"Que agressiva, Lolô!" comentou a Gabi, ouvindo o comentario da filha.
Lolô. Era o apelido que deram a Paloma, antes de eu nascer, pois, imagina: "Paloma! Há quanto tempo! conta as novidades, amiga!" seria estranho, parece vovó, chamar alguém de nome, assim, grande (para falar), então ficou Lolô, assim como o Martín é o Mamá, a Sandra, a San, o Ricardo, Rick e a Júlia, a Lili.
"Passa o dado!" pediu o Mamá, que seria o próximo a jogar. Entreguei para ele. "Vamos lá!" ele chacoalhou os dois dados entre suas mãos e depois jogou-os sobre a caixa que usávamos para não bagunçar as peças. "Quatro. 1... 2... 3... 4. 'avance 3 casas'! Bem! 1... 2... 3."
Era incrível como eu e meus "primos" éramos unidos, afinal, cada um tinha uma idade: a Ju- que estava conversando com os adultos- tinha 31, a Lolô tinha 17, eu, 13, o Mamá, 11, a San, 5, o Rick 2 e a Lili 6 meses!
A San jogou o dado.
"Quatro?" nós assentimos. "1... 2... 3... 4! O que está escrito?"
"'O jogado à sua esquerda vai propor a você um desafio.'" li em voz alta "Sou eu! Hm... San, você vai comer pudim de chocolate com molho de carne e tomate!"
"Eca!" ela disse e todos nós rimos.
Levantamos e fomos até a cozinha ( =] ) do apartamento da Gabi.
Abrimos na porta e nos dirigimos à geladeira, pegamos o pudim, guardado para depois do jantar e um tomate, além de uma colher, um prato e uma faca.
Nesse momento, a porta abriu e minha mãe entrou.
"Ei! Como vocês podem?" achei que ela ia dizer que estava na hora do jantar, eu já ia protestar, mas ela pegou um pouco do pudim, colocou no prato, cortou o tomate e adicionou um pouco do molho no topo e entregou à San.
"Está quente, cuidado." mas não saiu da cozinha, como eu esperava "O quê?" ela perguntou respondendo aos meus olhares indagadores. "Se a senhorita acha que eu vou perder isso, está enganada." nós rimos, nunca esperaríamos isso da minha mãe.
A San já ia colocar na boca, quando meu pai entrou.
"Fani, Fani, sempre tão infantil..." provocou.
"Chato!" respondeu na defensiva, antes de estalar o maior beijo na boca dele, esquecendo que haviam 3 crianças presentes.
"Eca!" entoaram o Mamá e a San.
"O amor!" suspirou a Lolô "Sempre tão lindo..." os dois riram, eu também estaria, se não estivesse correndo pra o banheiro, vomitar.
"Filha, abre a porta, por favor!" minha mãe grieou.
Abri.
"Clarinha," ela encostou a porta atrás de si e sentou ao meu lado, no frio chão do banheiro. "um dia você vai entender o porquê disso." continuou "Mas até lá, deve se controlar. Não pode vomitar a cada vez que o amor vai à tona na sua frente." cravei os olhos no chão, sabia que ela estava certa. Apenas assenti. Ela levantou meu rosto com as mãos e prosseguiu: "Olha, eu sei que não quero ver minha única filha fazendo isso, mas acontece, e quero que você me conte quando achar seu príncipe encantado, O.K.?" novamente apenas assenti. Ela me deu um beijo na bochecha e concluiu: "Tenho que voltar, seu pai deve estar achando que eu morri. Lava sua boca e vai lá em baixo tomar um pouco de ar." e eu, adivinhem, assenti.
–X-
Peguei o elevador e apertei o T.
Senti aquele friozinho na barriga que a gente sente quando o elevador desce e me lembrei: minha boca estava cheirando à vomito. Não queria subir de novo, então, puxei do bolso um pacote de Halls e enfiei 5 na boca.
O elevado abriu e eu senti um gosto forte. Puxei o papel vazio e vi: potencia 5! Eu tinha enfiado 5 balas de potencia 5 na boca de uma vez! Ou seja, potencia 25, somando tudo!
Corri para o banheiro da piscina, mas, na presa, trombei com alguém. Minha primeira reação foi gritar: "Ei!" e olhar para a cara dele.
Tomei um susto! Era um garoto mais ou menos da minha idade, com os cabelos cor de mel, os olhos eram verdes e tinha os lábios perfeitos! Era o garoto mais lindo que eu já havia visto! Sim, mais que o Davi.
Meu coração disparou, o ardor sumiu junto com todos os meus pensamentos, devo ter ficado completamente sem expressão, pois ele perguntou: "Você está bem?" ele tinha a voz mais doce do mundo. Pelo sotaque, era carioca. Assenti babando, perdida em seus olhos. "Tem certeza?" ele achou graça no meu jeito, pois riu. Que risada doce! Ele era perfeito!
Sem querer me peguei pensando: será que eu conseguiria beija-lo sem vomitar? Com certeza sim, pois meu próximo pensamento foi: como será que era o gosto aquela perfeição que se dizia chamar lábio?
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