No meio da fumaça que saia do carro, Cana se levanta e passa a mão na cabeça.
- Ai, que dor... Eu sou louca mesmo. – Cana fala – Pera, Aila? Aila, cadê você? – berra.
- Não grita... – Aila reclama deitada no banco toda estirada – Me ajuda a levantar.
Cana dá a mão a Aila e a levanta.
- Vamos sair daqui. – Cana fala.
Ambas conseguem sair do carro. Ambas estavam só com alguns arranhões.
- Não acredito que você deu um tiro na orelha do cara. – Aila fala chocada.
- Foi sem querer. – Cana fala – Se a polícia pergunta, eu falo que foi em legitima defesa. – fala balançando a arma em sua mão.
- Joga isso fora! E se você acerta você mesma ou até mesmo EU! – Aila fala.
- Querida, não é pra tanto, né? Olha só. Vou dar um tiro pro céu e nada vai acontecer. – Cana fala e dá um tiro – Viu.... – antes de terminar a fala um pato cai em cima da cabeça dela.
- Você matou um pato! Assassina! – Aila berra desesperada – Joga isso fora!
- T-Tá bom... – Cana fala e joga longe a arma e pega o pato e o coloca no chão – Ei, amiguinho? Você tá bem?
- É claro que ele não tá bem. Ele acabou de levar um tiro! – Aila berra histericamente.
- Para de gritar. Não tá vendo que não tá ajudando? – Cana berra junto também e depois, encara o pato – Eu matei um pato. – fala triste.
- Espera. Será que aqueles dois estão mortos também? – Aila fala.
- Não fala isso. Já não bastou eu ter matado um pato. – Cana fala triste e vai até o carro. Ela vê o pulso dos dois – Eles estão vivos. Ainda bem. Sou só uma assassina de patos.
- Ainda bem nada! E se eles acordam e vem atrás da gente? – Aila fala.
- Calma. Vamos sair daqui e tentar voltar pra praia. – Cana fala pegando o pato e colocando em sua bolsa.
- Boa ideia. Mas... Por que está guardando o pato? – Aila pergunta com uma gota na cabeça.
- Queridinha. Nós estamos no meio do mato! Não sabemos o caminho de volta e nem quando vamos chegar em casa. Eu tô levando o pato como alimento. – Cana explica normalmente.
- E como é que vamos cozinhar um pato no meio do mato? – Aila exclama apontando a sua volta.
- A gente dá um jeito. – Cana fala e deixa a morena com uma gota na cabeça – Vamos sair logo daqui.
- Tudo bem. Mas antes, Cana. – Aila a chama – O que eu falei pra você na hora do acidente... Foi dá boca pra fora. Eu não gosto de você.
- Eu digo o mesmo. – Cana fala.
Ambas começam a andar pela mata fechada procurando a estrada.
- Nós vamos morrer. Não conseguimos encontrar a estrada de volta. – Aila choraminga.
- Fica quieta. Só se passaram um dez minutos, eu acho. – Cana fala andando.
- Querida, você fala isso porque não é você que está andando de salto alto no meio da mata. – Aila reclama apontando para seus pés.
- Vai descalça então. – Cana sugere.
- E machucar os meus pezinhos lindos? Nunca! – Aila exclama convicta.
- Tá bom... Vamos parar de falar, tá bom? – Cana fala.
- Cana... Será que nós deveríamos ter ajudado aqueles dois idiotas? – Aila pergunta.
- Nãoooooo, eles vão ficar bem. – Cana fala sem se importar.
Ambas continuam a andar pela mata fechada por mais uma hora, até que, enfim, chegam na estrada.
- Ai, eu não acredito! Estrada linda! – Aila fala pulando de alegria.
- Menos Aila, muito menos. Ainda temos que voltar pra casa. – Cana fala.
- Tem razão! Mas, pra que lado nós vamos? – Aila pergunta.
- Vamos apenas fazer o caminho inverso da rota que os bandidos nos trouxeram. – Cana fala sorridente.
- Certo! Vamos! – Aila fala.
Ambas se põem a marchar pela estrada. O caminho inteiro elas não veem nenhum carro passar pela estrada.
Depois de mais de uma hora e meia andando, ambas param e se sentam na guia da estrada pra descansar um pouco. Ambas estão exaltas.
- Ai... Meus pezinhos não aguentam mais andar. – Aila reclama – Será que falta muito?
- Eu não sei... Mas logo vai escurecer... Precisamos chegar logo na praia... Se não... Sabe se lá o que pode nos acontecer. – Cana fala ofegante.
- Ai meu Deus, vira essa boca pra lá! Nada de ruim vai nos acontecer, tenho certeza. – Aila fala temerosa.
- Não se preocupa, se algum maluco vier pra cima da gente, eu tô armada! – Cana fala convicta mostrando sua bolsa.
- Que arma? O pato? Há, há, grande arma. – Aila fala debochada.
- Não tô falando do pato! – Cana fala brava.
- Ah não... Não vai me dizer que você trouxe a arma daqueles idiotas? – aila pergunta receosa – Eu falei pra jogar fora!
