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História Escape Game - A planta


Escrita por: Vause_chapman

Capítulo 2 - A planta


Fanfic / Fanfiction Escape Game - A planta

ALEX VAUSE

Segundo dia na prisão e acho que está tudo ocorrendo bem. Margem de erro é de zero.

Passo minha maior parte do dia com Red em minha cela, ela é uma pessoa simpática e tem um sotaque russo estranho, mas o único problema é que fala demais.

-Diga outra palavra para “amor”.

-Em que contesto? - pergunto.

-Ah você sabe, no contesto “eu te amo mas não vou parar de traficar”. Só que com classe. Estou pedindo Healy em casamento.

-Por carta?

-Tem um jeito melhor?

-Cara a cara me parece muito bom.

-Por carta não é muito romântico, então vou pedir para que ele leia essa carta olhando para o Empire State, então ele lê até o final! É incrível, quase como se eu estivesse la. Só que não estarei. – ela diz com desânimo.

-Tente “paixão”.

-Paixão, boa!

-Hora do pátio, detentas!

Sigo para o pátio com um objetivo, dar mais um passo em meu plano e entrar para o I.P, sei que não vai ser muito fácil, mas tenho alguns truques na manga.

Vejo Miss.Claudette sentada em uma mesinha com algumas outras detentas jogando algum jogo de cartas, me aproximo e falo:

-Claudette, quero que me coloque no I.P.

Ela e as outras mulheres olham pra mim e riem.

-Dê o fora, novata.

-Talvez deva ouvir o que tenho a dizer.

-Você não tem nada que eu precise, vou falar uma última vez. Dê o fora.

-Eu não teria tanta certeza disso. – Falo colocando um pato de origami em cima da mesa.

Ela olha e fala:

-Você tem razão, o que eu preciso mesmo é de um pato de papel.

-I.P, Claudette. Talvez perceba que posso ajudar mais do que pensa.

As mulheres sentadas se levantam e vem em minha direção, eu viro as costas e saio de perto. Talvez ela perceba o quanto sou valiosa, mas ela não vai perceber agora.

-Vause! – Mendez me para e segura pelo braço. – Chapman quer vê-la?

-Chapman? – digo me fazendo de desentendida.

-A enfermeira gostosa daqui. Anda vamos logo.

Sei exatamente quem Chapman é. Piper Chapman, filha do prefeito formada em medicina. A enfermaria é um dos pontos principais do meu plano e é por lá que vamos escapar.

-Aqui Chapman. – Mendez diz soltando meu braço e saindo da sala.

-Sente-se.

Piper Chapman era menos bonita pelas fotos, tenho que manter o foco.

-As tatuagens parecem recentes. – Ela diz furando meu braço com a agulha. – Acho que por ser diabética nunca ligou para agulhas, não é mesmo?

-Pois é! – digo rindo. – Sou a Alex por falar nisso.

-Eu sei, Alex Vause. Eu vi sua ficha.

-E você é?

-Dra. Chapman.

-Chapman como o prefeito? – digo provocando, e porque quero passar o máximo possível aqui. Não por ela ser gata, e sim porque tenho que saber os mínimos detalhes da enfermaria. – Não são parentes, são?

Chapman ficou calada e anotou algumas coisas em minha ficha.

- Nunca imaginei que a filha do “justiceiro” Bill Chapman trabalhasse em um presidio feminino. E como médica.

-Sou parte da solução, e não do problema. – ela diz me olhando séria.

-É como dizem “seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Ela parou o que estava fazendo e me encarou por alguns segundos.

-O que? – digo estranhando seu ato.

-Nada. É que eu falei isso quando me formei.

-Você disse? Sempre pensei que fosse o Gandhi. – digo rindo e ela ri também.

-Muito engraçada. – ela diz se levantando. – Fique um pouco ai, eu já volto.

Aproveito o tempo que ela sai e jogo um de meus patinhos de origamis no duto da enfermaria. Olho em volta do local e pela janela, é um dos lugares que tem menos segurança e é por lá que vamos escapar.

-Pronto, voltei. – ela diz se sentando na cadeira.

-Vai me dar algumas semanas de suprimento?

-Boa tentativa. – ela ri. –Sem agulhas nas celas.

