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História Espíritos - Capítulo 1:


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Disclaimer: Saint Seiya e seus personagens pertencem a Massami Kurumada e Editoras e Empresas Licenciadas.
Eis minha tentativa de escrever um fic de suspense e alguma dose de terror psicológico. Espero que gostem de ler esta história da mesma maneira que adorei escrevê-la. Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo 1:


Fanfic / Fanfiction Espíritos - Capítulo 1:

Já teve a sensação de não estar sozinho em uma sala ou quarto as altas horas da noite? A sensação de que é observado, e quando tenta ver por quem se encontra sozinho? A sensação de um toque em seu rosto no meio da noite e ao abrir os olhos nada está lá?

Eu já...mas nunca foi em tamanha proporção como agora.

Em algum lugar no mar da linha do Equador, uma pequena embarcação se aproxima de um amontoado de pedras e rochas que um dia foi conhecido como a Ilha da Rainha da Morte.

Rochedos apontam em meio ao mar, as ondas batem neles constantemente, com o tempo darão aquelas rochas novos formatos. Um pedaço de terra e pedras ainda sobreviveu ao ataque do cosmo cheio de fúria de Ares, anos atrás.

E é exatamente este pequeno pedaço da Ilha que atraiu um homem a este lugar. Ikki Amamiya alugou o barco pesqueiro e pagou uma considerável soma ao seu capitão para trazê-lo ali e cumprir uma promessa há muito deixada em segundo plano devido às inúmeras batalhas travadas.

Mas finalmente pode retornar.

—Pode me esperar um pouco? -Ikki pergunta ao capitão do barco pesqueiro que assentiu com um aceno de cabeça. -Não irei demorar muito.

—Dizem que este lugar é amaldiçoado. Até mesmo os barcos evitam chegar perto. Dizem que o vulcão entrou em erupção e destruiu a ilha, e que foi pela vontade de Deus.

Ikki deu um sorriso de lado.

—Não foi obra de Deus, acredite.

Com um salto desceu da embarcação e pousou em um rochedo, com outro salto chegou ao solo. E caminhou até sumir da vista do capitão, que ajeitou o boné e acendeu um cigarro, fitando o lugar.

Um estranho arrepio percorreu sua espinha, e o homem se benzeu fazendo o sinal da cruz. Algo ruim vivia ali.

Ikki caminhou até chegar a um ponto, ele tentou localizar-se. E sentiu algo familiar naquele lugar. Ajoelhou-se na terra e a afastou algumas pedras e a terra, e reconheceu a cruz soterrada.

Aquele era o local onde ele mesmo havia escavado e sepultado o corpo de Esmeralda. Fechou os olhos, e as doces lembranças de sua amada vieram a sua mente. Seu sorriso, sua bondade, sua força e seu amor que impediram que o cavaleiro sucumbisse a loucura de estar naquele inferno na Terra.

Abriu os olhos e começou o trabalho de retirar os restos da cruz de dentro do solo. Frustrado percebeu que ela fora quebrada e não havia nada no local para usar como material e refazê-la. Andou ao redor e encontrou uma rocha que poderia servir perfeitamente aos seus propósitos e a usou como lápide improvisada.

Mas ao retirar a rocha, notou que o solo cedeu, talvez devido à erosão. Retirou a terra e encontrou uma mão pertencente a um esqueleto. Recuou, franzindo o cenho. Havia se esquecido que o local fora usado como cemitério por muitos anos, ficou imaginando quem seria o infeliz ali enterrado.

Ignorando por completo isso, pois não lhe interessava, retornou sua atenção ao túmulo de Esmeralda.

—Voltarei para arrumar tudo, Esmeralda. -murmurou ao terminar de colocar a pedra. E em seguida colocou um pequeno buquê com as flores preferidas dela.

Ficou por ali alguns minutos, apreciando a estranha calmaria. Mas um vento gélido surgiu de repente e Ikki percebeu a mudança no tempo. Logo uma tempestade apareceria, e que era melhor partir o quanto antes.

Caminhou, deixando suas pegadas no solo da ilha, até se aproximar da orla da praia e avistar o barco. Com dois saltos bem dados, já estaria nele e poderia voltar para casa.

Olhou mais uma vez para trás em uma muda despedida e então teve uma visão que causou um estremecimento involuntário, bem como um arrepio que parecia que a mão gélida da morte tocava em sua espinha.

Lado a lado de suas pegadas na terra, estavam outras pegadas como se alguém andasse ao seu lado.

Olhou ao redor, estava sozinho! Mas ele não tinha visto estas pegadas antes! Como era possível!?

Voltou imediatamente para o barco, e pediu ao capitão que fossem embora. O marujo não se fez de rogado e obedeceu imediatamente ao cavaleiro, deixando o que restava da ilha para trás...mas Ikki teve a estranha sensação de que não estava voltando para casa sozinho.

Balançou a cabeça, achando isso ridículo e tratou de descansar.

Dois dias depois, Ikki estava de volta ao Japão. Era por volta do meio dia, quando chegou em seu pequeno apartamento, e assim que entrou jogou a mochila de viagem em cima de um móvel e se jogou cansado no sofá. Sentia como se houvesse carregado um enorme peso nas costas.

Não era apenas a viagem que o cansou, mas se acostumar ao fuso horário era o que o irritava. Logo cedeu ao cansaço de um voo longo e adormeceu. Adormeceu e sonhou.

