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História Escuro, escuro, ainda escuro - Capítulo 7: Flashback


Escrita por: BeauTheLion e CoxinhaDoce

Notas do Autor


Aqui está um não tão breve flashback de como era a relação entre Gaster e Asgore pré-Chara e durante o tempo que Chara esteve com os Dreemurr.

Capítulo 8 - Capítulo 7: Flashback


—Senhor, aqui está o projeto que vossa majestade pediu. — Gaster usa de todos os tratamentos de respeito para com o rei, que olha para a planta da nova estrutura que vai se erguer em Hotland.
—Obrigado. — Asgore sorri fraco e passa os olhos pelas folhas — Pode me explicar mais uma vez como isso irá funcionar?
—C-claro! — ele gagueja, nervoso por receber essa atenção direta do rei, já que por meses sua única atenção do rei era passar perto de sua mesa de trabalho e espiar os projetos e as discussões que ele tinha consigo mesmo, já que as vezes ele chegava tão silenciosamente que ele só o percebia ao ver a sombra formada por ele na mesa. 
Ele explica, gaguejando um pouco mas bem, num geral, até o fim, enquanto Asgore tem a atenção voltada para ele. Ele assente devagar, e coloca a mão no ombro de Gaster:
—Gaster?
—Sim s-senhor! — ele gagueja, nervoso.
—Se isso der errado, ou de alguma forma não funcionar como o esperado, por favor não se culpe por isso. — ele diz, com um sorriso acolhedor, típico Asgore, que tentava fazer todos se sentirem bem. Gaster não consegue evitar um sorriso e assente.
—Eu posso aceitar essa ordem, senhor.
—Por favor, me chame só de Asgore. — ele pede, ainda sorrindo. 
Dois pequenos esqueletos vem correndo de dentro de uma sala, o maior gritando por que o menor está o perseguindo com um osso azul. Gaster cora quando o maior se joga nas pernas dele e quase o derruba em cima de Asgore:
—Sans! Papyrus, eu disse que vocês deviam ficar dentro da sala! Agora não vão ganhar seu chocolate! — Gaster perde a paciência com os dois.
—Mas foi o Sans! — Papyrus grita, se sentindo injustiçado. 
—São só crianças... — Asgore diz, se abaixando perto de Papyrus e dando duas balas de caramelo para ele — uma para você e outra para o seu irmão. — Papyrus assente e entrega uma a Sans, que fez o osso desaparecer assim que viu o doce.
—O crescimento deles está consideravelmente acelerado. — Gaster diz.
—Quantos anos de diferença eles têm? — Asgore pergunta.
—Em termos do nosso tempo, um ano, em termos biológicos, sete. Como eu disse, suas taxas de ceescimento são bem aceleradas fazendo com que haja uma grande diferença entre o experimento 1 e 2. — ele começa a explicar sem querer sobre isso, sem perceber, mas quando percebe cora muito.
Asgore parece preocupado com algo após isso, e pede se pode falar a sós com as crianças. Gaster assente e deixa ele com os pequenos. Depois se algum tempo, eles voltam, com mais alguns doces:
—São crianças muito doces, Gaster. O mais alto me lembra Asriel. 
Gaster assente, e Papyrus vem para ele:
—O rei cabra é legal.
—Obrigado, Papyrus. — ele sorri mais.
—Asgore? — É Toriel, entrando na sala, de mãos dadas com o príncipe, que está envergonhado e se esconde atrás dela — Ah, ai está você.
Assim que ela chega, Asgore se ilumina, e vai até ela.
—Só estou checando o projeto do Core, querida. — ele pega Asriel e o joga para cima, o pegando logo após, e ele começa a rir. 
Gaster está encarando os três sem perceber, pensando no quanto eles parecem felizes juntos. Ele solta a respiração num suspiro e se volta para os esqueletos:
—Sans, Papyrus, vamos voltar para sala, okay? Aposto como vocês não comeram suas maçãs.
—Mas eu não gosto de maçãs. — o menor reclama.
—Gaster, não sabia que tinha filhos. — Toriel diz, se aproximando deles devagar — Eles parecem com você mesmo... — ela abre um sorriso acolhedor para os pequenos — Você devia ir tomar chá conosco qualquer dia desses.
Gaster assente, sorrindo fraco:
—Seria uma honra, minha rainha. — ele se curva, sorrindo.
Asgore pega na mão de Toriel, e ela sorri beijando Asgore e depois beijando a testa de Asriel. Os três saem do laboratório parecendo felizes. 