-Não sou uma viciada, pode confiar. –digo sorrindo.

-Essas palavras não significam nada aqui. – Ela diz focando em meus lábios. – Você só recebe insulina se eu aplica-la em você.

-Então vamos nos ver bastante?

-Acho que sim. Está liberada, Vause.

-Obrigada Dra. Chapman, e pode me chamar de Alex se quiser.

-Prefiro Vause, assim nós mantemos a formalidade.

-Como quiser Dra. – digo saindo da enfermaria.

Estava indo para o pátio acompanhada de alguns guardas quando vi que tinha uma missa acontecendo.

-Com licença guarda Bennet, posso assistir à missa?

-Claro, Vause.

Entramos na capela e logo procurei por Nicky. Ela estava no primeiro banco e com algumas algemas, estava prestando atenção na missa, então decidi esperar até que acabe e assim falarei com ela.

Após dez minutos o padre nos libera e Nicky levanta, vou em sua direção e ela me reconhece.

-Alex? – Ela diz confusa e eu esboço um sorriso ao vê-la.

-Por quê? – ela me pergunta séria.

-Vou te tirar daqui.

-É impossível.

-Andando, detentas! – um guarda grita.

-Pra quem desenhou o lugar, não é. – digo a deixando pra trás e indo para o pátio.

Já não tinha muito tempo lá no pátio pois gastei o tempo na enfermaria e depois na missa, decidi ver se os dutos estavam ligados uns aos outros. Fui no mesmo duto que tinha posto a revista ontem e vi que meu patinho de origami que joguei no duto da enfermaria já tinha chegado no do pátio e parado na revista que coloquei justamente para que o patinho não passasse de ali.

Foi o que eu tinha pensado, os dutos estão ligados uns aos outros, meu plano está dando certo.

-A hora do pátio acabou, detentas!

Voltamos todas para nossas celas e Red me parecia chateada.

-Paixão? O que você estava pensando?

-Você gostou quando disse.

-De certo ele acha que virei marica. De agora em diante sou uma mulher de uma sílaba, sem rodeios. Será só sim ou não, amor ou ódio. E me lembre de não pedir mais concelhos pra você.

-Dê um tempo, Red.

-Um tempo? Ta brincando? Eu o pedi em casamento, e a resposta é sim ou não. Uma sílaba, cara. Temos visita conjugal na terça e ele sempre me liga antes, mas dessa vez ele não ligou. Você o assustou.

-Ok desculpa.

-Vause, Caputo quer vê-la. –minha cela se abre e Bennett aparece.

-Isso não é nada bom, novata. Você só é chamada para sala do Caputo quando faz alguma besteira.

-Vamos Vause, não tenho o dia inteiro.

Fomos caminhando até a sala do Sr.Caputo, sei exatamente quem é ele também. Conheço essa prisão como a palma de minha mão.

Entrei em sua sala e ele pediu para que eu me sentasse, me encarou por alguns segundos e falou:

-Melhor da turma em Loyola, graduada em engenharia civil... fico imaginando como uma pessoa com suas qualidades vem parar aqui.

-Entrei em uma contramão esses dias. – disse como se fosse obvio.

-Faz soar como se fosse uma infração de trânsito.              

-Cedo ou tarde todos infringem.

Ele me encara mais alguns segundos e prossegue:

-De qualquer jeito eu te chamei aqui porque... – ele diz se levantando. – você colocou desempregada em sua ficha. Não é verdade, é?

Fiquei em silêncio pois não sabia o que ele faria se respondesse essa pergunta.

-Sei que é engenheira civil, Vause. Preciso de sua ajuda. – ele me leva a uma sala em que tem uma escultura feita de palitos de dentes.

-Shah Jahan construiu o Taj Mahal como homenagem ao amor eterno que tinha pela sua esposa. Minha mulher gosta muito dessa história. Vou te contar uma coisa Vause, é terrível estar casada com alguém que trabalha para o serviço penitenciário. Ainda assim, em 39 anos minha mulher nunca reclamou. O pior é que nunca agradeci. Já que não me expressei com palavras resolvi construir isso aqui. – ele apontou para o monumento inacabado. – em junho faremos 40 anos de casados, mas olhe. O problema é que se eu continuar ele vai a tona como um castelo de cartas. Achei que talvez você pudesse ajudar.

