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História Espelho - Lar Doce Lar


Escrita por: CoraVictorine

Capítulo 1 - Lar Doce Lar



O sol brilhava de uma forma única no céu azul e ausente de nuvens daquela manhã. Faltava ainda uma hora e meia para o meio dia, quando o som de automóveis se aproximavam de uma casa, onde à sua frente ainda possuía uma placa onde dizia "vende-se" e possivelmente, os antigos donos tentaram marcar por cima usando tinta vermelha a palavra "vendido".

Um dos automóveis era um carro de porte caro e tintura preta, parecia que havia acabado de sair da concessionária, pelo fato de possuir uma aparência incrivelmente agradável aos adoradores de carros. Os outros eram somente dois caminhões de mudança. O carro estaciona em frente da casa e as portas da frente se abrem, do lado do motorista sai Carl Hall, um homem de apenas quarenta anos, e do lado do passageiro sai sua esposa Samantha Hall White a qual obtinha uma beleza única de mulher que acaba de completar trinta e cinco anos, mas que parece ter vinte. De trás, saem Sophie Hall, jovem comum de apenas dezesseis anos, portava um semblante de alguém que desejava estar bem longe dali, principalmente após dar uma longa e bela olhada em sua nova casa, e uma mulher de idade mais velha, era Helena, a empregada da família que estava com uma única mala em mãos e mais uma bolsa menor, tinha no mínimo quarenta anos, e pelos olhos puxados, Helena tinha sua descendência de japonês.

— Gostou do presente? — indaga Carl.

 — Acabei de completar dezesseis anos e vem dizer que essa casa é meu presente? Aceito se vocês não fossem morar comigo — Sophie resmunga.

 — Ah, Sophie, anime-se, estamos nos mudando para um lugar melhor — Samantha tenta motivar.

 — Pela décima vez? Fala sério Samantha, você diz isso sempre.

 — "Samantha"? — Carl a encarava seriamente, detestava o fato da filha não chamar Samantha de mãe. Mesmo tendo crescido ao lado dela, Samantha era apenas a madrasta de Sophie, se casou com seu pai dois anos depois da mãe ter abandonado-a após se separar de Carl quando tinha um ano de idade, que nega até o fim em dizer o porque da mãe biológica de seus filhos terem sumido tão de repente.

— Huh? — Sophie o encara seriamente.

— Você está se tornando uma garota muito rebelde... Talvez mude nessa nova escola, aqueles seus amigos que à deixaram assim.

 — Meus amigos não tem culpa se eu tenho pais que se importam mais com riqueza do que com a família — resmunga pegando o celular na mochila a qual carregava —, e eu odeio essas mudanças repentinas, eu só tive amigos porque por um milagre, vocês aquietaram num lugar só por mais de seis meses.

 — Sô... — Carl à encara pensativo.

— O que? — responde sem olhar para ele.

 — Prometo que será nossa última mudança, está bem? Sabe que é por causa da empresa, quando alguém sobe de cargo e lá já não tem vagas, acabam mandando seus funcionários para empresa do outro estado... Ou país... Depende.

— Parabéns, papai, você deve ser o melhor funcionário então — forçou um sorriso, ao mesmo tempo em que usava o sarcasmo.

 — Eu virei empresário, Sophie, esse é um dos cargos mais desejados pelo trabalhador, e dessa vez tenho certeza que não mudaremos de novo.

Sophie revirou os olhos e eleva os fones até os ouvidos. Estavam se mudando para London, no Reino Unido, sua nova casa se localizava em Albert Terrace. Aparentemente era uma casa bem cara, só que demasiadamente bonita, principalmente para pessoas como Carl e Samantha — Principalmente para Samantha —. De frente com a casa havia um parque consideravelmente grande, não aquele para crianças brincar, e sim para famílias fazerem um piquenique ou algo que possa desfrutar da natureza, ia da pessoa. O parque obtinha uma visão bem agradável e algumas árvores ao redor, mas não era nem de longe um lugar "deserto". Havia sua vizinhança, outrora, do mesmo tamanho de riqueza que a família Hall, talvez até mais.

 A atenção de todos é tomada pelo barulho de moto se aproximando, até que o culpado pela distração estaciona na frente do carro, e vestido num coturno preto, calça jeans e jaqueta de couro, o rapaz desce da moto e tira o capacete, deixando à mostra suas madeixas negras e lisas que desciam do meio da testa até metade da orelha. O rapaz era Jonathan Hall, filho mais velho de Carl, estava com quase vinte anos de idade e obtinha uma aparência bem cuidada, o tipo de homem que faz "sucesso" entre as mulheres, principalmente pelo fato de ter um físico alto e másculo, mas não exageradamente.

