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História Escala de Cinza - Roxo


Escrita por: scoups

Notas do Autor


vocês não têm noção do quanto eu chorei escrevendo esse capítulo....

Capítulo 7 - Roxo


  Myungsoo entrou em casa e sentiu um peso cair sobre os seus ombros. Aquele era sem dúvidas o pior lugar que deveria estar. Sua mãe estava sentada no sofá com as mãos sobre a cabeça, Myungsoo sentiu-se triste por um momento. Ao perceber que Myungsoo estava lá, sua mãe levantou rapidamente do sofá, foi em sua direção com os braços abertos e o abraçou com as poucas forças que restava dentro de si. Myung se surpreendeu com o gesto porque fazia muito tempo que ela não o abraçava, tanto que ele não lembrava a última vez. Ela começou a fazer perguntas, mas Kim não quis responder nenhuma porque não queria estragar o que havia vivido e pela primeira vez sua mãe foi compreensível sobre a sua decisão. Myungsoo foi para o quarto ainda processando tudo o que havia acontecido e quando foi perceber estava sorrindo sem sua própria vontade.

 

- Você parece feliz.  – Sungjong disse assim que Myungsoo entrou em seu quarto.

 

- Eu realmente estou muito feliz. – Myungsoo se jogou na cama ao lado de Sungjong.

 

- Ele te faz feliz, não é mesmo?

 

- Ele é o único que consegue fazer isso.

 

  Sungjong olhou para Myungsoo com os olhos semicerrados. Nunca havia o olhado daquele jeito. Myungsoo achou estranho, mas tentou não se importar muito.

 

- Onde você esteve? – Sungjong não parecia ele mesmo.

 

- Eu estava na casa de Sungyeol. Depois nós fomos ao museu. – Myungsoo sentou-se e ficou olhando desconfiado para Sungjong.

 

- Você não deveria fazer isso...

 

  De repente Sungjong chorava e as lágrimas não paravam de cair. Myungsoo começou a ficar muito assustado, nunca havia visto Sungjong chorando antes.

 

- Sungjong...

 

- Você me pertence!

 

  Sungjong sentou-se no colo de Myungsoo e ficou o observando ainda com lágrimas nos olhos, mas havia um sorriso brincando em seus lábios. Sungjong apertou forte a nuca do outro, passou o polegar sobre os seus lábios bem desenhados e ficou encarando por alguns segundos antes de beijá-los. Myungsoo arregalou os olhos em surpresa, mas aquele beijo era envolvente demais para não se entregar. Ele o fez. Sungjong empurrou Myungsoo para trás o fazendo deitar na cama e distribuiu beijos e chupões pelo seu pescoço. Myung estava totalmente fora de si, estava começando a ficar excitado, não sabia se deveria recusar ou se entregar ainda mais ao momento. Sungjong voltou a saborear os lábios do outro com todo o desejo que tinha guardado dentro de si por todo esse tempo. Lee depositou mais um beijo no pescoço de Myungsoo e se afastou um pouco dele.

 

- Você não deveria fazer isso. – a expressão de Sungjong mudou.

 

  Myungsoo voltou a ficar assustado quando Sungjong começou a deslizar suas mãos em direção ao seu pescoço.

 Sungjong tinha um sorriso nos lábios enquanto apertava com todas as suas forças o pescoço de Myungsoo, o deixando completamente ser ar.

 

 

Sungyeol continuava olhando fixamente para a porta sem saber ao certo se deveria mesmo estar ali. Odiava agir por impulso, mas na maioria das vezes era impossível controlar... Daquela vez não foi diferente. Acabou percebendo que não conseguiria mesmo ficar sem Myungsoo, seu coração doía só de pensar em passar mais um dia sem ele. Arrumou seu casaco e respirou fundo porque precisava de coragem para o que iria fazer. Bateu na porta da casa e seu coração parou.

 

- O que faz aqui? – ela perguntou com um tom seco assim que abriu a porta e viu quem estava lá.

 

- Desculpe vim sem avisar, mas precisamos conversar.

 

  Só de saber que Myungsoo estava presente no mesmo local em que estava seu coração já perdia as estruturas mesmo que não tivesse o vendo.

  Sungyeol entrou e sentou-se no sofá. A senhora Kim ficou esperando que ele se pronunciasse, mas ele estava nervoso demais.

 

- Ele precisa de mim. – ele falou sem pensar.

 

  A mulher de cabelos longos estava sem expressão alguma, o que estava deixando Sungyeol ainda mais nervoso. Ela passou a mão sobre o rosto e finalmente mostrou alguma expressão... Sungyeol viu desespero nos olhos dela.

 

- Eu sei disso.

 

- Então, por favor, deixe-me ajuda-lo.

 

- Sabe... Dói-me saber que eu não consigo e nunca conseguiria fazê-lo tão feliz quanto você faz, mas ainda assim fico aliviada por agora ele ter um ponto de equilíbrio. Você é o ponto de equilíbrio dele. – ela sorriu.

