1. Spirit Fanfics >
  2. Espere Por Mim >
  3. Capítulo único!

História Espere Por Mim - Capítulo único!


Escrita por: LanneHadassa

Notas do Autor


:)

Capítulo 1 - Capítulo único!


Luffy estava sentindo aquele comum vazio no estômago que o deixava pra baixo e irritado.

- Sanji... - chamou de maneira desanimada.

- Eu já falei, Luffy! - o cozinheiro retrucou de algum lugar do navio - Não teremos comida até desembarcamos na próxima ilha!

O capitão dos Piratas do Chapéu de Palha fez uma careta e se deitou de costas na grama do convés, olhando o céu que esbanjava um azul lindo e forte numa manhã comum ali no Thousand Sunny. Estavam em águas do Novo Mundo, a procura de uma nova aventura, e aquele seria uma dia calmo que eles deveriam aproveitar antes de se meter em encrenca novamente. É, eles poderiam aproveitar se no dia anterior Luffy não tivesse atacado a dispensa.

Luffy riu ao lembrar-se disso e não se sentia arrependido. Na verdade ele estava se torturando por imaginar o gosto da carne em sua boca no dia anterior. Seu estômago roncou alto, Luffy não estava mais aguentando.

- Sanji... - chamou de novo, mesmo que soubesse que não ia adiantar nada, não havia comida na dispensa.

- Nami-swan, Robin-chwan... - ele ouviu a voz de Sanji e olhou para o lado, vendo o cozinheiro levar uma bandeja em direção as mulheres do navio, que estavam sentadas em suas espreguiçadeiras aproveitando a luz do sol - Preparei esses bolinhos de arroz especialmente para vocês.

Luffy se levantou na mesma hora, se preparando para esticar o braço direito e capturar a bandeja das mãos do cozinheiro.

- Nem pense nisso, Luffy! - Sanji berrou sem nem olhar para ele, depositando a bandeja na mesinha localizada entre as espreguiçadeiras das garotas.

- Você disse que não tinha mais comida, Sanji! - Usopp chegou perto de Luffy, tirando as palavras da boca dele.

Sanji virou-se para eles, a expressão séria.

- Essa é a comida que eu guardo especialmente para a Nami-san e a Robin-chan!

- Nami... Robin... - Chopper apareceu ao lado delas - Eu tô com fome...

- Chopper - Robin disse naquele tom calmo e ao mesmo tempo risonho - Toma - ela deu um bolinho de arroz para ele.

- EHHHHHH??!! - Luffy, Usopp e Brook exclamaram, observando o pequeno Chopper comer junto com as garotas.

- Aí - Zoro gritou de lá de cima, do Ninho da Gávea - Tem um navio se aproximando. Acho que já vi aquela bandeira.

Toda a tripulação se moveu para a beirada do Thousand Sunny, inclusive Franky, que viera correndo de sua oficina.

- Eu estou supeeerr preparado para uma luta! - ele berrou fazendo aquela posição de levar os braços ao alto, se inclinando para um lado e deixando as mãos juntas.

Luffy o admirava, aquele corpo robótico era impressionante para ele, que sempre tinha os olhos brilhando ao ver uma nova invenção do ciborgue.

- É a bandeira das Kuja - Robin disse e Luffy imediatamente desviou os olhos de Franky para o navio que se aproximava, o reconhecendo de imediato.

- É a Hancock e as outras - ele falou com um sorriso - Mas o que elas estão fazendo aqui?

Sobre o convés do navio pirata das Kuja, Luffy viu as mulheres de quem tinha virado amigo a um tempo atrás. Elas já o tinham visto e acenavam freneticamente para ele, gritando o seu nome em saudação. O garoto do chapéu de palha também estava acenando, alegre, enquanto sua tripulação se mantinha quieta, menos Sanji, que já estava babando, com corações nos olhos e gritando "mellorine, mellorine!". Fazia muito tempo que o bando não ouvia seu cozinheiro dizer aquelas palavras.

- Não estou vendo a Hancock - Luffy comentou com seus companheiros, curioso e preocupado - Ela deve estar lá dentro.

- A Imperatriz Pirata! - Sanji exclamou todo afoito - Mal posso esperar para vê-la novamente!

- Ela vai virar pedra de novo - Nami comentou com Robin, que assentiu com um sorriso.

