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História Estereótipo - Princípios de um ser humano horrível


Escrita por: Victra

Notas do Autor


Boa leitura (♡)

Capítulo 16 - Princípios de um ser humano horrível


— Então, vocês estão juntos? — Phoebe indagou, fitando-me do lado contrário da mesa.

— Não. — franzi o cenho. — A gente só saiu uma vez.

— Mas vocês se gostam. — Tina afirmou.

— Sim. Mas não estamos juntos. É cedo pra isso. — dei de ombros.

— Mas vocês se gostam! — repetiu. — Por que seria cedo?

— Para de loucura. Um namoro é algo sério. A gente se conhece há pouco tempo. — apoiei os cotovelos na mesa. — Não pode ser tão rápido.

— Já foi. — Phoebe rebateu. — O que você acha, Hale? — requeriu a opinião do garoto ao meu lado e a sua frente, que apenas deu de ombros.

— Eu não vou opinar nisso. Ela não me ouve.

— Claro que ouço. Infelizmente, só o que não faz sentido. — revirei os olhos.

— Viram? — referiu-se às namoradas a sua frente. Seu tom era debochado.

— Calem a boca. Só estou tentando não estragar tudo. — sorri, fazendo uma pausa — Ele é incrível.

— Estamos felizes por vocês. — Tina concluiu, sorrindo. O restante assentiu, como se concordasse com a fala dela.

Segunda-feira é, provavelmente, o dia mais odiado de todos. Tudo bem. Faz sentido. É, no mínimo, desgastante voltar à rotina depois de um final de semana bem aproveitado — seja em séries ou boates por aí.

Eu, no entanto, sempre gostei desse dia injustiçado, e o motivo é quase óbvio: aula de teatro.

— Maeve. — o loiro me chamou, fazendo com que voltasse-me a ele.

— Sim, Namjoon? — apoiei os braços nas costas de uma das poltronas do auditório, observando o Kim saltar do palco e subir as escadas em minha direção.

— Como você está? — indagou-me conforme se aproximava.

— Bem. — sorri. — E você?

— Nervoso. — admitiu, sorrindo timidamente. — Toda a pressão sobre o projeto de conclusão e as faculdades, sabe? — alcançou a fileira em frente à mim, apoiando uma das pernas no mesmo assento onde eu me escorava.

— Entendo. — entortei o nariz em uma careta — Minha vez ainda nem chegou e eu já me sinto estressada. Deve ser difícil.

— É. — riu fraco. — É bem difícil. — abaixou o rosto, olhando-me por baixo dos cílios. Suas mãos descansavam em sua perna reclinada. — Por isso eu queria te pedir ajuda em uma coisa. — sorriu ladino.

— Agora tudo faz sentido. — revirei os olhos, rindo ironicamente. — Favores são vinte dólares. Quarenta caso eu precise me esforçar. — estendi minha destra em sua direção.

— Eu não vou te pagar. — riu, empurrando a mão de volta à mim. — Mas acredito que você vai gostar de fazer isso.

— Defina “isso” — arqueei uma das sobrancelhas.

Ele respirou fundo antes de responder. Seu olhar vagou, como se sua mente selecionasse as palavras certas.

— Eu preciso de um projeto final. — começou. — Eu faço teatro. — contornou o desenho de seus lábios com a língua — Por que não unir o útil ao agradável? Meu projeto pode ser uma peça.

— Inteligente. Mas o que eu tenho a ver com isso? — soprei o ar por entre os lábios, entediada.

— Calma. — ergueu a palma esquerda, abaixando-a logo em seguida. — Eu pensei em uma releitura de A Megera Domada ou Romeu e Julieta. Ainda não decidi. De qualquer forma, queria que você fosse a protagonista.

Demorei alguns segundos para processar suas palavras. — Deus me livre. Eu não tenho tempo, amigo.

— O que você faz para ser assim, tão ocupada? — cruzou os braços, fitando-me de forma desafiadora.

— Eu relaxo a minha mente para não surtar quando realmente tenho que fazer algo. — dei de ombros.

— Mae, por favor. Eu nunca te pedi nada. — bufou.

— Porque você sempre soube que eu não faria nada que não me trouxesse benefícios. — repliquei.

— Você pode ser avaliada por isso, também. Eu ainda vou conversar com a diretora.

— Bom, agora pereceu interessante. — fiz uma pausa. — Acerte o projeto direitinho e depois me informe. Pode ser?

— Pode. — sorriu, satisfeito. — Obrigado.

— Eu não estou garantindo nada. — levantei o indicador esquerdo. — Não se esqueça.

— Não vou. — riu. — Mas eu preciso disso pra me formar. Não se esqueça.

— Se der certo, quando você se formar em Stanford ou Yale, não se esqueça de tudo que vai poder fazer para mim lá dentro. — cantarolei.

— Interesseira. — soprou, rindo. — Eu estava pensando na Columbia, na verdade.

— Ainda é ótimo. — dei de ombros. — Você pensa alto.

— Eu sou um gênio. Não devia esperar menos. — disse, parte brincando e parte sendo sincero.

— É. Gênios costumam ser egocêntricos.