 

  O coração de Sungyeol aqueceu ao ouvir aquilo e ele teve que segurar para não sorrir. Estava tão apaixonado por Kim Myungsoo, mal conseguia controlar o próprio corpo.

 

- Ele já deve estar acordado, pode ir lá se quiser.

 

- Tudo bem, obrigado.  – Sungyeol levantou-se e foi em direção ao quarto de Myungsoo.

 

Não podia negar que já sentia saudades de sentir o cheiro de Myungsoo, poderia se acostumar em tê-lo ao seu lado o tempo todo sem muito esforço.  Quando chegou ao quarto de Myungsoo, ele respirou fundo mais uma vez. Na verdade, teve que respirar duas vezes.

Abriu a porta e uma energia pesada o atingiu com força. Quando abriu a porta sentiu-se o homem mais fraco do mundo. Não conseguiu conter que suas lágrimas começassem a serem formadas. Suas mãos estavam tremendo muito e ele não podia acreditar no que estava vendo. Myungsoo naquele momento era apenas um corpo que não podia tocar os pés no chão, pois estava suspenso pelo pescoço por uma corda. Sungyeol não sabia o que fazer, estava em desespero. Queria gritar, mas não conseguia... Sua garganta havia começado a doer. Sungyeol aproximou-se de Myungsoo e tirou a corda de seu pescoço. Parecia tudo milimetricamente planejado... A corda amarrada no ferro da cortina, a cadeira caída no chão. O corpo de Myungsoo estava frio. Sungyeol sabia que não havia mais nenhuma sobra de vida em Myungsoo, mas não queria acreditar nisso... Mesmo quando Myungsoo tombou para frente quando Sungyeol desamarrou a corda e ele não reclamou por ter caído no chão. Sungyeol o segurou nos braços e o abraçou, mas não queria acreditar que ele não podia mais devolver o abraço porque não havia mais vida dentro dele. Não conseguia parar de chorar, seu mundo acabara de desmoronar completamente mesmo que soubesse que aquilo de alguma hora ou outra iria acontecer. Não conseguia aceitar o fato de que nunca mais iria ver o sorriso enfeitado com covinhas de Myungsoo, que nunca mais iria poder tocá-lo ou dizer o quanto ele era importante por simplesmente existir.

 

- Myungsoo...  Myungsoo acorda! Por favor, acorda! – Sungyeol inutilmente falava.  – Não... Não... – passou seus dedos sobre a marca roxa que a corda deixara em seu pescoço.

 

  Sungyeol colocou Myungsoo sobre o chão e fez massagem cardíaca nele e respiração boca a boca, mas nada adiantava. Estava começando a ficar cego por suas próprias lágrimas, não sabia que um ser humano conseguia derramar tantas lágrimas em tão pouco tempo. Tinha muitas coisas rodando em sua mente, mas não queria aceitar que nunca mais poderia beijar os lábios da pessoa que amava que nunca mais poderia abraça-lo ou dizer o quanto se a apaixonava por ele ainda mais a cada dia que passava. Estava tudo acabado. Nunca mais conseguiria ser feliz de novo, nunca mais seria o mesmo, parecia que toda a sua razão de continuar vivendo havia sido levada junto com Myungsoo. Não se lembra de ter se sentido tão triste em toda a sua vida.

 Colocou Myungsoo sobre sua cama e passou a mão em seu rosto – continuava lindo mesmo que sua pele não tivesse mais nenhuma cor e que seus lábios estivessem tão roxos quanto o seu pescoço – e desceu as escadas carregando toda a tristeza do mundo em seu coração. Tinha certeza que seus olhos já estavam completamente inchados porque mal conseguia enxergar. Foi até a senhora Kim e ela perguntou o que havia acontecido, mas não conseguiu falar nada. A mulher arregalou os olhos e colocou a mão sobre a boca ao perceber o que estava acontecendo. Ela correu até o quarto de Myungsoo e Sungyeol desabou de vez após ouvi-la gritar seguido de um choro mais doloroso que Sungyeol já ouvira na vida. Sungyeol voltou a chorar e dessa vez parecia que nunca ia ter fim. A senhora Kim ligou para uma ambulância, mas era tarde demais. Myungsoo não pertencia mais a esse mundo mesmo que Sungyeol ainda estivesse incrédulo que aquilo tinha acontecido, mesmo que de certa forma ainda sentisse ele dentro de si. Quando a ambulância chegou e colocaram Myungsoo lá dentro, olharam para os dois como quem quisesse dizer “sinto muito, mas de nada vai adiantar levá-lo ao hospital” porque todos eles sabiam que Myungsoo estava morto. Sungyeol não teve forças para ir junto com a senhora Kim até o hospital então simplesmente saiu andando sem saber ao certo onde deveria ir, afinal, tudo de mais importante que tinha fora levado. Ficou andando sem rumo até perceber que estava na ponte, a tristeza o atingiu com força. Segurou com força as vigas e gritou o mais alto que pôde porque estava começando a acreditar que nunca mais teria Kim Myungsoo ao seu lado.


Notas Finais


gente, esse é o penúltimo capítulo.


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