- Ela é uma Shichibukai, não é - Chopper estava dizendo com a voz num tom choroso, com medo.

Luffy sorriu para ele.

- Relaxa, ela é minha amiga.

O navio das Kuja já estava próximo o suficiente do Sunny-go para as garotas iniciarem uma conversa com Luffy, que estava feliz em cumprimentar todas elas, embora as meninas parecessem um pouco constrangidas pela presença masculina além de Luffy.

- Estes são os meus companheiros - o capitão estava apresentando sua tripulação, um por um - Mas cadê a Hancock? - indagou - E venham até o nosso navio!

Como que aceitando o convite do Chapéu de Palha, a Imperatriz Pirata apareceu no convés, andando imponente e sendo seguida por sua serpente chamada Salomé. Foi em menos de um segundo, Sanji já tinha virado pedra e Brook até desmaiara, dizendo que a luz era forte demais.

- Hebihime-sama! - as mulheres Kuja exclamaram ao ver sua imperatriz e capitã.

Luffy nem se importava muito com essas coisas, mas foi impossível não notar o quanto Hancock estava mais bonita do que de costume naquele dia. Estava usando um vestido azul, não era apertado mas também não era largo, não tinha um decote enorme e batia no meio das coxas. As longas pernas de Hancock estavam a mostra, belas e torneadas. Seu cabelo negro e sedoso estava solto como sempre, esbanjando beleza. Os olhos azuis dela estavam brilhando, suas bochechas estavam um pouco coradas e ela mantinha um sorriso de canto na boca.

- Nee-sama - sua irmã do meio, Sandersonia, chamou - Luffy nos convidou para ir até o navio deles.

- Sim, Sonia - Hancock respondeu - Eu ouvi.

Luffy estava encarando a Imperatriz Pirata com um grande sorriso inocente, estava com saudades de sua amiga e não imaginava que fosse vê-la ali no Novo Mundo.

- Hancock! - exclamou contente - Como me achou aqui?

As bochechas dela ficaram mais vermelhas ainda.

- Bem... Eu meio que mandei fazer um vivle card seu - respondeu com timidez - Antes de você voltar para os seus companheiros.

Luffy riu.

- Sério? - disse num tom travesso - Bem, deixe eu te apresentar meus companheiros.

Foi um erro Luffy começar por apresentar Nami e Robin. Por um segundo a expressão de Hancock se tornou assassina, mas depois ela relaxou. Luffy, como que por um milagre, tinha notado essa reação da imperatriz, mas achou que não devia ser nada. Apresentou todos os seus companheiros para a Hebihime e depois lembrou-se de algo, ficando completamente desesperado.

- Hancock - a chamou de forma urgente - Estamos sem comida, pode nos ajudar?

A Imperatriz Pirata não pensou nem por um segundo, já estava mandando suas subordinadas pegarem suprimentos de seu navio e levá-los para o Thousand Sunny. Luffy ficou tão feliz, que se esticou direto para o navio das Kuja e pulou em cima de Hancock, a abraçando assim como fizera na Guerra dos Melhores, quase três anos atrás. Se Sanji tivesse voltado ao normal, provavelmente teria pulado também, cheio de ciúmes, para arrancar seu capitão de cima da que era considerada a mulher mais bela do mundo.

Luffy sentiu Hancock tremer dentro do abraço dele, os olhos dele estavam fechados, mas quando os abriu dois segundos depois, por cima do ombro de Hancock ele viu a tripulação dela de olhos arregalados. As irmãs da Hebihime eram as mais surpresas, pareciam que iam ter um infarto, mas Luffy notou que isso iria acontecer era com a mulher que ele estava abraçado. O futuro Rei dos Piratas não era tão idiota, ele notou a mudança na respiração da imperatriz e subitamente percebeu ela parando de puxar o ar.

- Você está bem, Hancock?! - perguntou assustado e a soltando, parando em pé em sua frente.

A diferença na altura deles era de uns 15cm, Hancock era mais alta, Luffy estava com a cabeça inclinada para cima, olhando fixamente para a mulher que parecia perdida olhando para o nada, tentando focar em alguma coisa, até que viu Luffy ali, observando ela com preocupação.

- L-Luffy... - gaguejou com a voz quase sumindo.

O garoto do chapéu de palha ergueu uma mão e tocou o ombro dela.

