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História Erick e Helliot - As boas vindas


Escrita por: EdBeraldo

Notas do Autor


Esta história é uma história de teste. Estou escrevendo-a sem muita base para as coisas que planejei que aconteçam, então não esperam sempre por capítulos, pois realmente sinto um pouco de dificuldade na hora de escrever para que haja uma boa trama.

Peço que opinem sobre o que estão achando da história e que me digam o que querem esperar do futuro da trama, pois isso me ajudará muito para que possa concluir a história.

Capítulo 2 - As boas vindas


Eu via os edifícios passarem diante dos meus olhos. Eles me traziam a lembrança dos prédios de onde morava, tudo bem que estes não são tão grandes, mas, ainda sim, é como se eu estivesse na minha cidade natal. Talvez pelo fato de ainda estar tudo recente em minha mente, não fazem nem doze horas que partimos.

Nesse momento, estamos no carro, indo em direção ao nosso mais novo lar: um apartamento em Fortaleza, no Ceará. Estava sendo um dia agitado. Acordamos cedo para pegarmos o avião, depois, fomos para a concessionária buscar o carro que meu pai havia deixado reservado para nós – ele estava cumprindo com a promessa de ajudar no que fosse preciso –, passamos na imobiliária acertar as últimas contas sobre o novo apartamento –que meu pai também havia bancado –. Ao chegarmos ao apartamento, ainda teríamos que subir algumas caixas com nossas coisas, já que minha mãe não quis mais ajuda do meu pai, nem para contratar alguém para carregar as caixas.

-Já estamos chegando, meus queridos. –disse a minha mãe do banco do motorista.

Eu, meu irmão mais novo e seu cachorro estávamos no banco de trás, junto com todas as nossas coisas, que estavam empacotadas em exatas seis caixas de papelão. Tivemos que nos virar para enfiar tudo dentro do pequeno Citroën C3 de forma que ainda coubesse espaço para as malas…e nós.

-Quero fazer xixi. –Dimas, meu irmão, segurava cruzou as pernas ao falar.

-Já estamos chegando. –minha mãe repetia pelo que devia ser a quarta vez.

-Já estamos chegando, Queijo –Dimas repetiu o discurso da nossa mãe para o pug em seu colo.

-Eu não acredito que o nome do cachorro vai ser mesmo Queijo. –olhei para a cena.

Dimas havia ganhado o cachorro do meu pai na última semana, e, desde então, ele insistiu em batizar o cachorro de Queijo. Isso deve ser tudo um meio de reconforta-lo com tudo o que está acontecendo, substituindo a presença do nosso pai pela do cachorro.

Tiramos um cachorro da nossa vida para dar espaço a outro.

Irônico.

-Qual é o seu problema com o Queijo? –meu irmão rebateu com uma pergunta.

-Pessoas normais não colocam o nome de algum derivado do leite em seus animais de estimação.

-Por favor, Erick, não implica com o seu irmão. –pediu minha mãe, impedindo que eu continuasse a falar alguma coisa–O cachorro é dele. Se ele quiser batizá-lo de Queijo, ele se chamará assim. Estou cansada, não comecem a discutir.

-Ele deveria se chamar Osmar. –murmurei, me referindo ao nome do nosso pai.

-Apesar de ter ouvido isso, vou fingir que não ouvi. –disse minha mãe estacionando o carro, só então percebi que havíamos chegado. –É aqui. –ela conferia a foto do prédio no seu celular.

Ainda no veículo, observei o grande prédio ao meu lado. Ele era coberto de azulejos marrons que podiam ser facilmente confundidos com preto de tão escuros. Um letreiro em dourado ilustrava o nome do residencial que era cercado por uma grade de pontas pontiagudas, além de um gramado cobrindo boa parte da área principal. Saí do carro para observar melhor, e mais ao lado pude ver a entrada da garagem: um portão também marrom escuro, com aquelas típicas luzinhas vermelha e amarela piscando.

O lugar batia uma brisa, o cheiro e o clima me transportava para...

-Tem uma praia aqui perto? –perguntei para a minha mãe.

-A praia de Iracema fica bem aqui atrás. –ela respondeu, abrindo a mala do carro –Você pode me dar uma mãozinha aqui?

Permaneci em silêncio e fiquei encarando o prédio, enquanto minha mãe me entregava algumas caixas para que eu as carregasse. Aquele prédio me transmitia alguma coisa. Não sei descrever a sensação, mas acho que seria algo tipo quando a garota perfeita e o garoto perfeito se apaixonam naquelas histórias que as pessoas publicavam nas comunidades do Orkut. Eu sentia o meu peito pressionando o meu coração, como se alguém o manipulasse. Espero que seja um infarto se aproximando.