Deu uma longa olhada na casa e depois foi até sua família que parecia esperar por ele para dar início à mudança.

— Qual o sentido de uma casa desse tamanho se somos em quatro? — Murmurou.

 — O sentido é que dessa vez conseguimos uma empregada que viajasse conosco, ou seja, somos em cinco, e teremos espaço de sobra para visitas — falou Samantha.

 — Quais visitas? Vai sair dando bom dia para os vizinhos e chegar em casa achando que já são seus melhores amigos? E que eu saiba, nossos familiares são tão legais, que não levantam a bunda da merda do sofá pra ir na padaria, imagina mudar de país — resmunga —. Bem, que seja, logo irei me mudar mesmo. Sophie, vamos ver a casa?

Olhou para o irmão e fez sinal de "tanto faz" com os ombros e o seguiu sem muita pressa, Jonathan já obtinha em mãos uma cópia da chave então não se preocupou em pedir.

 Já dentro da casa, os irmãos Hall seguem pela sala de visita, era de fato grande e já haviam alguns móveis que vinham junto com a casa. O chão era de madeira, obtinha uma pintura mais suave e as paredes brancas ainda exibiam aquele ar de riqueza pela maneira bem feita a qual foi pintada. Do outro lado, havia a cozinha, os armários da cozinha já estavam no lugar, e eram brancos com alguns detalhes em ouro. Seguiram mais a frente e viram um banheiro, ficava entre a sala de visita e a sala de estar, e de frente com a sala de estar, estava a sala de jantar. Por fim vem a escada que vai para o segundo andar. Era uma casa um tanto formosa e bem feita, mas apesar de tudo, Sophie não demonstrava nenhum tipo de sensação sobre a nova casa, talvez pelo fato de estar sempre se mudando, novas casas, de jeitos diferentes a cansavam. Preferia ser o tipo que mal sai de casa, já que mal saia e quando o fazia era por causa de seus amigos; Abbie, Thomaz e Amélia

No segundo andar havia dois quartos, obviamente cada um tinha seu próprio banheiro e pelo fato da casa não ser nada pequena, os quartos eram enormes e mais ao fundo ao lado da escada que dava para o terceiro andar, ainda havia mais um pequeno espaço, obviamente para colocar alguma estante de livro, ou até mesmo fazer uma "pequena sala". No terceiro andar havia mais três quartos, supostamente parecidos com os do andar de baixo, só que um pouco menor, ambos com banheiros e ao chegar no último, havia somente mais um quarto pequeno e outro cômodo enorme, uma de suas paredes era toda cheia de espelhos, Jonathan não entendeu o porquê de haver espelhos ali.

— Acho que o antigo morador era bailarino — indagou Sophie que se olhava com uma certa dificuldade, vendo seu reflexo; uma garota que mal parecia rica, usando uma jaqueta que mais parecia do irmão, uma calça jeans preta e botas de couro marrom escuro.

— Quem sabe, ao menos não vai faltar espelho pra Samantha se olhar — Zombou.

Sem responder nada, desviou o olhar do seu reflexo e foi até a janela, seus olhos guiaram-se até o parque que há de frente com sua casa, foi possível ver algumas pessoas correndo e outras sentadas. Havia casais e até mesmo uma ou outra pessoa brincando com seus animais de estimação. Viu um grupo sentado sobre o gramado, apesar de ser longe, era visível que eram adolescentes, na mesma faixa etária que a própria Sophie. Um deles segurava um violão, pela forma a qual mexiam a cabeça e sorriam, era inegável que estavam cantando. Um suspiro preenche o ser da garota que abaixa o olhar.

— Queria poder viver isso? — Jonathan diz atrás da garota, assustando-a por causa da forma repentina a qual se pronunciou.

 — Eu não ligo para essas coisas — murmurou.

 — Você só não liga, por não vivenciar, mas seus olhos enquanto observa isso, dizem o contrário — Indaga acariciando o cabelo da garota.

 — Não vou discutir o que penso ou deixo de pensar, Jonathan.

 — De qualquer forma, sabe que não está sozinha... Não sou seu melhor amigo, mas como irmão, estarei sempre ao seu lado — Sorri, deixando à mostra duas fileiras de dentes bem alinhados e incrivelmente brancos, dando à Jonathan um sorriso encantador.

— Eu sei, Jon — Sophie sorri, pela primeira vez desde que chegou naquele lugar.

 Após bagunçar o cabelo da garota, Jonathan a abraça, e Sophie retribui. Apesar da frieza da garota, se dava muito bem com seu irmão, fora seus amigos. E era o único que sabia de seus medos, segredos e vez ou outra a garota contava algo "de menina" para ele — se é que tinha esses momentos —. Poderia considerar os irmãos Hall como dupla inseparável.