Sonhou com Esmeralda. Quando a viu pela primeira vez. Foi apresentado ao eu mestre que o recebeu com violência, surrando-o no primeiro dia. Enquanto apanhava de Guilty, os demais cavaleiros negros e discípulos riam de seu tormento, Ikki percebeu a presença de outra pessoa. Uma menina de cabelos dourados, olhar aflito, que demonstrava pesar pelo o que acontecia.

Achou que era uma visão. Não poderia haver uma criatura tão bela naquele lugar infernal. Ele cedeu a dor e perdeu a consciência.

Quando despertou, estava ainda jogado no meio da arena, onde havia sido surrado e largado. Mas foi a sensação de algo frio e ao mesmo tempo reconfortante em suas costas doloridas que o tirou da inconsciência. Com dificuldade, o menino ergueu o corpo e a viu. O mesmo anjo de cabelos dourados, limpando seus ferimentos.

—Q-quem é você? -perguntou com um fio de voz.

A menina abaixou a cabeça tímida, continuando com o seu trabalho.

—Eu me chamo Ikki... -ele falou desconfiado. Era de a sua natureza desconfiar de qualquer gesto de gentileza dirigido a ele por estranhos. -E quem é você?

—Eu me chamo Esmeralda. -ela respondeu erguendo a cabeça, fitando-o com um sorriso.

Realmente, ela parecia um anjo. E possuía um perfume que lembrava as flores do campo... Flores que ela sempre amou.

 O som do telefone o acordou. Ikki não teve pressa em levantar-se e sentar no sofá, afinal a secretária eletrônica atenderia ao telefone. Olhou para a janela e percebeu que já anoitecera. Dormiu tanto assim?

O telefone continuava a tocar e finalmente a secretário o atendeu:

—Ei, Ikki. Sou eu Shun. Já voltou da viagem, Nii-san? A Saori disse que você chegava hoje. Se estiver aí, que tal tomar café da manhã naquela cafeteria que descobrimos mês passado? Melhor! Vou comprar o jantar e já estou indo para sua casa! Até daqui a pouco, nii-san!

E desligou. Ikki sorriu. Shun sempre preocupado e cuidando dele. Fechou os olhos, respirando fundo e sentindo um doce perfume de flores do campo. Flores do campo?

Ikki abre os olhos e com espanto genuíno vê diante dele, na mesinha do centro de sua sala, o mesmo buquê de flores que havia colocado sobre o túmulo de Esmeralda!

Assustado, Fênix levantou-se. Imaginou quem faria uma brincadeira cruel desta! Entrar em sua casa enquanto dormia e colocado àquelas flores ali! Não. Ninguém que ele conhecesse faria isso! Nem mesmo Seiya que sempre pregava peças faria algo assim!

Tocou no buquê, para ter certeza de que era real, e ao confirmar isso o pegou em sua mão. Havia um pouco de terra nele e na mesinha. Era negra, do mesmo tipo de terra que se originaria de um solo vulcânico como era a Ilha da Rainha da Morte.

—Isso não faz nenhum sentido. -murmurou.

De repente, sentia que alguém sussurrava seu nome em seu ouvido, como se o vento noturno o trouxesse de longe.

—Ikki... –foi como se sentisse seu toque, seu hálito em seu ouvido, e o perfume de flores no ar.

—Esmeralda? -virou, e não havia ninguém ali.

Estaria enlouquecendo?

Uma hora depois, Shun abria a porta do apartamento de seu irmão e entrava carregando as sacolas com a comida chinesa que havia comprado. Colocou as chaves e as sacolas na mesa.

—Nii-san, está aí? -Shun estranhou o silêncio, e percebeu que havia terra sobre a mesinha do centro da sala, e achou curioso isso, afinal seu irmão sempre prezou a limpeza e a organização de sua casa.

Então ouviu sons vindo do banheiro.

—Ikki!

—Estou no banho, Shun! -Ikki respondeu, para o alívio do irmão. -Saio daqui a pouco!

—Então vou arrumar a mesa para jantarmos. -avisou Andrômeda, voltando para a cozinha e levando a comida chinesa.

Dentro do banheiro, Ikki acabava de encher a banheira e se olhava no espelho. Na última hora tentava se convencer que aquilo era apenas fruto de sua imaginação e de sua mente cansada. Com certeza a saudade que sentia de Esmeralda também influenciava.

Mesmo após tantos anos, após Esmeralda ser morta pelo próprio pai de maneira tão violenta, ainda não se conformava com esta perda. O único alento que sentia com esta história, era a que havia tirado a vida de seu assassino com as próprias mãos.

Fechou os olhos, respirando fundo e ao abri-los teve a sensação de que um vulto passou rápido atrás de si. Virou-se e não viu nada...ninguém. Se fosse supersticioso poderia imaginar que estava sendo assombrado por algum fantasma. Mas ele não era um homem que acreditava no sobrenatural.

Entrou na banheira, pensou em ficar alguns minutos para relaxar tanto a mente quanto seus músculos cansados, antes de jantar com seu irmão. Não queria que ele percebesse seu estado de nervos e nem fizesse perguntas que não saberia responder.

Foi quando uma força invisível o puxou para dentro da banheira, impedindo-o de se erguer, por mais que tentasse, que usasse sua força para agarrar as bordas da banheira, ele não conseguia se levantar.

Com um esforço sobre humano ergueu o rosto para aspirar o ar valioso.

—Shun!

Mas o gesto efêmero pareceu inútil, pois novamente tal força o puxou para as águas, querendo a todo custo ceifar sua vida.

 

Continua...



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