Luna estava deitada na sua cama, parecia que já havia passado horas e mais horas, porém o choro não parava de descer por sua face, e o pior era lembrança que perderia seu mauricinho.
Ela ouviu alguem bater na porta, e foi atender. Porem percebeu ser uma péssima idéia quando viu quem era.
-Simon, por favor, vai embora. – disse ela tentando fechar a porta, mas ele colocou a mão antes dela bater.
- Eu preciso conversar com você! – ele disse vendo ela deitar na cama. – Eu queria te pedir desculpa...
- Olha agradeço pelas as desculpas, mas agora não é um bom momento. – ela disse fechando os olhos.
Foi quando ele percebeu que a garota estava chorando sem parar, já que seus olhos estavam já vermelhos.
- Luna, o que houve? – ele pergutou se sentando numa cadeira perto dela.
Simon mesmo depois de tudo isso, criou um certo afeto por Luna. Algo que ele não viu no passar dos anos, e percebeu que perdeu uma menina incrível.
- O Matteo! – ela disse sorrindo e dando de ombros. – Ele se foi.
- Hoje é o dia da viagem. – falou ele entendendo tudo agora. – Mas por que você está aqui? Pensei que estaria no aeroporto agora.
- Eu iria, mas ele pediu para eu não ir, já que seria doloroso demais partir, e me deixar aqui. – Luna se recordava cada palavra da conversa.
- Peraí, você não vai se despedir? - Simon não estava entendendo mais nada, parecia cena de novela.
- Eu não vou. – ela limpou as lágrimas para continuar. – Nós teremos bastante tempo para conversar nos próximos anos.
- Na verdade não. – E foi agora Luna a não entender nada. Simon olhou para baixo, e então continuou. – Minha família e eu, iremos acompanhar a Ámbar em sua estadia na Itália.
- Então você terá tudo o que sempre sonhou. – ela falou sorrindo verdadeiramente.
- Não, percebi que isso não era um sonho meu. Era somente um capricho. Ele então olhou seriamente para Luna. – Porque se fosse um sonho eu o agarraria com todas as minhas forças, e não deixaria ele escapar pelas as minhas mãos.
- Você está dizendo...
- Que você deve ir lá se despedir de Matteo. – ele então se sentou na frente da garota, e assim pegou sua mão. – Luna, nunca vi duas pessoas se amarem, como vocês dois, no qual fariam de tudo para ver um ao outro feliz, então você deixará que ele parta sem saber o quanto que vocês se amam?
- Mas ele pediu...
- Falar é uma coisa, sentir é uma completa diferença. – ele suspirou bem fundo antes de continuar. – Vá até lá, e mostre o quanto que você o ama.
- Obrigada, Simon. – disse ela abraçando o amigo – Obrigado por voltar a ser aquele meu amigo de Cancún. – ela então se levantou em um pulo, e foi a procura dos patins. – Agora eu vou ver meu Mauricinho.
- Acho que o aeroporto é bastante longe, para você ir de patins. – disse ele rindo.
- Então como eu vou? – disse ela perdendo um pouco o sorriso.
- Eu tive uma idéia. – disse ele puxando ela para fora do quarto.
Os pais de Matteo já tinham viajado antes, para resolverem coisas pendentes, o deixando embarcar mais tarde para se despedir do irmão e a namorada. Cande olhava mais uma vez para o relógio, ao lado de Matteo e Ruggero. Era como se ela fosse viajar.
- Isso tudo é que quer que eu embarque logo? – perguntou Matteo, já se irritando pela garota olhar tanto no relógio.
- Não, é que eu acho estranho da Luna, o Gáston e nem a Nina, tenham chegado até agora. – falou Cande, olhando para ele.
- Eles não vem. – disse Matteo se sentando em um dos bancos do aeroporto.
- Como assim não vem? – perguntou Ruggero. – Eles jamais perderiam a chance de vim aqui.
- Eu pedi para que não viessem. Principalmente a Luna.
- VOCÊ FEZ O QUE? – perguntou Ruggero surpreso com a burrice do irmão.
- Eu pedi que não viessem, para que não pudessem sofrer mais que já estão.
Mas antes que ele pudesse pensar em alguma coisa levou um tapa na cabeça de Cande, e antes que pudesse perguntar o porque levou outro de Ruggero.
- Aí, por que fizeram isso? – passando a mão onde tinha sido agredido.
- Você só tem bosta na cabeça. – disse Ruggero.
- Por que?
- Matteo, isso não é escolha sua. – falou Ruggero. E então Cande se sentou ao seu lado.
- Preste atenção, você já pensou que não se verão por bastante tempo, que por acaso Luna ficará aqui sozinha? E que Gáston e Nina perderão o melhor amigo?
- Mas eu também. – disse Matteo, sentino o seu peito apertar.
- Eu sei, mas pense comigo. Você gostaria que eu ou Ruggero um dia viajássemos, e pedirmos para não nos despedirmos? Que não pudesse dizer o quanto nos amava, somente mais uma vez? – Cande falava isso olhando dentro dos olhos de Matteo. – Possa acontecer que não possa mais se ver, ou seguirem suas vidas, mas este momento é único, então lembre de quem realmente importante.
