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História Especial - 4


Escrita por: PortugaGirl

Capítulo 4 - 4


Não fora fácil sair secretamente da sua casa, pois Naya sabia que se a sua mãe soubesse do inicio da missão de forma anunciada por ela, a mulher iria desesperar e rogar á filha para que ficasse em casa. Eroy havia desconfiado á hora de jantar, pois sua filha mantinha-se quieta o que era anormal no seu comportamento. O irmão mais novo de Naya fora o único que recebera um beijinho na testa, como forma de despedida.

Já havia perdido de vista a sua aldeia, pode vislumbrar os aliados dos Revoltosos a se aproximarem da aldeia, mas os seus habitantes já estavam á sua espera. Subiu pela montanha rochosa, carregando uma mochila que trazia o necessário para si, Ollum havia sempre pedido para Naya usar o seu dom de dominação para adquirir dinheiro para a sua missão, não que ela gostasse da ideia mas ela não tinha outra opção.
Parou numa zona mais dominada pelas árvores, olhou em redor e suspirou, do nada um vampiro e um elády saltaram na sua direção, prontos a mata-la com punhais. Naya esquivou-se dos ataques, saltitou energeticamente de um lado para o outro, sempre se esquivando até que mais não pode evitar. Deslizou pelo chão coberto de ervas, passou junto das pernas do Elády e de um salto voltou a ficar de pé, agarrando aquele ser loiro por detrás, o ser moveu-se agitadamente e quando o vampiro tentou atacar a jovem por detrás, esta rodou em si, arrastando o Elády, deixando que este fosse mordido pelo Vampiro, ambos protestaram pelo seu insucesso. – Domaï – Naya sussurrou junto da orelha do Elády e sentiu o quando este ficara nervoso e logo a mulher dominou a mente do seu adversário loiro, sentindo o pavor que ele sentia e a incapacidade de combater aquela magia que ela possuía – Esquece-me, foge daqui e nunca mais me iras reconhecer. Alia-te aos bons. – ela falou num tom extremamente calmo, optando por pronunciar as palavras de dominação do que as dizer mentalmente ao Elády. Soltou o ser e este cambaleou tontamente, ainda a olhou mas não sabia o que estava ali a fazer, quem era aquela mulher e porque aquele vampiro a atacava, não sendo nada com ele o Elády fugiu.

- Maldita! – o Vampiro gritou – Que lhe fizeste? – quis saber. Naya encarou-o nos olhos, sorriu abertamente e fazendo movimentos rápidos e hábeis cravou a sua adaga de prata no peito do vampiro, transformando-o em cinza.

Balançou os seus cabelos, voltou a guardar a adaga junto da sua lombar, ajeitou a mochila e seguiu caminho. Naya tinha bem a noção que alguém a observava mas fingiu não se aperceber, se fosse alguém para a matar já o havia tentado.

Havia feito longos caminhos e já estava longe da sua área natural, por fim decidiu descansar debaixo da copa de uma velha arvore, estendeu o seu saco de cama, fez uma fogueira pequena adequada para aquecer e ajudar no cozinhado de uns condimentos que a jovem trazia consigo. Era estranho ver como o modernismo e o rudimentar se misturavam naquele mundo mas era como ele se mantinha em equilíbrio e não se auto destruía. Podia ainda sentir a presença de alguém por perto, que a observava entre os recantos daquele bosque que ela atravessava de momento, mas Naya ainda não se atrevera a exigir a essa pessoa que se revela-se, tentando parecer o normal possível. Ninguém poderia saber da sua existência, da sua raça única. Ajeitou-se no saco de cama, bocejou e aos poucos adormeceu. Recordou tudo o que aprendera de si mesma com os tempos…em questão de alimentação ela era como os Vampiros, podia passar até 7 dias sem se alimentar, mas quando o pudesse fazer fazia-o brutalmente; tinha a resistência de Elády, podia caminhar horas e horas que não se cansava; tinha as emoções confusas de uma Neutro e podia exercer certa magia antiga como um Sem Forma. A sua raça era, sem duvida, especial.

Sentiu a presença de alguém demasiado próximo de si a meio daquela noite, poderia Naya apostar de que se tratava de quem a seguia desde que ela se afastara da sua aldeia, mas preferiu fingir-se adormecida. Se fosse atacada sentiria e se fosse ferida, sentiria mas não teria dor e logo recuperaria, pois além de imortal como Vampiros e Elády, ela tinha adquirido destes o poder de regenerar-se de golpes. Podia estar a dar uma imagem muito submissa a uma morte fácil, mas essa não era a verdade do ser de Naya. Deixou de sentir a proximidade de quem a seguia e logo voltou a relaxar o corpo e dormir tranquilamente.

