História Eres Tu - Prólogo

Nossa como essa pista era linda, Luna nunca tinha colocado os seus pés em um lugar tão magnífico.

As pessoas ao seu redor patinavam sem nenhum problema, diferente dela. Seus pés deslizavam com mais estabilidade, e mais levemente. E com isso o risco de cair era maior.

Seus pais tinham recebido a oferta de cuidarem da mansão de Buenos Aires para Senhora Sharon, enquanto ela e sua sobrinha viajavam pelo o mundo durante um ano. No começo foi difícil deixar Cancún, e principalmente Simon.

Simon, não era seu melhor amigo, era como um irmão. Ele era filho dos jardineiros da casa onde ela cresceu, e com isso se conhecem a muito tempo. Luna depois de um tempo não o via só como um amigo, ela acreditava que podia criar algo mais entre os dois. Porém ele começou a namorar a Daniela, uma garota totalmente mal caráter que a fez se distanciar dele. Mas com essa distancia, ele poderia ver a verdade.

Um garoto chamado Nico lhe deixou patinar um pouco pela pista. Era seu sonho se realizando, mas infelizmente ela esbarrou em alguém, e sem querer os dois foram ao chão.

- Me desculpe! – disse ela se levantando. Ele a ajudou lhe puxando pelo o braço.

- Tenha mais cuidado, essa pista é para profissionais! – disse ele, e pela primeira vez ela olhou para o rosto do garoto. Um sorriso divertido estava em seus lábios.

Luna se desvencilhou das mãos do garoto, e arrumou seu orgulho dentro de si. O garoto era bem mais alto que ela. O cabelo corretamente cortado, deixava seu estilo de riquinho mais patético aos olhos da menina.

- Já lhe pedi desculpa, porém não esbarrei sozinha. Então tome cuidado também. – disse ela revidando o garoto.

- Nossa, nunca vi uma garota com tanta petulância em minha pista. – disse ele, a menina saiu patinando, porém ele a seguiu com seus patins, em volta dela.

- Não sabia que essa pista era sua. – disse ela, em meio de uma tentativa falha de um giro, e com isso tropeçou no garoto novamente.

- Tente novamente flexionando mais os joelhos. – disse ele com a cara mais séria. Podia perceber que para ele patinação era coisa séria. – Junte os dois braços na frente do peito. E agora gire. Assim.

Ele lhe demonstrou, e esperou que ela tentasse. E quando ela o fez, e conseguiu não sentiu uma felicidade imensa e abraçou sem querer o desconhecido. E se separou logo em seguida ao perceber que não o conhecia.

- Você não é irritante como pensei. – disse ela, ela levantou a mão para apertar a dele. – Sou Luna.

- Sou Matteo, o rei desta pista. – disse ele apertando a mão dela. Ela virou de costa, e revirou os olhos com tanto convencimento do garoto. – Vamos patinar, deixe eu lhe mostrar alguns passos.

- Não muito obrigado, eu consigo sozinha – disse ela, saindo da frente do garoto. Ela foi para perto dos bancos para beber água.

Ela tinha mesmo que falar que mesmo sendo um garoto completamente irritante, ele era bom. Matteo fazia manobras que ela nunca tinha visto, só por vídeos na internet, nem mesmo Simon que era um ótimo patinador conseguia faze-los. Ela não sabia quanto tempo ficou observando o garoto, mas ela sentiu alguém se sentando atrás dela. Que algum momento ele começou a paquerar uma garota, Luna começou a rir da cara de pau do garoto,os dois conversaram por um bom tempo, a menina passava a mão no peitoral de Matteo. Mas quando Luna  olhou para lado um menino ia para o lado dos dois com uma cara de poucos amigos.

- O que você está fazendo com minha namorada? – perguntou o menino enfrentando Matteo.

- Namorada? Ela não tinha me dito este detalhe. – Falou Matteo olhando de cara feia para a garota. O homem dava dois de Matteo. Porém foi salvo por alguém que lhe puxava.

