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História Espelho de Lua - Mau Presságio.


Escrita por: ZMadew

Notas do Autor


"Existe um lado meu, Líder
Que não precisa ser revelado
Não está no meu futuro, o que pode ser
Está no passado

Aquilo que você não foi capaz de ver.

Quando digo que não lembro,
Pode ser real,
Pode ser aquilo que para você está acontecendo
E que para mim ainda virá, no final.

Você caminha em uma única direção,
Segue em frente,
Do passado para o presente
Pensando no futuro, em vão

Eu sou como um pêndulo, sem parar
Sem realmente viver,
Sou pequeno ou grande demais
Para que você possa compreender.

Saiba apenas que meus pés estão firmes
Mesmo que minha linha de vida não mais
Os passos mais lentos, são os finais
São em sua direção, Líder.

Minha contagem regressiva
Uma morte lenta e progressiva
Eu espero desde o princípio pelo meu fim
Espero desde sempre, seu amor por mim

Acredito em uma promessa, a mais forte delas."

´~ZMadew

Capítulo 45 - Mau Presságio.


Fanfic / Fanfiction Espelho de Lua - Mau Presságio.

*_*_*_*

Autor

 

-Satoru...? –Perguntou a enfermeira, que tinha uma prancheta nas mãos.

-Sou eu. –Respondeu o homem, com a voz um tanto cansada.

-Procuram pelo senhor na ala de espera, é um jovem que se chama Huang.

Três segundos bastaram para que o homem estivesse de pé, agradecendo silenciosamente e avançando corredor a fora com uma velocidade inesperada. Satoru sabia que o pequeno Huang Zitao estava no Centro de Terapia Intensiva, em sono induzido. Sabia também que vez ou outra receberia uma visita do Huang Zitao que caminhava na linha do tempo, aquele que geralmente estava pronto para uma batalha.

Aquele que viria do futuro.

Ao chegar à ala de espera encontrou Suho sentado em uma das cadeiras, extremamente perplexo, enquanto aquele viajante lhe sussurrava frases explicativas. Tao vestia roupas escuras e um pouco desgastadas, o que indicava que havia saído de uma luta realmente intensa. Suho acenava positivamente quando era questionado e encarava uma folha que tinha em mãos; Satoru logo reconheceu a coloração amarelo pólen que era típica de páginas de seus livros, porém muitas coisas no verso estavam destacadas e observações eram feitas com uma caligrafia diferente, provavelmente era do Guardião que vinha do futuro.

Ao notarem a presença do mais velho, Tao e Suho rapidamente pararam o que faziam e esperaram que este se aproximasse:

-Huang.

-Satoru. –Tao ergueu-se e fez uma breve reverência, porém logo levou a mão sobre o estômago e resmungou, retomando sua postura e praticamente desabando na cadeira. –Perdão...

-... Você é de quanto tempo no futuro?

-Oito anos. –Murmurou o jovem, que desviou o olhar e reprimiu uma leve tosse.

-Então agora está com 24. –Satoru comentou e Tao acenou positivamente. –Por que está sentindo dor? Está em uma luta no futuro e resolveu escapar?

-Satoru, não é uma luta. –Interveio Suho que tinha a voz calma apesar de seu rosto expressar o inverso. –Isso é o mau presságio acontecendo. Você deve se lembrar de Leun dizendo isso alguma vez, não é?

-Mau presságio... “O som da ampulheta se quebrando”. Ela dizia que sonhava com isso, que seria seu julgamento final. Imagino que deve ser do mesmo modo como aconteceu com o Kai, que teve muitas vezes o pesadelo no qual ficava preso para sempre no seu reflexo, fato que acabou realmente acontecendo... Exceto pelo fato de que na realidade Shaldmott quebrou o Espelho Mágico de Lua, tornando impossível tirá-lo de lá.

-Satoru, olhe bem para mim... –Interrompeu Tao, com a voz trêmula. –O Espelho Mágico de Lua tinha duas metades, foi assim que nossa criadora o fez. A Lua cheia que acende no lugar mais alto dos céus foi entregue para Kai, já a Lua nova que domina no baixo horizonte permaneceu dentro da caixa, esperando que a bênção fosse entregue em forma de artefato material. Eu destaquei nesta página onde está sua explicação. Jongin recebeu essa metade do Espelho Mágico de Lua na noite em que deixou de ser natural e menino.

-Por que está dizendo isso?

-Por que é hoje que isso acontece. –Respondeu Suho. –Não é apenas ele, Chanyeol e eu vamos deixar de ser naturais e nossas habilidades serão modificadas.