- Você está bem? - repetiu a pergunta.

Hancock estava paralisada, Luffy preocupado e mulheres Kuja assustadas.

- Q-que tal um banquete? - ela ofereceu desesperada.

Luffy retirou a mão do ombro dela levou os braços para o alto, um grande sorriso tomando conta do seu rosto.

- Sério mesmo?! - gritou em felicidade.

Hancock assentiu freneticamente.

- Sim, sim - disse ela - E-eu vou ajudar as garotas a prepararem.

- Oba! - não só Luffy gritou, e foi acompanhado por todas as Kuja e pela sua tripulação também.

- Tragam algo para ele comer enquanto preparamos o banquete! - a imperatriz ordenou e imediatamente Luffy estava de volta em seu navio, se empanturrando de frutas enquanto Hancock e as outras estavam cuidando da comida do banquete no navio das Kuja.

Sanji já não era mais pedra e Brook tinha acordado meio tonto. O loiro tinha tentado ir ajudar as Piratas Kuja na cozinha, mas o acesso foi imediatamente negado por elas, que ficaram assustadas com a tamanha perversão do Perna Negra. Já Brook saíra pelo navio delas perguntando se poderiam mostrar-lhe a calcinha. Acabou chutado de lá.

- Luffy - Nami o chamou - Parece que a Imperatriz Pirata gosta muito de você.

O capitão olhou brevemente para a sua navegadora e então deu de ombros.

- Ela é minha amiga.

Uma veia saltou na testa de Nami, a ruiva levantou a mão e deu um soco na cabeça de seu capitão, que resmungou em dor e protesto.

- Ai! - reclamou - Por quê fez isso?

- Como você consegue ser tão idiota?! - ela berrou.

Luffy ficou sério. Seu bando percebeu sua mudança de humor e deu atenção a ele. Estavam esperando o que quer que ele fosse falar.

- Eu não sou tão idiota - falou para a ruiva - Eu sei o que você quis dizer, Nami.

A navegadora ergueu uma sobrancelha, curiosa e confusa.

- Sabe?

- Hancock quer se casar comigo - ele contou.

O bando do Chapéu de Palha pareceu quase ter um infarto. Menos Robin, que apenas dera sua risadinha comum.

- Casar?! - Sanji berrou em descrença - Casar com você?! A Imperatriz Pirata?!

- Ai, Deus - Nami colocou um braço sobre os olhos - Eu percebi que ela gosta de você, mas não sabia que era pra tanto.

- Me pergunto como ela foi se apaixonar por você - Usopp comentou de forma sarcástica.

- Luffy! - Franky exclamou todo feliz - Isso vai ser um suuuupeeerrr casamento! O futuro Rei dos Piratas e a Imperatriz Pirata! Nada mais justo!

- Luffy - Chopper chamou num tom contente - Parabéns pelo seu casamento... Vai ter algodão doce?!

- Não acredito que você vai se casar, Luffy-san - Brook falou de forma espantada.

O esqueleto espantado, hahaha.

- Humpf - Zoro deu de ombros - Espero que tenha muito sakê.

Luffy estava encarando seus companheiros com uma expressão de confusão. Apesar de ele não saber de muitas coisas e ser considerado um retardado, ele entendia muito bem o que significava um casamento.

- Eu não vou me casar - disse para a sua tripulação, mas eles não pareciam ter entendido - Eu não vou me casar - repetiu dando mais ênfase.

Todos olharam para ele com caras de confusão, exceto a Robin, que já parecia saber que seu capitão iria dizer aquilo.

- Você vai recusar a mulher mais bonita do mundo? - Brook perguntou ainda mais espantado do que antes.

- Ah, que bom - Sanji sorriu feliz - Assim eu vou me oferecer para consolar o coração partido da Imperatriz Pirata - o sorriso dele se tornou pervertido e ele acendeu um cigarro de maneira calma e calculada - E então... O coração dela será só meu...

Nami esmurrou o cozinheiro, que foi nocauteado murmurando "a Nami-san fica tão bonita quando está brava". Zoro revirou os olhos sendo acompanhado por Usopp. Chopper foi se esconder atrás de Robin, morrendo de medo da navegadora, Luffy e Brook caíram na gargalhada e dessa forma aquele assunto foi encerrado, mas ficou perturbando o capitão por um longo tempo.

