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História Erros do passado - Medo de te perder


Escrita por: Aliciadarcy

Notas do Autor


Boa noite!
Aqui está mais um capítulo de Erros do passado.
Espero que gostem.

Capítulo 6 - Medo de te perder


Fanfic / Fanfiction Erros do passado - Medo de te perder

 

 

Enquanto seguia pela Freedom Avenue em seu carro Mercedes, Lucy Lawless observava a paisagem urbana pela lateral esquerda do banco do passageiro acompanhada de sua amiga Hellen e Arnold que dirigia numa velocidade constante.

Atrás do seu veículo, um carro Toyota, negro, trazia cinco agentes do FBI munidos de pistolas automáticas e duas metralhadoras. Entre eles estava o detetive Mark Pellegrino. Havia ainda mais três escoltas policiais nas redondezas do correio Fox, aguardando-os e vigiando os arredores do lugar.

— Meu menino! Sinto tanto a sua falta!

Os pensamentos da mulher eram um mar revolto de tristeza. Seu peito doía. Respirava irregularmente. A angústia crescia dentro de si. Pensava em seu filho e no que podia acontecer de mal a ele. Jared era apenas uma criança.

— Deus! Proteja a minha criança! Não deixe que nenhum mal lhe aconteça, senhor!

A cada rua dobrada, a cada curva na estrada, sentia-se mais e mais perto de algo. Um lampejo de esperança, quem sabe. Uma luz no fim do túnel ou mesmo um "sopro divino". Agarrava-se a qualquer possibilidade não humana, pois quem sabe assim Deus olharia para sua dor e lhe devolveria seu rebento.

— Eu não devia ter errado como errei com você, Jay! Eu não devia! Deus, não me tire a oportunidade de reconquistar meu filho! Devolva-o para mim! Eu lhe imploro!

Absorta em seus pensamentos, não percebeu quando o carro parou. Hellen chamou-lhe a atenção. Sua voz não era menos triste que a de Lucy.

— Lucy, querida! Chegamos!

A senhora Lawless a olhou assustada, visivelmente aflita. Em seu olhar era nítida a sombra da preocupação.

— Chegamos? – Perguntou num fio de voz, prestando atenção pela primeira vez na mulher ao seu lado, desde que tinha entrado no carro. - Então o que você está esperando parada desse jeito? Vamos Hellen! – Afirmou séria.

Uma batida na lateral esquerda do carro chamou a atenção das duas mulheres. Arnold desceu do carro e abriu a porta revelando sua expressão séria e centrada.

— Senhoras, mudança de planos. As duas permaneceram me aguardando no carro.

J2

A zona rural de Sioux Falls era fria apesar do forte sol de agosto. À noite ventos gélidos e queda de temperatura circundavam o ar espesso daquele lugar, fazendo do ato de se agasalhar antes de dormir uma questão de saúde.

Depois de ouvir o que Danneel tinha dito, Jared deitou em sua decrépita cama, abraçando-se e chorando pela segunda vez naquela noite, pois as lágrimas teimavam em cair de seus olhos desde que fora sequestrado. O que era uma verdadeira luta, pois não queria se mostrar tão fraco e frágil diante de seus sequestradores.

Sentia-se cada vez mais só. Temia nunca mais ver sua família. Infelizmente isso não era o pior. A tristeza e a falta de alimentação exauriram seu corpo resultando em uma perda completa de sentidos. O frio rigoroso prejudicou ainda mais seu estado. Quase uma hora após desfalecer, o garoto ardia em febre e balbuciava palavras incompreensíveis. Permaneceu assim durante toda a noite.

— Menino, trouxe o seu café da manhã!

Collins entrou no quarto após abrir a porta abruptamente. O homem observou o mais jovem por trás da escura máscara em nylon, cujos olhos azuis encontraram foco nos movimentos mínimos e descoordenados do cativo.

Padalecki movimentava vez ou outra a cabeça enquanto resmungava. Continuava na mesma posição em que ficara na noite anterior, abraçado ao próprio corpo, de costas para a porta.

