História Errado e Possessivo - ¤ Fifteen ¤

Desespero

Essa palavra está presente em meu psicológico nesses últimos minutos,ainda estava com o corpo de Justine nos braços só que agora ela estava dentro do carro,seus pulsos tinham um pano qualquer que Margarida encontrou,ela estava tão aflita como eu.Minhas mãos suavam e a preocupação juntamente com o medo tomava conta de mim,segurar aquele corpo gelado e extremamente branco em meus braços era horrível e mais horrível ainda era a sensação que eu sentia,sensação de que eu tudo está dando errado.Eu não devia,não devia ter feito nada disso,por causa dos meus atos impulsivos Justine,a pessoa que passei amar recente,está quase…quase Morta.

Pois é,eu já estava aprendendo a amar novamente.Ferrei com a minha vida,ela ferrou com a minha vida.Eu estava sendo consumido pela culpa e sem perceber as lágrimas corriam livremente pelo meu rosto eu a abraçava como se eu quisesse transmitir algo pra ela,como se eu quisesse fundir nossos corpos.Eu sentia uma grande repulsa de mim mesmo era como se o meu próprio corpo quisesse expulsar o meu psicológico e com esses pensamentos o meu estômago revirava dentro de mim,tudo o que eu sentia de mim mesmo era nojo,nojo das minhas atitudes,nojo das minhas escolhas,nojo da minha fraca maturidade,nojo do meu próprio ser.

Ainda agarrado ao corpo gélido de Justine,corri em direção a entrada daquele enorme preprédio branco,pessoas me olharam estanho assim que pisei dentro do prédi,talvez por eu estar sujo de sangue com uma garota em meus braços.

-POR FAVOR,AQUI!É UMA EMERGÊNCIA!-Gritei e logo alguns enfermeiros surgiram com uma maca e a levaram pra longe de mim.

-Se quiser,pode esperar sentado aqui.Virei aqui conversar com você daqui a pouco e qualquer coisa você será avisado.

O doutor disse e logo depois saiu correndo para seguir os outros enfermeiros,sentei em uma daquelas poltronas desconfortáveis.Um aperto no meu coração se fez presente,doía mais que qualquer coisa aquela sensação e olhando o meu estado eu pude constatar que aquilo realmente estava acontecendo,eu estava deplorável.Margarida ao meu lado não parava um segundo de chorar,tanto que eu a mandei ir pra casa descansar um pouco.Observava atentamente aquelas pessoas indo e vindo e aquela correria só me deixava mais agitado,pacientes chegando a todo momento ela médicos transitando rapidamente.Minha perna chacoalhava involuntariamente em demonstração de nervosismo e impaciência.Eu não ia durar mais nenhum segundo naquele lugar.

(…)

Passaram mais de quarenta minutos e nenhuma notícia sobre Justine,absolutamente nada.A impaciência junto com o medo e a insegurança estavam presentes como se fosse uma sombra que me abraçava fortemente naquele momento,mas logo isso passou quando puder ver o doutor que estava cuidando de Justine adentrou rapidamente aquela sala,seus olhos estavam perdidos e a palavra "preocupação" estava escrita em sua testa.

-Responsável pela moça com os pulsos cortados?-acenti com a cabeça-Vamos nos sentar,Ok?-sentamos

-Primeiro eu queria saber o que houve?Ela chegou aqui extremamente machucada.

-E-e-eu não s-sei!-menti

-Eu devo te alertar,o que quadro dela é extremamente delicado.Devido aos ferimentos em todo o seu corpo ela pegou uma infecção que estamos agora mesmo tentando deixar que não se alastre.-minhas chicotadas causaram isso-Além disso,uma de suas costelas está quebrada e por pouco não houve uma perfuração nos órgãos.-meus chutes causaram isso-E seus pulsos estão profundamente feridos,ela perdeu bastante sangue e sua anemia só a deixou mais fraca,durante os procedimentos ela acordou agitada e balbuciou algo totalmente desconexo.

Respirei fundo e prendi o choro que viria em poucos segundos,aquilo era demais até pra mim.

-Um de nossos psicólogos a observou e disse que a mente dela está perturbada,disse que ela está em processo de rejeição psicológica.O coração dela está bem fraquinho assim como sua respiração bem falha.-Ele terminou e eu apenas chorei diante aquela situação,eu causei tudo isso em uma única pessoa,apenas eu.

-Onde ela está?Eu quero ver Justine!-eu disse.

-Me acompanhe,ela ainda está desmaiada.Mas logo acorda.Pode entrar e não demore.

O médico saiu e eu apenas entrei naquele quarto dando de cara com uma pessoa totalmente diferente da minha Justine,a pele tão branca quanto as paredes daquele quarto,olheiras profundas e por todo o seu corpo havia ematomas e esparadrapos,faixas em ambos os pulsos.Eu me desmanchei em lágrimas naquele exato momento,meu peito doía e minhas pernas tremiam juntamente com o meu queixo,eu soluçava auto.

-Eu sinto tanto Justine.Não tem nada mais para ser dito e nem discutido.Eu pedi por isso, insisti por isso,implorei a mim mesmo que não chegasse ao ponto que cheguei,não era preciso essas atitudes tão imaturas e horrendas que acabei por fazer,nada disso era preciso.Se você soubesse o tamanho da repulsa que sinto do meu próprio ser,se você soubesse da angústia presente no gelo que eu particularmente chamo de coração você veria o que eu realmente sinto.Adimitir que eu estou te amando e aprendendo a amar todos os dias é uma ação complicada pra mim,não suporto desenvolver tais sentimentos por alguém ainda mais quando esse alguém é um meio irmão.Fui idiota o bastante para colocar tudo a perder e minha atitude monstruosa contra você foi algo tão impensável,eu não queria que estivesse aqui e que se possível fosse eu em seu lugar.Te deixar naquele quarto logo depois de ter quase tirado a sua vida,foi algo tão natural era como se nada tivesse acontecido naquele momento,era como se eu apenas estivesse vivendo a minha vida normalmente.Um pouco pertubado com os meus próprios pensamentos eu voltei para casa e acabei te encontrando,foi como um baque e um misto de emoções ruins em meu peito e foi naquele exato segundo que me toquei no que fiz…Foi naquele momento que me repudiei por ser tão cruel…Mas se eu tivesse coragem o suficiente,as coragem que eu tive pra te bater,eu falaria olhando em seus olhos tão lindos o quanto eu te amo…-eu toquei em seu braço.

Logo um som alto saiu de entro um dos aparelhos que estava ligado à ela é logo depois uma linha reta se traçou em um dos monitores.Eu sabia o que estava acontecendo.

-ME AJUDEM POR FAVOR!-Gritei e logo médicos e enfermeiros surgiram ali,fui arrastado contra a minha vontade pra fora do quarto enquanto via o corpo de Justine subir e descer ao receber descargas elétricas em seu peito.