Era quase noite quando o banquete se iniciou no navio das Kuja. Era muito perigoso fazer uma comemoração no meio das águas do Novo Mundo, sem nem ao menos ancorar em algum lugar. Mas se algo acontecesse, todos estavam prontos para a luta, não estavam se importando muito com o perigo. Ambos os navios estavam conectados por cordas e assim não se afastavam um do outro em momento algum.

- Carne! - Luffy berrou atacando a mesa e sendo acompanhado por quase todo mundo.

Brook iniciou a cantoria, seguindo seu cargo de músico da tripulação dos Chapéu de Palha.

- Luffy, isso é muito divertido! - sua amiga Margaret exclamou para ele no meio da festa.

Luffy assentiu para ela, se empanturrando de carne, mas não estava achando tudo tão incrível porque a pessoa que estava dando o banquete não estava ali.

- Dadê a Hanmock? - ele perguntou para Margaret, ainda mastigando.

Margaret entendeu o que ele quis dizer e sorriu amarelo.

- No quarto dela - contou - Disse que está se sentindo mal, por isso não veio.

- Se sentindo mal?... - ele repetiu.

Era difícil algo assim acontecer, mas no momento Luffy estava muito preocupado com sua amiga Shichibukai e apenas pegou mais um pedaço de carne, deixando o banquete. Como de praxe, o garoto do chapéu de palha desaparecia e quando percebiam ele já estava longe fazendo alguma coisa idiota.

- Mas não é idiota ir ver a Hancock, é? - ele murmurou para si mesmo enquanto atravessava o corredor estreito dentro do navio das Kuja.

Sabia onde ficava os aposentos dela, Luffy estivera naquele navio antes. Chegou na porta do quarto, ficou parado por alguns instantes, devorando o pedaço de carne que tinha em mãos. Era tudo tão gostoso, as Kuja realmente também tinham uma boa culinária.

O futuro Rei dos Piratas terminou de engolir a carne e chupou os dedos. Sem saber porque estava se importando com aquilo, o garoto saiu dali e foi ao banheiro, onde lavou as mãos. Se olhou no espelho logo acima da pia e deu aquele seu sorriso típico, de orelha a orelha.

- Shishishishi... - riu para o próprio reflexo, não sabendo do quê estava achando graça.

Voltou para o quarto de Hancock e bateu na porta.

- Eu não vou, Mari - ouviu a voz da Imperatriz Pirata exclamar lá de dentro, saindo um pouco abafada e triste - Já disse que não posso.

- Sou eu - ele disse e ouviu um barulho de algo se quebrando.

Assustado, Luffy abriu a porta rapidamente e encontrou Hancock sentada na beira da cama, algo de vidro caído aos pés dela e o chão sujo de vinho tinto.

- Ei, Hancock - Luffy entrou sem nem se preocupar em fechar a porta - Você tá bem?

A expressão da capitã das Piratas Kuja era uma mistura de espanto, alegria, tristeza e timidez.

- L-Luffy... - gaguejou escondendo o rosto com as mãos.

O garoto se aproximou dela e tirou as mãos dela do rosto, sentando-se ao lado dela na cama.

- O que aconteceu? - perguntou - Você tá doente? Por isso não foi no banquete?

Luffy sentia as mãos de Hancock tremer entre as suas. O futuro Rei dos Piratas se ergueu rapidamente, indo para fora dali, muito preocupado.

- O-onde vai? - ela perguntou, se levantando também.

Luffy parou perto da porta aberta, virando-se para encarar Hancock. Ela agora estava usando sua camisola vermelha, toda insinuante, batendo no meio das coxas, mostrando como o corpo dela era lindo. Ainda assim, isso não afetava Luffy, que achava tudo normal.

- Tô indo chamar o Chopper - ele respondeu muito sério - Não se preocupe, ele é um bom médico, você vai ver.

Luffy já ia voltar a andar novamente, mas a mão de Hancock segurou seu braço, o impedindo de continuar.

- Espera, Luffy - ela disse o fazendo a encarar novamente - Você acha que eu não tenho médicas no navio?

Luffy franziu o cenho, dando um sorriso envergonhado.

- Ah, então eu vou chamar elas.

- Não, Luffy - Hancock falou num tom sério e puxou Luffy para trás enquanto ela mesma fechava a porta novamente - Eu não estou doente.