— Levante-se Jared! Não tenho tempo para pirraças de um fedelho, riquinho e mimado, como você.

Visivelmente irritado, levantou a voz julgando ser apenas birra do adolescente. Acreditara nas palavras que Ackles lhe dissera sobre o fato de o garoto não se alimentar, mal sabendo que as mesmas palavras eram apenas um disfarce do líder, na tentativa de esconder a preocupação que sentia com o bem estar do adolescente desde que o feriu por acidente quando o sequestrou.

— LEVANTE-SE! – Esperou por uma reação da parte do adolescente, mas nada aconteceu. Resolveu tentar mais uma vez antes de se aproximar do garoto e lhe chacoalhar.. – AGORA!

Perdeu a paciência gritando com o menino ao mesmo tempo em que se aproximou mais dele deixando a bandeja com alimentos sobre o criado mudo, mas Jared não respondeu a sua ordem e continuava a balbuciar palavras incoerentes. Misha o ouviu melhor ao se aproximar e pensou que sua autoridade estava sendo menosprezada.

— Garoto petulante... – Resmungou profundamente irritado.

O restante das ofensas morreu em sua garganta ao segurar com força o pulso do garoto e constatar seu estado febril. Pensou se talvez as estranhas palavras que ouvia não eram palavras debochadas, mas vocábulos soltos e esporádicos de alguém que delirava devido à febre.

— Santo Deus!

Deu a volta ficando de frente para ele. Ajoelhou-se no chão pondo-se ao seu lado. Aproximou o ouvido de seus lábios.

— Hellen... Amo... Volta... Mamãe...

Apesar da frieza natural eminente em um bandido, a preocupação da noite passada voltou aos seus pensamentos ao ouvir aquelas poucas palavras. Não que estivesse realmente preocupado com o garoto, mas o fato de que todos os membros da quadrilha Dark Moon seriam acusados de assassinato e o que era ainda pior: assassinato de uma criança, não lhe passava despercebido.

Tomado pelo medo e pensamentos atordoantes, Misha se desequilibrou caindo sentado. Temeu a possibilidade de o menino chegar a falecer.

— Merda, merda, merda!

Sentado no chão com as pernas para frente, apoiava-se nos braços buscando apoio para levantar. O medo era nítido em seu semblante pálido, cujos olhos esbugalhados observavam em choque o rosto cada vez mais suado do adolescente. Seu peito subia e descia tentando controlar sua respiração acelerada.

— Collins, que demora é essa para...

Mas Jensen perdeu, momentaneamente, o poder de falar assim que viu Misha com Jared nos braços. Decidira ir atrás dele ao notar a demora de Collins no quarto em que estava o garoto. Jensen parou na porta não gostando nada do que estava vendo.

De repente, sentiu-se mal humorado, muito mal humorado. E a culpa era toda do homem a sua frente..

— O que está acontecendo aqui? – Perguntou friamente, ignorando o olhar assustado do subordinado.

J2

Agência dos correios Fox, Salem, Indiana, 07h45min da manhã.

— Como assim mudança de planos? O senhor não pode simplesmente decidir que não iremos mais e pronto! Esqueceu que Jared é meu filho?

O desespero da mulher era genuíno. Entendia o trabalho da polícia e prometera ajudar em tudo que quisessem, mas isso era demais! Era seu filho nas mãos daqueles sequestradores e não iria baixar a cabeça para isso... Não mesmo. Jared era seu filho! Seu único filho. Não iria desistir tão fácil assim.

— Detetive Mark Pellegrino, Hellen e eu vamos e o senhor não vai nos impedir!

— Não temos tempo para discussões, senhoras! – Afirmou, enquanto se munia de paciência. – No caminho de volta eu lhes explicarei tudo. Por enquanto...

— Por enquanto o senhor nos deixará ir juntas. Prometemos não atrapalhar, detetive. Por favor! Eu criei aquele menino como meu próprio filho! Como acha que eu e a Lucy nos sentiremos se não nos deixar a par de todas as informações que surgirem, hein?

