História Escola de Magia Light Wire - Interativa - Hora de treinar.

Cap 11
Hora de treinar

P.O.V Melanie.
Sala de aula.

Eram seis horas e eu estava acordada, na sala de aula.

Acho que acordei muito tarde!

Não tinha ninguém na sala, e olha que hoje é um dia especial.

Agora teremos a primeira aula fora da sala! Iremos treinar nossos poderes e habilidades, em uma sala própria para isso.

Acho que estou parecendo uma criança, de tão animada; mas não consigo resistir!

Algum garoto (que não lembro o nome porque tenho mais o que fazer do que decorar nome, como decorar matéria de prova) se aproximou de mim, sorrindo.
-E então, acordou tão cedo?

-Claro, hoje é importante. Pelo menos para mim.

-Porque? -A expressão brincalhona do garoto abandonou seu rosto. Ele estava sério. -Não acredito...HOJE TEM PROVA?

Fiz uma careta.
-Não! -Fiz uma careta. O professor Órion repetiu por horas que as provas seriam só mês que vem, aquele garoto era surdo? -É que...Ah, deixa para lá, você já vai descobrir, hmmm...Qual é o seu nome?

-Baekhyun!

Sorri.

P.O.V Aspen.
Dormitório.

Ouvi os sinos que indicavam que as aulas começariam em dez minutos.

São sete horas. Observei o despertador.

Muito cedo, pensei, virando para o lado e fechando os olhos.

Então, do nada, levo uma "TRAVESSEIRADA" na cara!

-Acorda, belo adormecido! -Meu irmão me provocou. -Hoje a aula começa mais cedo, tem uma parada nova.

-Ah. Tenho que ir? -Resmunguei.

-Claro! Anda, vai se arrumar! Deus ajuda quem cedo madruga! Coisas boas nos aguardam! UHUUUL! Aventura! -Collin falava sem parar. De cara percebi que tinha algo errado.

Me levantei e comecei a trocar de roupa.
-Aventura não me anima depois do fiasco de ontem. Mas me fala, o que aconteceu?

-Como assim, aconteceu? -Ele não entendeu.

-Você começa a falar sem parar quando não quer pensar em alguma coisa. A última vez que você ficou assim, o preço da coxinha aumentou para três reais e você tentou parar de comê-la.

-Mas três reais era bastante!

Ajeitei meu cabelo. Nem precisei de muita coisa. Minha beleza natural bastava.
-Não mude de assunto, Colly! Vamos, me conte no caminho. -Pedi, pegando a mochila e saindo do quarto.

-Ok, ok. Eu a Blair, hm, estamos coisados.

-Defina "coisado."

-Pedi um tempo depois que ela me beijou. Acho que ela está um pouco magoada.

Não acreditei.
-Vocês nem namoravam. Tempo de que?

-Ah, não sei...É que...

-Ela seria MUITO generosa se ficasse um pouco magoada. -Interrompi-o. -Se eu fosse ela, nunca mais olharia na sua cara!

-Eu me senti pressionado, acho...

-Cara, me desculpa, mas...SEU CUZÃO! Ela que devia dizer isso, ela que é a mulher! Você tem que passar o rodo em geral, sacou? -Falei gesticulando, para ver se ele entendia. -Mas é muito pirado mesmo. Chegamos.

Colly tentou se explicar, mas eu disse que não precisava. O que aconteceu era que:
1°: Ele era um otário que mais parecia uma mulher de TPM.
2°: perderia Blair por isso.
3°: Fim de história.

Nos juntamos ao resto das pessoas.

Pouco tempo depois, Órion chegou e pediu para acompanhá-lo até a sala de Treinamento de Combate.

P.O.V Oksa
Sala de Treinamento de Combate

A sala de treinamento era bem ampla e fria. Acho que já a vi no primeiro dia, durante o tour.

Órion mandou a gente sentar nos bancos e ouvir as instruções.

