estava um pouco sonolenta.

-Hai.

-Vai querer café também? –Assenti com a cabeça, ele apenas voltou a olhar para a cafeteira.

-B-Bem, eu vou trocar de roupa... E já volto. –Destranquei a porta e sai, peguei minhas chaves no bolço da calça e entrei em casa, retirei minhas roupas e joguei no cesto, vesti outra roupa, escolhi uma camiseta de manga longa vermelha e calças jeans azul, coloquei meus tênis e como hoje estava frio, coloquei uma blusa verde.

Voltei para o apartamento de Levi, ele não estava mais na cozinha, mas tinha dois copos de café na mesa e também parecia que ele estava cozinhando algo. Olhei para o fogão e tinha pão na chapa e alguns ovos e bacon, lavei minha mão e terminei de cozinhar. Levi voltou segundos antes de eu colocar tudo nos pratos.

-Ah, tinha esquecido disso. –Ele estava vestindo uma camisa social cinza claro e uma calça preta. Levi sabia bem como esconder todas as marcas, nem parecia que ele tinha várias e várias mordidas pelo corpo. –O que foi? –Mais uma vez fui pego por olhar demais... Ele se sentava a mesa, peguei os dois pratos e servi. Comemos juntos e eu disse que queria visitar minha mãe e disse que queria que ele fosse comigo. –Por que insiste tanto?

-Ah, bem. Quero que conheça minha mãe... E-E ela tem uma certa curiosidade sobre você.

-Curiosidade? –Ele erguia uma das sobrancelhas enquanto pegava a xicara de café.

-Sim, ela me disse para qualquer dia te trazer até em casa...

-Bem, se é um pedido de sua mãe.... Acho que não posso negar. Tudo bem, eu vou com você. –Eu sorria com aquela resposta, que bom! Minha mãe vai adorar o Levi!

<Quebra do tempo/ 10:50hrs>

Ao chegar na casa da minha mãe, bem, ela já foi cumprimentando o Rivaille e levando ele para tomar chá ou comer alguma coisa que ela fazia. Mikasa estava trabalhando em casa, agora seu trabalho era em escritório. Isso a ajudou muito e no fim ela resolveu viver junto com minha mãe.

-Ah, Rivaille-san, eu fico muito feliz que tenha ensinado tanto ao meu filho. –Agora estávamos conversando livremente no sentados na mesa do jardim da minha mãe, enquanto tomávamos e comíamos biscoitos.

-Seu filho é realmente muito bom no que faz.  –Rivaille tomava o chá com muita elegância, isso fez minha mãe ficar ainda mais animada.

-Ora, além de ser um incrível medico, ainda é um ótimo cavaleiro. Eren, deveria aprender muito mais com Rivaille-san.

-Mãe! –Ela iria me constranger até o final da minha vida....

-Senhora Jaeger, Eren é um bom rapaz, gosto do estilo dele. –Notei ele me observar enquanto sorria, isso me deixava meio sem jeito... –Além disso, eu aprendi bastante com seu filho também.

-Oh. –Minha mãe se aproximava de mim e dizia em meu ouvido. -Te falei que as aulas de culinária iriam ajudar.

-M-Mãe! –Ela apenas riu. Continuamos a tomar chá, quando me lembrei de algo importante. –Mãe.... Soube algo mais do pai? –Ela abaixou sua xícara e negou com a cabeça. -Sei que esse assunto não é bom. Mas.... Mesmo não gostando dele, ele ainda é meu pai.

-Eu sei... –Minha mãe parecia ainda pior. Não queria vê-la assim, não por causa do meu pai...

-Eren, de um tempo a sua mãe... –Levi parecia estar certo, mesmo eu não querendo. Me levantei com a decisão de ir tomar um pouco de água.

-Eren! –Paro e encaro minha mãe sentada na cadeira, enquanto filtrava sua xicara de chá. –S-Seu pai... –Vi que suas mãos tremiam, ela colocou a xicara na mesa e..... Eu vi, muitas e muitas lagrimas caírem de seu rosto e molhares o pano da mesa, me sentei de volta e segurei suas mãos. –Ontem. –Ela inspirou bem fundo antes de falar. –Eu recebi uma ligação do seu pai. Ele me disse que.... Tem uma outra mulher.

