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História Último corredor - Capítulo Único


Escrita por: SubjectMiles

Notas do Autor


E ta ai o oneshot que prometi.
Me inspirei em uma comic pra escrever esse oneshot, o link também vai estar nas notas finais.
Aproveitem a leitura.
Fic também postada no Nyah

Edit: É 15 de setembro de 2023, oitavo aniversário de Undertale e quase sétimo aniversário dessa fic.

Eu tinha a intenção de reescrever essa história horrorosa há um BOM tempo, e há 2 dias eu me dei conta de que o aniversário do jogo estava chegando. Como tava com o “produto bruto” praticamente pronto, resolvi me apressar pra poder postar a tempo.

Nessa repaginada, a @xocotone me fez o favor de fazer essa belíssima capa que vcs viram, pela qual sou muito grato. Vão lá no perfil dela darem amores e conferirem o portifólio, é uma capa melhor que a outra.

Fiquei por muito tempo me questionado se eu deveria postar esse texto como uma fic nova ou reescrever essa, afinal de contas tanta coisa mudou em relação ao original. No fim, por não querer apagar completamente do site o que foi uma das minhas primeiras fanfics (e minha primeiríssima fic de Undertale) decidi manter ela atualizando seu conteúdo. E também, por mais que praticamente o texto inteiro tenha sido alterado, a ideia principal ainda é a mesma.

Por esse motivo, também vou manter o link da comic que inspirou o trabalho original. Apesar de haver pouca pra nenhuma influência nessa versão da história, sem ela a fic provavelmente nunca teria sido escrita, logo também não seria atualizada. É uma leitura bem rápida e agradável, então eu recomendo ela bastante.

Sem mais delongas, espero que os quase 7 anos de diferença tenham tornado essa história algo que você leitor possa gostar.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Não importa quantas vezes eu te mate, cedo ou tarde, minha hora também vai chegar.

 

O canto dos pássaros era subitamente interrompido pelo estrondoso conflito que se iniciava no corredor de cores douradas, levando-os a voar para longe assustados. O cenário era novamente palco para uma batalha entre aqueles que um dia foram amigos.

HP: 92/92

 

E é isso o que te motiva agora. Antigamente era poder nos ajudar; realizar o sonho de todos nós. Se quiser saber, acho que essa era uma razão muito mais bacana.

 

A criança esperava ansiosa pelo próximo ataque do esqueleto.  Com cada batalha, era capaz de prever seus movimentos mais naturalmente; e cada fracasso lhe permitia chegar um pouco mais longe na tentativa seguinte. Era de certa forma frustrante perder tantas vezes, porém o entusiasmo que sentia toda vez que alcançava uma nova linha de diálogo era inegável.

Incontáveis ossos flutuavam pela arena vindo de todas as direções, um movimento mais simples que sempre vinha após uma abertura digna de aplausos. Esquivar desses havia se tornado fácil, mas nem sempre conseguia interromper seu fluxo a tempo de evitar os que eram azuis.

HP: 87/92

 

 No começo, ainda quis te dar o benefício da dúvida, sabe? Pelos bem dos velhos tempos. Cheguei a pensar que você não queria isso, talvez tivesse algo maior forçando sua mão. No melhor dos casos, nem precisaria fazer nada e você lidaria com a situação sem minha ajuda. Só que acho que se eu fosse um cara muito sortudo, não estaríamos aqui, né não?

 

Se jogou no chão para desviar da última leva de ossos, e imediatamente se pôs de pé outra vez para fugir dos projéteis mágicos que se formavam na boca de diversas caveiras flutuantes que surgiam ao seu redor. Correu para encontrar refúgio atrás de um dos pilares do corredor, entretanto não antes de ter alguns disparos atingindo-a por um triz.

HP: 81/92

 

O que antes era empatia e misericórdia, agora é uma curiosidade doentia. Mas se você continua se levantando toda vez que puxam seu tapete, então ainda têm muita determinação. O que significa que, debaixo de tudo isso, deve ser mesmo você aí dentro.

 

O monstro suspirou cansado. Havia perdido a conta de quantas vezes presenciou esse cenário, e as vagas lembranças que tinha se embaralhavam em sua mente. Seu corpo parecia se mover sozinho sempre que atacava ou desviava; mal se dava conta de quando atingia a criança, tampouco qual tipo de ataque havia usado para isso.

 HP: 77/92

 

Pra falar a verdade, ainda não sei muito bem o que pensar disso. É como se toda vez que eu estivesse quase formando uma opinião, a informação que preciso simplesmente fugisse da minha mente. Que conveniente pra você.

 

A alma vermelha de repente se tornou azul, e sentiu uma leveza em seu corpo quando o mesmo começou a flutuar. No entanto, a sensação durou pouco, e ele logo foi arremessado como uma boneca de pano contra paredes e pilares. Um truque igual ao do irmão caçula, porém usado de uma maneira muito mais cruel.