-Então... Aquele mau presságio é você mesmo que causa. –Satoru fixou os olhos de Tao, que suspirou um tanto nervoso. –Huang, o que você fez?

-Trapaça. –O jovem levantou e cruzou os braços, virando o rosto na direção oposta e tentando parecer confiante. –Eu sei que é proibido e Leun jamais faria isso, mas eu sou Huang Zitao, não Leun Niwu...

-E o Kris realmente permitiu que você brincasse com o tempo dessa forma mesmo conhecendo o risco de receber uma punição da criadora? –Questionou Satoru, visivelmente indignado com as palavras do jovem.

Tao engoliu em seco e fechou os olhos, interrompendo os próprios passos. Suho recostou-se na cadeira e colocou a mão sobre a testa, balançando a cabeça negativamente. O silêncio se estabeleceu de modo perturbador quando algumas pessoas passaram rápidas e foram acompanhadas por um recepcionista do hospital para outra ala.

-... A punição já está acontecendo no futuro. –Explicou Suho, notado a tensão ainda existente entre os outros dois. –Está explicito que Kris em hipótese alguma permitiria isso, Satoru. Nem mesmo eu deixaria, Tao acabou de me ensinar agora pouco como trancar a caixa do Elo Psíquico e bloquear os poderes nocivos dos guardiões. O que imagino, deve ter feito ao encontrar o Kris aqui no passado dele. Caso não tenha percebido, Tao cresceu e aprendeu muito bem a esconder quando sente dor.

-Obrigado, Suho. –Ironizou Tao, colocando as mãos no bolso do casaco e suspirando novamente ao apoiar as costas na parede e encarar o teto.

-Ele não disse sim, mas já está óbvio para mim que de algum modo, Kris e eu não permanecemos com a caixa... Ou não estamos lá no futuro. Acertei? –Suho dirigiu-se a Tao, que não respondeu.

-Você quer mudar um futuro em que já está vivendo? –Satoru parecia espantado. –Isso é impossível!

-Para mim pode até ser, porém não é para aquele que está deitado ali no quarto, ele tem a vantagem de me destruir e sobreviver, sem que nenhum de vocês precise morrer. Não estou brincando com o tempo, sabe quantas vezes e de quantas formas diferentes cada um de vocês foram apagados na minha frente? Até agora mais ou menos umas seis. Posso detalhar todas as mortes, posso contar as condições e até mesmo quem fez isso: Shaldmott. O mais doloroso não é perder todos, é ser sempre o único a restar. Shaldmott está jogando comigo, testando meus limites... Eu já passei por todos eles, está na hora de fazer aquilo que ela espera de mim, mas não quer que eu faça. Eu irei destruí-la dando a vocês aquilo que tem na caixa e que não é natural do espírito.

-Você está ficando louco! –Exaltou-se Satoru, indo até o outro e chacoalhando-o pelos ombros. –Não importa o que pode acontecer, você não deve quebrar uma regra de forma tão inconsequente! Huang, isso pode custar sua posição como Guardião, você pode deixar de existir! Percebe a gravidade de suas ações?

Tao não respondeu, apenas encarou os olhos do mais velho e permitiu que as lágrimas corressem de forma dolorosa em seu rosto. Satoru sentiu o peso que havia imposto sobre os ombros dele e soltou, porém sem se afastar. Ao olhar para baixo notou a leve trilha dourada que tomava aos poucos o tecido da blusa que Tao usava, ao mesmo tempo em diversos pontos. Sentiu falta do artefato que o jovem deveria usar e geralmente ficava preso ao pescoço, ou suspenso no ar girando lentamente.

-Onde ela está... ? –Questionou Satoru, depois de apontar para onde o pingente de ampulheta deveria ficar.

-Onde mais poderia estar? –Soluçou Huang. –... Nas mãos da criadora. A dor de quebrar um guardião pode ser sentida em todas as eras. Satoru hoje é o último dia em que vejo todos vocês, então me deixe ver cada um dos rostos, não apenas túmulos. Por favor, eu imploro! ... Eu...

Tao iniciou uma nova frase, no entanto não conseguiu terminá-la. O jovem esmoreceu e caiu de joelhos no chão, sendo imediatamente amparado por Satoru, que o apoiou na parede e segurou seu rosto.

