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História Escolhas - Primeira conversa


Escrita por: jinxlunafreya

Notas do Autor


Seja bem vindo! Desculpe-me pelos erros que podem aparecer e, qualquer coisa, avisem-me! Boa leitura!

Capítulo 4 - Primeira conversa


- Você não precisava ficar até tarde também, Hinata. - Naruto disse gentilmente.

- Sem problemas. - Hinata respondeu. 

Aquele dia havia sido uma loucura, desde que Hinata estava ali nunca tinha tido tanto movimento. E, para piorar, Ino estava passando mal e não conseguiu ir trabalhar, assim Hinata ficou encarregada por tudo ali. Mal havia sentado, era digitar, imprimir, grampear, entregar tantos documentos, que não dava para organizar nada direito. Foi juntando nos cantos os papéis e no fim arrumaria tudo, só não esperava que passaria do expediente. 

- Esses são os seus. Arrumei por ordem alfabética, não sei se é assim que Ino arruma também. - Hinata disse entregando várias fichas para Naruto. 

- Obrigada, não precisava se preocupar mesmo. 

- É o meu trabalho. - Hinata respondeu de prontidão. - Desculpe, não quis soar grossa. 

- Relaxa, pode colocar lá em cima da mesa da minha sala, por favor.

Naruto estava arrumando outros documentos ali mesmo na secretária, mas Hinata não imaginou que ele pediria para entrar em sua sala. Não que houvesse algo demais nisso, mas Hinata ainda pensava se ele a ignorava ou não, mas acreditava que poderia ser apenas impressão, como dizia Ino. Era a primeira vez que entrava ali, só conhecia a sala de longe e não imaginava que seria algo tão aconchegante. 

A sala era toda colorida, com quadros revigorantes nas paredes, com móveis planejados e que dava um ar de elegância no local. Ao mesmo tempo que possuía cores vivas, o local era bem clean, não parecia um consultório médico, talvez por isso os pacientes conseguissem ficar mais à vontade. Uma das paredes era uma estante repleta de livros, imaginava se Naruto teria lido todos dali ou era apenas enfeite, porém não pensou muito, pois ouviu a voz na porta.

- Gosta de livros?

- Oi? Ah, sim! Digo, desculpa! Eu já estava saindo! - Hinata disse corando com sua atitude evasiva. 

- Não tem problema! Fique à vontade. - Naruto disse com um leve sorriso. 

- Obrigada. Acredito que a leitura é uma das chaves para a educação, fico encantada quando vejo tantos livros. Você já leu todos? 

- Todos não, mas pretendo. Possuo uma leve mania de ir comprando sem ter lido os antigos, aí vai acumulando. 

- Entendo muito bem! Eu também sou assim. - Hinata disse levemente empolgada. - Quais são seus tipos de livros favoritos? 

- Ah, eu gosto de vários. Geralmente leio livros científicos, não tenho tempo para ler livros de fantasia, apesar de gostar muito. Mas posso dizer que "As Crônicas de Gelo" e Fogo e "Senhor dos Anéis" estão entre meus preferidos. E você?

- Gosto de fantasias também, mas gosto mais de romances dramáticos. Mas meus favoritos são livros de filosofia, sem dúvidas! Sou apaixonada pela área, algum tempo atrás até gostaria de formar nessa área. - respondeu Hinata ainda mais empolgada que antes.

- Eu também gosto muito de filosofia! Porém preciso aprender muito ainda, mas tenho interesse. Gostaria que todos os professores fossem profissionais que despertassem o interesse do aluno, pois é uma área tão crítica. - Naruto disse gostando do tom da conversa, 

- Sim! As pessoas não percebem o quão importante filosofia é para a construção social, mas eu compreendo elas, não possuem nenhum incetivo para isso. A maioria das escolas acreditam que ensinar é abrir o livro e pronto, não existe o uso da dialética ali. 

- É triste isso, porém as classes altas se aproveitam disso, pois quanto menos conhecimento uma sociedade tem, mais propicia ao alienamento está.

- Exatamente! E quanto à pintura?, também gosta?

- Ah, disso eu não entendo muito bem, mas eu tenho alguém que gostava bastante de arte. A decoração dessa sala foi ideia de uma pessoa, assim como a reforma lá de fora. 

- Entendo. Essa pessoa tem um bom gosto, é reconfortante aqui. O escritor, Ferreira Gullar, dizia que a arte existe porque a vida não basta, consigo perceber isso aqui. 

- Que bom que pensa assim, espero que os pacientes também pensem. Quero que eles se sintam em um lugar seguro e livres para falarem comigo. 

- Tenho certeza que eles se sentem assim, é nítido o carinho que eles sentem por você, Naruto. É admirável, mostra que você é um bom profissional. - Hinata disse ainda encarando um dos quadros pendurados.

- Obrigada pelas palavras. É uma gentileza sua. Mas pera aí, já são quase 20h e até agora seu primo não ligou desesperado.