Assim que sua alma retornou a sua cor habitual, ergueu-se novamente do chão com as pernas trêmulas. Ouviu os cacos das vidraças destruídas quebrando sobre seus pés em um som estranhamente agradável, e viu refletido neles uma expressão determinada que não se abalava nem por um instante sequer. Sem dúvidas, entre todos os monstros do subsolo, nenhum oferecia um desafio como aquele.

HP: 65/92

 

Sabe, qualquer um que batesse bem da cabeça teria jogado a toalha há muito tempo. Mesmo que você possa simplesmente recomeçar tudo num piscar de olhos, por que ir tão longe? Acho que não faz mais sentido continuar questionando isso, mas quem pode me culpar por ser um pouco curioso também?

 

Com faca em mãos, correu rumo ao monstro que esperava pacientemente, esquivando do caos de ataques que vinham de todas as direções. Desferiu o primeiro golpe: um movimento rápido com o braço de cima para baixo, sendo facilmente evitado pelo esqueleto. Repetidamente balançou em vão a lâmina pelo ar; nada acertava o comediante.

Incomodado com a proximidade entre os dois que permanecia por tempo demais, tornou a alma humana azul novamente, e rapidamente a repeliu para o outro lado do corredor antes que tivesse tempo de reagir.

HP 54/92

 

Isso já tá ficando bem repetitivo, o que eu não daria por uma boa soneca, hein? Só que infelizmente pra nós dois, não posso me dar o luxo de continuar sendo preguiçoso.

 

Andando apressadamente de volta ao seu alvo, a criança também sentiu os efeitos da batalha pesando em corpo. Mal conseguiu reagir a tempo para desviar dos ossos que vinham em sua direção, e ainda assim não saiu ilesa.

HP 41/92

 

Se eu parar e te deixar ganhar, seria como te recompensar pelas coisas que fez, finalmente dar o que você tanto quer. E bom, isso não vai rolar, por mais tentadora que aquela soneca possa ser.

 

O esqueleto observou a figura coberta em poeira se movendo com dificuldade. Em outra vida — uma melhor— ofereceria ajuda, só que essa vida havia se perdido no tempo.

Cambaleou um pouco até que conseguisse firmar seus pés no chão outra vez, respirando fundo antes de levar seu olhar para o monstro distante. Se frustrou com o sorriso desleixado que nunca saia de seu rosto, mas que agora parecia existir unicamente como forma de zombaria. Andou a passos lentos, observando atentamente os arredores por qualquer ataque que viria a seguir.

Foi quando viu as enormes caveiras surgindo que flutuavam pelo corredor, disparando em rápida sucessão. Correu, pulou e desviou como sempre, todavia não era o bastante. Distraída demais pelos canhões mágicos, a criança não viu a parede de ossos que se formavam nas proximidades. Ainda que inertes, se chocou violentamente contra eles tentando não ser atingida pelo que aparentava ser uma ameaça muito maior.

HP 23/92

 

 Mas tenho que admitir, é meio irônico pensar que o único motivo de continuar é porque há mais de mim que você quer ver, da mesma forma que quis ver mais dos outros. Talvez se eu desistisse de lutar, você iria se satisfazer e abandonar esse caminho?

 

Esbravejando em agonia, se levantava sentindo seu corpo inteiro latejando com uma dor excruciante. Havia quebrado seu último recorde, entretanto não duraria muito além disso. Sequer teve tempo de sair do lugar quando sentiu a gravidade sendo alterada e seu corpo arrastado pelo chão coberto de vidro.

Quando enfim parou, as duas figuras se observavam em lados opostos do corredor. Ambas sabiam que o fim se aproximava, em breve dando início a mais uma batalha. Tentou se levantar, mas o corpo estava fraco demais, e precisou morder os lábios para conter seus grunhidos de dor.

A criança, porém, não aceitava a derrota, e começou a rastejar pelo chão em direção ao esqueleto, ainda empunhando sua faca. Era uma visão deplorável de alguém desesperadamente colocando seus esforços no lugar errado, e o monstro não conseguia desviar o olhar.

HP 1/92

 

Heh, até parece.

 

Nesse estado, não precisaria de outra leva de ataques para conseguir acertar alguma coisa. Estava ficando exausto, mas um movimento e a luta terminaria novamente. Ergueu seu braço, conjurando uma única caveira, cuja enorme boca enorme se abriu rapidamente para disparar um projétil que atingia em cheio a criança. A alma se partiu em inúmeros pedaços, deixando nada além de um corpo vazio para trás.

 

Além do mais, tenho a leve impressão que já te dei essa oportunidade antes, e se nós dois continuamos aqui... Bom, acho que essa é a sua resposta.

 

Os pássaros cantavam novamente, alheios ao que estava prestes a acontecer. Passos ecoavam na distância, lentamente se aproximando. Reconhecendo a expressão no rosto infantil, o esqueleto se preparou para o que viria a seguir. 

 

— Vamos direto ao ponto.

HP 92/92


Notas Finais




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