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História Especial - 7


Escrita por: PortugaGirl

Capítulo 7 - 7


Reita acordou devido ao aroma a café que podia sentir, olhou rapidamente em seu redor podendo ver a fogueira acesa e uma tacinha de café a ser aquecida junto desta.

- Bom-dia. – Naya cumprimentou com animação, o Elády elevou-se, ficando sentado sobre o seu saco de cama. A mulher prendeu a sua respiração quando confirmou que Reita só dormia de calças vestidas, dando assim a aliciante imagem do seu peito nu a ela, chegou a salivar. Ele podia não ter a constituição de um ser bem musculado, mas esses músculos notavam-se no porte magro do loiro e agradava imenso a Naya.

- Pareces mais simpática que ontem. – ele comentou antes de sair de dentro do saco de cama – Devo temer isso ou aceita-lo de bom grado? – encarou-a

- Só estou a demonstrar que sei ser…amigável. – ela explicou divertida. Ele parecia ainda muito desconfiado – Bebe. – agarrou a tacinha de café – É a tua parte. – informou. Reita arregalou os olhos perante o facto de Naya se estar a queimar com o quente que envolvia a taça. – Eu não sinto dor, Reita. Noto mas não a sinto. Depois regenero-me. – sorriu

- Realmente tens que ser um ser muito…anormal. – ele falou cautelosamente antes de apanhar um pedaço de pano e agarrar a taça de café – Eu regenero-me e sinto-me. – recordou

- Claro que sinto coisas. Não sou um ser que nada sente. – gargalhou então. Reita soprou devagar o café e devagarinho começou a beber. – Como dobras um saco de cama de modo a caber na tua mala a tiracolo? – lembrou-se de perguntar – A minha mochila é ligeiramente maior, dá. Agora a tua mala. – franziu o nariz

- Os meus treinos não foram em locais confortáveis, Naya. Aprendi a dobrar muito bem sacos de cama e roupas. – ele disse – Daqui seguimos para onde? – perguntou antes de encarar o buraco existente na parede como se estudasse algo invisível. Naya recordou-se que Elády tinha uma ligação mais intensa com a Natureza do que os outros seres, já que estes dominavam os quatro elementos desta.

- Procurar um local mais confortável. Duches. Mudas de roupa lavada. Recordar os caminhos menos usados para seguir-mos para a cidade ponto. Que se passa? – acrescentou então

- Procuram-nos. – ele falou – Aparentemente temos morto ou…dominado muitos dos aliados dos Revoltosos e a desconfiança paira entre eles. – encarou Naya – Porque os atrais tanto?

- É do meu ser. Disse-te isso. – elevou-se e deixou que Reita vestisse a sua blusa, embora desaprovasse a ação pois por sua decisão, aquele loiro iria andar sempre seminu junto de si. Mas também havia o facto de Naya se distrair muito com tal imagem, não bastando já se sentir atormentada com aquela beleza única dele…seria melhor Reita manter-se vestido.

- Digo-te que atrais problemas, mulher. – ele resmungou enquanto habilmente dobrava o seu saco de cama e logo depois o colocava na mala a tiracolo. – Nunca vi tal coisa.

-Eí…ainda só vives-te 31anos da tua imortalidade, Reita. – ela gozou e ele chegou a olhá-la de olhos semicerrados. – Só estou a sublinhar isso. – gargalhou e apanhou a sua mochila. Naya espreitou pelo buraco existente naquela parede e sorriu perante a imagem de pessoas a rondar a zona da casa, olhou para Reita que já havia apertado as fivelas da bainha em X das espadas ao peito e se mostrava concentrado no futuro combate. – Vamos. – anunciou e correu habilmente para a ponta oposta do andar, Reita seguiu-a mesmo sem perceber a ideia dela. Da janela que sobrava daquele lado do andar ela concentrou-se nos ramos grossos de uma alta arvore que era, praticamente, da altura da casa.

- És louca. – ele disse ao perceber a ideia da jovem – Totalmente louca. – ela gargalhou contidamente.

- És um Elády. – ela relembrou – Eu não sinto golpes e regenero-me. Ambos somos hábeis e a frente da casa começa a ser cercada. Temos cerca de 20 corrompidos no nosso encalço, Reita. – falou como se aquilo fosse a coisa mais natural do momento – Que temos a fazer além de… - saltou agilmente para a arvore alta, caindo sobre um ramo forte e começando a trepa-lo como um macaco – isto. – falou por fim e Reita saltou da casa para a arvore, seguindo o caminho entre ramos que Naya fazia.