-O que?! Como assim?! Por que ele te trairia?! Ele não vê que você o ama?! E-Eu preciso falar com ele! –Agora já chega! Falaria tudo que estava na minha cabeça, gritaria com ele e mandaria ele para o inferno. Me levantei e fui em direção a sala.

-Eren! –Levi segurava meu pulso com força enquanto tomava seu chá calmamente. –Deixe sua mãe terminar de contar tudo. –Ele nem me encarava, olhei para minha mãe, ela se levantou com sua postura mais séria.

-Seu pai quer um divórcio.

-E você aceitou?!

-Sim. Não quero um homem que me traiu por anos pisando nesta casa! –Ela estava seria, mas logo abaixou sua cabeça... –Eu sinto muito Rivaille-san, falei sobre problemas desnecessários.

-Não há com o que se preocupar. É algo normal que passamos quando se está com um parceiro. –Algo normal?! Divorcio é algo normal?! Meus pais estão a anos juntos, por que raios isso seria normal?! –De qualquer forma, eu preciso ir.

-Ah, claro.-Ela limpava o restante das lágrimas. -Muito obrigada mesmo por ter aparecido. -Ela sorria.

-Foi bom conhecer a senhora. –Minha mãe passava por mim e Levi se levantava. –Ei pirralho. -Levi apertava ainda mais meu pulso. -Não faça mais escanda-los por causa disso. -Ele soltava meu pulso, saindo da minha frente e o vi acompanhando minha mãe.... Fui na direção deles com passos lentos. Fazer escanda-lo... A culpa não é minha se meus pais vão se separar! Não... A culpa deve ser mesmo minha, sei que antes de nascer, meus pais eram mais próximos. Mas agora, eles estão o mais longe possível.

-Eren. –Olho para frente e vejo Mikasa, ela estava bem bonita usando roupas sociais, mesmo que não seja o estilo dela. –Tudo bem? –Ela me abraçava bem forte.

-Hum.... Sim e você? Como vai? –Desfazemos o abraço, ela realmente parecia bem.

-Estou bem.

-Mikasa. –Nossa mãe chamava atenção. –Filha, esse é o Rivaille.

-Ah, eu me lembrei de você. –Ela se afastava de mim e ia em direção a ele. Os dois ficaram se encarando, fiquei com um pouco de medo de Mikasa soca-lo, ela era um pouco ciumenta quando outra pessoa fazia amizade comigo, exceto pelo Armin já que crescemos quase juntos.

-Digo o mesmo. –Os dois apertavam as mãos, mas eu notei a força que estavam usando, isso não vai terminar muito bem.

-Bom, vamos Levi? –Eles desviaram sua atenção para mim e desfizeram o aperto de mãos. –Mãe cuide-se. Mikasa, cuide da mamãe.

-Ok. –Nos despedimos e fomos para casa. No caminho fiquei pensando nos momentos em que ele esteve presente na minha vida. Realmente foram pouquíssimos, quase nulos. Nem nos meus aniversários ele estava presente, como pode se chamar de pai, um homem que nem está presente nos aniversários de seu filho?

-Eren. –O farol estava no amarelo, indo para o vermelho, olhei para Levi e ele me encarava. –O que você está murmurando sem parar?

-N-Nada demais. –Droga.... Não notei que estava pensando alto.... Eu deveria esquecer isso...

<Quebra do tempo / Uma semana depois -20:12hrs>

O hospital está bem agitado hoje, fui colocado para ajudar as crianças. Muitas delas estavam doentes como grite e febre, outras tinham se machucado e sangravam um pouco. Nada de muito grave como ter que fazer cirurgias.

-Muito bem, agora que tal um doce? –Mostrava um doce ao garoto que era meu paciente.

-Sim! -Ele sorria.

-Ótimo, você foi bem corajoso. Nem eu conseguiria ficar paradinho igual você. –A mãe dele me agradecia e os dois iam para casa. –Petra, qual é o próximo? –Ela estava me ajudando com as crianças, já que a experiência dela era bem maior com crianças.

-Hum... esse foi o último.  Bom trabalho, doutor Eren.

-Bom trabalho também, enfermeira Petra.

-Eren! –Annie me chamava fora da sala. –Tem dois pacientes, preciso de sua ajuda, Petra, você também!