-Não devia se deixar levar pelas ilusões de Shaldmott! Sua habilidade de controlar o tempo é incrível Huang, por isso ela não consegue derrubar você! É isso que eu diria à Leun se ela estivesse aqui. Não tente impedir os acontecimentos dessa forma, isso destrói tudo aquilo de bom que você sempre foi desde que era apenas um garoto. Se quiser mesmo nos visitar no passado faça isso, prometo que não irei impedir! No entanto se ainda existir um último desejo em seu futuro use-o para fazer a coisa certa, lembre-se daquilo que o fez sobreviver na primeira vez. O que dividiu Leun ao meio, o que fez ela se tornar dois opostos, alguma coisa ainda deve fazer sentido em sua mente, não acha?

-... Havia apenas dor, Satoru. –Tao sussurrou quase sem voz, fixando seu olhar em uma direção aleatória. –Eu me arrependo de ter sido uma garota malvada com todos, quando era a Leun egoísta... Mas nunca vou me arrepender de salvar todos vocês, quando fui Huang Zitao. Isso é uma linha e estou sobre ela, Satoru. No céu dourado, ele é o meu firmamento eterno, eu o quero mais do que minha própria vida sem sentido... Por isso não posso deixar que ele pare de respirar.

-Do que está falando?

Suho naquele momento também se sentou desajeitado no chão, tentando entender o que acontecia, Satoru o encarou por breves segundos antes de retomar sua atenção sobre Tao, que resmungou de dor e sorriu fracamente.

-Ah... É difícil respirar... Mesmo assim é o certo... –Após tomar o fôlego pela última vez o jovem deixou todo o peso de seu corpo lhe dominar e tombou para o lado, com os olhos vidrados.

-Tao! –Exaltou-se Suho, ajeitando-o em seu colo e imediatamente verificando a pulsação. –O que está acontecendo? Satoru!

-Está do mesmo jeito que o encontrei quando Leun se dividiu em dois. –Murmurou o mais velho. –Olhos vidrados, respiração falhando... Eu vou buscar ajuda.

-Espere! Isso pode acontecer? ... Temos agora dois “Huang Zitao” aqui? –Suho ficou apavorado.

-Isso é o menor dos problemas... Precisamos salvá-lo, liga pra Heuen agora! –Satoru levantou e seguiu pelo corredor. –Vou chamar o Lay.

 

*_*_*_*

[Algum tempo depois]

 

Heuen olhou para Kris sentado ao lado da cama de Chanyeol lendo um trecho dos livros de Satoru distraidamente, então respirou aliviada e virou-se para a direita, encarando Jongin e segurando-o pela mão.

-Vamos. –Ela sussurrou.

-Já?

-Sim. Lembre-se de como Satoru disse: Pense em uma pessoa, não em um lugar.

-Ok. –Jongin concordou e fechou os olhos, concentrando-se em lembrar os olhos de Tao.

Logo a nuvem de poeira que lhe rodeou gerou uma onda de calor e os levou rápido para o lugar esperado sem nenhuma dificuldade. Jongin abriu os olhos e rodeou o local, notando Suho no fim do corredor.

-Muito bem, Jongin! Está cada vez melhor... –Heuen sorriu.

-Obrigado... Oi! –Acenou ao outro, que fez um breve sinal para se aproximarem. –... Você nos chamou.

-Chamei. –Suho estava aflito, segurando o papel dobrado em mãos, junto ao celular. –Tao está aqui.

-Isso nós sabemos. –Afirmou Heuen.

-Não apenas ele... São os dois. –Pronunciou Satoru, aproximando-se no corredor e parando ao lado de Suho. –O pequeno Huang que conhecemos e aquele que veio do futuro.

-Pelos signos... Onde ele está? –Heuen tomou a frente antes que qualquer palavra fosse dita.

-Em um dos quartos. –Satoru falava com calma, enquanto indicava a direção e pedia que os outros lhe seguissem em silêncio. –Ele estava um pouco abalado emocionalmente e talvez somado ao desgaste físico pode não ter suportado permanecer firme.

-Desgaste físico? –Jongin apoiou a mão na parede e parou de caminhar. –Ele se feriu?

-Mamãe ficará bem. –Interrompeu Lay, surgindo de uma das portas, descalço e vestindo as típicas roupas de paciente com um sorriso confortante no rosto.

Heuen segurou uma das mãos do jovem e tentou dizer alguma coisa, porém nada conseguiu. Lay esperou calmamente que ela organizasse os pensamentos, Suho parou ao seu lado e o encarou.