Akemi e Nathan deram mini-soquinhos amigos em mim e em Levy. Perguntei o porquê daquilo.
-Estamos aproveitando a chance e dando socos "parceiros" em todo mundo. Se alguém nem se mover com o soco, essa pessoa é o Cisne Negro de ontem. -Sussurou Akemi.

Nathan concordou e continuou andando, socando Lauren e Valentina, que estavam ao meu lado.

Só agora, olhando melhor, reparei que não era só Órion que estava lá; Javier, Ella, Sean, Mr. Ferraz e a DIRETORA estavam confortáveis, esperando para falar em um púlpito.

-Bem. -Começou Órion. -Normalmente sou só eu que dou é vejo essa aula, mas como é o primeiro dia, até a ilustre Diretora fez questão de marcar presença. Aplausos, por favor?

Várias palmas desanimadas saíram da plateia. A Diretora agradeceu, mostrando os dentes amarelos.

Que merda hein? Eu não queria ver a Diretora do mal tão cedo!

Javier começou a falar:
-Essa aula é bem básica. Vamos te treinar para o mundo de fora. Órion escolherá uma dupla para vir ao centro da arena e tentar matar um ao outro, somente usando os poderes. Não se preocupem, a enfermeira Graziella tem poderes de cura e vai usá-los sempre que for necessário. -Ele acenou para a tal Graziella, que sorriu. -Vamos apenas...Observar.

Baekhyun-Bacon, que estava sentado ao lado de Sana, levantou a mão.
-E se não conseguirmos ativar os poderes? -Ele disse, receoso.

-Vocês vão conseguir. Se não conseguirem... -A Diretora respondeu e aproveitou para falar. -Mais alguma dúvida? Não? Que bom. Vou aproveitar a ocasião para perguntar: alguém quer contar alguma coisa a respeito do ocorrido ontem no baile?

Silêncio total. Tive vontade de perguntar onde ela estava e porque não procurou Zoe, apesar dos poderes dela, mas achei melhor me manter calada.

-Ok. -Ela parecia frustada. -Apenas saibam que eu vejo tudo. A parede está sendo consertada. Vamos começar? -Ela tentou ser fofa, sendo que veríamos uma pequena carnificina.

Órion chamou a primeira dupla.
-Gustavo e Oksa.

Justo eu? Claro que eu não iria nem a pau! Eu hein!

Fiquei ali, agarrada naquela cadeira como se a minha vida dependesse daquele objeto.

Stavo estava me esperando na arena. Ele fez a cadeira se levantar comigo sentada nela e andar pelos bancos, parando na frente dele.
Ele só sorriu, me dando um pouco de medo.

-Prontos? -O professor perguntou, obtendo respostas positivas de nós dois. -Em suas marcas.

Tudo bem!

Eu vou sobreviver.

Talvez eu não sobreviva, mas só por uns minutos!

Eu acho.

-3...2...1... -A voz de Órion ecoou. -JÁ!

Eita!

Stavo veio calmamente na minha direção, me desesperando.

Então, fiquei invisível. Olhei para minhas mãos e elas não estavam ali. OBAAAAAAA! Meu poder apareceu na melhor hora possível.

Stavo -eu acho- pelo jeito podia controlar a mente.

Ouvi uma voz rouca na minha cabeça.

-Apareça.

Eu queria lutar, queria xingar e ficar invisível, mas simplesmente apareci. Não conseguia lutar com o meu corpo.

-Morra. -A voz disse.

Não, não mesmo; pensei.

Meus braços se fecharam diante do meu pescoço. Minhas unhas compridas romperam minha pele, me fazendo sangrar.

Tentei parar, mas era como se eu estivesse vendo outra pessoa.

Sentia dor.

Muita dor.

O corpo másculo de Stavo foi ficando mais embaçado e sua expressão preocupada era distorcida.

Não conseguia respirar.

Juro que vi um unicórnio cavalgando na cabeça dele!

Então, o mundo escureceu e eu dormi.

Acordei alguns minutos depois, com os cabelos ruivos de Graziella na minha frente.

Gemi. Parecia que eu estivera dormindo por horas.

-Ela está bem. -Órion disse, desinteressado. -Próxima batalha! -Berrou.

