História Espadas - Os altos e baixos de uma manhã

Na manhã seguinte...

Yasuo abriu os olhos lentamente, o vento suave da manhã levantava a cortina branca calmamente para cima, ele podia ver um pouco do verde jardim de Jin Chuu pela cortina, ele levou suas mãos até seus olhos e os esfregou com calma, o dia estava fresco, era uma manhã dominical linda, mas Yasuo sabia que ela era pouco mais obscura que todas as outras.

Ele viu a parte do lado da cama vazia, apenas com o lençol bagunçado, ele esperava encontrar o corpo sonolento de seu amado ali, mas Yi não estava no quarto e ele se sentiu um pouco solitário, não era a primeira manha que Yi levantava primeiro que ele, mas esta era terrivelmente mais sombria, ele relembrou os acontecimentos do dia anterior, ele ouvia os gritos desesperados de Yi pedindo para ele parar, ele não havia parado e agora imagens de Wukong sendo esmurrado por ele o assombravam, e por fim, Karlyah sem vida.

Ele não havia percebido antes, mas em cima do criado-mudo ao seu lado havia uma bandeja, uma xicara com café ainda quente e um pão doce em um prato, tudo perfeitamente ajeitado e com um cheiro melhor ainda, Yasuo esqueceu tudo por um segundo, a fome venceu a culpa por momentos e ao lado do prato havia um singelo pedaço de papel...

Bom dia, acompanhados de pequenos corações, como se quem os fez tivesse vergonha ao desenha-los.

Yasuo se sentiu melhor e após comer o seu simples e carinhoso café da manhã, ele se animou e tomou um banho, quando ele tirou suas vestes percebeu que seu corpo estava enfaixado no peito e braço, ele havia dormido tanto que não se lembrava de Yi cuidando dele, ele se sentiu um pouco culpado por se sentir solitário mais cedo, o amarelo estava lá o tempo todo, mas em compensação a solidão e culpa sequer passavam em seus sentimentos agora que ele sabia que Yi estava lá.

Ele tomou um dos banhos mais longos de sua vida, mas quando se enxugou, se sentiu purificado, ele teve que tirar as faixas, mas os ferimentos do o que é que tenha sido aquela fumaça roxa já haviam sumido, bem, a maioria...

Ele saiu do banheiro e se encontrou com Yi entrando no quarto ao mesmo tempo, diferente de todos as outras roupas dele, que sempre eram quimonos brancos ou sua roupa combate amarela e preta, hoje ele vestia um quimono negro, com detalhes cinzas nas mangas e no cinto, a cor não combinava com ele, tão pouco as olheiras e a aparência triste dele, que se alegrou ao ver o maior de pé e bem, Yasuo se doeu, ele nunca havia visto o menor assim, quando os olhos castanhos e negros se encontraram um pequeno sorriso surgiu em Yi, ele ainda era lindo, os cabelos castanhos médios quase alcançando os olhos e um rosto suave e calmo...

-Yasuo, eu queria ter voltado antes de você ter acord... - Yi foi interrompido por Yasuo, que selou os lábios dele, sem encostar os corpos, criando um experiencia nova para Yi, já que ele tinha que levantar os seus pés e seu rosto para deixar o beijo mais confortável.

-É horrível te ver nestas cores – Yasuo disse segurando o rosto de Yi.

-O enterro delas é de tarde, e será seguindo segundo os ensinamentos ninjas, eu estava ajudando Shen a preparar tudo, elas não tinham dinheiro nem direito a essa honra, mas mesmo assim ele quis enterra-las com dignidade – Yi completou.

-Espera, elas? - Yasuo ainda só sabia de Karlyah e Yi ergueu o olhar para ele, ele havia esquecido que Yasuo havia apagado – O que aconteceu ontem?

Yi explicou para Yasuo, tudo que ele sabia, que ele havia visto e que haviam contado a ele, o ataque da ordem e do antigo discípulo de Zed, que eles estavam atrás de Karlyah, que a fumaça roxa era feita para matá-la e que por fim, a irmã gravida dela havia dado sua vida pela da criança, e que agora, Shen e Zed cuidavam de Fareeah.