Analisei sua proposta com cautela e respondi.

-Não posso.

Se eu aceitasse ia tomar muito do meu tempo aqui dentro e tempo é o que eu mais preciso.

-Vause, aqui dentro é melhor eu ficar te devendo um favor do que você me devendo, pode acreditar.

-Eu vou me arriscar Sr.Caputo.

-Então a conversa acabou. Guardas! – ele diz irritadamente e guardas me levam novamente para minha cela.

Passo o restante do dia na cela conversando com Red, ela está agoniada com Healy e não para quieta. Felizmente deu a noite e nós dormimos.

-Vause, você tem visita! –Mendez me acorda logo de manhã cedo.

Vou para a sala de visitantes me encontro com Lorna. Nos abraçamos e sentamos em uma das mesas.

-Como você está, Al?

-Bem...melhor do que pensei que estaria.

-Litchfield não é uma das melhores prisões de Chicago. Você poderia ir para Taylorville ou Marion. Mas fez questão de ficar aqui.

-Estaria fazendo a mesma coisa que faço em Litchfield, comendo gelatina e bebendo refrigerante.

-Eu sei o que está fazendo, não foi sorte estar aqui com Nicky. Esqueceu que eu conheço vocês duas? O conceito de amor de vocês é a coisa mais estranha que já vi em toda a minha vida. Ela batia em você para mantê-la fora das ruas, e você acaba em Litchfield com ela. Pra que? Pra salva-la?

Eu fiquei em silêncio olhando para Lorna.

-Eu mereço saber Al. Eu a amei o tanto quanto você.

-Você a amava no passado, eu sempre a amei.

-Dei uma chance a ela antes de saber que ela tinha uma filha. Ela jogou fora junto com drogas e bebidas.

-Já pensou que ela ficou mal justamente porque você foi embora?

-Não vamos brigar Alex, eu só quero seu bem. O que está fazendo é idiotice.

-Não é idiotice! Quer fazer algo? Descubra quem está tentando mata-la.

-Ninguém está tentando matá-la. Tem provas contra ela.

-As provas foram plantadas. Procure pelo Bispo McMorrow, ele é amigo do governador, estudaram juntos. Talvez consiga cancelar ou adiar a execução.

-Farei isso.

-O horário de visitas acabou! – um guarda fala pelo alto-falante.

-Até mais Al.

-Até. Faça o que eu te pedi.

Miss Claudette

-Miss Claudette, tem um telefonema para a senhora. – uma de minhas capangas me avisa.

Estamos em horário de pátio e está tudo calmo, vou para o local de telefonemas e atendo.

-Claudette falando.

-Miss Claudette, aqui é Jean Baptiste.

-Oh sim, Baptiste. Alguma notícia de Fibonacci?

-Sim.

-Como?! – digo espantada.

-Achamos o filha da puta que te dedurou, Claudette.

-Pensei que ele tivesse desaparecido.

-Obviamente alguém o achou.

-Tem alguém mexendo conosco?

-Você não vai acreditar nisso.

-Quem?

-Não sei... não tem remetente. Apenas uma carta com uma foto de Fibonacci e... Um pássaro de papel dobrado.

-Como um origami? – digo já tendo em mente a novata.

-Sim, como um origami.

Desligo o telefone furiosamente e tenho em mente que vou ter que “ter uma conversinha” com a novata. Ela não sabe com quem está se metendo.

ALEX VAUSE

Mais um dia no pátio, olho ao meu redor e vejo algumas pessoas conversando, vou até Norma, vulgo D.B Cooper.

-Norma Romano, certo?

-Eu te conheço?

-Conheci seu marido, antes de falecer.

-Conheceu Mark?

-Quer dizer Bob? – digo esboçando um sorriso.

-Como o conheceu?

-Demos aulas em Boston.

-East Farmington?

-Quer dizer West Wilmington? – digo rindo de sua desconfiança.

-Sem mais testes. Eu prometo. – ela sorri. – Parece que sabe tudo sobre mim. Quem é você?

-Alex Vause. Como ele entrou aqui? – me refiro ao gato em seu colo.