-Você está mesmo muito fraco Lay. –Comentou a mulher, acariciando o rosto do mais novo que balançou a cabeça negativamente. –Não tente dizer o contrário, está muito pálido.

-Eu estava com a mamãe. –Lay sorriu. –Esqueci-me de como ela fazia falta... Mamãe não abriu os olhos para dizer bom dia, então eu estava pegando as coisas ruins e segurando aqui. –Ele indicou o próprio corpo. –...Para ela poder sorrir. Mamãe sempre sorriu quando eu estava... Hoje ela está dormindo. Por quê?

-Ela ficou acordada enquanto você dormia, Lay. –Interveio Suho, levando o garoto para dentro do quarto. –Isso lhe deixou cansada, agora ela precisa dormir.

-Oh... Por isso me chamou então. Suho, você devia ter dito isso antes! –Sussurrou Lay, olhando para a cama onde Tao estava. –É que não sei como faço para mover o sono e ficar com ele para mim.

-Um dia você vai conseguir. –Disse o Líder.

Heuen avançou com certo receio e sentou em uma cadeira ao lado de Tao, tomando uma das mãos do jovem e fechando os olhos. Logo diversos pontos cintilantes como arco íris surgiram e rodearam os diversos ferimentos que estavam escondidos debaixo da roupa e também os visíveis, até que não restasse quase nada. Jongin que estava o lado de fora do quarto sentou em um dos bancos no corredor e Satoru lhe observou atentamente.

-Por que não quis entrar?

-... Vi muitos feridos nos últimos dias. –Sibilou o jovem, balançando as pernas no ar e desviando o olhar. –É um pouco mais complicado, na minha cabeça.

-Quer dizer alguma coisa? –Insistiu Satoru, que agora sentava ao lado do garoto e esperava uma resposta. –Tenho a leve impressão de que quando as coisas envolvem Huang Zitao ou Kyungsoo você se torna evasivo.

-Tao salvou minha vida. –Jongin sorriu de maneira triste, recordando-se do ocorrido. –Nunca consegui retribuir da maneira certa, acho que é por isso que me sinto mal. E Kyungsoo...

-Kyungsoo...?

-Tenho essa ligação estranha com ele, desde os treze anos. Quando eu era mais novo apenas tinha pesadelos, que aos poucos se tornaram sensações, depois passou a me afetar o tempo todo. Hoje poderia arriscar em dizer que essa ligação é efetiva, quase igual a que Kris tem com todos os guardiões.

-Não devia ter medo de sentir isso. –Comentou Satoru, colocando a mão sobre o ombro de Jongin que suspirou. –Já pensou na possibilidade... Que talvez Kyungsoo também pudesse sentir sua presença da mesma forma?

Jongin permaneceu calado, pensando nas palavras que acabara de ouvir. Lembrou-se de cada dia em que pensou estar sozinho, no entanto sentia a estranha presença lhe rodear. Desde que perdeu seus pais sua vida tinha se tornado difícil e de alguma maneira as coisas se resolviam, pessoas como Heuen e Tao eram importantes no caminho. Kyungsoo poderia ter encontrado em si a única janela pela qual poderia chegar ao mundo externo, escapar das quimeras, afinal essa era sua função como Guardião da União: ser o caminho que liga cada um.

-Será?

-Sim. –Respondeu a voz firme daquele que todos menos esperavam.

Ao erguer os olhos Jongin pode notar o semblante misterioso e os olhos marcados, ainda mais sombrios do que pensou ter visto. Heuen e Lay estavam parados na porta com certa preocupação, Suho sorria ao presenciar a cena.

-Tao? Já está de pé?

-Foi um lapso. –Respondeu o mais velho desviando o olhar, abaixando-se para ficar no mesmo nível e poder observar Jongin nos olhos. –Você é o próximo, Jongin. Perdoe-me por te fazer esperar tanto tempo... Lembra-se do dia em que eu te salvei?

-Claro que sim.

-Existe algo em comum entre hoje e aquele dia? –Questionou Tao, deixando todos ao redor completamente confusos.

-Bom... –Jongin pensou por alguns segundos e depois puxou com cuidado uma parte do casaco que Tao usava, tomando atenção para as roupas e sorrindo de modo compreensivo. –Minha nossa... Isso... Não consigo acreditar! ... É mesmo você?

-É sim. Preciso ir, Suho sabe o que fazer quando eu partir. –Tao levantou-se e olhou para Heuen. –Muito obrigado por oferecer sua energia, eu precisava dela para recuperar minhas memórias e a sanidade. Suho... Conto com você.

