História Escuro, escuro, ainda escuro - Capítulo 14: Ansiedade

Gaster parece feliz, quando fala com Sans. Ele conversa sobre Asgore, sorrindo ao falar dele. Sans ri baixo, ao ver o pai tão feliz assim, mas se interrompe quando ia comentar algo quando seu celular toca com uma mensagem. Ele visualiza e ri, respondendo. 
Gaster estica o pescoço, curioso, mas Sans não o deixa ver:
—Com quem você está falando?
—Tori. — ele diz, respondendo a mais uma mensagem.
Gaster parece um pouco surpreso:
—A rainha?
—Ela mesmo. Mas ela não é mais a rainha. Ah, Gaster, eu andei falando com @ pivete. El@ diz que tem em mente não só salvar você. El@ diz que tem mais duas pessoas que precisa salvar. E quer ajuda. Alphys e eu estamos ajudando. Mas queremos sua ajuda também.
—Você quer dizer... — ele se refere a Chara e Asriel, e Sans assente — I-isso seria muito bom. — ele tem um pensamento ruim, mas afasta isso.
—Eu sei o que você está pensando. — Sans fala — Que se conseguirmos trazer eles de volta, você pode perder Asgore.
Gaster cora, mas assente, envergonhado:
—Mas se ele estiver feliz é o que conta? — na verdade, Gaster está preocupado. Ele provavelmente não suportaria ver isso, mesmo que estivesse se esforçando para parecer okay com isso. Sans sabia. Sans sabia que Gaster tinha tido um tempo que estava se sentindo culpado por estar apaixonado pelo rei, e sabia que agora ele estava novamente se sentindo culpado.
Sans suspira, e se volta para o celular, respondendo outra mensagem de Toriel:
—Mas isso não vai dar em nada, certo? Por que a família ia ficar muito confusa se você e a Toriel estivessem juntos.
—O que você quer dizer?
—Por que ai você vai ser irmão do filho do ex da sua namorada. E Asgore seria seu padrasto, e pai do Asriel e Chara, e por consideração você seria irmão deles mas estaria namorando com a mãe dos seus irmãos por consideração, assim sendo padrasto deles. E se você tivesse um filho, ele seria meu neto, mas meio-irmão da Chara e do Asriel, o que ainda seria estranho por que o avô do meio-irmão deles é padrasto deles. Espera, eu sei o que para eles? Um vôdrasto? Como isso funciona? E se eu sou o vôdrasto deles e o Asgore está junto comigo ele seria o que deles?
Sans parece que teve um "bug" no cerébro na metade da explicação, e pede pra ele parar, meio confuso:
—Reuniões de família seriam bem constrangedoras assim. 
Ele e Sans riem, concordando nesse ponto, mas Gaster ainda parece preocupado sobre a volta das crianças Dreemurr, mas Gaster promete que vai ajudá-los como puder.
Voltando para casa de Asgore, Gaster fica pensando sobre isso.
"Se eu ajudar a trazer eles de volta, Asgore vai ficar feliz" ele pensa "Mas e como eu vou ficar...? Será que ele vai deixar a pequena Bethany comigo...? Ela é minha filha também.... Mas ela precisa dos dois pais? Mas Asriel e Chara também....." ele não percebe que tem lágrimas nos cantos dos olhos "Então.... Seria quem Asgore escolhesse... E se ele quiser voltar comigo, o que eu duvido...." Ele passa a mão numa lágrima que escorreu "Por que isso dói tanto? É a vida dele, caralho. Não, não, pare com isso" ele limpa mais lágrimas, se forçando a parar, tentando chegar ao seu destino o mais rápido possível. Ele tenta parar de pensar, o que só causa mais pensamentos assim. Na cabeça dele, ele pode ver claramente Asgore o agradecendo e então ele e Toriel se beijando. Gaster tem que limpar mais algumas lágrimas, e vê que chegou. Ele se força a sorrir fraco quando entra em casa, para receber uma recepção calorosa de Bethany. 
Asgore sorri ao ver a pequena feliz, e acena para Gaster. 
Gaster sorri, mas logo se vira e vai para o banheiro, tentando se manter controlado. Ele não podia, ele não queria chorar na frente de Bethany e Asgore. Ele lava o rosto e se olha no espelho, então recuperando a postura. Ainda se sente fragilizado, claro, mas ele pelo menos pode fingir que está bem.
*****
Nessa noite, ele não dormiu direito. Acordou de madrugada e ao ver a luz da cozinha ligada, se dirigiu até lá:
—Asgore?
O monstro maior estava sentado a mesa, com uma xícara de chá ainda intocada na mão. Ele fita Gaster:
—Olá. Sem sono?
Ele assente, se sentando com ele e suspirando. Asgore se lembra do que Gaster disse sobre café e chá, e esquenta água para o monstro menor fazer café.
Ele se senta à mesa, parecendo infeliz, o que Asgore não pode deixar de perceber, perguntando sobre o que fora os pesadelos. Gaster suspira, se desviando da pergunta, não querendo contar que ele está mal por causa da conversa com Sans. 
Os dois ficam tomando seu chá e café em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos.
Nem Gaster nem Asgore tem sono de novo. Eles estão num silêncio que começa a ficar desconfortável. Gaster então decide que vai perguntar algo:
—Seus pesadelos continuam sendo sobre Asriel, Chara, as crianças e Toriel...?
Asgore fica quieto por um momento, surpreso dele saber o conteúdo dos pesadelos dele, mas assente:
—As vezes eu sonho com meu pai e minha mãe também. — ele comenta, desviando o olhar. 
Gaster assente, preocupado sobre ele:
—Ei, Asgore? P-posso te fazer u-uma pergunta?
Ele assente:
—Vá em frente.
—Você... Você uma vez me disse que trocaria seu reino inteiro, todo o seu poder e ouro só pra ter sua família de volta. Isso continua sendo verdade...?
Asgore fica em silêncio por muito tempo. Gaster está preocupado que fez a pergunta errada, mas finalmente Asgore responde, mas com outra pergunta:
—Por que você está me perguntando isso?
—S-só parei pra pensar nisso.
Asgore não responde a essa pergunta.