-Ele não, ela. Meg é uma exceção da época em que as prisioneiras ainda tinham direito.

-Fiquei sabendo que é DB Cooper.

-Todas as novatas ouvem que sou DB Cooper. Vou te dizer o que sempre digo. Quer acreditar nessa história? Tanto faz. Eu não sou ela.

-Que pena. Esperava que fosse verdade. A mulher é uma lenda. – digo mesmo sabendo que ela é sim DB Cooper.

-Eu que o diga. Se eu fosse ela teria 1,5 milhão me esperando lá fora. Acho bom você dar uma volta. – Ela diz quando vê Miss Claudette se aproximando com sua gangue.

-Seria muito mais fácil se me contratasse, Claudette. – a ficha dela caiu.

-Do que se trata?

-Digamos que... você consiga fugir. Você tem quem possa faze-la desaparecer?

-Sim e dai?

-Só curiosidade.

-Onde está Fibonacci?

-Não é bem assim que funciona Claudette.

-Miss Claudette pra você, novata! – ela diz indo embora e suas capangas se aproximando de mim.

-Se elas me atacarem, irei atrás de você. – falei me levantando.

-Eu duvido. – ela disse e uma mulher baixinha me acertou um soco na barriga.

Me ergui rapidamente e dei um soco em Miss Claudette fazendo a cair no chão. Suas capangas me seguraram e começaram a me bater. Logo a prisão virou um tumulto. Ouvimos sirenes e tiros no chão. Todas nos abaixamos com as mãos na cabeça.

-Vause você vem comigo. – Mendez diz me puxando pelo braço até a sala do Caputo.

-Eu te avaliei mal Vause. Não imaginei que fosse do tipo agitadora. Não tolero esse tipo de comportamento. 90 dias na solitária.

- Dois meses?

-Exatamente.

Não precisa ser nenhuma genia pra saber que um mês tem menos que 90 dias. Se eu fosse para a solitária não conseguiria salvar Nicky da morte. Preciso agir rápido.

-Quer dizer algo? – ele diz estranhando meu comportamento.

-É só que... eu não terei valor na solitária. – o que eu estou fazendo?

-Valor?

-Seria uma pena se o Taj Mahal cair só porque a tensão não está completamente distribuída.

-Corretamente distribuída?

-Exatamente, as juntas estão sobrecarregadas. Elas não oferecem o suporte necessário.

-É muito trabalho? – ele diz retirando seus óculos e se aproximando.

-O senhor quer pra Junho?

-Isso.

-Então é melhor começarmos, não acha?

LORNA MORELLO

-O que você tem, meu amor? – Vince pergunta pois estou muito distante.

-Nada é só que...Estou preocupada com Alex.

Vince faz uma cara de desânimo pois sabe minha história com a irmã de Alex.

-Você fez o melhor que pode.

-Mas ela não!

-Tudo bem meu amor, se acalma ... quer dar uma olhada nas amostras dos cartões de casamento que nos mandaram?

-Agora não, Vince.

-Olha, Amor. Uma hora ou outra teremos que apertar esse gatilho e preparar as coisas do casamento, entende?

-Eu sei... é só que eu só vou fazer isso uma vez na vida. Então que seja direito.

-Ok, você que sabe. – ele diz cabisbaixa. –Lorna, você não está adiando não é?

-Claro que não meu amor! – digo o beijando. – Eu quero ser sua esposa!

Vince da um sorriso e volta a dormir. Depois de um tempo eu me deito e durmo também.

Será que Alex estava mesmo falando a verdade? O único jeito de saber é investigando. Marquei uma reunião com o bispo McMorrow para hoje e saberei mais a respeito do caso.

O Bispo McMorrow é um grande amigo e principalmente influência para o governador. Ele estava tentando fazer com que o governador desista da pena de morte de Nicky, já que é o governador que decide se vai ocorrer ou não.

Acordei animada para ver no que essa história vai dar. Fui para o escritório e chegando lá minha secretária Flaca me deu as notícias:

-Sra.Morello, pediram para avisar a senhora que o Bispo McMorrow foi assassinado ontem à noite enquanto dormia.

-Ah, obrigada Flaca. E sabem quem foi?

-Não, senhora.

