História Estrela Azul - Jump

Como as horas demoram passar quando estamos num dia ruim, não é mesmo?

Ela tentou de todas as formas ignorar sua mãe, não conseguia ficar mais de um minuto perto dela sem que o choro viesse. Várias vezes foi preciso para abafar o choro com as mãos. Toda sua felicidade tinha sumido de repente, a inspiração que ela procurou todos os dias para escrever uma nova música, sumiu. Ela não conseguia odiar sua mãe, mas não conseguia perdoar, sua vontade de viver ali estava sumindo aos poucos.

No quarto de sua irmã, ela vasculhou o quarto inteiro. Mexeu nos brinquedos, leu algumas cartas escritas, nas gavetas cheias de lápis de cores, pareciam novos, estavam bem conservados. Única coisa que ela não conseguia olhar era as fotos, a dor de ter esquecido a existência de sua mãe a perseguia.

No meio de alguns álbuns de desenhos ela encontra um, era um pouco estranho. Apenas duas estrelas desenhadas, uma na cor lilás e outra na cor azul. Aquele desenho era familiar, trouxe de volta uma sensação de felicidade repentina fazendo-a lembrar...

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Flash black on<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

No pátio da escola, Safira estava no balanço da praça de brinquedos. Estava enfurecida, pois alguns estavam debochando de sua aparência. Naquela época, mesmo com 8 anos, Safira era uma garota que arranjava muita confusão, pois achava que ninguém poderia ficar em silencio ao receber ofensas. Ametista era ao contrário, ela ignorava apenas.

-Você sabe que a mãe vai ficar brava? * a menina se senta no balanço ao lado da irmã*

-Não ligo muito. * Safira desviava o olhar*

-Não pode ser amarga desse jeito para sempre, maninha. * Ametista abre sua mochila pegando algo*

-Estavam debochando de mim! Não pude ficar em silencio!  *Ela batia os pés com força no chão*

-Calma! Não de atenção para eles. Você sabe bem que só querem isso. * Começa a desenhar no seu caderno*

-Eu sei...

-Olha só, está vendo essas duas estrelas? * mostra o desenho para a garota*

-O que que tem? * encarava sua irmã*

-Agora imagine o céu cheio de estrelas... conseguiu? * olhava para céu*

-Ok...

-Está vendo? Essas estrelas são especiais! Cada uma delas representa alguém importante na história! Como os famosos, e até mesmo aqueles que fizeram diferencia na história! * ela continuava a desenhar*

-E o que isso tem a ver comigo?

-Essas duas estrelas aqui, uma representa e a outra sou eu! Eu sou as lilás e você é a minha estrela azul!

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Flash black off<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

-Es-tre...la A..zul... * encarava o desenho*

De qualquer maneira, a garota não saia de do quarto de sua irmã. A mãe dela era obrigada a deixar comida no quarto, ela não descia. Rosalya e Nathaniel combinaram ir na casa da garota depois da aula, a garota estava com a mochila cheia demais, pedindo para o rapaz carrega-la.

Chegando no local, foram recebidos pela mãe de Safira. Ela pede para os dois conversarem com a garota. Os dois jovens foram até o quarto onde estava a menina, lá viram a garota abraçada com o desenho chorando. Rosalya se senta ao lado dela abraçando-a.

-Ainda está bastante chateada, não é mesmo? * rosalya passava a mão na cabeça da garota*

-No início não será fácil, mas vai consegui superar. * o rapaz tentava recolher os desenhos espalhados no chão*

-Olha só, você precisa voltar a falar então fiz um plano de estudos para te ajudar a falar! * mostrava o caderno cheio de anotações*

-Rosalya, ela precisa de um profissional. * Nathaniel teimava discutir com ela*

--Vai dá certo e se não der, procuro um médico para ela! * começava a folhar o caderno*

O garoto suspirava achando que era má ideia, Rosalya começava explicar algumas coisas de português, pedindo para Safira repetir algumas coisas. No início não estava sendo fácil, Safira buscava voz mas não conseguia, Nathaniel lembrou de algumas coisas das aulas de cantos que sua irmã tinha feito, ele pesquisa no celular para ter mais informações. Ele mostra para Rosalya, ela anota e pede para garota fazer o mesmo exercício.

Algumas horas se passaram e nenhum avanço, eles estavam na cozinha fazendo um lanche. Nathaniel pedia para ela fazer o exercício devagar que não precisava de pressa, algumas palavras saíram da boca de Safira, a felicidade tomou no corpo de Rosalya que vibrava, Nathaniel ria dela.

-Aos poucos vai voltar a falar, pode ter certeza! *Roslaya comia o pedaço de bolo*

-Creio que a Safira não quer relevar que voltou a falar. * ele encarava o bolo com desprezo*

-Mas por que?

-Veja bem, todos achavam que a Safira era muda desde que nasceu, e ela também acreditava que era assim. Porém vai ser um susto e alguns podem achar que ela estava se aproveitando.

-Sim, verdade. Até lá Safira vai ter que usar a linguagem de sinais. *ela escrevia algumas coisas no caderno*

-Sim, mas temos que evitar que inventem boatos dela, por exemplo minha irmã.

