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História Erros do passado - O sofrimento dos que amam


Escrita por: Aliciadarcy

Notas do Autor


Boa noite!
Espero que gostem desse próximo capítulo de Erros.
Boa leitura!

Capítulo 8 - O sofrimento dos que amam


Fanfic / Fanfiction Erros do passado - O sofrimento dos que amam

Jensen tinha seu rosto próximo ao do garoto, enquanto seus lábios se entreabriam e se aproximavam dos dele. Fechou os olhos sem perceber, quase sem se dar conta do beijo que se anunciava, a excitação crescendo, até que...

— Hellen... Hellen... — a voz chorosa do menino chamou-lhe de volta à realidade. Abriu os olhos assustado. Seu rosto a centímetros do outro.

— "Meu Deus! O... O que eu ia fazer?"

Perguntou para si mesmo, ciente do seu ato desesperado. Afastou suas mãos rapidamente do garoto, olhando-o atônito. E, de repente, ele percebeu, estava perdendo a cabeça. Jared estava fazendo-o perder o controle da situação.

— E-Eu... Eu o estava tocando? Ia beijá-lo?

Balançou a cabeça em negativa, suspirando com pesar. Um sorriso desdenhoso brincou em seus lábios.

— Eu devo estar muito estressado. Só pode!

Continuava com seu monólogo, ainda incrédulo com o que quase fizera. Caminhou em direção à pequena janela afugentando as perguntas que surgiam em sua mente. De repente, uma forte corrente de ar soprou em seu rosto como uma doce carícia. Olhou novamente para o menino inerte sobre a cama e sentiu algo dentro de si se agitar.

— Acho que o fato do Misha ter interrompido o que seria mais uma transa com Danneel, afetou não só o meu corpo, mas o meu cérebro também. — pensou.

— Humm... Humm...

Jared gemeu, tirando-o de seus pensamentos. Ainda olhando-o, caminhou novamente até ele, sentando-se ao seu lado. Pôs a mão sobre sua testa suada.

— E essa febre que não passa, Jay! O que você tem? 

Era a terceira vez que, sem perceber, o chamava assim e que o tocava gentilmente depois que ele perdeu a consciência. Estava preocupado, mas não com o fato de uma possível acusação de assassinato. Queria aquele garoto vivo e bem e cuidaria para que isso acontecesse.

— Eu vou cuidar de você! Eu não... — parou de repente de falar. Uma possibilidade se desenhava em sua mente.

—... Puta merda! Como não me dei conta antes?! — levantou bruscamente indo em direção à porta. Abriu-a com força gritando pelo amigo.

— MISHA! — sua voz soou seca e determinada nos cômodos, até então vazios, da velha casa.

— Jensen?— perguntou num fio de voz, um tanto quanto assustado – Aconteceu alguma coisa? — Collins perguntou receoso. Correra de onde estava ao ouvir o grito do líder.

— Higienize e esterilize meu quarto. Também vede a passagem do ar pela janela.

— Tudo bem! Posso perguntar por quê?

— Faça apenas o que estou lhe mandando. Você tem quinze minutos, entendeu?

O homem confirmou com um aceno de cabeça. Porém, antes de sair, Jensen o segurou pelo braço:

— Diga ao Jake que preciso dele aqui.

— Você terá tudo que pediu.

Misha respondeu de imediato e saiu. Ackles entrou novamente no quarto, fechando a porta atrás de si. Caminhou a passos largos até o garoto, tomando-o com cuidado em seus braços.

xxx

Às vezes pensamos que aqueles que amamos estão protegidos pelo calor dos nossos sentimentos já que estão refugiados no casulo dos cuidados que lhe dedicamos. E, quando alguém ou algo consegue atravessar as barreiras de proteção do amor incondicional que sentimos, a vida torna-se sufocante fazendo do ato de seguir sozinho, a cada dia, um novo tormento para uma busca que parece sem fim: salvar da escuridão aqueles que por algum laço, são parte de nossa alma.

Os pensamentos de Luci eram um mar transparente de tristeza e angústia. Seu "mundo particular", mesmo não sendo perfeito, ruiu, quando o filho amado afastou-se de seus braços. E o pior: talvez ele achasse que não tinha nenhum valor significativo para ela quando na verdade o simples fato de existir fazia tudo ao seu redor valer à pena. Ela nem sequer teve tempo de dizer isso ao seu amado menino.

— Senhora Lawless? — a voz do detetive Pelegrino soou preocupada.

— Senhora Lawless! — insistiu o homem.

— Luci...

A última tentativa de chamar a atenção da mulher foi suave e gentil. Ela voltou sua atenção para ele, desencostando o rosto do vidro escuro do carro. Seu semblante era uma moldura manchada por lágrimas secas e seus olhos vermelhos denunciavam o quanto essas mesmas lágrimas lhe incomodavam.

— Nós já chegamos ao hotel, senhora!