-Tudo bem. Obrigada novamente.

Alex tinha razão. Alguém está armando para Nicky.

Fui até a algumas estantes e peguei o relatório do caso de Nicky, vou dar uma revisada.

POUSSEY NICOLS

Passei uma infância difícil, minha mãe Nicole traiu minha mãe Lisa e começou a usar drogas. Eu não queria ter nenhum contato com ela, mas ela acabou insistindo tanto para que nós voltássemos a sermos amigas que eu cedi.

Passaram-se anos e quase tudo tinha voltado ao normal, mas um dia a mãe Nicole foi presa por assassinar o irmão do presidente. Na época isso foi um escândalo, minha mãe aparecia na televisão toda hora sendo acusada e meus amigos da escola me zoaram por ser filha da assassina do irmão do presidente. Passei anos sofrendo bulling e decidi que a partir desse dia Nicole Nicols tinha morrido oficialmente para mim.

Estava indo comprar maconha com minha amiga Taystee.

-Você tem certeza disso P?

-Claro Tays, relaxa é logo ali.

Entramos em um beco e lá estava o cara que iria nos vender a maconha.

-E ai, trouxe o bagulho? – disse animada.

-Fala baixo pirralha. Ta aqui. – ele disse me passando uma sacola com a erva.

-Obrigada. – disse colocando o pacote em minha bolsa e subindo na bicicleta.

Estávamos saindo do beco quando o carro da polícia nos cerca e tivemos que nos entregar.

Já em casa minha mãe Lisa começa seu discurso.

-Você não é assim P, bimestre passado você só tirava ‘A’ e agora está... Ei espera ai, é sua mãe Nicole não é?

-Ela não é minha mãe.

-Sei que está abalada por ser seu último mês de vida mas não precisa fazer isso.

-Eu não ligo pra ela.

-Sei que não é verdade, filha. Você irá vê-la.

-O que?! Mãe!

-Acabou, você irá ter uma conversinha com ela amanhã.

Subo para o meu quarto revoltada e acabo dormindo. Logo de manhã cedo minha mãe Lisa me acorda e vamos para Litchfield ver aquela mulher.

Chegando lá preenchemos uma ficha e entramos. Ela estava nos esperando dentro de uma espécie de cabine de telefone. Entre nós só tinha um vidro separando.

-Ela foi presa. – Minha mãe Lisa diz.

-Pelo quê?

-Posse de maconha. Achei que não faria mal algum um concelho seu antes de...você sabe...

-Eu morra?

-Eu não quis dizer isso.

-É claro que não. Obrigada, Lisa.

Minha mãe se retira e me deixa frente a frente com Nicole.

-Maconha? Usando ou vendendo?

-Qual a diferença?

- O que? Acha que isso vai te dar fama nas ruas? Você tem uma vida boa, aproveite.

-Escuta, eu entendo. Eu venho aqui, você me da a porra de um concelho de merda e eu saio uma nova mulher. Notas altas, Harvard, e me formo como uma médica.

-É melhor do que estar aqui dentro. Quem você pensa que é punido com essa atitude? Você pensa que sou eu, mas é você. Eu fiz a mesma coisa. Puni meus pais por terem me deixado e olha onde eu vim parar. Eu não estou pedindo que goste de mim, perdi essa chance a anos atrás. Duas vezes. Estou pedindo que se ame. Você ainda pode mudar as coisas.

-Então isso é um concelho seu? – digo me levantando.

-Aonde vai?

-Tenho dever de casa para fazer. – digo piscado para ela. – Harvard, lembra?

-Eles vão me executar, Poussey. Estarei morta daqui a um mês. Você entende isso?

-Pra mim, você já está morta faz tempo.

ALEX VAUSE

Estou novamente na sala da Dra.Gostosa, vulgo Dra.Chapman.

-Estudou na Loyola. – ela diz se aproximando.

-Parece que andou me investigando, Dra.Chapman.

-Gosto de conhecer minhas pacientes. Estudei na Northwestern. Fica na mesma cidade.

-Ah sim, sei onde é. Talvez tenhamos nos conhecido em um bar.

-Eu me lembraria. – ela diz olhando minha ficha.

-É um elogio? – digo rindo.

