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História Escape - Running Away With You


Escrita por: Miichele

Notas do Autor


Esse primeiro capítulo é, de fato, uma introdução! Confesso que me estranhei por ele ter ficado tão curto, tendo em vista como geralmente é um capítulo meu - bem longo! ^^' Espero que gostem dessa pequena e ao mesmo tempo longa introdução.

Capítulo 1 - Running Away With You


A música alta era quase ensurdecedora. A batida forte naquele ritmo frenético se misturava às gargalhadas ao redor dele. Os fortes feixes de luz coloridos ofuscavam os olhos azuis e faziam rastros incríveis naquele ambiente escuro.

Sorria como mal costumava fazer, encantado com aquele ambiente mágico.

Sentindo seu corpo extremamente leve, seus olhos reviravam enquanto ele ria sem parar. Todos ao seu redor também riam. Aquelas gargalhadas e aquela música soavam abafadas aos seus ouvidos, parecia estar debaixo d’água.

Ele estava feliz, imensamente feliz. Tão feliz como nunca havia se sentido.

Os olhos vermelhos, daquele que estava com os cotovelos e as costas apoiados no bar, observavam aquela pequena roda feita em volta do rapaz. Suspirou lamentando aquela cena. Não era difícil ver um dos calouros da Universidade de Kou levarem um Boa Noite, Cinderella. Mas aquilo já estava perdendo o controle.

Observava a ruiva que despejava as 150mg que continham naquela cápsula de LSD naquela taça de cocktail que transbordava vodka.

– Se colocar demais a nossa diversão vai acabar! - o rapaz de fios róseos e sutis tranças em sua franja balançava o copo de licor antes de virá-lo de uma só vez.

– Ah, Kouha, deixa de ser chato! É a primeira vez que nosso irmãozinho adotivo tá se divertindo!

– Ok, Kougyoku, mas assim você vai matá-lo. Sabe que o bebê chorão mal saiu da mamadeira!

– Ah, não enche!

Kougyoku jogou as longas mechas ruivas para trás, franzindo o cenho em desagrado a seu irmão que era dois anos mais velho que ela. Seguiu com a taça até a outra extremidade do balcão, passando por Judal e sendo alvo dos orbes rubros que a encaravam com reprovação. Ignorando-o, Kougyoku chegou até uma bela moça de cabelos e olhos que eram vermelhos como o fogo. Sutilmente preso num rabo de cavalo lateralmente, ela o ajeitava para trás da orelha enquanto ouvia os gritos de quem estava ao seu lado.

– Acha que pode continuar tendo um teto trazendo essa miséria pra casa?! - ele esmurrou o balcão, fazendo copos e taças sobre ele se agitarem com a trepidação.
A moça apenas se encolheu naquele micro-vestido branco cujo decote era aberto e apertado o suficiente para que seus seios parecessem bem maiores. De olhar cabisbaixo, tudo o que ela podia fazer era se desculpar.

– Minhas sinceras desculpas, Jamil-sama.

– Não quero desculpas! Quero dinheiro! Pago a droga que você consome para dar essa buceta nojenta e me lucrar algo!

– Kougyoku suspirava após assistir àquela cena, que também não era algo inédito ali.

Morgiana era uma prostituta que devia muito dinheiro a Jamil. Havia se mudado para a região há pouco, após ter sido abandonado por aquele que havia lhe prometido casamento e agora… era noivo de Kougyoku.

Sem dinheiro e abandonada, Morgiana não tinha muito escolha a não ser vender seu corpo. Sua beleza rara era um atrativo a mais. Não seria um grande problema se prostituir se pudesse lucrar algo, mas ela precisava fazer aquilo para pagar as dívidas que consumira nas drogas, aquele refúgio que encontrara após o abandono.

Lidar com Kougyoku não era muito fácil, mas Morgiana não tinha escolha, já que ela sabia muito bem da posição que a jovem ocupava.

– Ei, Jamil! Larga a Morgiana! Preciso dela! - Kougyoku sorria agitando o líquido na taça que trazia consigo.

– Nada feito! - Jamil foi categórico. - Morgiana tem muito a lucrar hoje! - ele foi direto. - Não tem tempo para papo de mulherzinha e… - ele segurou o queixo de sua tão bela escrava, ou melhor dizendo, empregada. - duvido que a Morgiana-chan esteja querendo saber como está sua a vida a dois com o Alibaba, não é?

Morgiana apenas pôde desviar o olhar, envergonhada. Sentia-se um lixo, sem dignidade e sem ter como se defender. Se ela podia fugir? Provavelmente não.

– Você se esquece que meu irmão pode meter dois tiros em cada um dos seus olhos, não é? - Kougyoku cruzou os braços ao soltar a bebida sobre o balcão.

– Hunf… Não sou louco o suficiente para enfrentar o grande chefe do tráfico internacional de armas! - Jamil puxava um cigarro do bolso de sua camisa que mal tinha os botões abertos. - E está bem espertinha para quem teve essa coisa nojenta no meio das suas pernas vendida para um qualquer!

