História Esse seu jeito - Recuperação

--

Eles entraram no quarto, todos eles, chorando de alegria, estampando um sorriso. Todos aqueles a quem Denise amava estavam lá, ela conseguia ver:
-Minha filha, consegue me ouvir- Seu Denílson não continha a alegria enquanto falava com a filha recém-acordada-.

-Acalme-se seu Denílson, ela acabou de acordar talvez não esteja bem pra falar ainda- O doutor alerta o homem-.

-Mas ela está bem doutor? –Xaveco pergunta também muito alegre-.

-Bom, aparentemente sim, mas vamos fazer alguns exames só pra ver como o corpo está, se tudo correr bem, ela ganha alta em dois dias- O doutor se posiciona em frente à menina acamada-.

-Dois dias? Mas se ela está bem!- Monica intervém-.

-Mas é necessário, caso o quadro dela agrave, nós precisamos acompanhar a recuperação-Ele acalma Monica-.

Ao passarem pelo menos três horas com Denise, todos os indivíduos vão para suas casas, mais aliviados, principalmente Monica, que ainda se sentia super culpada pelo acidente. Como um baque a garota se lembra de Cebola e resolve mandar uma mensagem para ele, só que muda de idéia e vai para cama, exausta.

--

Segunda de manhã, todos voltam com suas rotinas normais, Monica vai para faculdade mais sai mais cedo, pois mal consegue pensar em estudos com tanta coisa acontecendo. Ela resolve parar em uma pequena lanchonete perto da faculdade, que estava bem cheia por sinal, apenas uma mesa vazia. A garota se senta e começa a pensar sobre todas as coisas.

Passam-se dez minutos quando a menina é abordada por um garoto, um garoto muito lindo, ela não pode deixar de perceber:
 

-Olá moça, será que eu poderia sentar aqui só um pouquinho. É que todas as outras mesas estão bem cheias e você não está comendo nada, será que eu poderia?-Ele fala com a voz mais doce e educada do mundo-.

-Cla..claro que pode- Monica faz sinal para que ele sente-.

-Obrigado! Benjamim prazer-Ele estende a mão-.

-Monica! –A garota corada cumprimenta o rapaz-.

Benjamim se senta e abre um livro que Monica identificara como O Pequeno Príncipe. Ela se impressiona pois o único homem que já viu lendo esse livro fora seu avo quando este era vivo.
  Ela pensa e reflete mais um pouco, até que o desconhecido fecha seu livro e começa a falar:

-Desculpa moça, mas eu não consegui parar de notar que você esta meio tensa. Gostaria de conversar?

-Não quero ser rude, mas não costumo conversar da minha vida com um estranho –Ela fecha a cara-.

Monica pensa um ouço e percebe que foi um tanto grossa com o rapaz. Ela então recomeça:
-Eu sinto muito, é que ando tão sobrecarregada que não ando sendo muito gentil com as pessoas. Meu namorado foi embora por minha culpa e minha melhor amiga acabou de sair do hospital, e ela só estava lá por minha culpa também.

-Mas como uma garota tão leal como você poderia ter causado tanto incomodo? –Ele fala com uma vez doce e reconfortante-.

-Eu meio que não confiei neles, e acabamos brigando, tudo de uma vez só- Ela fala com um tom de certa verginha e arrependimento-.

-Eu tenho certeza que você não fez de propósito. Acertei? –Ele pergunta bem solidário-.

-Não, eu não fiz de propósito, mas não deixa de ser minha culpa! –Ela abaixa a cabeça em auto-reprovação- Eu me sinto a pior pessoa do mundo.

O alarme do celular de Monica apita, e a garota percebe que esta mais atrasada do que o normal.

-Desculpa, eu tenho mesmo que ir!-Ela sai deixando o garoto sozinho-.

--

Magali havia chegado da faculdade exausta, ela fizera uma prova interminável, que como todas as outras, tirou de letra.

 Ela havia acabado de sair do banho quando recebe uma mensagem no celular: Era Denise:
“ Garota me tira daqui, não agüento mais meu pai me paparicando tanto kkkkj”- Dizia a mensagem.

“Não De, vc acabou de sair do hospital não posso te levar para passear agora”

“Por favor Maga, eu nunca te pedi nada, nem que você me leve para sua casa, por favor”
Magali solta um suspiro e pega as chaves de seu carro, tranca a porta de casa e sai.

--

-Ola seu Denílson, a Denise me chamou para vir para cá! –Magali cumprimenta o pai de Denise-.

-Ola Magali, ela esta la encima no quarto dela. Pode subir –Ele faz um sinal para a grande escadaria-.

-Obrigada- Magali agradece e sobe-.

--

-Graças a Deus você veio me resgatar garota, eu não agüento mais. A cada dez minutos meu pai vem ver se eu “estou bem”!-Denise reclama quando vê Magali na porta de seu quarto-.

-É só preocupação de pai né De, é normal.-Magali senta em uma poltrona enquanto fala-.

-Normal? Normal? Você acredita que ele nem foi pro escritório hoje. Só ficou aqui me bajulando- Ela levanta rindo- Então para onde você vai me levar?

-Para lugar nenhum, eu vim aqui te fazer companhia e só. Como eu disse, você ainda não esta pronta para sair! –Ela adverte  pegando um livro de sua bolsa-.

-Meu Deus, Maga, por favor, me tira daqui –Denise choraminga e ri-

-Não, nem tente, ou vou ir fazer uma sopa para você.-Ela ri e se joga na poltrona com o livro nas mãos-.

--