-Pode deixar. –Respondeu o Líder, um pouco mais confortável por perceber que a ajuda de Heuen tinha sido significativa.

Tao virou-se de costas e tirou algo do bolso, um pequeno espelho triangular por onde conseguia ver claramente o espaço vazio do galpão onde costumava treinar. Tocou de leve com o indicador na superfície do pequeno objeto, uma trilha de espirais em forma de raios lhe rodeou e o levou até lá.

 

*_*_*_*

[Em algum dia, no passado]

 

Segundos depois de parar sobre uma mesa de modo desajeitado e cair de costas no chão, ouviu claramente a voz de Chen lhe chamado com certa apreensão.

-Ah, aí está voc... Nossa, o que aconteceu? Por que está encolhido desse jeito no chão, é algum tipo de treino novo?

-Brilhante, mas não. –Respondeu Tao, rolando para o lado e levantando de modo rápido, tateando um dos ganchos a procura de uma espada. –Certo, em que dia estamos?

Chen olhava de modo sério, a princípio sem compreender a pergunta, no entanto depois de pensar conseguiu responder:

-Estava viajando no tempo?

-S-sim...

-Ok. Hoje nós vamos treinar e você vai me ensinar seu golpe especial. –Chen sorriu, agitando com leveza a espada e tomando uma posição defensiva. –Foi o que me disse na semana passada... Hoje é 20 de fevereiro.

-Certo... –Resmungou Tao, depois de rodear o local com passos rápidos, ignorando o aluno que lhe esperava pacientemente. –Fevereiro, estou vendo. Se estiver certo daqui a cinco horas preciso estar na rua 105 de Niniland.

Huang revirou entre suas coisas sobre um armário até encontrar um calendário lunar, com anotações que continham sua caligrafia sobre o ano correspondente e uma observação com a letra “W” sobre o dia 20.

-Ótimo, ainda dou aulas de luta para Wonshik, então estou no ano certo. –Sussurrou, depois de certificar-se do dia.

-Você está bem? –Questionou Chen, ainda aguardando na mesma posição de antes. –Posso ir embora se você quiser. Sei como fica quando viaja no tempo... Aquele lance dos paradoxos...

-Não precisa ir, se sair deste galpão antes de cinco horas de treino eu irei te matar. –Huang ameaçou, atirando uma de suas lanças em direção a Chen sem nem mesmo olhar para trás.

O outro se esquivou com habilidade e rolou no chão, apoiando uma das mãos e acertando a espada no pé da mesa, que estremeceu e cedeu ao peso das diversas armas. Em menos de um segundo Chen novamente saltou para o lado e escondeu-se atrás do armário para não ser atingido pelos materiais e armas metálicas que ruíram ao chocar-se com o chão.

-Caramba! –Chen exaltou-se, levado a mão sobre o peito e respirando aliviado. –Essa foi por pouco.

-Bem pouco. –Tao sussurrou bem próximo ao ouvido de seu aluno que levava outro susto.

-Estava tentando encontrar o nosso Líder no futuro, não é? –Desafiou Chen, sem se deixar abalar.

Huang desviou o olhar por breves instantes antes de impor sua força contra o ombro esquerdo de Chen e prende-lo contra o armário. O jovem imediatamente arregalou os olhos e suprimiu um grito de pavor ao sentir uma onda incomum de choque atravessar o seu corpo. Todas as armas que estavam no chão foram eletrizadas e levitaram rapidamente, cada uma retornando ao lugar de modo violento, carregadas de energia.

Chen piscou duas vezes e em seguida balançou a cabeça, extremamente abalado com o que presenciava. Tao notou o olhar desesperado de seu aluno e percebeu que havia deixado transparecer muito mais do que deveria para seu “outro eu” que vivia no passado.

-Is-so é um p-poder novo? –Gaguejou o jovem, esperando uma resposta convincente.

-Esqueça-se disso. –Murmurou Tao, fechando os olhos, contando três segundos antes de abrir outra vez e deixá-los iluminados. –Volte a lutar comigo, Chen.

-... Sim. –Respondeu o aluno sem hesitar.

 

*_*_*_*


Notas Finais


Meninos e meninas, muito obrigado por esperarem!!!

Desejo de coração que tenham gostado, logo logo voto por aqui com mais um trecho dessa história que está fazendo uma unnie chorar e uma noona bater no oppa, pensem na minha situação. Aliás,o próximo capítulo tem um nome bem esquisitinho, porém não menos glorioso:

"Futuro é Temporário."


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