-Talvez...Bom esqueça isso. Sua glicose aponta 50 mg por decilitro.

-E?

-Está hipoglicêmica. É uma reação de quem não tem diabetes. Tem certeza que tem diabetes tipo 1? – ela diz desconfiada.

-Desde criança.

-Tudo bem... sente algum formigamento ou suor frio?

-Não, Dra. – sim.

-Quero fazer mais testes da próxima vez que vier. Não quero dar insulina para alguém que não precisa.

-O que quiser, Dra.                    

-Está liberada, Vause.

Estava saindo da enfermaria e indo para o pátio.

-Vause? – Chapman me chama.

-Sim? – digo me virando e olhando para ela.

-É só que... tente não entrar em confusões, ok?

-Pode deixar.

Fui para o pátio e lá me encontrei com Cindy.

-Eu preciso de uma coisa.

-Ah é mesmo, novata? Todas nós precisamos. – ela diz fazendo gesto de dinheiro.

Disfarçadamente passei um maço de dinheiro e passei pra ela.

-Do que precisa?

-Pugnac.               

-Minha língua, novata.

-É um bloqueador de insulina. Vende em qualquer farmácia.

-Então pode conseguir isso na enfermaria.

-Não posso.

-E por que não?

-Porque estão me dando insulina.

Cindy solta uma risada alta.

-Você é uma garota estranha, sabia disso?

-Consegue ou não?

-Só se me contar porque quer voltar a enfermaria para a insulina que não precisa.

-Ah você sabe... você já viu a Dra.Chapman?!

-Você é da minhas,novata.

-Negócio fechado?

-Claro.

-Voltem para as celas, detentas! A hora do pátio acabou! – um guarda grita em um megafone.

Voltamos pra cela e Red vem toda animada.

-Ele disse sim! Nós vamos nos casar Alex!

-Meus parabéns.

-Mas tem um problema.

-Qual?

-Helena.

-Quem?

-Minha prima. Ela sempre esteve de olho em Healy, e hoje quem o trouxe foi ela! Nenhuma mulher dirige 800 metros só para levar um amigo para ver sua noiva!

-Calma Red, ela não seria capaz de fazer isso com você.

-Vause! – Mendez chega em minha cela. – Não sei o que fez, mas Miss Claudette lhe mandou este cartão de I.P. Parabéns, acabou de se juntar aos trabalhadores. Venha comigo.

Segui mendez a uma sala onde ele me deu um macacão e rolos de pitar parede.

-Elas já estão trabalhando, entra naquela porta e comece a pintar! Antes que eu te pinte toda. – ele me diz olhando com malicia.

Entro na sala e vejo Nicky, Norma, Miss Claudette e algumas outras detentas.

Começo a pintar a parede e Miss Claudette chega por tras e sussurra em meu ouvido:

-Repito, novata. Você tem coragem.

Após alguns minutos, quase meia hora pintando os guardas mandam a gente guardar os materiais e trocar de roupa. Essa é minha deixa para me aproximar de Nicky.

-Eu vi a Lorna. Ela ainda é noiva daquele cara?- ela diz.

-É.

-Podia ser eu.

-Se você não tivesse estragado tudo, sim.

-Pensa que eu estava mesmo apaixonada por Lisa? Eu estava magoada e eu pensei que um casamento e um filho resolveriam isso.

-Claro.

-Falou sério sobre me tirar daqui? – ela diz sussurrando.

-Eu não estou aqui de férias, confia em mim.

-Sair daqui é só o começo. Vamos precisar de dinheiro.

-Eu terei. – DB.Cooper.

-E gente lá fora que possa nos fazer desaparecer.

-Já providenciei. - Miss Claudette. – Só que elas não sabem, ainda.

-Seja lá o que planejou, me diga, porque eu não faço ideia.

-Foi a empresa em que eu era sócia que fez a reforma de 1999 aqui. Fizemos o projeto todo, pensamos em tudo em até os mínimos detalhes.

-Você viu a planta.

-Melhor que isso. Ela está gravada em mim. – disse abrindo meu macacão e mostrando minhas tatuagens.

Elas eram disfarçadas para parecer uma tatuagem normal, mas na verdade era a planta de Litchfield.



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