- Como não? - Luffy soltou-se do aperto dela - Você está vermelha e tremendo.

Hancock o encarou fixamente por longos segundos. Luffy estava segurando o olhar dela, sem desviar por momento algum. Ela era mais alta, Luffy precisava se inclinar para cima para olhá-la dentro dos olhos.

- Ainda acha que eu estou doente? - a imperatriz indagou depois do longo silêncio.

Luffy engoliu em seco.

- Hancock, eu já disse que...

- Eu não estou te pedindo em casamento, Luffy - ela o cortou - Eu só perguntei se ainda acha que eu estou doente.

O garoto ainda segurava o olhar dela.

- Não - respondeu rapidamente - Eu estava preocupado, já que você não foi no banquete. Então eu vim aqui, mas já que você não tá doente, eu...

Luffy foi interrompido por ela novamente, mas não com palavras. Os olhos dele estavam arregalados enquanto os de Hancock estavam fechados e ela mantinha os lábios dela sobre os dele num longo selinho. O chapéu de palha que antes estava em sua cabeça tinha sido tirado por ela e a Imperatriz Pirata o escondia com uma mão atrás das costas enquanto a outra mão segurava a nuca de Luffy.

Uma sensação esquisita subiu pela espinha do garoto, que nunca tinha experimentado aquilo antes. Hancock então se afastou dele, mais vermelha do que nunca, ainda segurando o chapéu de palha dele. Luffy estava paralisado no mesmo lugar, a surpresa ainda não tinha abandonado o seu rosto. O que diabos Hancock acabara de fazer com ele?

- Luffy, eu... - ela começou, mas não conseguiu terminar de falar, vendo o garoto que um dia seria o Rei dos Piratas caminhar até ela lentamente.

Luffy pegou o chapéu das mãos dela e o depositou na cama ao lado deles. Ele ergueu a cabeça com um sorrisinho de canto e segurou os ombros de Hancock, a puxando para si, selando os lábios deles novamente. Dessa vez o garoto fechou os olhos e Hancock, mesmo surpresa, fechou os seus também.

Quando mais novo, na Vila Fuusha, Luffy já tinha flagrado casais escondidos fazerem aquilo, grudarem-se na boca um do outro e fazer movimentos esquisitos. Ele tinha achado nojento, mas agora ele achou que poderia entender o que era aquilo.

Por instinto, ele moveu seus lábios sobre os de Hancock e ela fez o mesmo, ambos se envolvendo num beijo desajeitado. Lentamente se afastaram e olharam para qualquer ponto do quarto que não fosse o rosto um do outro. Luffy não costumava gastar muito tempo pensando em coisas que o tiravam do sério. Mas agora aquela sensação estranha estava em seus pensamentos, o atormentando. Era chato não saber dizer exatamente o que estava sentindo. O garoto do chapéu de palha era um homem simples e gostava de ser assim. Mas ser simples não significava que Luffy não entendia as coisas. Entendia do jeito dele, mas entendia.

E aquilo ele não conseguia entender.

Respirou fundo e encarou Hancock. A mesma ainda olhava para o chão e Luffy sorriu involuntariamente. Achou fofo a timidez dela, o que foi uma descoberta estranha para ele mesmo. Desde quando Luffy achava algo fofo? Ele gostava de coisas "fodas", tipo as armas que Franky criava.

- Por que veio até aqui? - ele perguntou para ela, cortando o silêncio que estava se tornando constrangedor.

Hancock abraçou o próprio corpo, ainda fitando o chão.

- Eu queria ver você... - disse num tom baixo - Precisava ver você, de qualquer forma...

- Hancock - ele chamou sério - Olha pra mim.

A Imperatriz Pirata ergueu o queixo lentamente, os olhos azuis nervosos não fixando exatamente no rosto do futuro Rei dos Piratas. Demorou mais um tempo para que ela finalmente o fitasse seriamente.

- Luffy - ela disse o nome dele de forma manhosa - Eu não seria uma esposa ruim...

- Eu não vou me casar, Hancock.

Ela pareceu apertar mais ainda os braços contra o próprio corpo.

- E eu não consigo parar de te amar, mesmo você sendo tão cruel.

- Eu não estou sendo cruel.