Yasuo não disse nada, mas Yi sentia que ele estava com raiva de não ter ajudado Zed contra a ordem das sombras, mas ainda por cima com mais raiva de não entender por que todo esse ataque apenas por Karlyah, todos sabiam que havia algo faltando nessa história, mas por respeito a elas, todos ignoravam isso.

-Por que a fumaça afetou eu e Wukong? -

Yi não sabia responder, ele de fato havia pensado nisso ontem à noite, enquanto cuidava de Yasuo, as teorias dele sempre acabavam o fato do sangue de ambos estar quente devido a luta deles, mas ainda não encaixava e nem fazia sentido, ele sabia que havia alguma ligação entra os três, ainda mais entre Yasuo e Karlyah, já que o azul quase morreu junto com ela.

-Eu não sei, não vamos pensar nisso – Yi levou suas mãos até as bochechas de Yasuo e o acariciou com calma...

Yasuo apenas sentiu aquele toque por longos segundos, se levou seu rosto até o de Yi e selou aqueles lábios, diferente de antes ele queria levar aquele beijo para outros níveis, ele não sabia se Yi deixaria, mas que ele deixaria bem claro suas intenções era certo.

Yi não parou o toque, e Yasuo se sentiu livre para pegar o menor em seu colo e aprofundar mais o beijo, o menor levou suas mãos para o peito de Yasuo, que já estava despido pelo fato que Yasuo havia acabado de sair do banho, aqueles músculos era tudo que o menor precisava para perder a razão, já no colo do maior ele se deixou ser abraçado e deixou seu pescoço ser maltratado pela boca de Yasuo, o maior mantinha pequenos movimentos com a cintura e segurava forte o corpo de Yi pelas coxas, o menor gemeu ao sentir o membro já endurecido dele encostar em suas coxas.

Yasuo não largaria Yi nem se quisesse, ele já estava quase nu, apenas com um shorts, mas Yi ainda tinha aquelas vestes, ele largou as coxas do menor e levou suas mãos até o nó do quimono, com facilidade e uma certa brutalidade ele arrancou a parte de cima da roupa, deixando a pele branca de Yi exposta enquanto ele pedia por cada vez mais o toque de Yasuo, vê-lo daquela forma, tão necessitado, implorando por ele, era demais, ele possuiria Yi naquele momento

O menor soltava gemidos, cada vez que Yasuo mordiscava seus mamilos e deixava a região sensível, Yasuo levou suas mãos até as costas de Yi, querendo deita-lo para tornar as coisas melhores, mas o menor gemeu ao sentir a mão dele tocar suas costas, Yasuo não entendeu, era um gemido diferente de prazer, era o oposto, Yi sentiu dor no momento que ele tocou suas costas.

Naquele momento Yasuo estranhou, ele ficou alguns segundos apenas encarando Yi e logo as memorias de ontem voltaram a assombra-lo, como ele havia esquecido?

Ele parou os toques e se levantou da cama onde os dois há segundos estavam mais próximos que nunca, ele viu Yi se levantar vestindo o quimono com uma expressão confusa e com medo nos olhos.

-O que foi? - Yi tinha a voz falha, ele não entendia por que no momento mais perfeito da sua vida, tudo é arruinado do nada.

-Vire de costas...– Yasuo disse sério, diferente de todas as expressões que Yi já viu nele, aquela era a pior, não era cruel, era rígida, ao mesmo tempo Yi não se sentia ameaçado, era como se Yasuo estivesse irritado consigo mesmo.

-Eu, eu... não entendo – Yi levou seus braços até seu peito e tentou entender a situação.

Yasuo praticamente marchou até o menor e parou em sua frente, Yi não teve medo em momento nenhum, ele sabia que ele nunca o machucaria, mas mesmo assim ele queria entender aquilo.

-Confie em mim, tire o quimono de novo e vire suas costas pra mim – Yasuo levou suas mãos até o rosto de Yi e tentou dizer aquilo com doçura, mas ele ainda estava irritado com algo.

Yi receou mas obedeceu, ele desamarrou o no do quimono novamente e deixou a parte superior pender para baixo, exatamente como antes, ele já havia compreendido nesse instante, mas com calma ele virou-se para Yasuo e no mesmo momento ele ouviu o maior bufar frustrado.