O homem as olhava fixamente enquanto sua mente pesava os prós e contras das duas mulheres seguirem-no a cada nova informação sobre o garoto. Desde que a mãe de Jared recebera a ligação do sequestrador, havia planejado deixá-la de fora. Temia se tratar de uma armadilha contra a polícia ou mesmo retaliação dos bandidos que talvez soubessem da união da polícia local com o FBI na busca para recuperar o garoto e prendê-los.

— Escutem-me — Pediu com calma. — Já pensaram na possibilidade de ser uma armadilha contra a polícia ou até mesmo ser uma retaliação contra a senhora por ter levado o caso à polícia? — Falou a última parte olhando nos olhos da senhora Lawless.

— Eu não me importo e minha amiga Hellen também não! — Falou com convicção.

— Mas eu me importo! Não quero salvar seu filho arriscando sua vida ou a de sua amiga. Então...

A morena levantando calmamente pôs-se de frente ao detetive, segurando em suas mãos. Mesmo sem fazer pressão, ele sentiu o quão macias e delicadas elas eram apesar da aparência serena e gentil da mulher.

— Pellegrino... Posso lhe chamar assim? — Perguntou indecisa antes de continuar. — Sim, claro que sim! — Respondeu nervoso. — Pellegrino, o senhor tem filhos ou cuida de alguém que esteja vinte e quatro horas sob sua responsabilidade?

— Por favor, Lucy!

— Apenas responda a pergunta, detetive. — A voz da mulher não continha um mínimo de irritação, apesar do seu estado de espírito atual.

— Não! Não tenho filhos e sou responsável apenas por mim mesmo. Nunca tive ninguém para cuidar ou proteger além daqueles que salvo dos criminosos como é o caso do seu filho.

— Então não sabe o que é o medo de perder alguém que se ama, não sabe o que é perder uma parte importante de você. Jared é um amor que a vida me deu, detetive. Ele, junto com meus amigos é o motivo pelo qual superei todos os sofrimentos pelos quais passei e os erros que cometi. Encontrá-lo além de ser uma questão de amor é também uma questão de perdão por que... Por que...

As lembranças vieram a sua mente. O mal que escondera no passado quase a levou a perder seu filho. Naquela época se a criança não tivesse Hellen para criá-lo como ela o criou, teria perdido seu menino e esse erro a estaria atormentando hoje em dia, tal qual um fantasma sedento pelo desejo da vida que se foi.

— Vamos resgatar seu filho, juntos. Eu lhe prometo ok?

Ao dizer palavras de conforto Mark soltou uma de suas mãos das de Lucy, deslizando-a pelo rosto dela. Secou-lhe as lágrimas oferecendo-lhe em seguida um sorriso sincero, singelo, acompanhado por um beijo em sua mão. Soltou-a delicadamente dando em seguida a ordem aos seus comandados:

— Agentes! Hora de agir! Vamos seguir com o plano!

Lucy Lawless e Hellen Harvelly seguiram juntos com o detetive Pellegrino e mais dois agentes entrando na agência do correio Fox enquanto os outros dois montaram uma disfarçada vigília na entrada sob os olhares dos outros companheiros que chegaram e revisaram o local, duas horas antes do combinado pelos bandidos. Imaginaram que os pegariam de surpresa. Ledo engano. Mesmo antes do sequestro do garoto, o bilhete já estava lá e Danneel o mudara um dia após o sequestro do mesmo.

Os três agentes e as duas mulheres, após obterem informação na recepção, seguiram por um corredor estreito em ferro maciço. Nos fundos havia uma porta blindada cujo acesso precisava da digital do gerente.

O homem foi chamado pelo segurança do lugar que de imediato permitiu o acesso, pois o motivo de sua ajuda lhe foi explicado no dia anterior, quando a senhora Lawless recebeu a ligação.

— Encontrei! É essa aqui! Sessão reservada número 139. — Hellen falou empolgada.