Um silencio surgiu naquele momento, Safira ficou envergonhada pois se lembrou do dia que Ambre leu seu diário, ela tinha medo de perguntar para o rapaz se lembrava, Rosalya percebeu o comportamento da garota, ela põe sua mão em cima dela sorrindo para garota.

-Falando nisso, Ambre foi punida vai ficar um bom tempo longe da escola. *ele sorri para as garotas*

-Seria melhor se ela fosse expulsa. Mas fazer o que...

Chegando a noite, os dois jovens se despedem da garota pedindo para ela aparecer na escola no outro dia. Safira retorna para seu quarto tentando repetir os exercícios, ficando acordada até tarde. Ela dorme estava feliz por ter Rosalya e o Nathaniel por perto. Porém o rapaz tinha razão, ela precisava encontrar uma maneira dos outra “acostumar” com a voz dela.

No outro dia a garota estava esperando seus amigos no lado de fora da escola, alguns alunos passavam por ela dando risada ou apenas sussurravam, deixando a garota um pouco sem jeito. Os dois jovens chegam juntos, Rosalya xingava alguns alunos por agirem naquela forma, Nathaniel pedi para elas acompanharem ele até a biblioteca.

No local, ele mostra algumas coisas que Safira poderia usar e já que ela gostava de música poderia escrever e cantar a música. Rosalya tinha adorado a ideia e pede para Safira escrever uma música o mais rápido possível. Porém a garota explica que estava a dias tentando escrever uma música mas não conseguia. Rosalya comenta que ela poderia se inspirar em momentos bons e escrever sobre isso. A ideia não era tão boa, mas valia algo.

O Sinal toca fazendo todos se dirigirem até suas salas, a garota foi bem recebida pelos seus colegas até mesmo pelo professor Faraize, que se desculpava pois não ter feito muito naquele dia. Era um pouco difícil de esconder o fato dela ter voltado a falar, mas Nathaniel estava certo, ela precisava mais tempo.

Dias se passaram, Rosalya se mostrava determinada demais para fazer a garota falar de novo. Aos poucos ela conseguia, Nathaniel acompanhava elas, feliz por fazer algo pela Safira. Eles visitavam as vezes a praia, o parque perto da casa de Safira até mesmo o zoológico. Aos poucos a inspiração chegava. Após um passeio no parque, ela se encontra em seu quarto sentada na sua escrivaninha, aos poucos rabiscava em seu caderno, a música estava finalmente sendo feito. Ela usa seu piano para criar uma melodia perfeita para a letra, com seu computador ela grava a música.

No outro dia na escola, ela entrega o cd com a música gravada para o Nathaniel, pedindo pro rapaz tentar toca-la nos altos falantes da escola para que todos ouvissem.

-Por que Safira? O que tem de tão importante para eles ouvirem? * Rosalya não estava entendendo a proposta dela*

-Para.. acalma-los... *safira falava baixinho para ela*

-Tentarei, mas não garanto muito. * o rapaz aceita de bom agrado*

-Ai ai...

No intervalo, Nathaniel se dirige até a sala dos professores, observou o local e não tinha ninguém dentro. Ele se aproxima do aparelho, um pouco confuso ele mexia no equipamento tentando tocar a música, finalmente ele consegue. As pressas ele se retira da sala sem ninguém perceber. A música começava a tocar, os alunos estranharam no início, aos poucos estavam admirando. Safira estava sentada na escadaria junto com a Rosalya ouvindo a música lembrando seus momentos com seus amigos

Underneath the big dipper we gathered stars
We took off both our slippers
And sank into the water

“Desde o dia que cheguei nessa escola, tudo foi diferente...”

Then we swam beneath the bridge
We met a man who sold us what we needed,
He gave us directions

“Fui aceita por vários, recebi o carinho de todos, compreensão. Tudo que nunca imaginei que ia receber...”

And we swim... And we fall....
Hold my hand... Through it all

“Mesmo ter passado por um momento ruim, tive o apoio de quem eu tinha mais confiança, de quem eu admirei muito também desde inicio...”

If we jump into the water would we swim or would we drown?
If we build a set of wings then could we fly or just fall down?
And if you keep talking to me through this darkness through this night,
I'll be alright

“Não posso perdoar minha mãe, nem sentir rancor. O que ela fez foi errado, porém ainda é minha mãe...”

Though we were without a map, without a plan, without a destination,
We knew where we were going

We put feathers on our backs
And climbed so we could see all thats below
Before we let go

And we fly... And we fall...
Hold my hand... Through it all

if we jump into the water would we swim or would we drown?
If we build a set of wings then could we fly or just fall down?
And if you keep talking through me through this darkness through this night,
I'll be alright

Would you hold me so id never be afraid
As the sky falls down around us now
If you tell me everything will be ok,
I'll believe you, you dont have to tell me how

If we jump into the water would we swim or would we drown?
If we build a set of wings then could we fly or just fall down?
And if you keep talking to me through this darkness through this night,
I'll be alright...

“ O que importa... mesmo... é o meu presente agora! Não posso mais pensar no passado, jamais vou ver minha irmã novamente, é difícil lembrar como era. Porém tem duas pessoas que me fazem bem... muito bem...”