Gaster olha os três até eles desaparecerem, o sorriso desaparecendo do rosto e sendo substituído por algo que parece culpa misturado com tristeza. Ele agarra o suéter na altura do peito se perceber e abaixa a cabeça. Depois de se recompôr, ele se volta para Sans e Papyrus, que estão riscando um o rosto do outro com giz de cera, fazendo desenhos e riscos um no crânio do outro. Eles param quando vêem Gaster olhando os dois, que só suspira, levemente irritado e leva os dois pro banho. Sans está enfiando um giz de cera na fossa nasal e rindo "Que nem um retardado" Gaster pensa e depois se repreende, pedindo desculpas para Sans, que não entende o por que disso:
—Ele é só uma criança. — ele lembra a si mesmo, como Asgore disse
....... 
Ele precisava de um humano. Foi isso que ele pensou assim que a criança entrou no laboratório e ele de repente se deu conta que humanos podiam entrar no subsolo. Todos esses anos achando que humanos não conseguiam entrar. Ele se levanta, preparando um blue attack, até ver quem estava com a criança. Asgore estava logo atrás dela....Ou dele. Gaster não sabia dizer. Asriel entrou também e pegou na mão dela:
—Aqui é onde a ciência acontece e coisas explodem!
O humano ri, e Asriel acompanha aquele demôniozinho. Gaster está em uma posição defensiva, o que Sans percebe:
—Tem algo de errado, pai?
Asgore se aproxima, e Gaster esquece o que ia dizer,  dedicando sua atenção ao rei:
—Senhor! — ele faz uma mesura.
—Gaster. — ele põe a mão no ombro do mesmo, sorrindo — Vim mostrar o laboratório a nosso mais novo residente. Ess@ é Chara. El@ caiu aqui, ficou gravemente ferid@ na queda e estamos cuidando del@ até que... — ele não sabe se ele algum dia vai poder sair — El@ esteja bem. 
O humano e Asriel parecem estar se divertindo enquanto conversam, Chara sendo simpátic@ e concordando com ele.
Gaster está tenso por trás do balcão, e Sans fica olhando os meninos brincarem.
Asgore sorri e olha para Chara:
—Esse é Gaster, ele é o meu melhor cientista — ele dá uma piscadinha para Gaster que cora muito em um tom brilhante de roxo. Chara encara Gaster.
—Você realmente confia nele né? — el@ diz, mexendo em algo que parece uma mistura fluorescente. Gaster mal tem reação por causa do elogio e da piscadela de Gaster.
—Claro que eu confio nele! Ele é o inteligente aqui, certo? — com esse outro elogio, Gaster, se possível fica ainda mais corado, e Sans, espreita, olhando Gaster e dando uma olhadinha de provocação para ele, sabendo da "paixãozinha" de Gaster pelo rei. — Vamos, vou mostrar o laboratório pra você. — ele diz para Chara e Asriel, levando-os mais para dentro. 
Assim que Asgore e as crianças vão embora, Gaster tapa o rosto e grita em frustração, e Sans dá batidinhas nas costas de Gaster:
—Vamos lá pai, a culpa não é sua por gostar dele. — Gaster descobre o rosto, olhando para Sans — É culpa dele. — Sans dá de ombros.
—Sans, você não está ajudando em nada. — Gaster está levemente irritado.
—Mas eu fiz meu melhor. — ele diz, e dá mais batidinhas nas costas dele — Pai, depois do trabalho eu vou pro Grillby's, okay?
Gaster assente, ainda corado e pensa sobre o que ele sente pelo rei.
Sans já sumiu assim que o horário de sair bateu, mas Gaster permanece no laboratório.
Trabalhando em projetos e com a cafeteira do lado, ele vai tomando enquanto visualiza como extrair a determinação da alma humana. Não seria díficil. Sua antiga máquina deveria bastar.... se não tivesse os efeitos negativos que ele já conhecia.
Inconscientemente Gaster toca as rachaduras que ficam dos dois lados do seu rosto, uma saindo do olho esquerdo e em direção ao topo da cabeça, que prejudicava sua visão e no fim havia uma rachadura maior que era o suficiente para que ele conseguisse enfiar pelo menos três dedos dentro dela, e que lhe causava dores de cabeça de vez em quando, principalmente quando ele era levado ao limite do estresse (o que era díficil, mas não impossível). O risco do lado direito ia até sua mandíbula mas não causava dores, somente uma leve sensação de incomôdo ao mastigar.