- Ela é louca. Não pensa com antecedência. Não mede consequências. – Reita murmurava entre dentes enquanto saltitava de árvore em árvore, sentindo a presença dos corrompidos poucos km atrás de si e Naya – Completamente louca. – resmungou num tom mais alto. Um ramo mais frágil partiu-se com o peso de Naya, não sendo ela uma Elády, não era leve tipo pena; a mulher começou a gesticular contra os ramos para poder agarrar-se a um, Reita respirou bem fundo, uniu o dedo indicador e do meio da mão direita e moveu-a rapidamente, o ar circundou a mulher e ela pode alcançar uma nova árvore. – Não mede consequências. – protestou de novo e juntou-se a ela – Toma cuidado. Deves pesar uns…56kg… - estudava a forma física, bem agradável, de Naya. – Não tens um corpo leve como eu. – avisou-a

- 57kg. – Naya emendou. Ele franziu o sobrolho, pois aquela mulher parecia bem mais leve, não muito mas pronto. – Algo contra o meu peso, Reita? – inquiriu

- Nenhum, sabes. – ele respondeu prontamente e tomou a liderança dos saltos entre arvores.

- Acho bom. – ela ainda falou e ele fingiu não ouvi-la. Mulher complicada aquela.
Reita parou abruptamente num ramo e por pouco Naya não caiu deste quando embateu nas costas do loiro, ele só teve tempo de enlaçar a cintura dela com o seu braço direito enquanto se agarrava aos ramos com a esquerda. A cintura bem delineada de Naya fez o Elády perder um pouco da sua lógica mas logo se lembrou porque parara. – Depois eu sou louca. – ela protestou e ainda continuava a ser envolvida pela cintura por Reita. – Agradecia que não… - a sua voz foi abafada, pois o loiro levava a sua cara contra ao seu peito, impedindo-a de falar e de conter as suas reações corporais. – Reita. – murmurou contra o peito dele e agradeceu ter a cara naquele local, senão ele iria ver o quanto ela estava a corar.

- Silencio. – ele ordenou num sussurro. Aguardaram em silencio, vendo vários Neutro corrompidos a caminhar mais em frente, onde o bosque terminava e começava uma vasta área habitada. – Eles tem um exercito aqui. – anunciou então – Parece que será complicado aproximarmo-nos da cidade ponto. – afastou o corpo de Naya do seu e assim deixou que ela visse todos aquele Neutro a marchar para a cidade que surgia numa área elevada.

- Nunca pensei… - ela falou e engoliu em seco então – que os Revoltosos tivessem já tantos corrompidos.

- Dos altos comandos, muitos são Sem Forma, Naya. – ele relembrou-se – A magia ajuda a corromper as pessoas, as raças, tudo. – suspirou e agachou-se, a mulher seguiu-lhe exemplo – Como pretendes passar por despercebida até alcançar a cidade ponto? – olhou-a e Naya parecia ter entrado num mundo privado, pois só estava ali fisicamente. – Vai ser complicado. – admitiu para si

- Temos que alcançar uma casa ou um Hotel, Reita. – ao fim de alguns minutos Naya falou – Estudar caminhos e preparar eventuais contratempos. Estás mesmo comigo até ao fim da minha missão? – quis saber e o loiro assentiu – Então vamos começar. – sorriu ligeiramente e desceu da arvore com cuidado sendo logo seguida pelo Elády. – Os dias começam a ficar mais frios portanto se conseguirmos umas capas não suscitara desconfiança de ninguém.

- Dizes que não se sabe da tua existência e afirmas ser a única capaz de terminar com toda esta batalha. – ele recordou e olhou o punho da espada azul – Suponho que os altos comandos dos Revoltosos não sabem que existes. – ela encolheu os ombros mostrando desconhecimento de tal. – Então?

- Eu atraiu-os, Reita. – olhou-o – Não sei como os atraiu, só sei que quando tenho corrompidos a menos de 1km de mim eles sente a necessidade de me matar. O porquê dessa necessidade eu desconheço. – suspirou e começou a caminhar cautelosamente pelo campo aberto que se estendia até um rio junto da base da montanha que suportava a media cidade. – Qual será a distancia da cidade ponto desta? – perguntou a ele

- 70km ou 100km. – ele arriscou – Não faço ideia. Estou longe da minha área. – explicou – Daquela cidade deveremos avistar a cidade ponto. – disse enquanto via o batalhão de Neutros a caminhar para uma velha auto-estrada dos humanos para daí seguir para a cidade ponto. – Logo encontraremos moto4 e jipes dos Revoltosos. – relembrou a Naya – Aqui já existe petróleo o necessário para encher depósitos de transportes.

- Odeio esta mistura de rudimentar com modernismo. – ela protestou

- Somos dois. – Reita apoiou. – Vai chover em breve. – anunciou e inspirou fundo – Muito em breve, Naya. – apressaram passo para encontrar onde ficar.
Pequenas casas salpicavam aquela planície e logo trovões pareciam rasgar os céus do dia, que antes era claro e agora tornara-se demasiado escuro; os dois correram apressadamente ate encontrar uma casa mais afastada. Procuraram abrigo aí mas foi-lhes negado, retomaram a sua corrida, a chuva abateu-se sobre a terra e aqueles dois já corriam encharcados em água. – Não me digas que nos resta atravessar o rio e alcançar a cidade. – Reita resmungou abafadamente devido á chuvada.