Acordou quando mal sentiu a luz do sol tocar as suas feições, espreguiçou-se e agradeceu por o dia começar a ser quente. Logo encontraria uma estalagem, tomaria um longo duche e tentava adquirir mais informações sobre o local para onde se dirigia, a cidade ponto do Revoltosos.
Caminhou toda a manhã e nunca comeu nada, não tinha fome e parecia estar apenas ansiosa pela estalagem que em breve encontraria, pois tinha estudado e decorando o mapa com os caminhos que deveria seguir ao longo dos anos. Estava admirada por ainda não ter sido atacada, mas no máximo só passava um dia em que não lutava contra alguém. Avistou a estalagem que queria encontrar perto da hora de almoço, agradeceu com um sorriso o seu encontro e logo foi alugar um quarto. Dominou uns tipos ricos e adquiriu dinheiro para si, mesmo contra a sua educação, Ollum exigia isso a ela para que ninguém seguisse o dinheiro da sua família e assim a descobrissem.
Relaxou num demorado banho de sais, vestiu outras roupas, optando agora por umas calças justas de cor negra, um corpete vermelho escuro, os habituais ténis e apanhou o seu longo cabelo ondulado num rabo d’cavalo; colocou as roupas que tinha sujas para lavar e foi almoçar.

Agradeceu o serviço do restaurante e preparou-se para se deliciar, sentiu-se intensamente observada. Não sabia se era pela mesma pessoa ou se seria outra, mas agora Naya pode vislumbrar quem a olhava. Semicerrou os olhos e estudou metodicamente aquele que a olhava. Era um homem, cabelos pelos ombros, loiro escuro, faixa a lhe ocultar o nariz, olhos escuros e repuxados, lábios atraentes e beleza incomparável. Pigarreou ao estudar toda a beleza daquele loiro que a observava do outro canto do restaurante da estalagem, era sem duvida um dos homens mais atraentes que ela alguma vez tivera o prazer de ver. Logo…não reconhecia aquele loiro, depois o uso que ele fazia de uma faixa a lhe ocultar o nariz dava-lhe um ar misterioso e a imagem confiante um jeito de badboy que Naya, simplesmente, adorava. Ele vestia um colete negro com finos estampados brancos, deixando assim os braços ao descoberto, utilizava outras faixas mas a lhe envolver os cotovelos; um fio pendia do seu pescoço. Deixou de estudar a imagem aliciante daquele homem e decidiu dedicar-se ao seu almoço.

Depois de estudar os caminhos a tomar para a cidade ponto dos Revoltosos, Naya dormiu profundamente mas sem esquecer a imagem do loiro que vira á hora de almoço.
No dia seguinte passou a caminhar por trilhos mais recatados, para evitar encontros com aliados que marchavam para os pontos de combate. Mas não estava sozinha, podia sentir ainda a presença que á tanto a seguia em silencio e oculta. Parou de andar quando viu um gato bravo no seu caminho, estreitou os olhos e do nada aquele felino se transformou numa mulher alta e logo empunhando uma adaga comprida; a mulher precipitou-se para Naya, obrigando-a a saltar atrás para escapar ao ataque desta. A jovem saltitou e logo a Sem forma lhe lançou um feitiço de aprisionamento, deixando a de cabelos longos e castanhos imóvel. Naya odiava combater com Sem Formas, pois era mais complicado escapar-lhes, a mulher riu-se agudamente e caminhou decidida para a jovem, esta revirou os olhos e preparou-se para combater no mesmo local, pois enquanto não quebrasse o feitiço com a sua força interna, ela teria que evitar que a mulher a corta-se muito. A adaga de prata voltou a surgir na mão direita de Naya e assim se defendeu do golpe diagonal da adaga inimiga, debateu-se habilmente e a Sem forma soube que aquela jovem era demasiado hábil com a adaga, tanto que a surpreendia a cada golpe deferido ou defendido.

- Sabes que é extremamente estúpido, eu ter que ficar parada a olhar diretamente para a tua cara feia, mulher. – Naya disse aborrecida. A Sem Forma tentou acertar a jovem pelo flanco direito, sendo esse golpe defendido. Como poderia esperar, Naya viu que a mulher tinha uma segunda adaga comprida e iria cravar-lha no braço, não ia magoar mas logo de seguida ela estaria livre do feitiço e acabaria com aquela mortal.

A surpresa aconteceu quando um vulto saiu de entre as altas rochas que adornavam aquele caminho recatado e esses mesmo vulto tocou na Sem Forma, Naya pode ouvir tecido a ser cortado e carne a ser trespassada. Levou com uma jorrada de sangue na cara e bufou, logo quebrou o feitiço e a Sem forma caiu morta a seu lado. Olhou em redor e o vulto que a ajudara havia desaparecido de novo, soprou impaciente e manteve a adaga em punho.

- Isto passa-se o seguinte: sei que me segues desde o lago oval. – falou num tom controlado da sua voz – Agradecia que te mostrasses. Porque se me quisesses matar já o terias tentado fazer a noite passada ou a anterior. – pode distinguir uma gargalhada doce, gostou. – Então…fazes-me esperar muito tempo?

Sentiu movimentos do seu lado esquerdo, olhou rapidamente e deparou-se com o loiro que havia vislumbrado no restaurante da estalagem. Mostrou-se muito surpresa.



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