- Eu não tô falando dela também! Eu tô falando da minha frigideira linda! – Cana fala tirando o objeto de dentro da bolsa e exibindo.
- A frigideira é a sua arma? Você carrega uma frigideira na sua bolsa? – Aila pergunta com uma gota na cabeça.
- Eu sempre carrego. Nunca se sabe. As vezes aparece um maluco no meio da estrada e tentar nos estuprar, aí, eu meto uma bela duma frigideirada na cabeça dele. – Cana fala demostrando no ar sua explicação.
- Hã... Só tenho certeza de uma coisa... Você é muita louca. – Aila fala – Mas, como é que cabe um pato e uma frigideira na sua bolsa?
- Na minha bolsa cabe de tudo querida! Eu já encontrei de tudo aqui dentro. – Cana fala guardando a frigideira de novo.
- E agora? O que vamos fazer? – Aila pergunta – Se tivéssemos o meu celular, poderíamos ligar pro Natsu ou pra qualquer um... Mas, um certo vagabundo, jogou fora o meu bebê! – comenta o final com raiva.
- Mesmo se tivéssemos não ia adiantar de nada. – Cana comenta – Eu estou com o meu celular aqui, mas não tem sinal. – fala mostrando o celular –Agora, levanta logo. Temos muito caminho pela frente. – fala se levantando.
- Tá bom... – Aila fala chorando.
Ambas voltam a andar pela estrada. Alguns carros passam na estradas e elas pedem carona. Mas os mesmo apenas passam reto as ignorando. Elas continuam a andar de cabeças baixas sem falar uma com a outra, até que Cana decidi falar.
- Aila, posso fazer uma pergunta? – ela pergunta.
- Já está fazendo... – Aila fala desanimada – Mas, se quiser faz outra...
- Qual a sua relação com o Natsu? Você parece conhecer ele muito bem.
- Eu já disse. Eu conheço ele desde do começo da carreira dele. – Aila responde – Ele é como um irmão mais novo, que eu tenho que proteger.
- Proteger? Proteger do que? – Cana indaga curiosa.
- Não interessa... Isso é assunto particular. – Aila fala.
- Mas... – antes de Cana falar, ambas ouvem um buzina alta.
Ambas se viram para o outro lado da rua e veem o ônibus particular de Aila parando do lado delas. Ambas ficam com os olhos brilhando de felicidade e começam a chorar ao ver o Lucy, e os outros descerem do ônibus.
- Cana! Aila! – Lucy grita de felicidade.
- Pessoal! – ambas falam juntas chorando de felicidade e indo até os outros e os abraçando fortemente.
- Vocês não fazem ideia de como eu tô feliz em ver vocês... – Aila fala chorando de emoção – Eu quase morri!
- Não exagera Aila. – Cana fala.
- Vocês estão bem? Estão machucadas? – Natsu pergunta.
- Todos nós ficamos desesperados quando vimos o que aconteceu. – Juvia fala.
- E como acharam a gente? – Cana pergunta.
- Nós ligamos pra polícia, mas eles não ajudaram em nada. – Gajeel fala com uma cara de bravo.
- Então, eu tentei localizar vocês pelo GPS do celular de vocês. E deu certo! – Levy fala sorrindo.
- Levy! Minha nerdzinha linda! – Cana fala apertando a pequena em um abraço.
- Tá me... sufocando... – Levy fala com dificuldade.
- Vocês não fazem ideia do que a gente passou. – Aila fala – Meus pezinhos estão tão doloridos... Vamos pra casa logo! Estou faminta.
- Hoje à noite nós vamos comer pato! – Cana comemora mostrando sua caça.
- Dá onde saiu esse pato? – todos perguntam espantados.
-Ah, a Cana matou ele depois de dar um tiro em um dos bandidos e fazer o carro bater e quase matar a gente. – Aila fala entrando no ônibus.
- C-Cana... Pelo visto hoje foi um dia e tanto... – Lucy comenta com uma gota na cabeça.
- Que seja! Vamos pra casa! – Cana grita.
Todos entram no ônibus e partem de volta pra casa da praia.
Cana e Aila tomam um banho demorado. Depois, na hora do jantar, foi servido o apto que Cana pegou. Todos comeram juntos e as duas contaram tudo que passaram na mão de seus sequestradores.
Depois, quando foram assistir TV juntos, eles viram que os bandidos tinham sido capturados e foram presos.
E assim, todos forma pra cama, aproveitar sua última noite na praia.
Terça-feira...
Logo que o sol começou a se levantar, todos já estavam de pé. Eles estavam de frente pra casa de praia se despedindo da mesma.
- Tchau casinha linda... Vou sentir saudades... – Erza fala chorando abraçando a casa e relembrando os bons tempos dentro dela.
- Foi bom enquanto durou... Pelo menos eu pude conhecer a praia. – Lucy fala feliz.
- Fico feliz em ver que está feliz, Luce... – Natsu fala e dá um selinho nela.
- Bem gente... É aqui que a gente se despede. – Aila fala e chama a atenção de todos.
- Como assim? Você não vai voltar com a gente? – Jellal pergunta.