- Eu liguei para ele mais cedo dizendo que ficaria até mais tarde. Retornaria quando terminasse o que tinha para fazer. - respondeu rindo da pergunta do loiro. 

- Faz sentido! Ele é todo preocupado, achei estranho. Não precisa ligar para ele, eu te levo de volta. É o mínimo que posso fazer por você. 

- Não precisa. - Hinata lutou para as palavras saírem, não esperava tal frase, sentia seu rosto começar a queimar. 

- Faço questão. É caminho para mim, não geraria nenhum esforço. E sou de confiança, pode ficar tranquila. 

- Não! Não é isso. É só que... - não conseguia pensar em uma resposta. 

- Então pronto. Arrume suas coisas e eu te deixo na sua casa. 

Hinata saiu da sala ainda corada, não esperava que as coisas chegariam a esse ponto. Não queria causar incômodo, mas ele disse que era caminho, então não faria mal, além de ser outra oportunidade para puxar assunto. Estava feliz pela pequena conversa que tiveram, era mais do que apenas simples comprimentos que trocavam pelo dia. 

Não sabia como, mas mesmo estando sozinha com ele e prestes a entrar no carro de uma pessoa que conhece apenas há 1 mês, sentia que ele era de confiança. Sentia-se confortável em sua presença, logo ela que era tão tímida em relação à tudo e à todos. 

Terminaram de apagarem as luzes e fecharam a porta principal, já era, aproximadamente, 21h, não esperava que fosse demorar tanto assim. Mas estava feliz, pois fez uma avanço tanto no serviço como no pessoal: havia conversado com Naruto. Era o que ela queria desde o início, mas negava a aceitar. 

- Não é meio pesado para você? Trabalhar todos os dias da semana? - Hinata tentou puxar assunto entrando no carro. 

- É um pouco, mas eu meio que gosto, então é mais leve. Os finais de semana eu nem considero como serviço, mais me divirto do que trabalho. As crianças são uns amores, passa muito rápido o tempo lá,

- Crianças? Pensei que era algo relacionado a adolescentes. 

- Aos sábados, geralmente, fico com adolescentes, mas no domingo eu passo com as crianças de uma clínica especial. Especial  no sentido literal, lá é um local querido por mim. 

- Entendo, fico feliz que faça isso por amor. - Hinata sorriu de leve. 

- Sim... Acho que tudo é diferente quando você faz o que gosta. Tudo torna-se mais suportável, eu nem sei o que faria sem meus pacientes... - Naruto respondeu em tom, que Hinata identificou como triste, claramente havia motivos para Naruto fazer o que fazia. 

- Concordo contigo. A vida é muito curta para perder tempo passando toda vida com algo que não se identifique. 

- Exato. Peça desculpas ao Neji por mim, por favor. - Naruto disse estacionando o carro em frente a casa. Hinata não havia percebido que já tinham chegado, o tempo havia voado. 

- Andou muito rápido! E, eu que devo desculpas, obrigada pela carona! - Hina disse sem jeito, não sabia como despedir, então ofereceu sua mão para um aperto. Naruto percebeu e pegou-a apertando de volta. 

Naquele momento era tudo estranho, como podia se sentir tão confortável com alguém que mal conhece? Mas Hinata gostava disso, gostava agir de maneira tão natural, que nem lembrava de sua timidez, eram poucas as pessoas que a faziam se sentir assim. 

Passou pelo seu primo contando um pouco do seu dia e subiu para o quarto, apesar de estar emocionada pelo avanço social, seu corpo estava no limite. Concluiu que estava precipitada ao pensar que Naruto a evitava, ele havia sido ele mesmo com ela, pensou que eles apenas não tinham estado juntos durante muito tempo. Ficou feliz por isso, não queria se sentir inferior por ele, não que significasse algo, ou significava? Hinata não sabia o que sentir, não podia negar que talvez possuísse uma queda por Naruto, porém era apenas pela atração física ou ela se interessava mesmo por ele? Não conseguia responder, mas achou esses pensamentos ridículos quando lembrou das palavras dele. 

[...] mas eu tenho alguém que gostava bastante de arte.

Ele tem alguém.

"Obviamente, ele tem! Como alguém tão incrível poderia não ter?" pensava em sua cama. Não sabia o porque, mas ficou triste por isso, antes mesmo de criar qualquer expectativas teria que matá-las. 

Ele tem alguém. 

"Quem será?" Hinata por mais que quisesse dormir, queria continuar pensando sobre o loiro. Será se era alguém do hospital? Será se era Sasuke?! Não conseguia evitar que seu coração batesse um pouco mais rápido quando aceitava que ele tinha alguém. Negava aceitar que pudesse estar criando qualquer sentimento pelo loiro, era ridículo ao seu ver, não combinavam, ele era alguém tão intelectual e sábio, e ela era... Quem ela era? 

Dormiu dividida pensando sobre sua arritmia cardíaca por Naruto, arritmia por pensar em si própria e arritmia por pensar quem Naruto teria.  


Notas Finais


Obrigada a todos que leram até aqui! Até a próximo capítulo!


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