Arg. Enfim me lembrei de tudo.

Eu morri!

Comecei a rir que nem uma idiota, enquanto Demon e Melissa se posicionavam para a próxima batalha.

-Não deu tempo suficiente de você ir para o "céu", a sua alma sair do seu corpo ou coisa do gênero. -Graziella sussurou, entre dentes.

Interessante. A sensação era estranha...

Não vi muito da batalha entre Demon e Melissa, mas vi que Demon ganhou.

Ela se aproximou suficiente de Melissa e deu um cutucão, fazendo a coitada virar pó.

Depois Aspen e Blair se enfrentaram, o fogo e a água.

Seria cômico se não fosse trágico.

Blair estava indo bem, apagando as chamas dele, mas de repente seu poder falhou, o que deu a chance de Aspen queimá-la.

Vi a Diretora murmurar algo sobre  isso.

P.O.V Cat.
Corredor dos armários.

Todos estavam comentando sobre como era empolgante morrer por alguns segundos e geralmente indolor, para aqueles que tomaram uma espécie de pastilha dada pelos professores.

Também recebi a pastilha, mas não foi necessário usá-la. Meu nome não foi chamado.

Eu, Alice, Akemi, Melanie e Melissa estávamos analisando a aparência suspeita da pastilha. Era uma cápsula amarela e azul.

Melanie pegou a embalagem e começou a ler.

"Pastilhas Indolor do Tio Ferraz!
Quem com ferro fere, com ferraz será curado!
Ameniza a dor ao morrer!
Tome uma a cada partida de Treinamento de Combate!
Aproveite!"

-Que brega! -Comentou Akemi. -Para que tantos pontos de exclamação? Acho que o Mr. Ferraz estava em êxtase quando criou o produto e deixou transparecer.

-Com certeza. O pior é que funciona. Pelo jeito vou ter que usar direto, já que os meus poderes são meio que inúteis e descontrolados. -Reclamou Melissa.

-Vou evitar ao máximo tomar essa coisa. -Declarei. -Parece meio... Suspeito, não acham?

-Talvez mais armações? Para ver quem não tem coragem de morrer?

-Claro que não. -Melanie retrucou com tanta firmeza que me assustou.

-Como tem tanta certeza? -Perguntei.

-Eu li sobre a nossa escola em alguns livros. -Como sempre; pensei -Podem se achar os mágicos fajutos, dando truques manjados por todos os lados. Mas não brincam com Treinamento de Combate. A morte é uma coisa delicada.

Zoe estava ao nosso lado nessa hora, procurando alguma coisa na mochila e parou quando ouviu Melanie.
-Será que não brincam mesmo? Sabemos do que aconteceu ontem.

Somente depois de fazer esforço me lembrei que Zoe quase morreu.

Queria dar mais apoio para ela, mas aconteceu tanta coisa desde ontem, parece uma eternidade!

-Não sabemos se foram eles! -Exclamou Melanie, quase gritando na cara de Zoe.

Arregalei os olhos.
-Calma. Ninguém está te contrariando.

Só então ela notou o quanto estava estranha. Apenas saiu de perto, murmurando "tanto faz, tanto faz."

Zoe deu de ombros.
-A propósito, Mel, por quê você estava chorando ontem?

Melissa ficou vermelha e olhou para baixo.

Como assim, ela chorou ontem?!

Pode isso, produção?

-Javier...Javali...O professor! A gente, hm... Podem sair daqui, Akemi e Alice? Não é por mal, mas...

Akemi apenas balançou a cabeça, como se entendesse e saiu, puxando Alice junto.

-A gente se beijou.

Meu queixo caiu. E eu me achando a saliente por estar meio que paquerando Sean!

-E isso é motivo para choro, doida? -Zoe não entendeu.

-É sim. Pelo menos para mim.

-Como foi? -Fiquei interessada.

Zoe riu.
-Safada você hein, Cat? Quer ir ouvindo para quando chegar a sua vez com Sean?