Kougyoku nada respondeu, apenas abriu a pequena bolsa que estava cruzada em seu peito e tirou de lá um maço de notas, as quais bateu sobre o balcão.

– É o suficiente para cobrir a noite da Morgiana?

Jamil sorriu de canto e, acendendo o cigarro em seus lábios, tragou profundamente.

– Isso aqui cobre até o mês dessa vadia! Hehe…

– Então deixe ela em paz!

Kougyoku pegou de volta a taça do balcão e puxou Morgiana pelo braço, deixando para trás um satisfeito Jamil, que contava as inúmeras notas que dispensavam sua fonte de renda ao menos naquela noite.

No fundo, ela não sentia raiva da jovem. Ela sabia que Kougyoku… talvez fosse tão vítima quanto ela. Sabia muito bem ao o quê ela estava sendo submetida.

Submissa como ela era, em sua posição de escrava e agora comprada pela irmã de uma das facções mais poderosas do mundo, Morgiana foi levada até onde havia uma pequena comoção.

Ali a prostituta viu um jovem que cambaleava, os olhos azuis chegavam a lacrimejar enquanto ele gargalhava apoiado no segurança de Kougyoku. Era nítido que ele estava completamente embriagado. Não. Pela forma totalmente descontrolada dele, estava drogado. E Morgiana sabia muito bem que só alguém que não estivesse acostumado ficaria daquele jeito.

– Ei, vai lá dar em cima do meu priminho e dá isso aqui para ele beber! - ela sussurrava.

– S-só isso? - Morgiana gaguejou segurando a taça que lhe era estendida.

– Depois disso aqui você não vai precisar nem começar a tirar a roupa para ele. - riu.

– Você não tem jeito mesmo, não é, Kougyoku? - Kouha ria enquanto preparava a carreira de cocaína sobre o balcão.

Morgiana caminhou meio receosa até aquele rapaz que se apoiava ao balcão e tentava dançar, cambaleando e gargalhando. Foi só quando ele se virou de frente para ela que conseguiu notar o quão bonito ele era. Seus olhos azuis eram de tons desiguais, provavelmente sequela do que havia resultado também naquela cicatriz que cobria boa parte de seu rosto, mas não conseguia ofuscar a beleza dele.

– Hmmm… que moça mais bonitaaaa… - ele a puxou pela cintura, desprovido de qualquer timidez que antes o impediria de fazer aquilo.

O choque entre os dois corpos fez um pouco do líquido cair, mas ela logo ofereceu a bebida como Kougyoku havia lhe mandado.

Foi o suficiente para que ele finalmente explodisse. Saiu marchando do balcão, as correntes em sua calça jeans rasgada tintilaram a cada passo firme e largo que ele dava até chegar diante do casal que era assistido ansiosamente. Tomou o braço da prostituta com força, a ponto de fazê-la derrubar a taça que foi ao chão, se partindo em mil pedaços.

– Oe, o que estão pensando?! - ele vociferou rispidamente.

– Q-quem é vocêeeee???? - o jovem tentou encará-lo. - O que quer com a miiinha mulheeeer?!

– Judal, o que pensa que está fazendo?! - Kougyoku correu até eles.

– Eu que pergunto isso! Quer matar seu primo?! - ele estava nervoso. - Ele mal se aguenta em pé com a merda da droga que deram antes para ele, mais uma dose vai matá-lo!

– Minha madrasta diz que era para ele ter morrido há muito tempo! - a ruiva cruzou os braços. - E você devia se comportar bem, afinal, é só meu guarda-costas!

– E você é só uma vendida do seu irmão! - ele declarou sem pensar, irritado com a afirmação tão leviana da jovem mulher.

Deixando Kougyoku com os olhos arregalados e extremamente ofendida, Judal puxou o rapaz pelo braço e foi lhe puxando dali. Ele mal conseguia andar sem tropeçar nas próprias pernas e não entendia porque estava sendo tirado dali.

– Eeeeei! Eeeeei, eu quero ficar na festaaaa!!!! Me deixa!!!! Eu quero a festa e aquela mulher tão… tão linda...

Ignorando-o completamente, Judal já havia o trazido até o estacionamento da boate do lado de fora. Abriu a porta do carona e lá depositou um inquieto Hakuryuu que tentava se debater, de maneira vã, mas foi preso pelo cinto que Judal havia travado.

Ele deu a volta e entrou no carro, não deixando de soltar um riso desolado ao ver a forma patética como aquele garoto não conseguia nem ao menos soltar o cinto de segurança.

– Isso éééé… um sequeeestro… - ele dizia, já cedendo ao efeito da droga.

– Tsc, devia me agradecer por eu te tirar de lá! Você é o… Hakuei, não é?

– HAAAA-KUUU-RYUUUU!!!! - o rapaz silibou irritado. - Hakuei é… é… é… - havia se esquecido? - é minha irmããã…

– Ah, sim...

