História Estrela Azul - Depois da alta

Depois daquela confusão toda, quando tudo se acalmou, Safira recebeu alta. Seus olhos ainda estavam vendados, com o auxílio de seus amigos indicavam o caminho para ela. Chegando em casa, Rosalya arrumou a casa de Nathaniel tirando tudo que pudesse machuca-la. O rapaz ajudava a garota se sentar, Safira utilizava as mãos procurando o controle da televisão.

-Mas você não pode ver. –Rosalya ficou na frente da televisão.

-Mas gosto de ouvir. –a garota procurava o botão de ligar a televisão.

-Deixe ela, Rosalya. Não estava ocupada com “aquilo”? –ele erguia uma de suas sobrancelhas.

-Sim, mais tarde eu volto para te ver, Safira. –ela beijava a bochecha de sua amiga. –Não apronte!

-Pode deixar.

Roslaya e Nathaniel ficaram trocando sinais com as mãos por alguns segundos, ele mandando para a garota aprontar a festa de Safira, Rosalya mandando ele ficar de olho nela. Quando a menina saiu da casa, Safira tentou se sentar no chão enquanto ouvia o som do desenho animado.

-Quer algo para comer? –Nathaniel afastava um pouco a mesinha dela.

-Não estou com tanta fome. –ela passava aos mãos em cima das faixas que cobriam seus olhos.

-Precisa comer algo, Safira. Não pode ficar sem comer. Já volto, vou pedi algo pelo telefone.

[...]

Enquanto isso, Rosalya estava se aproximando se sua casa. Seus colegas estavam arrumando o local da festa. Mesmo ter passado o aniversário de Safira, eles queriam fazer uma surpresa para a garota.

-Cadê o Lysandre? Ele disse que ia vir ajudar.

-Lysandre ficou na escola para ajudar o Castiel na punição. –Falou o Armin enquanto pendurava algumas luzes nas paredes.

-Punição? O que houve?

-A diretora puniu tanto ele como a Melody por ter acontecido com a Safira. –Priya estava dividindo os pratos.

-Me explique melhor. –Rosalya puxa a cadeira para se sentar.

-Foi assim ...

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Priya P.O.V

Enquanto estávamos na sala conversando sobre a Safira, pois era o dia dela de receber alta. Melody estava agindo estranhamente já fazia um tempo, todos ainda estavam abalados com o acidente.

-Senhora Shermansky ainda está bastante furiosa com a nossa turma. –Violette tocou no assunto.

-Por que será ne? –Kim falou num tom irônico olhando para o Castiel.

-Não me olhe assim! Não tive culpa. –o rapaz ficou bufando.

-Não foi por falta de aviso. –junto com o Kentin, alguns alunos estavam olhando feio para o Castiel.

-Nem adianta brigar. Já aconteceu, agora nos resta receber a punição. –Lysandre era o único que estava tranquilo.

Ainda estávamos discutindo, percebi que Li e Charlote entraram na sala correndo. Pedi para que todos fizesse um pouco de silencio, então a mulher entrou na sala. Sua expressão estava assustando alguns alunos, séria e sorrindo, a mulher ficou diante de nossa turma. Ficamos nos olhando por alguns segundos esperando que ela falasse algo, mas nada acontecia.

-Ah, tudo com a senhora? –Melody foi a única que teve coragem de falar algo.

-Eu estou muito bem. E vocês?

Senti que todos estavam engolindo seco, ninguém teve coragem de responder aquela pergunta. Ela estava estranha demais, sabíamos que ia vir algo muito doloroso. Aquele suspense todo estava nos matando aos poucos.

-Curioso, finalmente estão quietos. Isso realmente é surpreendente! Mas fique sabendo que alguns de vocês não vão sofrer punição.

-Quem vai então? –Kim já estava soando frio de tanto nervosismo.

-Soube que um certo trio que riscou as paredes do porão. Já devem adivinhar quem foi. –a turma inteira encarou Ambre, Charlote e Li com desprezo. –Mas tem mais dois alunos que merecem uma punição pelo acidente de Safira.

-Imagino quem é um deles. –Melody estava se sentindo culpada demais.

-Claro que a senhorita está nesta punição. Pois deveria ter usado algo para ver se não tinha nenhum inseto, mas a punição vai ser leve. E o senhor Castiel, sua punição vai ser do mesmo nível do trio.

-Por que? –ele batia as duas mãos forte na mesa.

-Ainda pergunta? –Kentin ficou um pouco indignado. –Eu falei que não era para pôr as coisas naquela tabua, mas o machão não quis ouvir!

-Oh que fofo! É o senhor da razão? –ele falou num tom sarcástico.

-Sem brigas! Já está definido! Vão agora limpar o porão e depois voltem na minha sala que darei suas punições!