Luffy voltou a se aproximar dela. Ele pegou em sua mão e a guiou até a cama. De forma calma, Luffy segurou-a pela cintura e a fez sentar-se, ficando em pé a frente dela. Apenas seguindo o instinto que praticamente gritava dentro dele, o garoto segurou o rosto dela entre as mãos e lentamente foi se aproximando até a boca dela, onde depositou outro selinho longo e logo depois voltou a movimentar seus lábios.

Luffy não sabia mais de nada, só sabia que aquilo era bom e queria senti-la mais intensamente, ainda que não fizesse ideia se aquilo era certo ou não. Ele passou a língua sobre os lábios dela e automaticamente a Imperatriz Pirata o deixou entrar. A língua dele encontrou a dela e de repente estavam numa batalha intensa por espaço.

De uma coisa o futuro Rei dos Piratas tinha certeza: aquilo era melhor do que carne.

As mãos do garoto desceram para a cintura de Hancock e ele a empurrou fazendo a mulher cair sobre a cama. Luffy se pôs sobre ela de forma lenta, os olhos presos nos dela. A boca dele desceu sobre a dela novamente, os dois ainda eram um pouco desajeitados com aquilo, mas foram se adaptando um ao outro, como se tivessem sido feitos para aquele momento.

As mãos de Hancock estavam no cabelo dele, fazendo caminhos desconexos e os pequenos choques que corriam pelo corpo do garoto a cada toque eram estarrecedores.

- Hancock... - ele disse num intervalo entre o beijo pela falta de ar.

- Luffy...

A voz dela foi como um convite para ele. Luffy teve vontade de sentir o gosto do pescoço dela e levou os lábios até ali. Foi incrível, o garoto estava ouvindo os gemidos de satisfação da mulher e aquilo só o fazia querer a agradar mais ainda. Voltou os lábios para os dela novamente e se beijaram ainda mais intensamente.

Luffy estava se sentindo quente.

- Eu não sou tão idiota, Hancock - ele murmurou, parando o beijo e olhando nos olhos dela fixamente.

- Eu não disse que você é idiota, Luffy - ela retrucou, ofegante assim como ele.

O garoto voltou a se sentar, recolhendo suas pernas sobre a cama. Hancock fez o mesmo, se sentando de frente para ele.

- Eu sei o que significa casamento - ele disse, olhando para as próprias mãos - E isso é algo que eu não posso dar a você, Hancock. Não agora.

Luffy viu Hancock se assustar com a frase dele.

- Não... Agora? - ela repetiu.

- Eu quero me aventurar mais um pouco pelos mares - ele continuou abrindo um sorriso de canto - Chutar a bunda de muitos inimigos, chegar na última ilha da Grand Line e me tornar o Rei dos Piratas.

- Eu sei do seu sonho - Hancock disse - E eu quero que você o realize. E sei que você vai se tornar o Rei dos Piratas, Luffy.

O garoto agarrou a mão dela e a apertou contra o peito, olhando para ela de maneira pidona.

- Espere por mim - ele pediu - Você pode fazer isso?

A expressão da Imperatriz Pirata estava indo de confusa para feliz e assustada, surpresa, espantada. Luffy imaginou que ela não estava esperando isso da parte dele.

- É c-claro! - Hancock gaguejou, quase saltando em cima dele - Eu te espero, Luffy! Eu vou te esperar não importa quanto tempo leve!

O garoto riu e depois foi acompanhado por ela, que parecia querer rir e chorar ao mesmo tempo.

- Então... - ele se levantou, pegou o chapéu de palha sobre a cama e o pôs na cabeça - Quando eu voltar nós podemos terminar isso.

Ele estendeu a mão para ela, que aceitou ser puxada. Em pé novamente, a diferença de altura era latente, mas nenhum dos dois estava se importando com aquilo.

- Vamos festejar com os nossos companheiros - Luffy disse e de mãos dadas com Hancock, ele foi de encontro ao convés do navio das Kujas, onde o banquete estava sendo servido.


Notas Finais


Oi, pessoal. Essa foi a primeira história de One Piece que eu escrevi, espero que vocês tenham gostado.

Eu especialmente nutro fortes sentimentos por esse casal e desejo essa felicidade pra Hancock do fundo do meu coração.

Por favor, se gostaram, favoritem e comentem, também podem ajudar a divulgar a oneshot, eu vejo muito pouca história de LuHan.

Bem, até a próxima!

:)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...