- Você acha que eu ligo para eles? – perguntou Matteo.
- Bem, eu já mandei mensaem para Nina e Gáston que já estão a caminho, agora acho que é melhor você ligar para Luna.
- Você está louco? – Era a décima vez que Luna falava isso para Simon, enquanto procuravam as chaves do carro da Senhora Sharon.
- Calma, relaxa. Vai dar tudo certo, a gente só não pode ser pego.
- Bem simples. – falou Luna revirando os olhos.
Era uma Range Rover prata, o que deixava as coisas bem mais emocionantes para Simon, mas para Luna o único objetivo era chegar a tempo. E faltava somente meia hora para vôo.
- Luna, não está atendendo – disse Matteo depois que o telefone cair pela a décima vez na caixa postal.
- Tente ligar par a mansão. – falou Ruggero, mexendo no cabelo de Cande.
- Eu vou fazer isso. – e para sua sorte ninguém atendeu.
- Primeira chamada para o vôo 1679 rumo a Milão, Itália. – ouviram a caixas explodirem por todo lado. Matteo não se moveu de onde estava, ele precisava vê-la.
O tempo passou, e viram duas figuras que reconheciam em qualquer lugar.
- Cara, você iria sem despedir? – falou Gáston dando um abraço no amigo.
- Matteo, eu vou sentir tanta saudade. – disse Nina, abraçando o amigo.
- Gente, vocês são meus melhores amigos, nunca esquecerei de vocês, eu prometo. – Matteo nunca foi bom com despedidas, e essa para ele foi até hoje a pior de todas.
- Mas onde está a Luna? – perguntou Gáston olhando para os lados.
- Eu não consegui falar com ela. – Matteo estava se sentindo culpado por isso.
- Calma, vai dar tudo certo. – disse Cande, sentada em um dos bancos.
- Não vai dar nada certo. – disse Luna no banco do passageiro. – Sério? Hoje deveria ter transito?
Eles estavam a dois quilômetros do aeroporto quando eles viram tudo parado, e eles deveriam ter ido pela entrada leste, mas pegaram o pior lugar. E para piorar tudo, começou a chover.
- Calma, Luna. – disse Simon, no banco do motorista.
Luna olhou para relógio, e viu que faltava somente 10 minutos para o vôo, quando teve a pior idéia da sua vida.
Ela começou a desabotoar o cinto, quando foi detida por Simon.
- Ei, aonde vai?
- Eu não posso perder mais tempo, eu vou a pé.
- Mas é muito longe. Você não chegará a tempo.
- Eu sou Luna Valente. – disse ela saindo do carro, e correr no meio dos carros por baixo de uma fina chuva. – Eu estou chegando Mauricinho.
- Ultima chamada para o vôo 1679 rumo a Milão, Itália. – ouviram das caixas de som.
- Matteo, você não pode esperar mais. – disse Ruggero. – É hora de ir.
- Eu sei, é que... – então caiu a ficha que a Luna não viria. – Você está certo.
Matteo deu um abraço nos outros quatro, e foi a caminho do portão de embarque. Quando estava a ponto de entregar à passagem a aeromoça, ouviu uma voz que tanto amava.
- MATTEO! – não se importando com nada, ele jogou suas coisas no chão, e abraçou sua pequena, que veio abertamente ao seu colo. – Estava com tanto medo de não poder me despedir.
- Luna, estava com tanto medo de não poder dizer o quanto eu te amo. – suas pernas estavam agarradas na cintura do garoto, ele pode perceber que ela estava molhada por conta de algumas gotas que caiam em Buenos Aires. – Eu lembro da primeira vez que te vi. Eu nunca tinha visto nada tão perfeito. E quando eu estava perto de você sentia tanta paz e segurança, porque eu sabia que fosse o que fosse, daquele dia em diante nada poderia ser tão ruim, pois tinha você.
- Eu também te amo, Mauricinho. – ela o apertava com medo dele desaparecesse. – E eu sei que algum dia, nós riremos de tudo isso, e será parte da nossa historia.
- Você promete uma coisa? – ela então olhou para os olhos do garoto, enquanto ele falava. – Que vai me telefonar?
- Todos os dias.
- Que irá escrever?
- Em todos os momentos?
- Pensará em mim?
- Em todos os segundos.
E tão como um nó na garganta, ele pronunciou a ultima.
- Que vai me amar?
- Para sempre. – ela então lhe deu um beijo, no qual se perdeu em todos os pensamentos, e assim esqueceu onde estavam, e o que iria acontecer, pois só eles existiam.
Luna então desceu do colo do garoto, e pode ver as lágrimas se criando nos olhos dos dois. Ele deu um beijo na testa, e por uma ultima vez olhou para aquelas duas esmeraldas, que ele tinha certeza ser dele.
Virou-se, e desapareceu dentro do portão, Luna sentiu dois braços a sua volta, um era de Cande, enquanto o outro era de Nina. Pois aquela foi à pior maldade do destino, já que não existe despedida mais dolorosa do que separar dois corações que se amam.
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