História Essa coisa esquisita chamada amor - Blackwater - Não consigo tirar os olhos de você

You're just too good to be true

Você é boa demais para ser de verdade

10 Things I Hate About You: Heath Ledger

─ Jake? – Chamei entrando na garagem. Ele estava sem camisa, como sempre, uma bermuda surrada cobrindo a bunda redonda e bem feita, curvado sobre o capô do carro, mexendo em qualquer coisa lá dentro.

─ Oi. – Ele disse meio abafado e vi os braços tencionarem e relaxarem, conforme ele continuava mexendo em algo. Parecia que estava tentando abrir o reservatório de água. Sentei na mesa, haviam algumas ferramentas, mas era o único lugar em que poderia sentar, então só as afastei e sentei no espaço que sobrou.

─ Tá fazendo o quê? – Perguntei idiotamente. Não queria ir direto ao ponto, pareceria que eu estava desesperada. Se bem que… estou mesmo.

─ Pescando. – Pisquei e segurei a risada, entrando na brincadeira.

─ Cadê sua vara de pescar?

─ Quer ver a minha vara, é? – Ele finalmente olhou para mim, erguendo o corpo e eu vi um esguicho de água acertar ele em cheio. – Droga. – Ele resmungou e meu olhar, literalmente, seguiu o caminho das gotinhas pelo peito sarado.

Ele andou para mim e eu reconheci a intensão em seus olhos. Ele ia me beijar. Dessa vez eu não retesei. Não estava na casa de Sam agora, algo ali me fazia ficar dura com os carinhos do Jake. Ele percebeu, continua tentando e me sinto mal por isso. Será que um dia eu serei capaz de devolver à ele toda a intensidade de sentimentos que ele provoca em mim?

Fechei os olhos e senti seu nariz roçar o meu, nossas respirações batiam, uma contra a outra e eu salivei ansiosamente. As duas mãos dele estavam no meu rosto, como sempre, faziam um carinho no meu pescoço e na minha bochecha, com o polegar. Nossos lábios quase se tocavam, quando ouvi um som muito baixo. O farfalhar não me incomodou.

─ Atrapalho? – Jake bufou irritado antes de olhar para Sam que nos encarava com uma sobrancelha levantada.

Nós não tínhamos oficializado nada, mas o bando sabia que estávamos nos pegando. Ninguém se atreveu a dizer nada, não sei se por minha causa ou por causa de Jake. Provavelmente minha, eles molham as calças só de me ver irritada, imagina se os faço ter realmente medo? Iriam chamar as mamães no segundo seguinte e dormir com a luz ligada.

─ O que você acha? – Jake perguntou soltando o meu rosto lentamente e deixando uma mão cair ao lado de seu corpo enquanto a outra descansava na minha coxa.

─ Bem… ─ Sam pigarreou e continuou me olhando também. Parecia um olhar diferente do comum. ─ Estava pensando numa parceria. – Fiquei mais atenta ao que ele queria dizer.

─ Parceria? – Jake também parecia bastante atento.

─ Quero abrir a minha própria oficina. Você já tem as manhas e somos dois alphas, então pensei…

─ Vai largar o emprego na oficina do Seu John? O Paul sabe disso? Porque o pai dele vai pegar pesado com ele.

─ Sabe. Disse que vai sair comigo, não aguenta mais a mãe dele criticando a sua irmã.

─ Nem eu. – Rachel disse entrando na garagem pela porta que vinha da casa e depositando um lanche no teto do rabitt de Jacob. Nós três a encaramos e ela finalmente notou. – O quê? Ela é minha sogra, mas é muito irritante, ok? Bom apetite… acho que vou trazer mais sanduíches. Em quinze minutos, não sejam desesperados e esperem um pouco. ─ Todo mundo riu enquanto ela entrava em casa de novo. Jake olhou pra mim e depois pro Sam. Ele parecia pensar em algo, planejando algo, com certeza.

─ Então? – Sam perguntou parecendo ansioso.

─ Tu faz a contabilidade? – Ele me perguntou, eu tinha recusado ser secretária na oficina dele e estava trabalhando na padaria do pai da Kim. Nem precisei pensar muito, a gente não ia ficar arriscado de não trabalhar se houvesse mais gente conosco. Nós dois sozinhos não dá muito certo.

─ Faço.

─ Quando o Sam se mete, tu vai é?

─ Você sabe porque não daria certo só nos dois nessa oficina.

─ Gostosa. – Gargalhei e ouvi o Sam pigarrear. Sussurrei:

─ Tesão. – Eu pisquei e Jake parecia muito feliz quando olhou para o Sam, que por sinal, parecia constrangido.