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-Por isso que conseguimos sair mais cedo. –Priya bebia um pouco da agua que o Alexy alcançou para gente.

-Nossa, merecido para cada um deles! –Rosalya cruzava os braços enquanto suspirava.

-Merecido mesmo. Eu avisei para não colocar o solvente naquela tábua. Como ele não percebeu que aquilo não era fixo? –Kentin estava passando um pano no chão.

-A Melody, tadinha. Está num estado de choque! –Alexy dava uns tapas em seus lábios.

-Precisa está, por que umas semanas atrás estava fuzilando a Safira com os olhos.

-Ai que horror, Priya. Como você é cruel!

-Sou mesmo. –a garota mostrava a língua para o rapaz. –E como ela está, Rosalya?

-Melhor, mas precisa fazer um pequeno tratamento para cuidar da visão. Os olhos dela ainda estão vendados.

-Deve ter doído demais. Já falaram com a mãe dela?

-Ah... Sim. –era difícil para Rosalya mentir que a mãe de Safira ainda se importava com ela. –Mas o Nathaniel está cuidando dela, por enquanto.

-Então vamos nos apressar! Precisamos terminar isso logo! –Alexy batia palmas.

-Sim, o bolo já está aqui?

-Não. Eu ia pedi para o Kentin e Kim buscar. –priya se sentava na outra cadeira.

-Eh? Mas por que eu? –Kentin retrucou.

-Por que estou desde cedo arrumando as coisas aqui. Foi difícil trazer os doces e salgados para cá. Tive que ouvir o Armin e o Alexy reclamando o caminho todo!

-Eu não reclamei de ter ido buscar. Estava reclamando que não pude pegar nenhum pedacinho.

-Armin, você é horrível. –Rosalya encarava o rapaz com um olhar sério.

-Eu sei. –ele abria um sorrisão.

-Vai logo, Kentin! –Priya batia o pé no chão.

-Já vou! Onde está a Kim? –ele revirava os olhos.

-Tá na piscina arrumando as mesas.

-Estou indo lá.

[...]

Depois de tanta birra, Nathaniel comprou um lanche para Safira. Uma porção grande de batatas fritas e um x bacon. A garota se afobou um pouco para comer o lanche, ele colocou o copo com refrigerante de limão perto dela, enquanto ela ouvia o filme Enrolados. Ele se senta ao lado para assistir junto, ajudando alcançar o copo para ela.

-Não vai se engasgar! –ele alcançava o copo para ela.

-Desculpe. –engolia a comida que estava na boca. –Tão bom batatas fritas!

-Sim. –ele sorria para a garota. –Seu olhos não estão te incomodando?

-Não. Doí um pouco as vezes.

-Logo vai melhorar. Pode ter certeza.

-Tenho uma dúvida. –ela terminava de comer as batatas fritas.

-Diga.

-Como vou fazer para tomar banho?

-Ah. –ele fica por alguns segundos calado, pensando numa resposta. –Boa pergunta.

-AAAAH! –ela salta do nada. –Eles estão na parte do rio para ver as luzes.

-S-sim. –Nathaniel sai de seus pensamentos.

-Eu gosto dessa música. Lembra como era na casa de minha mãe. –ele abaixava a cabeça para ouvir a música.

-Imagino.

-Presta atenção. –ela fazia sinal com o dedo pedindo silencio.

Tantos dias olhando das janelas

Tantos anos presa sem saber

Tanto tempo nunca percebendo

Como tentei não ver?

Mas aqui, a luz das estrelas

Bem aqui, vejo o meu lugar

Sim, aqui consigo sentir

Estou onde devo estar

Safira balançava a cabeça junto com os dedos ouvindo a melodia da música. Nathaniel sorria quando olhava para a garota, mesmo quase ter perdido sua visão, ela ainda estava feliz. Seu celular começava a vibrar, era Rosalya apenas.

Mensagem On:

-Como está a Safira?

-Está bem. Ouvindo o filme Enrolados.

-Que bom. Estamos quase terminando os preparativos. Já podem vir os dois.

-Mas ela está curtindo a música aqui!

-Vem logo! Ò.ó

-Está bem. -.-

Mensagem off:

Vejo enfim a luz brilhar

Já passou o nevoeiro

Vejo enfim a luz brilhar

Para o alto me conduz

E ela pode transformar

de uma vez o mundo inteiro

Tudo é novo pois agora eu vejo

É você a luz

-Safira. A Rosalya quer que a gente passe na casa dela. Para você experimentar um vestido que ela terminou.

-Mas ela disse que não tinha nenhum em mente.

-Aah, bom... Sabe ela improvisou um... –tínhamos que admitir, ele não sabia mentir bem.

-Tudo bem.

-Vou chamar um táxi para nos levar até lá. –o rapaz se levantava do chão. –Já volto.