Senti minhas bochechas arderem. Ia retrucar, dizer que não era nada daquilo, mas Melissa me interrompeu:
-Ah, a gente ficou se beijando e comentando sobre quão errado aquilo era e... Simplesmente nos afastamos. Ele fechou a porta na minha cara.

-Xiiiii... -Zoe resmungou.

Fomos interrompidos pelo barulho alto de uma risada.

P.O.V Collin.
Corredor dos armários.

Blair e Stavo estavam conversando desde a aula de Treinamento.

Ele parecia um pouco falso. Na verdade ele era falso, mas ela se divertia pra valer, colocando a mão no ombro dele e rindo alto.

Tudo bem os dois estarem se divertindo, mas o mundo inteiro não precisa saber disso!

Fiquei observando o entrosamento de ambos, com umas paradas na cabeça que eu não conseguia identificar.

Uma raiva triste, não sei.

-Com ciúúúmes? -Indagaram Peter, Valentina e Aspen, que eu nem sabia que estavam ao meu lado.

-O que? Como? Hã? Eu não... Aspen, você contou para eles?

-Nem precisava de contar, mas contou sim. -Peter revelou.

-"Preciso de um tempo"? -Titi fez uma péssima imitação da minha voz. -Você já teve tempo demais, lesado. Precisamos agir! -Exclamou, olhando enigmática para Peter e Aspen.

Em seguida, os três se aproximaram de Blair. Ela veio na minha direção e meu coração começou a acelerar.

Titi e os outros patetas me deixaram sozinhos com ela.

-Fala. -Ela pediu, inocente.

-O que?

-Aspen, Valentina e Peter falaram que você quer conversar comigo.

Preciso admitir que eles foram criativos!

-É...Sério? Eles mentiram, então. Eu não quero falar com você.

Blair ficou me encarando, incrédula. Por fim, chamou "GayStavo", meu apelidinho para ele:
-Stavo, acabei de falar com Collin, eu ia te contar aquela piada da branca de neve, não é?

Comecei a pensar. GayStavo era, infelizmente, bonitão.

Aquilo era Blair me abandonando?

-Espere! Me lembrei que tenho que fazer uma coisa.

-Diga. -Ela parou de andar e me olhou.

-Isso provavelmente é errado, mas lembrei que tenho que cuidar do que é meu.

Dito isso, fiz a coisa que menos tem a ver comigo, segurei o rosto dela com as duas mãos e a beijei.

P.O.V "Cisne Negro".
Sala de Treinamento de Combate.

Caminhei elegantemente pela arena daquela sala fria.

Me sentia bela. Como sempre.

Ainda bem que eu não estava mais usando a fantasia de pato, ops, Cisne...O escambau.

Ainda tem restos de maquiagem no meu rosto.

Acredite, não é fácil tentar matar alguém estando toda emperiquitada e com delicadeza.

Olhei ao redor. Não havia ninguém.

-Olá. -Os dois estavam encapuzados. De novo. Não consegui ver seus rostos.

Sorri.
-Olá. Fiz meu serviço direito?

-Da melhor maneira possível. Sua recompensa estará na frente da sua casa. Agora...

-Agora...?

-Vai sumir das nossas vidas, não é?

Me diverti com o tom de voz dele. Era como se ele estivesse com medo do que EU poderia fazer.

-Claro que não. -Falei, com a voz melosa. -Por quê eu faria isso?

Ambos pareciam assustados.

-Você disse que...

-Eu sei o que eu disse. E ops, acho que menti! Meu bem, se lembra do que eu disse no começo?

Ele negou com a cabeça.

Mas também, eu disse tantas coisas.

-Eu disse que essa confusão acabaria mal. Vocês vão se ferrar e eles não serão controlados. Parece uma novela. E adivinhem só! -Sorri ainda mais, maliciosamente e falei, expressando bem cada palavra. -Eu simplesmente adoro novelas. Acho que nos veremos em breve, amores! Sei que precisarão de mim para seus trabalhos sujos!

Me virei, pronta para ir embora, porém fui impedida.

Opa, deu merda.

Continua...