-H-Hai! –Por algum motivo muitas pessoas tinham medo da Annie, mas ela é só um pouco rígida? Bem, de qualquer modo, Annie parecia euforia. Eu tentei pergunta se estava tudo bem, mas ela dizia para eu fazer apenas meu trabalho. Os dois pacientes que ela tinha mencionado estavam bem feridos.

-Acidente de carro, O da direita é Connie e o da esquerda é Bertholdt.

-Ber o que? –Nem eu nem Petra conseguíamos falar o nome dele de primeira.

-Bertholdt! De qualquer forma, estou sozinha com eles, vão me ajudar ou não? –Concordamos e ela começou a dizer tudo que sabia. Pelo que entendi, Connie estava dirigindo após um longo expediente, ele se desligou por um segundo e bateu contra o carro de Bertholdt do outro lado da rua. Mas por sorte os dois estavam vivos, nenhum deles precisou de uma cirurgia, mas os dois deslocaram alguns ossos e racharam outros. Como todo caso, esse não foi às mil maravilhas.

Connie não parava de falar nenhum segundo, reclamando disso, com medo daquilo. Tivemos que ter muita paciência com esse, porém Bertholdt era mudo, ou seja. Não fazíamos noção do que ele queria dizer, como ele falava com as mãos foi complicado, ainda mais que ele tinha fraturado um dos ossos da mão e não poderia mexer os dedos. Mas pela incrível sorte do destino, Connie sabia ler sinais. No final os dois ficaram no mesmo quarto, conversando.

Agora era quase uma da manhã, ficamos um bom tempo com aqueles dois, fora as vezes que precisávamos atender mais um ou dois juntamente com eles. Caminhava para sala de Levi com um copo de café, mesmo acostumado com a noite, era cansativo e eu sempre tomava café para me alegrar ou despertar meus sentidos.

Bati na porta, ele não parecia sozinho. Quando ouvi ele dizer “entre” abri a porta e vi um homem careca, com um sorriso no rosto, suas roupas eram de um soldado, cheio de medalhas e tudo mais. Ao lado dele, Hanji.

-Oh, Eren! Quanto tempo. –Ela vinha em minha direção, suas roupas estavam bem diferentes, como aquele senhor, ela vestia roupas de exército. –Trouxe café! Estava precisando. –Hanji ficou com meu café, ela me puxou para mais perto do homem que matinha um sorriso, nesse momento percebi que eles bebiam.

-Eren, este é o Coronel Dot Pixis, da força militar. Hanji trouxe ele para te conhecer. -Explicava Rivaille.

-Eren Jaeger, é um prazer conhece-lo. –Ele esticava a mão para me cumprimentar, apertei sua mão e ele riu. –É um bom garoto, devo dizer. E então Jaeger, ouvi que quer entrar para o exército.

-Sim senhor.

-Ótimo, como é médico sei que vai se dar bem, já que pelo jeito tem muitas expectativas do Tenente Rivaille e da Capitã Hanji. –Eles estão bem alto na hierarquia... –O que acha começar daqui alguns dias?

-Não! –Hanji colocava o copo de café descartável na mesa e cruzava os braços. –Ele vai começar amanhã!

-Ora, melhor ainda. –Ele parecia bem feliz. -E Rivaille, você voltará?

-Não, tenho trabalho demais. E além disso fiz um acordo com Hanji. –Acordo? Isso não me soa bem...

-Perfeito! Eren! Termine seu turno! Amanhã eu irei te buscar! Nós vamos indo Levi! Vamos Pixis, vamos beber! –Os dois riam alto e seguiam para fora, fechando a porta da sala, nos deixando a sós.

-Ah... Levi-san...

-Diga. –Ele voltava sua concentração para o celular.

-Sobre o que era o tal acordo?

-Ah, era simplesmente sobre você, se ela prometer te trazer vivo, eu aceitaria o pedido dela.

-E qual seria o pedido? –Ele me encarava, deixando o celular sobre a mesa e se levantando. Levi caminhou até mim e me puxou para mais perto.

-Te levar a um jantar. –Nossos rostos estavam bem próximos, senti nossos lábios se encostarem, puxava ele para mais perto e pedia passagem sobre sua boca. Porem nos separamos por vontade dele. –Volte ao trabalho.