-Pronto, você pode ir subindo com essas. –minha mãe deu um tapinha nas caixas, dando sinal para que eu entrasse no prédio. –Apartamento 402. –e então colocou as chaves do apartamento no meu bolso.

Balancei a cabeça e fui andando e tentando, na medida do possível, enxergar os obstáculos, pois algumas caixas estavam atrapalhando minha visão. Subi os degraus que levavam ao portão principal e, com bastante esforço, tentei abri-lo ao mesmo tempo em que segurava as caixas. O portão abriu, e eu entrei, mas bati de frente com alguém.

-Wow! –exclamou a pessoa com quem esbarrei –Cuidado aí. – era uma voz masculina. Ele riu.

Tirei a caixa da frente do meu rosto e me deparei com um garoto moreno, rosto triangular e fino, que deixavam seu maxilar bem desenhado, seus olhos eram de um azul piscina e os cabelos castanhos estavam na altura do ombro. Não que eu tenha reparado muito nele, é um garoto normal. Estava trajando uma regata preta e um short azul piscina com havaianas.

-Você não viu que eu estava passando com as caixas? –perguntei, meio irritado.

-Vi. –ele respondeu tranquilamente –Eu até ia te oferecer ajuda, foi por isso que abri o portão. Só que você já foi log entrando.

-Fui eu quem abriu o portão. –rebati.

-Acho que não. –ele sorriu e balançou algumas chaves diante dos meus olhos.

Respirei fundo e fechei a cara para o garoto. Ele abriu a boca para falar algo, mas um homem alto, cabelos brancos, rosto redondo e com um pouco de barriga apareceu e colocou a mão sobre o seu ombro.

-O que houve? –perguntou o cara mais velho, suponho que seja o pai do garoto.

-Acho que temos gente nova. –respondeu o cabeludo, me secando com os olhos.

O homem abriu um sorriso.

-Ora, então seja educado e ofereça ajuda. –disse animado e olhou em direção a minha mãe, que subia com mais coisas –Boa tarde, senhorita.

-Oh, boa tarde! –minha mãe tentou arrumar os cabelos negros e sorriu.

-Devem ser os novos moradores do prédio? Fiquei sabendo que receberíamos gente nova.

-Sim, sim! Eu e meus filhos acabamos de chegar de Campinas.

-São Paulo! –bradou o homem –É um bom lugar, mas nada que me tire da minha bela Fortaleza. Eu nasci em Recife, mas este lugar aqui me acolheu de uma maneira que não consigo explicar.

-Já passei uma temporada em Recife.

-Mais que falta de educação a minha! Deixe-me ajuda-la com isso. –o rapaz pegou as caixas da mão da minha mãe.

-Não precisa se incomodar. –minha mãe se adiantou.

-Não será um incomodo, estamos apenas dando as boas-vindas! –ele sorriu e olhou para o garoto que ainda me encarava –Este é o meu filho Helliot e eu me chamo Carlos. Carlos Muniz. Somos só eu e ele por aqui desde que a minha esposa faleceu.

-Oh, que pena! –disse minha mãe –Eu me chamo Amanda Medeiros, esse é o Erick e o pequenino aqui é o Dimas.

-Como vão, garotos? –Carlos perguntou.

-Estamos bem. –respondi.

-Eu quero mijar. –Dimas diz.

Minha mãe riu envergonhada enquanto Carlos e Helliot davam risada.

-Então vamos subindo. –Carlos disse –Helliot, ajude o Erick, sim?

-Certo, pai. –o garoto sorriu para mim.

Minha mãe, Carlos e Dimas subiram na frente, deixando eu e o Helliot sozinhos.

Ele se aproximou de mim e quando foi pegar algumas caixas colocou suas mãos sobre as minhas, creio que propositalmente. Puxei minha mão rápido.

-Tem mais na mala do carro. –disse fazendo um aceno com a cabeça para o nosso carro estacionado em frente ao prédio.

-Você é difícil, hein. –ele arqueou uma sobrancelha.

-Garoto, você tá se sugerindo para mim?

Ele deu de ombros e abriu mais o sorriso.

-Te achei gatinho, você não me achou atraente?

Joguei as caixas em seus braços.

-Pode deixar que eu pego as que tem no carro. –disse descendo os degraus e indo em direção ao automóvel.

Ok, eu acabei de chegar na vizinhança e tem um garoto afim de ficar comigo. Eu realmente espero que a sensação que estou sentindo seja a de um infarto.  



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