- Não. Como vocês devem saber, eu moro na Califórnia. Estou muito longe de casa. E, eu tenho que chegar lá ainda hoje pra preparar a revista pra sair amanhã nas bancas. – Aila fala suspirando – Mas, o motorista vai levar vocês. Ah, e Natsu... Lembre do nosso acordo. Eu vou ser a primeira a divulgar uma matéria quando você voltar.
- Pode deixar. – Natsu fala sorrindo.
- Que pena... Mas, foi um prazer te conhecer, Aila. – Lucy fala sorrindo.
- Obrigado. Também gostei de conhecer vocês. – Aila fala sorrindo e então um carro chique para perto dela – Bem, tá na hora de eu ir.
- ESPERA! – Cana grita e chama a atenção de todos.
Ela caminha até Aila e fica de frente pra mesma.
- Vai medir forças comigo até na despedida? – Aila pergunta sorrindo.
Cana não responde, apenas abraça Aila carinhosamente, surpreendendo a todos.
- Nós podemos ter tido nossas diferenças... Mas, saiba que eu gosto de você. – Cana fala.
Aila fica chocada e então, um sorriso brota em sua face e ela retribui o abraço.
- Obrigado Cana... E, eu digo o mesmo... Tchau... Minha amiga... – Aila fala feliz.
Ambas se soltam e sorriem uma pra outra. Aila entra em seu carro e vai embora.
Todos os outros entram dentro do ônibus. O motorista dá a partida, e todos se despedem da praia olhando o mar uma última vez pela janela.
A viagem foi em completo silencio. Muitos dormiram o percurso todo, pois tiveram que acordar cedo. Lucy dormiu tranquilamente com a cabeça apoiada no ombro de Natsu, que apenas sorria ao ver sua loira dormir.
Depois de algumas horas, todos chegaram em suas casas.
Lucy, Natsu e Cana chegaram em casa e se jogaram em cima do sofá se esparramando.
- Ai, como é bom voltar pra casa. – Natsu fala colocando os pés na mesinha de centro.
- Concordo. A casa da Aila era boa, mas nada melhor que a nossa própria casa. – Cana fala se esticando.
“Eles falam como se a casa fosse deles, mas na verdade a casa é só minha...” Lucy pensa com uma gota na cabeça.
Então, o celular da loira toca, e ela atende. Ela conversa um pouco com sua mãe e depois se vira pra Natsu e Cana.
- Tenho novidades. – ela fala sorridente.
- O que que a titia queria? – Cana pergunta sem muito interesse.
- É que neste final de semana vai ter um churrasco em família lá na casa dos meus pais. E eles convidaram nós três. – Lucy fala.
- NÃO! – Cana fala se levantando do sofá bruscamente – Eu não vou... – ela fala com os olhos arregalados e sai correndo pro seu quarto.
- Mas o que foi isso? – Natsu pergunta espantado.
- É que todo ano tem esse churrasco em família, e digamos que a Cana não gosta muito. – Lucy fala.
- Por que?
- Porque o Gildarts sempre faz ela passar vergonha... – Lucy responde sorrindo.
- Entendi... – Natsu fala e encara Lucy – Quer dizer que eu vou também?
- Claro, afinal você é meu namorado! – Lucy fala sorrindo e ambos se beijam – Ei, que tal a gente aproveitar o momento?
- Você leu o meu pensamento. – Natsu fala sorrindo malicioso e toma os lábios de Lucy em um beijo feroz.
Enquanto isso, Califórnia...
Aila chega em seu escritório e tira seu casaco de pele.
- Senhora Aila, tem um senhor querendo falar com a senhora. – a secretaria dela fala.
- Um homem? Ele tem hora marcada? – Aila pergunta.
- Não... – a moça responde.
Aila entra em sua sala e se espanta ao ver o homem a sua espera.
- Igneel Dragneel... – Aila fala se aproximando e se sentando em sua cadeira – O que faz aqui?
- Eu fiquei sabendo que você foi a praia esse último final de semana. – Igneel fala sorrindo falsamente.
- É, eu fui sim... E daí?
- Eu fiquei sabendo que você levou alguns jovens com você... E, um deles, se parecia muito com o meu filho. – Igneel fala sorrindo friamente.
- E daí? Onde quer chegar com isso? – Aila pergunta de forma educada mas demonstrando sua raiva.
- Aila. Minha querida. Eu quero saber se você estava com o meu filho, ou. Se sabe onde ele está. – o ruivo fala.
- Se eu estava com ele ou não, isso não te interessa. E, se eu soubesse onde ele está, eu não te falaria. – Aila fala seca.
- Entendo... – Igneel fala se levantando e indo até a porta – Mas... Escute bem Aila. Se você estiver escondendo o Natsu de mim... Você vai se arrepender. – ele fala com um semblante amedrontador.
- Você está me ameaçando? – Aila pergunta semicerrando os olhos.
- Estou avisando. Agora... Passar bem... – Igneel fala seco e sai da sala.
Aila se acomoda em sua cadeira e suspira pesadamente.
“Natsu, Natsu... Eu não quero nem saber o que esse homem vai fazer com você quando sua estadia na casa da Lucy acabar...” Aila pensa preocupada.
Continua ....
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