Judal engoliu a seco. Sabia superficialmente de como Ren Kouen havia ascendido como o líder mafioso que era. Havia conhecido Kougyoku na faculdade e sendo o fornecedor local de drogas, ele havia acabado fazendo amizade com a garota, que havia lhe prometido emprego. Judal queria largar aquela vida criminosa, mas parecia não ter saída. Como bancaria seus estudos e… os vícios?

– Você deu muito mole aceitando bebida de qualquer um, Hakuryuu. - Judal tentava conversar, concentrando-se no trânsito. Na madrugada as ruas estavam vazias.

– Eu… eu não queria vir nessa… nessa festa… eu… eu sabia que ia… argh… eu… - ele desesperadamente tentava abrir a porta do carro.

– OE! Espere aí!

O moreno rapidamente parou no acostamento e destravou as portas. Hakuryuu rapidamente saiu e mal teve tempo de dar dois passos para cair de joelhos despejando tudo o que havia e o que não havia em seu estômago.

Judal suspirou, cruzando os braços, antes de se aproximar preocupado.

– Oe, tudo bem? - ele tomou a liberdade de afagar as costas do jovem.

Respirando profundamente tentando recuperar o fôlego, um pálido Hakuryuu assentiu.

Foi quando Judal notou bem sua expressão. Ele não estava mais descontrolado e gargalhando como antes. Seu olhar triste e decepcionado emolduravam o rosto bonito.

– Se sente melhor? - perguntou Judal, tirando sua jaqueta e então cobrindo aquele que vestia uma camisa pólo azul-piscina. - Tsc, eles te deram LSD. Quer ir ao hospital?

Hakuryuu balançou a cabeça negativamente cruzando os braços para segurar as pontas daquele casaco que cobria suas costas. Vendo que o jovem não queria falar muito, Judal apenas o conduziu de volta até o carro, agora sem ter de lidar com nenhuma resistência. Deu partida no carro observando a apatia de seu acompanhante, que não o encarava. Os olhos azuis refletindo na janela.

– Então… é a primeira vez que usa um barato? - Judal tentou parecer descontraído enquanto manobrava o carro.

– Sim… - monossilabaco, Hakuryuu respondeu, o rosto apoiado em sua mão.

– Se quer começar nisso tem que começar com coisas fracas!

– Nunca… precisei disso. - sua cabeça latejava.

– Meus clientes dizem a mesma coisa… - Judal suspirou desolado. - Eu mesmo nunca precisei. Mas quando se cai nessa, é um caminho sem volta. - ele encarou o rapaz. - Espero que você nunca mais precise disso, Hakuryuu.

Mas o que ele estava falando? Seu trabalho era comercializar drogas. Quanto mais clientes arranjasse, melhor. Normalmente ele deveria estar oferecendo um cigarro agora. Mas não a ele. Não a Hakuryuu. Por quê?

Um tanto quanto receoso do porquê daquela decisão, Judal fez a última curva até entrar no luxuoso condomínio que ficava a mansão na qual trabalhava agora. E ao notar onde estava, Hakuryuu simplesmente entrou em pânico.

– OE! O que está fazendo?! Para onde está me levando?!

– Para sua casa, ué! Você não é irmão adotivo da Ren Kougyoku? Eu agora to trabalhando como guarda-costas dela e faço uns bicos de motorista para…

– DÊ A VOLTA! - Hakuryuu praticamente ordenou.

– Anh?! Mas por quê?!

– Dê a volta agora, estou ordenando!

– As câmeras de segurança já devem ter detectado que…

– EU DISSE PARA DAR A VOLTA AGORA!

E nesse momento Judal se viu alvo de uma pistola automática que era brandida por Hakuryuu. Ele que tremia ao segurar aquela arma. Apesar de assustado, Judal percebeu que ele não estava acostumado a segurar uma arma, provavelmente nunca havia atirado. Mas não era de se surpreender que alguém que fazia parte da família Ren tivesse uma arma consigo.

Apreensivo, ele fez a curva de volta sem pensar e sem ver se vinha algum carro ou alguém. Seguiu a ordem de Hakuryuu que logo abaixou a arma, tenso por estar segurando aquilo.

– Ok, pronto, pronto. Saímos. Mas da próxima vez, Hakuryuu, destrave a arma antes de apontá-la para alguém.

Hakuryuu corou, envergonhado. De fato nunca havia manejado uma arma, exceto…

– E então, vai me dizer por que tá fugindo de casa?
Um silêncio intenso precedeu aquela resposta e Judal se perguntou se não a obteria.

– Porque agora eles vão querer me matar… - Hakuryuu farfalhou os próprios fios azulados.

– Quê? Por que iam matar um cara como você que nem sabe segurar uma arma? - Judal riu.

– Porque eu tentei… matar a minha mãe.


Notas Finais


Sugestões, críticas, por favor, deixem um comentário! ^^ É muito importante saber a opinião de vocês para o prosseguimento da história! Obrigada por terem lido! ^^


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