- Meu amor, nossa ele é tão prestativo. – disse Luna puxando Matteo para trás, que ia de bom grado. – Sua namorada ia cair, mas ele a salvou. Meu herói. Porem já vamos embora. Aproveitem a pista.

Os dois saíram da pista com crise de risos. Eles forma para a lanchonete onde tinha algumas mesas vazias.

- Aquele cara saiu de onde? – perguntou Matteo tentando acabar com a crise de riso, mas foi falha.

- Sua cara foi a melhor. “ Ela não tinha dito este detalhe” – falou Luna tentado imitar a voz do garoto. – Eu te salvei.

- Obrigado, só por isso. – Ele levantou a mão chamando o garoto que estava no balcão. – Pedro, traga duas vitaminas de abacaxi.

- Vitamina de abacaxi? Nunca tomei. – disse ela, ele olhou para ela incredulamente, como não conseguisse acreditar no que ela estava falando.

- Sério? Nunca? – ele disse, enquanto Luna balançava a cabeça negativamente. – Não sabe o que está perdendo, e principalmente a do Pedro, é a melhor vitamina que eu já tomei em toda a minha vida, e olha que eu já passei por vários lugares.

- Como assim? – perguntou Luna curiosa.

- Sou filho de diplomáticos, por isso não fico muito tempo no mesmo lugar, em cada lugar fico mais ou menos dois anos, e simplesmente vou para longe. Portanto só tenho um amigo, o Gastón.

- Então você só tem um amigo? – agora era ela que ficou incrédula.

- Sim, tinha uma namorada, mas ela foi embora de Buenos Aires, e não sei quando voltarei a ver.

- Foi difícil para eu deixar minha cidade natal, imagina para você que não tem um lugar a um bom tempo.

Pedro vinha trazendo as vitamina para os dois, ele colocou na frente dos dois. Luna deu um pequeno gole, e depois que sentiu o gosto bebeu tudo de uma vez só.

- Ei, calma, assim vai morrer engasgada. – disse Matteo. – Nem precisa perguntar se você gostou.

- Como eu nunca tomei isso? – falou ela. – Você pode trazer outro para mim, e um bolinho? – Matteo olhou para ela incrédulo. – O que não mata, engorda.

- Então está bem, traga um para mim também. – disse o garoto.

- Matteo? – chamou um garoto atrás de dela, ela o olhou ele viha com uma garota da altura de Luna, porém eram completamente diferentes a menina tinha o cabelo completamente liso, e usava um óculos. O garoto por outro lado era pouco centímetros mais baixo que Matteo, ele usava uma jaqueta verde. Eles seguravam a mão um outro.

- Gastón e Nina. Achei que só voltariam amanha da Espanha.

- Iriamos, mas adiantamos ao saber que finalmente a Ámbar Smith Benson está indo embora, e viemos dá os parabéns para o novo livre. – disse Gastón.

- Me perdoe à má educação do meu namorado. Eu sou a Nina e ele o Gastón. – disse a garota estendendo a mão para a Luna.

- Sou Luna. – disse apertando a mão da outra.

- Eu sou o Gastón. Melhor amigo do paspalhão ali. – E Matteo levantou mão quando o outro garoto disse.

- Sentem-se, já vieram felizes com o final do meu namoro.

- Peraí, o nome dela é Benson? – perguntou Luna, e todos os três concordaram com a cabeça. – Meus pais cuidaram da casa dela enquanto ela, e a madrinha viajam.

- Que sorte sua por não ter a conhecido, ela é uma pessoa horrível. – disse Gastón, que levou uma cotovelada de Nina. – O que? É verdade, e Matteo sabia disso. Ele que era trouxa para namorar ela.

- Eu sei que ele era trouxa, mas vamos ser sensíveis, ele terminou o namoro agora.

- Gente, eu ainda estou aqui. Obrigado por como vocês se importam comigo, mas eu estou bem.

-Mas você tem mais nada para fazer, você tem uma vida mais. – disse Nina.

- Tenho várias coisas para fazer. – falou ele, se sentindo um criminoso por terminado o namoro.

- Tirando paquerar garotas, e patinar. E eu não vou poder ter mais infelizmente ter essa vida de garanhão. – falou Gastón.