Ele se levanta e vai até a máquina. 
Suas rachaduras doem mais em resposta, pela lembrança de seu crânio sendo quase partido em dois.
Gaster dá uma risada fraca. E pensar que ele havia pensado em usar aquilo em Sans e Papyrus. Não, ele não podia, mas se não houvesse tantos efeitos negativos ele teria usado sem hesitação. Papyrus não se lembrava, mas Sans sim.
Gaster toca na parte externa, e percebe um reflexo na parte polida da máquina, levando um susto e se virando tão rápido que acidentalmente invocou uma parede de ossos que quase empalou o rei. Ele deu dois passos largos para trás:
—Um movimento que eu desse, mais lento, e você teria me matado. — aparentemente, ele não tem reação, mas numa olhada mais de perto, ele pareceu realmente com medo que Gaster estaria tentando matá-lo. Gaster está com a respiração acelerada:
—Mil desculpas senhor! Mil desculpas, eu a-a-achei que fosse...
—O humano. — Asgore completa, w Gaster assente, envergonhado.
—Talvez ele seja nossa saída daqui. Eu preciso dele, eu preciso tentar algo com ele. Por favor, vossa majestade, só preciso que o senhor me traga Chara aqui e tudo estará resolvido, por favor. — ele diz, sobre a barreira, e Asgore nega. Gaster sente como se houvesse levado um tapa do rei — S-senhor! É para o bem de seu p-povo.
—El@ é só uma criança, Gaster. Você pode fazer quantos experimentos quiser, mas nada que envolva esse humano. — Gaster continua quieto, não sabendo o que fazer diante disso. 
—M-mas Asgore, eu.... — ele se cala, e desvia o olhar, envergonhado. Ele não achava que Asgore iria proteger o humano. Ele assente devagar e suspira — Sim senhor. 
Asgore está levemente surpreso só de ver Gaster tentando contestar uma ordem dele. Ele pergunta se está tudo bem, e Gaster só assente, indo pegar suas coisas — Eu... V-vou para casa.
Ele sai antes que Asgore perceba que ele está chorando de raiva e frustração.
......
No próximo um ano e meio, as dores de cabeça de Gaster aumentaram, assim como sua sensação de culpa por estar apaixonado pelo rei. Toriel, ele e Asgore frequentemente tomavam chá e conversavam juntos, como bons amigos, e Gaster considerava o casal bons amigos, embora ele se sentisse um pouco mal ao ver o quanto eles eram próximos e o quanto se amavam, no entanto ele nunca desejou que os dois se separassem. Asgore estava feliz, estão Gaster deveria ficar feliz por ele, certo....?
Papyrus adorava crianças, e por isso ia junto e ficava brincando com Asriel e Chara enquanto os adultos conversavam.
Enquanto Gaster ficava cada vez pior, Asgore, por outro lado, parecia cada vez mais feliz com sua família, agora com outro membro, que ele amava e criava como se fosse sua própria criança.
Até esse dia.
Asgore chega no laboratório, apressado:
—Gaster.
Gaster se vira, surpreso por ver ele tão tarde ali:
—Meu rei. — ele se levanta e faz uma mesura.
—Sem tempo para isso. Preciso de você na minha casa agora. Chara... el@... Está muito doente.
Gaster assente e pega suas coisas. Ele não sabia se podia cuidar de um humano como cuidava da alma de um monstro, mas ele tentaria.
***
Chara estava pálid@, respirando rápido e com febre. Parecia estar desidratad@ também. Quando Gaster chega, Toriel está limpando a boca del@ e trocando sua camiseta, aparentemente el@ acabou de vomitar em si mesm@. Asriel está chorando baixinho na outra cama, como se de alguma forma aquilo fosse culpa dele. Chara faz ância de novo e Toriel entrega um balde a el@. Assim que vê Gaster, Toriel agradece por ele estar ali e diz que ele pode examinar Chara. 
Ficam só ele e a criança humana no quarto. Ele pede algumas coisas, e Chara ri, como se estivesse desesperad@ mas não soubesse mais o que fazer. Uma substância negra escorre do canto de sua boca, e apesar do nojo, ele passa o dedo. Aquilo tem alguns pedaços amarelos que ele tira do meio dessa gosma e reconhece, como se tivesse levado um soco. Chara não estava doente. Estava envenenad@. Quando Chara percebe que ele descobriu, diz fraco:
—Não conte a eles.