Ele foi procurar sua agenda que estava na cozinha, procurando o número do táxi. Safira estava batendo palmas enquanto ouvia a música. De longe ele observava a garota feliz cantando a música enquanto esperava alguém atender o telefone.

Infelizmente ninguém estava atendendo. Ele voltou para sala com celular nas mãos com a agenda. Sentou no sofá para ver o filme junto com a garota, enquanto tentava ligar para o taxi.

-Cante! –ela batia palmas pedindo para o rapaz cantar junto.

-Haha, ok? Um dueto, certo?

-SIIM!

Tantos dias, sonhando acordado

Tantos anos, vivendo a vida em vão

Tanto tempo nunca enxergando

As coisas do jeito que são

Ela, aqui, à luz das estrelas

Com ela aqui, vejo quem eu sou

Ela que me faz sentir que eu sei pra onde vou

Finalmente alguém atendia o telefone, Safira pega o controle da televisão para desligar. Fazendo um pouco de esforço, ela se levantava do chão. Utilizando as mãos, ela tocava nas coisas procurando um amigo seguro até a cozinha.

Nathaniel percebe o movimento da garota acompanhando até a cozinha. Enquanto conversava com a mulher no telefone, ajudava a pegar um pouco de agua para Safira. Era difícil mantê-la quieta por alguns segundos.

-Já está vindo o táxi. –ele desligava o celular.

-Que bom. –terminava de beber a agua dela.

-Termina de ver seu filme. Ele vai demorar um pouco para vir. –Nathaniel voltava para sala, pegou o controle para ligar a televisão.

-Estou indo. –ela se apoiava na parede procurando o caminho até a sala.

-Juntos, está bem? –ele se aproximava dela ajudando a sentar no sofá.

Vejo enfim a luz brilhar

Já passou o nevoeiro

Vejo enfim a luz brilhar

Para o alto me conduz

E ela pode transformar

de uma vez o mundo inteiro

Tudo é novo pois agora eu vejo

É você a luz

É você a luz

Terminaram de ver o filme juntos, o taxi chegou logo em seguida. Com a ajuda do rapaz, Safira conseguiu entrar no carro. Nathaniel passa o endereço ao homem, Safira tentava encontrar o cinto, o rapaz apenas direcionava a mão dela onde estava as coisas.

Após alguns minutos chegaram na casa de Rosalya. Nathaniel pagou o homem e ajudou Safira sair do carro. Ele apoiou a mão dela em seu ombro para indicar o caminho.

-Safira, creio que a Rosalya não está sozinha, então tente não falar.

-Tá.

Chegando na garagem, Rosalya pediu para todos fazerem silencio. Nathaniel falou para garota se sentar na cadeira que tinham deixado. Todos ficaram no seu devido lugar, Rosalya pega um balão, se aproximou da garota com cuidado. Apertando forte com suas mãos, ela conseguia estourar o balão dando um susto grande na garota.

-Feliz Aniversário! –abraçando a garota.

-Que jeito horrível de anunciar que é uma festa, Rosalya. –priya abraçava safira. –Feliz aniversário.

-Safira não pode ver. E eu gostei. –Armin entregava seu presente a garota.

-Poderia ter derrubado ela no chão e ter machucado. –Nathaniel repreendeu seus amigos.

-Concordo. –Priya entregou o prato com doces para a garota.

Aos poucos seus amigos passavam por ela entregando os presentes e abraçando-a. Como não podia falar, ela apenas balançava a cabeça para agradecer seus colegas. Rosalya comenta que fazia um tempo que estava planejando a festa, por causa do acidente não puderam realizar mais cedo.

Era uma festa simples, apenas para conversar um pouco. Se sentaram um ao lado do outro fazendo uma rodinha, pedindo para Safira adivinhar cada presente. Priya debochava do presente do Armin, pois era um jogo, como Safira não podia enxergar ainda, a garota achou o presente desnecessário.

-Mas é melhor do que o seu! – o rapaz fazia cara feia para Priya.

-Admita, Armin. Errou feio agora.

-Aiai. –suspirou Rosalya. –Gostou, Safira? –a garota balançava a cabeça confirmando que tinha gostado. –Pronto. Parem de reclamar.

-Me sinto um pouco mal. –Violette falou um pouco baixo, porém Alexy conseguiu ouvir.

-Por que?

-Enfeitamos o local inteiro e a Safira não pode ver.

-Haha, verdade. Mas ela deve de imaginar. –ele comia alguns doces.

-Verdade!

-Vamos cortar o bolo! Estou ansioso! –Kentin lambou os lábios.

-Corta mesmo. Não aguento mais ver essa cara que o Kentin faz toda vez que olha pra esse bolo. –todos riram de Kim. –Mas é verdade! Deu um trabalhão cuidar dele para não furar o bolo.

-Nem cheguei perto do bolo assim, chata!

-Fura bolo!