- O que, Gastón? – perguntou Nina.

- Nada, meu amor. Te amo. – disse ele dando um beijo no rosto da garota.

- Otimo. Então a gente veio te fazer companhia... – falou Nina, mas foi interrompida por Matteo.

 - Não preciso, amanha eu tenho planos. – ele olhou para Luna que estava se lambuzando com seu bolo de chocolate, e se conteve para não rir dela. – Amanha levarei Luna para conhecer a cidade. – ela olhou para ele de forma tão mortal, que deu seu sorriso mais falso.

- Claro, amanha ele vai... – e ela já tinha se esquecido

- Levar para conhecer a cidade.

- Isso ai. – falou ela. – Bom, gente eu tenho que ir, meus pais devem está me esperando, disse que não ia muito longe, então é melhor eu ir.

- Eu lhe acompanho. – falou Matteo

- Não precisa, eu consigo ir sozinha.

- Eu estou tendo ser gentil, e já está anoitecendo, deixa que eu lhe leve.

- Então está bem, senhor cavalheiro. – falou ela levantando as mãos em forma de rendição.

- Até depois gente. – disse Matteo, batendo na mão de Gastón.

Depois que os dois saem pela porta, Nina olha para Gastón. Os dois dão um simples suspiro, e ela deita no ombro do garoto.

- Isso não vai ser uma amizade. – disse ela.

- Não vai chegar nem perto. – Então ele deu um beijo na cabeça da garota, e curtiu o momento.

Ao caminho da casa de Luna, eles não trocaram uma única palavra, as vezes olhavam um para outro, mas nenhuma palavra saia. Quando estava na porta da casa da garota.

- Bem, obrigado por me trazer.

- Você não me disse que horas é para lhe buscar amanha.

Luna se virou e olhou para o menino que estava na sua gente, era como se eles tivessem se conhecido a muito tempo atrás, mas só agora se davam conta da amizade.

- Como assim? – perguntou ela.

- Lhe prometi que iria lhe apresentar a cidade. E sempre cumpro minhas promessas. – disse ele, olhando para ela.

- Ok, amanha de manha, lhe mando uma mensagem. – falou ela, lhe passando o seu numero, e ele também.  – Posso lhe fazer uma pergunta?

- Você acabou de fazer. – deteve ele, mas ela continuou mesmo assim.

- Por que você e Ámbar terminaram?

- Porque eu nunca estive apaixonado por ela, foi uma simples atração. Mas acho que isso é uma conversa para outra hora, acho melhor você entrar.

Quando ela estava já indo embora, ela se virou para ele, e simplesmente disse. – É bom já ter um amigo.

Ela desapareceu entre o meio das sombras, deixando Matteo ali sozinho.

Quando ela chegou em seu novo quarto recebeu uma mensagem, ao ver no visor do celular, viu que era Matteo. Era uma pequena frase.

- É bom ter você como amiga também.

E a Luna deu um sorriso sozinha. E naquele quarto escuro se aparecia a luz de uma nova amizade.

~ Um Ano depois...

Matteo a esperava a mais ou menos a uma hora, mas nada dela aparecer. Eles tinham marcado de se encontrar para treinar. Mas sabia que ela tinha se enrolado, e devia estar chegando. Ela era sua melhor amiga, já devia estar acostumado, na próxima vez marcaria uma hora antes.

Ele ouviu um grande barulho de alguém caindo, e um pedido de desculpa. Ela tinha chegado. Ele se virou, e viu uma menina se levantando, e um moleque de cara amarrada para ela, ele deveria ser da idade de Matteo.

- Tira essas rodas, e aprende andar direito. – falou ele, se levantando.

- E você, porque antes de sair na rua, porque não aprende usar sua educação. – Matteo tinha ido socorrer Luna, ele a puxou para mais perto dele. – Você está bem?

- Sim. – disse ela.

O garoto saiu resmungando, enquanto os dois se sentavam no banco da praça.

