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História Escrevendo - Capítulo Seis


Escrita por: AnnyGrint

Notas do Autor


Estou tentando não fugir do rumo da história, torçam por mim. Ainda está dando certo...
Como prometido, mais um capítulo hoje... :)
Boa Leitura!!!

Capítulo 6 - Capítulo Seis


Quando entrei embaixo do chuveiro consegui sentir a água quente desfazendo quase todos os nós da garganta. Os do coração que são difíceis de desfazer.

Sei que no momento desperdiçar tanta água é no mínimo egoísta, mas estou me dando ao luxo de ser assim pelo menos um pouquinho. Perco a noção do tempo sentindo a água queimar minha pele. A sensação é boa, um pouco incomoda, me faz sentir a pele e a vida correndo por ela.

Respiro fundo algumas vezes antes de finalmente me render a mais uma rodada de lágrimas. E por fim desligar o chuveiro.

Quando abro meu guarda roupa não consigo entender de quem são aquelas roupas. Milhares de camisas brancas, calças pretas, saias pretas e sapatilhas em verniz em tons escuros. Fecho as portas sem escolher nenhuma roupa. Scorpius esqueceu roupas espalhadas por meu quarto, resgato uma camiseta e uma calça de moletom, estou cansada.

            — Calça de moletom? Camiseta do namorado?

            — O quão clichê eu sou? – Abro meus olhos, mas não olho para o loiro parado em minha porta.

            — Vejamos... – ele parece pensar. – Pegar o carro do namorado, sumir a noite inteira, crise de choro com o irmão, roupas largas do maravilhoso namorado que a procurava igual um louco.

            Dou um longo suspiro. Sou o clichê. Aquele personagem ridículo do filme campeão de bilheteria. Aquela garota que tem tudo, mas acha que não tem nada. A deprimida. A donzela em perigo.

            — Talvez um pouco clichê. – Scorpius fecha a porta senta-se no chão ao lado da cama.

            Ele é tão clichê quanto eu.

            — Sou muito clichê. E você também. – escorrego para o seu lado. Estamos os dois no chão gelado.

            — Rose, o que está acontecendo?

            Sei que ele está preocupado. Quando chegamos a pergunta é sinal de que não dá para fingir que está tudo bem.

            — Eu não sei.

            O que está acontecendo? Eu estou cansada. O tempo todo eu sinto uma cansaço dentro do meu corpo, me sinto paralisada, inquieta. Não consigo escrever uma simples redação. Odeio meu emprego. Não posso decepcionar meus pais. Quero gritar o tempo inteiro, mas não grito. Nunca grito.

            — Será que está querendo mais espaço? – Meu namorado perfeito está achando que quero terminar. Eu sou uma péssima pessoa.

            Olho finalmente para seu rosto. Ele parece tão cansado. Scorpius me procurou a noite inteira, fingiu que não sou uma louca e perturbada, e está triste pensando que quero terminar nosso relacionamento.

            Eu o beijo. Beijo muito.

            Não beijo só os lábios. Beijo seus olhos e ele sorri. Beijo suas bochechas e sua risada toma conta do quarto. Beijo suas orelhas e ele ofega meu nome. Beijo seu queixo e ele suspira. Beijo seus lábios como se não houvesse outros beijos. Porque realmente não há.

            — Você é a única parte da minha vida que quero que continue a mesma. – Deito minha cabeça em seu ombro. – O resto poderia explodir que não ligaria. Mas quando estou com Scorpius Malfoy eu sou a Rose Weasley de verdade. Sem preto e branco. Sem regras. Só cor. Só vida.

            — Ufa, porque eu realmente achei que você queria se livrar de mim. – Scorpius joga a cabeça para trás e respira fundo. – Eu estava preparado para chorar e implorar.

            — Você não chora. – Respondo rindo.

            — Mas estava preparado para ser o ator que sei que posso ser. – Ele me puxa para seu colo de um jeito desconfortável. Bato a cabeça em seu queixo.

            Estamos rindo. Eu estou rindo depois de chorar praticamente a manhã inteira. Eu estou rindo enquanto minha cabeça dói e a ideia de romantismo acaba antes de começar. Estamos rindo porque era para ser um momento sensual e apaixonante. Estamos rindo porque nós somos duas crianças em corpos adultos.

            — Eu estou triste, não me faça rir. – Falo tentando parecer brava.

            — Eu queria te fazer outra coisa, mas sua cabeça é muito grande. – Scorpius bagunça meus cabelos e balança minha cabeça de um lado ao outro.

            — Você não sabe fazer nada direito. – Resmungo tentando ajeita o cabelo.

            Seus olhos acinzentados me enfeitiçam. Sempre foi assim, desde a escola quando ele sentava-se de lado para poder conversar comigo o tempo todo. Eles me capturam e fazem o que querem de mim.

            Eu suspiro.

            — Preciso da sua ajuda.

            Me ergo do chão e abro as portas do guarda roupa. Será uma longa tarde.


Notas Finais


Espero que estejam gostando, e quem sabe se identifiquem com Rose, ou Hugo, ou qualquer personagem!! Em breve teremos mais acontecimentos... Obrigada leitores, venham conversar mais comigo... Beijos...


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