Não estou dizendo que sou egoísta. Bem, talvez um pouco. Eu só nunca fui muito fã de toda aquela coisa, sabe? Como sangue, animais, gente… É. Eu só prefiro não me envolver com nada muito vivo por muito tempo.

Protagonizar uma peça que não necessariamente me traria benefícios envolve muitos tempo e pessoas. E eu não estava muito a fim de lidar com isso.

— Ele quer que você participe da peça dele? — Jeongguk perguntou, franzindo o cenho.

— Isso. — apertei as alças da mochila contra o corpo. — Mas eu não sei se quero. É muita responsabilidade, sabe? — mirei-o de lado.

— É só uma peça. Ajudar alguém sempre é legal. — deu de ombros. — E você vai se formar um dia. Ano que vem, para ser mais exato. — fez careta. — Vai precisar de ajuda, também. Apenas se ponha no lugar dele. — fitou-me após terminar, esperando por uma resposta.

Estávamos caminhando até uma sorveteria à beira da praia. Havíamos acabado de deixar a escola após um dia cheio de aulas preparatórias e atividades extracurriculares. Deviam ser por volta das quatro ou cinco horas da tarde.

— Nah. — fiz careta. — Eu estava planejando escrever sobre algo, sabe? Uma coisa mais simples. Justamente porque não quero me esforçar muito.

— Você é péssima. — ele riu. — Pare de ser preguiçosa. Um projeto final tem que ser incrível. É a sua cartada pra faculdade.

— Vai ser incrível. Não precisa ser um show pra ser. — revirei os olhos. — Eu só não sei se quero me esforçar tanto por outra pessoa.

Fixamos os pés no chão da calçada, esperando até que o semáforo nos desse permissão para que atravessássemos a rua.

— Chama-se egoísmo.

— Eu sei. — soprei.

— Você não é egoísta, é preguiçosa.

— Não se iluda. Eu sou os dois.

Jeongguk revirou os olhos, então voltou-os para a rua em nossa frente.

— Tem uma idosa com dificuldade para atravessar a rua do outro lado.

— Onde? — disse, preocupada. Meus olhos se desviaram para a direção em que ele mirava, concluindo que não havia senhora alguma lá.

Jeongguk fitou-me, sorrindo vitorioso.

— Viu?

— Ah, não. — cruzei os braços. — É diferente. Namjoon não é um idoso.

— Quem? — uma feição confusa o ornava.

— Namjoon. — repeti. — Ele é igual a você. — comentei, inclinando a cabeça para observá-lo.

— Como assim? — entrelaçou uma das mãos à minha quando finalmente pudemos cruzar a rua.

— Asiático, sabe? Acho que também é coreano. — disse em pausas, movendo-me em passos largos até a sorveteria do outro lado.

— Legal. — deu de ombros.

— Só isso? — arqueei as sobrancelhas em sua direção.

— Não é como se isso automaticamente nos tornasse amigos. — olhou-me por cima dos ombros quando adentrou o estabelecimento.

— Ah, sim. — tombei a cabeça para o lado. — Desculpa.

— Não há porque pedir desculpas. — sorriu para mim. — De qualquer forma, você devia ajudar. Não porque possa ganhar algo com isso, mas porque tem a oportunidade de fazer algo por alguém. — guiou-nos até uma mesa próxima à janela, então descansou sua mochila sobre ela. — É uma coisa legal. E você gosta de atuar, de qualquer forma.

— Não sei se meus princípios de ser humano horrível me permitem. — imitei seu ato, voltando-me ao balcão de sabores em seguida.

O ar-condicionado do local fez com que eu me sentisse renovada. O dia estava absurdamente quente e, somado à caminhada até a sorveteria, havia me custado algumas gotas de suor.

Jeongguk também estava ressumado, e, por sua vez, parecia atraente em sua camiseta clara levemente colada ao corpo.

— Você não é um ser humano horrível. — riu de lado — É um pouco louca, chata e preguiçosa, mas é uma boa pessoa. — sorriu.

Observando seu sorriso e a convicção em suas palavras, eu me dei conta de outra coisa: eu também possuía padrões sobre quem era na minha cabeça. E, neste caso, a conjugação temporal do verbo foi perfeitamente colocada: era. Eu não precisava continuar sendo alguém que não me convinha mais. O fato de ter sido conhecida por uma característica em especial por muito tempo não significava, obrigatoriamente, que eu devia me habituar e aceitá-la para sempre.

E, céus, se ele acreditava numa versão melhor de mim, eu também podia fazê-lo.

Depois de algumas horas em ócio, é claro.


Notas Finais


como estão? espero que bem sz eu to morrendo de sono mas tenho que fazer o que tenho que fazer né
aaah, eu encomendei uma nova capa pra fic há um tempinho. o prazo de entrega é dia 21, enquanto isso vamo ignorar a capinha meia boca e pensar que a fic é um amor por dentro e por fora temer
tbm pretendo já ter finalizado a fic nessa data, então lets que lets

espero que tenham gostado e me desculpem por qualquer erro (eu não tenho beta e sempre deixo passar alguma coisa, então acho que sempre vou repetir isso jsjs)

me deixe saber o que vc achou do capítulo, prfvr ♡

obg por tudo. vcs são amazing, nhaaa

xx


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