- Será arriscado atravessar o rio agora. As pontes devem estar a ser vigiadas e resta-nos atravessar a nado. – olhou atrás para encarar os olhos negros do loiro, este parecia pensar em algo melhor – Tens medo de nadar, Reita? – riu-se

- Claro que não. – ele resmungou – Mas as aguas estão agitadas. – relembrou – Como dissestes, será arriscado atravessar o rio. – aproximavam-se deste – Temos que procurar abrigo ali. – apontou uma arvore solitária, ramos longos e abrigáveis.

-Trovões, diz-te algo? – ela indicou o céu e logo por acaso um trovão fez estremecer a terra debaixo dos seus pés.

- Naya. – apontou-se a si mesmo – Elády, diz-te alguma coisa? – ela começou a rir e aumentou o ritmo da sua corrida. Como poderia ela ter-se esquecido que Reita modelava os quatro elementos da Natureza a seu favor? Abanou a cabeça ao relembrar isso e logo alcançou a grande arvore, agradecendo por ali debaixo as gotas da chuva não a tocarem.

- Pois bem, Elády. – ela falou meio ofegante, ter atravessado a correr toda aquela planície tinha sido puxado. – Como pretendes proteger-nos esta noite. – olhou o céu escuro – A chuva deve estar para ficar e o rio não irá ser agradável de atravessar, apenas amanhã de manhã. Se bem que podias acalmar a fúria da água, mas isso tirar-te-ia muita energia. – franziu o seu pequeno nariz.
Reita esticou os seus braços para os lados, fechou os olhos e inspirou profundamente, com uma habilidade encantadora ele começou a movimentar as suas mãos, os seus dedos, os braços…devagar a terra começou a erguer barreiras em volta da arvore, logo pareciam paredes de uma casa feita de barro, um espaço surgiu para o lado oposto ao que o vento soprava, tornando-se uma espécie de porta, os ramos da arvore moveram-se e tornaram-se mais densos, protegendo-os mais da chuva, a terra que ficaria como chão daquela casa improvisada da Natureza tornou-se fofa e agradável de dormir sobre esta, depois o barulho arrastado daquela mudança em volta da grande arvore cessou. Reita abriu os olhos e suspirou, descaiu no chão, apoiando-se de quatro contra o chão. – Reita. – Naya falou enquanto se ajoelhava ao lado do loiro – Estás bem? Tu fala comigo. Diz algo. Resmunga. Qualquer coisa, Elády. – ele ofegava controladamente e tremelicava uma vez por outra – Eí! – tocou nos ombros do loiro – Reita. – tentou encontrar o olhar dele, mas ele mantinha a cabeça baixa impedindo qualquer contacto visual – Criatura da faixa! – abanou-o – Estás a me assustar, meu. – começava a ficar nervosa. Nunca se sentira tão inquieta por ver alguém que mal conhecia numa posição tão fraca – Elády! – elevou o tom da sua voz

- D..deixa-me recuperar, Naya. – ele murmurou impaciente – Mulher complicada. – protestou

- Ainda resmunga. – fungou e mandou uma palmada ao ombro do loiro, ao que o levou a descair para o lado – Aí meu Deus! – praticamente ficou em cima do loiro – Reita! Enfaixado! – chamou-o, pois este estava deitado no chão e de olhos fechados, a sua respiração continuava alterada. – Não é normal que fiques tão abatido com mexidas tão simples, enfaixado. – abanou-o de novo – Responde-me se fazes o favor.

- Ainda não comi nada hoje, mulher. – ele falou impaciente – Dá-me o desconto, ok. Os Vampiros e…aparentemente tu é que aguentam dias sem se alimentar, eu não. Sou resistente mas tenho que me alimentar. – fez uma careta – Estou a morrer de fome. – juntou as mãos á barriga.

- Se fosses Vampiro oferecia-te sangue, agora assim… - juntou o dedo indicador ao queixo e rapidamente recordou o que ainda trazia consigo de alimento. Tinha o suficiente mas no dia seguinte teria de ir a um restaurante ou comprar mais coisas. – Podes fazer uma fogueira ou não tens capacidade energética para tal de momento? – perguntou ao loiro, ele abriu os olhos e sentou-se no chão. – Tenho comida suficiente para hoje, mas amanhã temos que ir a outro local ou comprar mais. – informou-o. Reita abriu a sua mão, esticando bem os seus longos dedos e fogo saiu do centro da palma da sua mão direita, junto de uns velhos galhos da arvore uma fogueira se formou. Depois ele descaiu de novo contra o chão e fechou os olhos. – Obrigada. – ela disse com um sorriso, sorriso esse que Reita não estaria a ver.



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