—Por que? — ele pergunta, com raiva — Eles não merece sofrer assim! Se você ia se matar, pelo menos se jogasse de algum lugar, pelo menos eles não ficariam sofrendo assim!
—N-não .. Você não sabe os meus motivos. O que você sabe sobre mim? Exceto que sou um humano e que seria uma ótima fonte de experimentos pra você? Talvez até impressionar Asgore, quebrando a barreira e conseguindo o amor dele? — essas últimas palavras atingem Gaster como uma rajada de vento gelada, e ele se encolhe. Chara sorri maldosamente ao ver que conseguiu afetar Gaster — Eu sei que você o ama. Eu sei que você adoraria ter o rei só pra você, não é? Isso não vem ao caso agora — el@ diz, ao ver que realmente afetou o cientista —Você não vai contar para eles que eu estou tentando me matar. Logo você vai ver o por que disso. Você não está animado? Você não está feliz? Você vai ser livre. — el@ murmura essa última parte, e Gaster entendo seu plano. Gaster assente devagar e suspira.
—Não vou contar a eles. — ele murmura e pega suas coisas, saindo do quarto. Chara está com um sorriso afetado, quando ele @ olha pela última vez.
Chara morre dois dias depois. Nada pôde ser feito sobre o humano, que foi ficando a cada dia mais fraco. Mas o que aconteceu a seguir foi de certa forma pior.
O reino caiu em desespero. O príncipe e seu irmão adotivo haviam morrido na mesma noite. 
Depois da tristeza, de Asgore e Toriel, veio a raiva. Asgore, que costumava ser calmo simplesmente não deixou ninguém se aproximar dele, nem mesmo Toriel, nem mesmo seus amigos mais antigos. 
Em sua raiva incontrolável, ele declarou morte a cada humano que caísse lá. 
O relacionamento de Asgore e Toriel que já havia sofrido um baque com a morte dos dois filhos só piorou após isso. Nada pudera ser feito para reatar, e logo o casal que por anos fora como melhores amigos havia se separado.
A rainha sumiu e se trancou dentro das ruínas, onde Asgore nunca conseguiria entrar e com isso quebrou o que restava da relação dos dois.
O rei se retraiu em sua casa por muito tempo. Quase ninguém o via desde então.
Gaster não arriscaria ver o rei. Tinha medo que sua reação não fosse boa a ele, já que seu melhor cientista não havia conseguido curar o humano. Não, ele tentou evitar esse pensamento mas sabia que isso em parte era culpa dele. Se tivesse contado a eles, se tivesse dado o antídoto a Chara, e isso.
SE ele tivesse.
Mas ele não o fez por pura covardia. Ele limpa uma lágrima que escorre antes que ela caia e manche o papel onde ele até agora só tinha desenhado risquinhos, e nada do seu relatório diário. Ele se debruça a mesa, e não percebe alguém no laboratório até ser chamado por uma voz que ele conhecia bem. Ele quase cai da cadeira ao se virar, com o coração acelerando de susto e nervosismo. Quando Asgore percebe que ele vai se levantar, manda que ele fique sentado e que não há necessidade de tanta formalidade, ainda mais assim, depois de seus horário de trabalho. Gaster se senta de novo e assente:
—Sim, senhor.
Asgore suspira e força um sorriso:
—Como vai o trabalho?
—Bom. O que faz aqui, tão tarde da noite?
—Ah. — ele reluta em responder — minha casa fica muito solitária a noite e eu... — ele desvia o olhar, e Gaster com calafrio nervoso, ouve ele afirmar — queria ver meu melhor cientista e melhor amigo.
Gaster não sabe se o calafrio é nervosismo ou felicidade. Ele engole em seco e assente. Asgore dá um sorriso fraco, mas dá para perceber o quando ele está triste.
Gaster náo conseguia nem lembrar da própria dor ao ver Asgore daquele jeito, tão infeliz e tão vulnerável. Ele não consegue nem juntar forças para prometer para Asgore que ia ficar tudo bem. Então ele só oferece um abraço para o rei. Ele aceita.
Gaster tem que ficar bem nas pontas do pés e quase sendo erguido do chão para alcançar o ombro do rei, que fica em silêncio. O corpo de Asgore é quente com relação a Gaster, que é quase tão frio quanto gelo. É um exagero, mas é nisso que isso que ele pensa enquanto eles estão abraçados.
E é só isso. Por um bom tempo.


Notas Finais




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