A sessão reservada abrigava pertences valiosos de ricos e famosos da cidade de Albuquerque há mais de cento e dez anos. Fora inaugurada dois anos após a construção do correio.

Pessoas de todo o estado do Novo México viajavam horas para usufruírem dos serviços do famoso lugar, conhecido também como Star Point, devido a sua procura por pessoas influentes.

Os cincos sabiam sobre essas e outras curiosidades sobre o Fox. O que não sabiam era que o garoto Jared estava em outro estado bem distante do Novo México e que o lugar fora escolhido visando despistar a polícia enquanto os membros da Dark Moon preparavam-se para irem para o próximo e definitivo esconderijo até o fim do seqüestro.

— Por favor! O senhor não vai ler para nós o que tem escrito nesse papel?

Pellegrino olhava fixamente para a folha de papel ofício dourada em suas mãos. Suas costas largas tomavam a visão das duas mulheres e dos três homens que o acompanhava, ambos atrás de si.

— Pelo amor de Deus! É alguma pista do Jared?

Hellen perguntou impaciente pela segunda vez, conseguindo a atenção do oficial que entregou o papel para Lucy. E, ao lê-lo...

— Meu Deus! Não!

Largou a folha no chão abraçando-se com Hellen. As duas choravam juntas.

— "A perseverança é um dom, o amor mais ainda, mas viver é um privilégio. Não espere pela vida do seu filho, pois eu lhe roubarei a perseverança, o amor e seu privilégio..."

J2

— RESPONDA COLLINS! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

Gritou nitidamente irritado por encontrar seu subordinado em situação suspeita.

— Jensen! Ele... Ele... O menino...

O moreno gaguejava e olhava nervoso para o menino em seus braços.

— Pare de gaguejar homem!

Ackles foi de encontro ao comparsa, estendendo-lhe as mãos para retirar o moreno dos seus braços. No entanto, ao sentir a alta temperatura que vinha de seu corpo...

—Misha! O garoto! Ele está doente! — Exclamou preocupado.

— Era isso o que eu estava tentando lhe dizer! Ele está ardendo em febre!

O medo se apossou dos pensamentos do loiro em fração de segundos. Quisera acreditar que se tratava apenas de uma simples birra de criança acostumada a ter tudo o que queria e na hora que queria, mas não. Ignorou a voz dentro de si que gritava para tratar melhor aquele que agora agonizava sob a comoção da febre e inconsciência. Não tinha palavras para explicar o medo que o dominou.

—Jared! Acorda! Acorda garoto!

A voz de Jensen tremia levemente. Misha não pareceu notar, pois continuava com o semblante de quem viu uma assombração.

— Não, não, não! Eu prometi que iria te proteger, criança! Acorda Jared!

Pensava enquanto colocava a mão esquerda no bolso de seu jeans escuro retirando uma chave prateada de dentro dele. Soltou os pulsos de Jared, erguendo-o dos braços de Collins, com cuidado, acomodando-o em seus próprios braços.

— Depressa, Collins! Providencie água limpa, fria e me traga o kit de primeiros socorros!

— Tudo bem! Mas para onde você vai levá-lo, Jensen? — havia uma curiosidade indisfarçável na pergunta do outro.

— Vou cuidar dele no meu quarto. Avise aos outros que, por enquanto, não partiremos para o próximo esconderijo.

Continua...

NB: É agora! As coisas estão começando a ficar quentes... Espero que o Jen cuide do Jay bem direitinho, todos nós queremos isso, não é? Imagine o Jensen tendo que tirar a roupa do Jay para passar o paninho molhado por todo o corpo do garoto... É! Isso aí, suas mentes poluídas, kkkkk.

 


Notas Finais


É, agora as coisas vão começar a ficar quente. Espero que o Jen cuide do Jay bem direitinho. Será?
Pessoal, os próximos capítulos podem sair mais rápido, mas preciso do incentivo de vocês.
Agradeço imensamente à todos que favoritaram minhas duas fics, mas que tal comentá-las? Faria-me imensamente feliz!
Beijos e um excelente fim de semana.


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