Após receber um olhar de compreensão dela, Mark Pelegrino desceu do carro abrindo a porta do passageiro, ajudando-a a descer do veículo. Hellen e o policial Jason desceram em seguida. Ambos estavam no banco do carona.

— Lú, querida! O que você tem? — Hellen perguntou preocupada, observando o rosto apático da amiga.

Sem conseguir responder, a morena caiu novamente em prantos cobrindo o rosto com as duas mãos ignorando os pedestres que passavam na calçada olhando a cena com incontida curiosidade. Afinal, ela era uma figura pública.

— Ei! Tenha calma! Eu lhe prometi que traria seu filho são e salvo! Lembra?

Lawless foi abraçada pelo detetive que teve seu gesto retribuído de imediato. Ao mesmo tempo, ele lhe sussurrava palavras de conforto lembrando-a da promessa que pretendia cumprir.

— Shhh! Vai ficar tudo bem! Acredite! — abraçava-a afagando suas costas.

— Estou... Estou com tanto medo, Mark! E se eles cumprirem a promessa?

— Luci, entenda... — tentou falar mais uma vez, mas a voz nervosa da atriz o interrompeu.

—... E se eu nunca mais ver o meu menino? O que eu vou fazer? Eu não consigo...

O homem afrouxou o abraço pondo um dedo nos lábios dela. Em seguida, falou com convicção:

— Eu lhe fiz uma promessa e pretendo cumpri-la. Trarei seu filho de volta e aqueles desgraçados fizeram seu último sequestro. Acredite em mim! — pronunciou cada palavra olhando-a nos olhos. Passando firmeza e segurança.

A mulher não disse nada. Não sabia o que dizer. Uma parte de si acreditava na determinação e força do homem que agora a retinha em um abraço caloroso. A outra parte insistia em lhe arrancar qualquer vestígio de esperança e fé, aumentando-lhe o medo de não mais ver o seu rebento, seu filho querido.

— Eu sei que deveria ser mais forte. Até achei que poderia ser mais forte. É só que... Eu...

— Não se imagina sem aquele que você tanto ama, não é? — Pellegrino pronunciou as palavras, olhando-a contemplativo. Ele a entendia.

— Olhe, como eu já disse, nunca tive esposa e filho. Meus pais ainda estão vivos e mesmo idosos, ainda vivem juntos e muito unidos, sob os cuidados de minha irmã caçula, em Oklahoma. Então, nunca perdi alguém que amava ou tentaram contra a vida de alguns dos meus. Não sei como é a dor que você está sentindo. No entanto, o que sei, é que não vou deixar aqueles desgraçados ceifarem a vida do seu menino. Você não vai perdê-lo, Luci!

A mulher deu um longo suspiro, deixando que aquelas simples, mas sinceras palavras invadissem sua alma. Elas transmitiam um calor gostoso, uma quietude libertadora, algo que afagava os seus sentidos e lhe devolvia a paz, temporariamente "roubada" de sua vida.

— Obrigada! Obrigada por sua determinação. Por favor, traga meu filho de volta! Traga o meu menino!

Pellegrino abraçou-a mais uma vez, antes de soltá-la, olhando incisivo para Hellen, falando convicto:

— Fique com ela, senhora Harvelle. Eu não tomarei seu depoimento hoje pela manhã, muito menos na delegacia. Apenas do motorista.

— Eu quero ajudar! Eu... — o homem levantou a mão em um pedido mudo para que Hellen continuasse a ouvi-lo.

—... À tarde eu retornarei ao hotel. Tomarei seu depoimento sob a escrita do escrivão. Não se preocupe com isso. Apenas, não a deixe só, sob hipótese nenhuma.

Hellen lhe sorriu em resposta abraçando Luci pelos ombros guiando-a ao interior do hotel em que estavam hospedadas, pois a atriz pedira uma semana de folga das gravações. Conseguira um atestado falso, alegando começo de pneumonia. Ironicamente, sem saber, seu rebento realmente padecia sob o estágio inicial da doença.

— O senhor se preocupa realmente com ela, senhor! — a voz de Jason transparecia apreensão. Sem olhar para ele, ainda tendo Lawless em seu campo de visão, Mark respondeu:

— Ninguém merece sofrer a perda de um ente amado, Jason. Principalmente ela.

J2

O quarto de Jensen fora reorganizado conforme pedira. Um lençol na cama foi posto, um edredom macio sobreposto sobre o mesmo para cobrir o adolescente, a poeira do local e dos escassos móveis, aspirada por um mini aspirador e a única janela do cômodo, fechada e lacrada com fita adesiva.

Collins contou com a ajuda de Chad e Wellington para cumprir as ordens de Jensen enquanto Jack Abbel, seu melhor aprendiz no trato a pessoas doentes, e Danneel, a contragosto e em seu próprio quarto, ajudavam-no com o adolescente enfermo. A mulher terminou de despí-lo, vestindo em seguida outro macacão, limpo e confortável, sobrepondo à vestimenta, um suéter de linho grosso e calçando meias felpudas em seus pés. Depois, Jared foi levado novamente para o quarto de Jensen, sendo deitado na cama e coberto com o macio edredom. Os três tinham máscaras protetoras no rosto.