A correria onde os homens carregavam caixas e mais caixas de um lado para o outro impedia o fato de que o dia ia se acabando pouco a pouco, parecendo até que nem chegaram lá antes de meio dia. Sophie simplesmente ouvia música num canto qualquer do último andar, presumindo que estar ali lhe pouparia da barulheira que seria estar perto de um monte de homem carregando coisas. Seu celular toca e ao olhar a tela, vê o nome de uma de suas amigas; "Abbie" e então o atende.

— Oi Abbie - Sophie se levanta e passa a andar pelo cômodo.

 — Sô! Como está? Como é a nova casa?

 — Estou bem... Ah, Só dois quartos e dois banheiros a mais que a casa em que eu estava.

 — E a vizinhança?

 — Não sei, não apareceu ninguém dessa vez se fazendo de bom vizinhos e dar boas vindas — a garota ri sem jeito.

 — Quando começa na nova escola?

 — Depois de amanhã...

 — Espero que se dê bem, e mesmo se fizer bons amigos, não esqueça da gente!

— Não se preocupe, nunca vou esquecer vocês, e quando der, viajo de volta para Munique, para visitar vocês.

Assim espero, vou desligar, só liguei pra saber como vão as coisas, e vê se manda notícias.

 — Pode deixar.

Ouve-se então o outro lado da linha se desconectar e então Sophie guarda o celular. O tempo em que esteve andando foi o suficiente para chegar até o cômodo em que havia os espelhos. Se aproximou e observou seu rosto de perto, colocando a franja atrás das orelhas, deixando seu rosto bem à mostra. Era de fato bem pálida, a se olhar bem, ainda havia algumas olheiras. Deslizou sua destra sobre o rosto e então abaixou a cabeça. Sophie não se sentia bonita, muito menos enxergava isso.

" Feia "

Escutou algo dizer, olhou ao redor e não sabia se foi algo comum de sua mente, só havia ela ali, acreditou no fato de ter sido coisa da mente. Suspirou e então saiu em passos apressados daquele cômodo.

A noite já havia chegado e só haviam algumas caixas faltando para abrir e guardar as coisas no lugar. Helena se encontrava na cozinha, estava fazendo o jantar para a família, que estavam apenas sentados na sala de estar, Samantha se olhando no espelho da paleta de maquiagens, Carl observando sua nova sala, Jonathan mexendo no celular e Sophie apenas sentada próxima a janela observando a rua, olhando em direção à praça que agora se encontrava deserta.

— Senhor Carl e senhora Samantha, o jantar já se encontra pronto.

 — Vamos comer, família? — Carl se levanta e um à um vai se levantando, todos seguindo até a sala de jantar, onde acima da mesa já se encontrava os pratos de comida.

 Ambos sentaram-se na mesa, exceto Helena, que de costume comia na cozinha evitando se misturar com os Hall, mas não se importava, estava ali para pagar suas contas, não para virar amiguinha dos patrões. O jantar percorre com todo mundo em silêncio. Carl apenas observava sua família, Jonathan comendo com fones de ouvido, mais mexia no aparelho celular, do que comia. Chamar atenção não adiantava muito já que o rapaz já tinha quase vinte anos, então ficava na sua. Sophie comia sem olhar para os lados, evitava qualquer contato com seu pai ou a Samantha. Já Samantha procurava puxar assunto com ele sobre qualquer coisa, e hora ou outra olhava no espelho. Suspirou e voltou a comer.

O quarto da Sophie era no segundo andar, junto ao seu irmão, seu pai e sua madrasta ficaram no terceiro, já Helena, preferiu o último. A garota se encontrava na janela, vendo a praça vazia enquanto pensava. Já estava com sua roupa de dormir, quando recebeu uma mensagem de alguém novamente, desta vez era Thomaz, seu amigo, a qual Sophie se sentia atraída secretamente.

" Oi Sô, como está? Não faz nem dois dias e já sinto falta do seu jeito quieto no grupo, estava conversando com a Abbie e a Amélia de irmos visitá-la nas férias, falta apenas um mês e meio. Manda notícias, ok? Beijos"

Sophie somente observou a mensagem quieta, desde aquele ano ninguém nunca havia se preocupado com ela da mesma forma como eles se preocupavam, além de seu irmão. Fechou os olhos após se deitar e se cobriu, proferindo responder a mensagem no dia seguinte.


Notas Finais


**


Olha eu aqui novamente <3

Então, não sei se colocarei um padrão para as pastagens, vou ver isso com o tempo. Fiquem com o primeiro capítulo de espelho — se tiver erros, me desculpem, já perdi a conta de quantas vezes revisei este capítulo. 


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