-Nunca mais negligenciei você mesmo – Yasuo disse ao ver as costas de Yi com ralados e ferimentos de ontem, ele se lembrava dos momentos que Yi havia tentando impedir a luta e acabou sendo jogado longe, e em uma dessas vezes, ele acabou tendo suas costas atingidas com força e brutalidade na parede.

-É só alguns ralados, eu estou bem – Yi tentou se virar, mas Yasuo o parou no mesmo instante.

-Não são não - Yasuo disse limpando o sangue seco com uma toalha – podia ter infecionado, você fica cuidando de mim e de Wukong exageradamente e acaba se negligenciando e ficando com olheiras gigantes – Yasuo disse com raiva, ele não sabia exatamente do que, se por Yi esquecer de si mesmo ou aqueles ferimentos terem causados por si.

-Isso não é nada comparado aos machucados que vocês estavam ontem – Yi disse frustrado por Yasuo não entender que ele estava tão preocupado por eles que não havia nem sentido a dor.

Yasuo limpou o sangue seco e foi no banheiro pegar algumas gazes e pomadas.

-Não interessa! - Yasuo disse rude – Da próxima vez que você fizer isso, eu acabo com você - Yi podia sentir um pouco de duplo sentido na frase, mesmo assim, ela ainda era um pouco assustadora.

Yasuo passava pomada em cada ralado com cuidado e carinho, deixando a situação longa, mas para ele era necessário, ele nunca trataria Yi com descaso.

-Terminou aí? - Yi perguntou entediado ainda de costas pra Yasuo.

-Acaba quando eu disser que acaba, – Yasuo virou Yi de costas e o pegou no colo com facilidade, levando o para banheiro, e depois o sentando na pia, tudo de forma rápida e bruta – essa merda podia ter feito você sentir mais dor.

-É SO ALGUNS ARRANHÕES! – Yi disse alto por fim, ele havia visto Yasuo quase morto ontem, aqueles arranhados sequer passaram em sua cabeça.

-NÃO GRITA COMIGO, EU ESTOU CUIDANDO DE VOCE! - Yasuo devolveu no mesmo tom, e os dois mantiveram um olhar sério, Yasuo bufava, ele não queria que Yi se doasse por ele, era inadmissível.

Yi não disse mais nada e se conteve a olhar Yasuo colocar as gazes pelo seu corpo, cobrindo quase todas as suas costas, Yasuo então desceu Yi da pia e eles se encararam novamente, dessa vez com o maior olhando levemente para baixo.

Yasuo deu as costas e foi em direção ao quarto, para vestir suas roupas, deixando o clima ainda pior.

-Não vista as roupas, – Yi disse e Yasuo parou no mesmo momento, olhando para Yi, que vinha em sua direção com gazes em mão - você tirou as faixas para tomar banho, deixe-me coloca-las de novo.

Yasuo gargalhou de leve pela ironia, e se sentou na cama, logo Yi se sentou ao seu lado e começou a enfaixar alguns lugares onde as feridas ameaçavam abri de novo, os minutos passavam e o silencio ficava cada vez pior, e não era fácil quando Yi tinha que percorrer todos os músculos de Yasuo para enfaixa-lo, era quase uma tortura para Yi, ele não só a classificava assim porque ele ainda adorava cada detalhe de Yasuo e não era uma discussão baseada em afeto que mudaria isso.

Quando ele acabou, ele cortou a última fita com uma tesoura e Yasuo o encarou, novamente, os castanhos e os negros completamente se desejando.

-Eu só estava preocupado com você, - Yi disse, tentando deixar as coisas entre eles certas de novo - eu não me negligencio geralmente, eu fiquei com medo de te perder ontem, e passei a noite acordado porque não consegui dormir de medo.

Yasuo o puxou para o seu colo novamente e abraçou o menor passando toda a segurança que podia para ele.

-Desculpa, eu lembro de te jogar contra a parede, e acho que misturei as coisas – Yasuo deixou Yi acariciar o seu rosto – eu entendo o que você estava passando agora, e prometo não te preocupar dessa forma de novo.

-Obrigado – Umas lágrimas teimosas saltaram do rosto de Yi, Yasuo as secou no mesmo instante.

-Yi.

Ele levantou os olhos para Yasuo, como um sinal mudo para, sim?

-Eu te amo.