- Foi mal, eu tinha perdido meu celular, mas me dei conta que estava dentro do meu bolso. Ai eu tive que encontrar meu capacete, e então sai. Só que eu fui para o lado errado... – começou Luna.

- Está bem, mas da próxima vez marco uma hora antes, e ai você chega na hora certa.

- Otima idade.Mas me conhecendo vou chegar atrasada ainda.

- Luna, você só chegará na hora no dia do seu casamento, já que você tem que chegar atrasada. – falou ele, pensando ela no casamento, e começou a imita-la. – “Foi mal gente, esqueci  onde era a igreja.”

- A gente veio ensaiar, ou tirar sarro de mim? – perguntou ela dando um murro no braço do garoto.

- Um pouco dos dois. Mas vamos lá. Você pensou em alguns passos? – falou ele se levantando.

E eles começaram a ensaiar,mas Matteo sempre fazia graça, e os dois começavam a rir. Luna era aqui mais caia, e com isso seu amigo caia ao seu lado de tanto rir. As pessoas passavam pela rua, e ficavam felizes por verem como dois jovens se divertiam.

Para Matteo não tinha um melhor momento em seu dia do que quando ele estava cm Luna, ela era sua irmãzinha, ele jamais suportaria que alguém a machucasse, e esperava que ela nunca se apaixonasse por um garoto que tinha uma vida assim como a dele, que não se importa em se apaixonar. Ele esperava que ela encontrasse alguém que a amasse de verdade, e só se importasse com o lindo sorriso dela.

Luna, por outro lado via Matteo do mesmo jeito, como seu irmão mais velho. Que se ela precisasse desabafar ele estaria ali. Nunca tinha visto uma pessoa como ele. Que tenta se esconder atrás desta fama de famosão, mas por dentro é uma pessoa boa, que se importa com os que ama. Ele era diferente. E esperava que ele encontrasse alguém que o visse como ela o via. Como a pessoa com o maior coração do mundo.

 A competição seria daqui poucas semanas, a dança estava quase completamente terminada, tirando pela parte que eles ainda não tinha escolhido a música. Quando finalizaram pela terceira vez, acho que já estava bom de ensaio, então resolveram descansar por um momento.

- Acho que depois do salto, acho que poderíamos fazer um trompo, e por ultimo lhe jogar no ar.– falou Matteo bebendo um gole de água.

- Ótima idéia, claro que você não pode me jogar novamente no chão.

- Se a senhorita não acertasse seu patins em mim. – Enquanto ele terminava de falar, Luna vinha pegando a garrafinha da mão do garoto. – Ei, minha garrafa. – O garoto tentou pegar dela, porém no meio da briga, a água começou a jorrar por todo lado, um olhou para o outro, e começaram a rir.

- Parabéns, agora não temos mais água para beber.

- Reformule sua frase, não temos mais a MINHA água para beber. – disse ele – Mas fazer o que, se minha melhor amiga é uma atrapalhada. – Então um sorriso de tristeza veio no rosto de Matteo, como se tudo aquilo fosse só fosse um sonho. – Meus pais marcaram a viajem, para daqui 10 semanas. Vai ser depois que ter acabado as aulas, para que eu não tenha o problema de perder o ano escola.

- Mas você me falou que ia conversar com eles, para que você não fosse.

- Eu tentei, mas meu pai falou que eu nunca tinha que me importar com amizades, pois isso eu poderia em todo lugar, o importante agora é eu terminar meus estudos.

- Mas você tem que estar aqui, você é meu melhor amigo. A gente tem que ganhar a competição para você ter uma boa recordação da nossa amizade, por que a vida tem que ser cruel?

Ela começou a chorar, desesperadamente. Ele pegou a mão dela, e com aquele simples gesto a garota parou de soluçar.

- Não preocupe sua mente bonitinha. As pessoas jogam pedras em coisas que brilham. E a gente ainda vai dar um jeito. E eu não burro igual aquele tal de Simon, irei nunca te deixar, jamais, mesmo quando estiver farta, eu estarei ali.

- Você me promete?  - falou ela limpando as lagrimas nas costas da mão.

- Eu nunca deixo de cumprir minhas promessas.