1. Spirit Fanfics >
  2. Escolhas >
  3. Problemas familiares

História Escolhas - Problemas familiares


Escrita por: lisaorsis

Notas do Autor


Gente, espero que vocês gostem! Qualquer erro ortográfico, me desculpem, e me avisem nos comentários para que eu não os cometa de novo. É minha primeira fic, tô bem nervosa, mas vamos lá...

Capítulo 1 - Problemas familiares


O despertador me acordou com um barulho ensurdecedor. Eu esqueci de desativar o alarme mais uma vez, até porque estou de férias. Com a tentativa de desligar aquela coisa, eu acabei caindo da cama, e é claro que depois disso, não consegui dormir mais. Fui pro banheiro, escovei os dentes e penteei o cabelo enquanto fingia que a escova era um microfone. Tive que abandonar meus fãs, também conhecidos como sabonete, shampoo e condicionador, para ir tomar o café da manhã.

Para minha surpresa, minha mãe já estava na mesa, comendo uma fruta, e eu percebi que seus olhos estavam vermelhos e inchados, como se tivesse passado a noite chorando. Me aproximei dela.

-Mãe, tá tudo bem?

Ela se assustou com a minha presença, o que prova que estava distraída, e eu já me assustei. Minha mãe nunca está distraída. Nunca.

-Liliam, desculpe, eu estava pensando em algumas coisas...

Sentei-me na frente dela, e percebi o quanto minha mãe estava cansada. Ela sempre foi linda, ainda era, com seus cabelos castanhos e olhos cinzas, ambos eu herdei dela. Mas as linhas de expressão tomavam conta de seu rosto, e em seu cabelo já apareciam alguns fios brancos. Ela tinha 40 anos, mas com sua alegria cotidiana, aparentava muito menos. Mas hoje, parecia que a tristeza havia tomado conta dela, a envelhecendo.

-Que coisas?

Ela suspirou e olhou para o lado. Uma mania dela, ela sempre olhava para o lado quando precisava contar más notícias. Me aproximei mais da mesa, e a encarei.

-Filha, meu chefe me deu uma oportunidade incrível. Eu poderei ir para o Japão, para aprofundar meu conhecimento na tecnologia. O problema é que esse emprego durará 5 anos, e eu não posso deixar passar. É claro que poderei vir te visitar, e você pode me visitar também... mas terá que morar com seu pai por um tempo.

Minha cabeça girava. Muita informação, definitivamente. Me levantei da mesa abruptamente e ouvi de longe minha mãe me chamar, mas eu não conseguia pensar direito. Eu achava que minha mãe me levaria quando ela começou a falar da proposta. Mas não, ela quer me deixar com meu pai. Dos meus 16 anos, 14 foram com a ausência dele. Ele parou de ligar depois que fiz três anos, e desde então eu só recebo um cartão de natal que tocava uma música irritante. E agora minha mãe apenas decidiu que quer me deixar com ele?

-Não! -eu gritei, em prantos.

-Filha, por favor, vamos conversar.

-Mãe, eu não posso ficar com... ele.

Seu olhar se tornou carinhoso e ela me abraçou. Eu estava irritada com ela, mas quando ela me envolveu com seus braços eu me senti criança novamente, e assim, chorei. As lágrimas escorriam pela minha bochecha e molhavam minha mãe, mas ela não se importou e continuou me abraçando enquanto sussurrava repetidamente "está tudo bem, eu estou aqui"

(uma semana depois)

Acordei de uma noite em que eu praticamente não dormi com tanto estresse. Eu suava, e uma vontade estranha de chorar surgia e desaparecia. Hoje, eu viajaria para a casa do meu pai.

Me arrumei, penteei meu cabelo que insistia em ficar extremamente armado, e passei um pouco de maquiagem para parecer que eu não era um cadáver. Minha mãe estava na sala, com três malas grandes ao seu lado, e ela sorria pra mim.

Fomos para o aeroporto em silêncio, e logo deu o horário em que eu precisaria entrar no avião. Eu abracei minha mãe com os olhos marejados e a abracei, até atravessar o portão de embarque. As lágrimas ainda queriam ser liberadas, mas eu me controlei.

Já na minha poltrona, um menino sentou ao meu lado. Ele tinha um cabelo castanho encaracolado e olhos azuis muito claros. Devia ter uns 18 anos, e meu Deus, ele era lindo! Em outra situação eu tentaria falar com ele, mas meu dia estava horrível, então apenas ignorei. Ouvi música e li um livro, coisas para se fazer em uma viagem demoradada da Flórida para a Pensilvânia. Logo uma aeromoça passou com um carrinho, oferendo alguns lanches, e eu pedi um suco.

Na hora, nem dei muita atenção para a a bebida e fiquei segurando, até uns cinco minutos depois, quando o piloto avisou que poderia haver turbulência. Eu comecei a sentir o menino ao meu lado se sentir desconfortável e inquieto na poltrona. Eu havia virado levemente para o lado dele quando o avião deu um forte tremor, fazendo meu suco voar em direção as calças do garoto.

Eu comecei a pedir desculpas desesperadas e tentar arrumar a situação tirando um pouco do líquido, mas logo minha mão passou por... aquela área dele, e eu corei violentamente, e é claro que ele percebeu e começou a dar risada da minha cara.

-Me desculpe pelo suco, sério, eu estava desatenta...

-Não tem problema - ele disse, ainda rindo -Eu me chamo Kevin.

-Ah, oi, eu sou Lily.

Nós ficamos em uma espécie de transe olhando um para o outro, até o piloto avisar que já estávamos aterrisando. Kevin colocou os fones e fechou os olhos, parecia extremamente aterrorizado, então eu não fiquei insistindo em uma conversa e comecei a ouvir músicas. Quando pousamos e as portas abriram, minha paixonite do avião saiu rapidamente, e eu não o vi mais. Suspirei para mim mesma, e dei de ombros. Peguei minhas malas, e comecei a me preparar para encontrar meu pai.

Como será que ele era? Só tinha o visto em fotos antigas. Eu estava nervosa, mas decidi colocar meu medo de lado e comecei a procurá-lo no meio da multidão. Logo, eu senti uma pessoa atrás de mim me agarrando e soltei um grito fino, até que virei e vi uma adolescente que devia ter 17 anos, ruiva e baixa, com maquiagem exageradamente preta me abraçando. Olhei para ela confusa, e percebi que um grande homem com cabelo loiro escuro, pele bronzeada, olhos verdes como o mar e barba rala e cinzenta se aproximou. Ele tinha um sorriso bondoso, e era alto e musculoso, mas sua idade era entregada por suas linhas de expressão intensas.

-Oi! - a menina gritou, o que eu achei extremamente irritante -Você não se lembra de mim? Sou eu, Peggy, sua prima!

Ah, minha prima. Minha mãe já havia falado dela. Eu tentei abrir um sorriso sincero, mas tenho dúvidas se realmente funcionou. O homem deu um passo para frente e me deu um abraço carinhoso, e senti um cheiro de madeira nele. Quando me soltou, seu sorriso continuava intacto no seu rosto.

-Olá Liliam. Eu sou Eddie, seu pai, querida. Não sabe o quanto estou feliz em te ver.

Nesse momento eu realmente não sabia o que fazer. Deveria dizer "E aí, velho, que saudades" ou "Olá senhor, prazer em conhecê-lo" ? Esses seriam os anos mais longos da minha vida.


Notas Finais


Até o próximo capítulo genteeee. Beijos!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...