─ Estamos dentro. Mas o Embry e Quil estão também.

─ Beleza.

─ Vai ser uma sociedade? Todo mundo sai ganhando?

─ Não pensei nisso.

─ Se for uma sociedade, ─ Comecei lentamente. – Todo mundo fica com 15%, sobra 10% que poderia ser da Emily, ela é boa na cozinha, pode cozinhar pra nós, assim a gente não gasta tempo e nem dinheiro, procurando algo decente pra por no estômago.

─ Tem certeza? – Jake perguntou e pegou o celular. Girei os olhos enquanto ele fazia a conta das ações. – Puta que pariu, tu é uma máquina, mulher!

─ Sou a melhor, querido.

─ Sanduíches aqui! – Rachel disse os pondo em cima do carro e voltando para dentro. – Bom apetite! – Ela disse antes de fechar a porta.

─ Bem… não concordo com isso da Emily trabalh-

─ Se supere, Sam! Você sabe que ela vai amar ser um pouco independente e não muda nada, muda? É só cozinhar e ela já faz isso.

─ Lee está certa. – Jake concordou ficando de costas para mim, se encostando na bancada.

─ Eu sempre estou, querido. – O abracei com as pernas e braços e Sam suspirou nos olhando estranho, ele finalmente assentiu.

─ Você está certa, é idiotice da minha parte. Eu botei os mais novos para construir um galpão perto da casa da Leah. Não exatamente perto, é uns dois quilômetros da casa dela, entre La Push e First Beach. Os carros quebram bastante naquela área e não tem concorrência.

─ Certo. – Jake concordou e se soltou do meu aperto para pegar alguns sanduíches, ele me deu um e mordeu o outro. Sam o imitou.

[…]

Demorou cerca de 30 minutos até que Sam saiu, tínhamos decidido um monte de coisas técnicas sobre a oficina, mas ninguém tinha um nome bom o suficiente. Nós combinamos de nos encontrar após a fogueira para combinar algumas dessas coisas. Finalmente eu tinha o Jake só para mim.

─ Você é a coisa mais linda que eu já vi, sabia?

─ Consigo pensar numa coisa sobrenaturalmente bonita, senhor Black.

─ Nessie?

─ Yep. Ela pode ser cria de vampiro, mas que é assustadoramente bonita, isso ela é.

─ Sim, é. – Ele disse e me beijou de um jeito duro, exigente. Muito forte. Foi gostoso.

As bocas não eram as únicas a se chocar. Minhas mãos tornaram-se garras humanas enquanto eu lhe arranhava as costas. Eu sentia suas mãos apertando minhas coxas e me aliciando por cima do short. Ele gemeu contra a minha boca e puxou o meu lábio, me fazendo soltar uma lamúria cheia de luxúria.

─ Isso é um sonho. – Ele disse ainda ofegante.

─ O seu melhor sonho. – Eu sussurrei ofegante. Ele não discordou.

Coloquei minha mão no botão de seu jeans e o abri, ele continuou sorrindo sacana, enquanto fazia o mesmo com meu short. Suspirei quando senti o dedo grosso contra mim e comecei os movimentos nele também.

Senti sua boca contra a minha e fechei os olhos, apreciando a carícia. O empurrei bruscamente ao ouvir o som de algo se arrastando. Tenho quase certeza que é Billy.

─ O qu- droga. – Ele disse, finalmente ouvindo o pai e quase voando para a frente do carro dele. Arrumei meu short e dei uma checada. Eu estava em ordem.

─ Leah?

─ Oi, Billy.

─ Oi, hm… será que eu posso falar com o Jake?

─ Sim, eu já vou indo. Nos vemos na fogueira, Jake. – Fui andando para fora e parei bruscamente ao ouvir as palavras de Billy:

─ …Então mantenha suas calças fechadas quando uma moça, ainda mais uma próxima da família, estiver com você. Aproveite e mantenha suas mãos para si mesmo também.

─ Merda! – Jake sussurrou e o ouvi fechando a roupa. Respirei sentindo minhas bochechas queimarem e passei pelo velho Quill que me encarou meio rindo, meio sério.

─ Mantenha o controle. – O Velho Quill disse e piscou para mim, senti meu rosto aquecer mais e caminhei para casa. No caminho não havia muitas pessoas e eu acabei gargalhando. Billy realmente nos pegou e o Velho Quill provavelmente não o deixará esquecer isso tão cedo.

Continua!