— Jensen, e se por acaso ele não estiver com pneumonia? — Jake perguntou duvidoso sobre a medicação aplicada no menino.

— Esse antibiótico vai reagir contra a bactéria da pneumonia ou da meningite. Não há como ter certeza de qual das duas ele contraiu, já que não temos condições de fazer exames para ter um diagnóstico detalhado.

— Só porque você é médico, não significa que o que o pirralho sonso tenha seja problema seu. — Harris enfatizou a palavra médico ao "cuspir" seu veneno.

— Não se preocupe querida! Não pense que esqueci a transa que não tivemos por interrupção do Misha. Quando o cativo estiver melhor, deixá-lo-ei sob os cuidados do Abbel enquanto te dou um trato. — Respondeu à provocação da ruiva com as palavras certas, sorrindo de lado e piscando para ela.

— COMO SE ATREVE...

— Precisa de mais alguma coisa, Ackles? — o comparsa perguntou calmo depois que segurou Danneel com força lhe tapando a boca antes que ela pudesse criar problemas, para si mesma e seu irmão que, certamente, a defenderia.

— Sim! Peça ao Collins que prepare essa sopa para o garoto. Apenas ele. — entregou um papel pequeno ao rapaz contendo ingrediente simples e naturais para o preparo de uma sopa fortificante.

— Direi e quando estiver pronta ele mesmo a trará.

O jovem saiu arrastando a ruiva consigo. Ela olhava furiosa para Ackles e, mesmo impossibilitada de falar e se mexer, transmitia pelo olhar a raiva crescente. Em sua mente fora trocada pelo adolescente desde que Jensen cuidou dele após feri-lo acidentalmente.

— Sua recuperação é prioridade, jovem Jared. — Sussurrou, olhando-o com incontida admiração.

- Sinceramente, criança, tenho medo de dar nome ao que estou sentindo por você.

Respirou profundamente. sentando na cadeira próximo à cama, com a cabeça sobre os braços, pertinho de Jared, entregou-se ao cansaço, dormindo ao lado do seu protegido. Era o mais próximo de aproximação que se permitia. Mas, não sabia que isso estava para mudar.

xxx

— O que significa isso, Jack? Assim como o Misha, você vai começar a interceder pelo moleque? — Dannel falou aos berros assim que a porta do quarto foi trancada, soltando-se, com violência, do abraço de urso do rapaz. Ele apenas a encarou.

— Eu lhe fiz uma pergunta. Perdeu a língua? — o jovem continuava a encará-la sem expressão alguma.

— Tudo bem! Se não quer falar comigo, não faço questão! Porém, não se meta no que não é de sua conta! — falou furiosa dando as costas ao rapaz e aproximando-se novamente da entrada do quarto quando uma mão firme a puxou pelo cotovelo, jogando-a corredor à frente. Ela se segurou na parede esquerda, ao lado, para não cair.

— O que pensa que...

— Cale a sua boca, Elta Danneel Harris! — Jack falou baixo, firme e meticuloso, aproximando-se lentamente da mulher que, pega de surpresa, só conseguia encará-lo com total incredulidade. Ele nunca falara assim com ela.

— Jack... — sussurrou preocupada.

— Escute bem, Dannel e eu apenas vou falar essa vez: Jensen, o nosso líder, enfatizou bem a palavra, vai cuidar daquele garoto até ele melhorar. Então, faremos o segundo contato com a família determinando o valor a ser pago. O moleque será devolvido e certamente partiremos para o próximo. Simples, fácil e sem erros. Deixe a sua obsessão de lado! Quando tudo isso acabar com certeza você e o Ackles passarão um dia trancados em algum hotel vagabundo transando até a exaustão. Até lá... NÃO HAJA COMO CRIANÇA!

A última frase foi dita em um grito. Depois, Jack seguiu corredor adentro deixando uma Harris totalmente sem palavras, mas maquiavelicamente preparada para dar o novo bote. Não sossegaria até acabar com a paz do adolescente. Virara questão de honra atormentá-lo.

— Quando o segundo pedido de resgate for anunciado, meu caro, a mamãe do fedelho vai sofrer mais ainda com o que farei ao queridinho dela. — e saiu, decidida a continuar em seu tormento ao inocente Jared.

Continua...


Notas Finais


Oi!
Aqui estou para mais um capítulo da fic Erros do passado.
Gostaram? Não gostarão? O que faltou? Comentem, pessoal!
Fico feliz quando uma fique minha é escolhida como favorita, mas fico mais ainda quando recebo um rewie sobre Ela. Isso me estimula mais a escrever.
Uma excelente noite de sexta e um fim de semana melhor ainda!
Beijos!


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