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História Estrelas do Céu de Abraão - Especial Malési


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Escrevi esse capítulo porque amo esses dois. Não fosse por eles,  Esther não existiria, foram eles que me inspiraram para escrever essa fanfic. Chegou a hora de voltar no tempo e conhecer a história dos pais de Esther, Marek e Kalési.    

Capítulo 28 - Especial Malési


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Especial Malési

Uma vida inteira vivendo em um grandioso palácio. Às vezes, Kalési esquecia suas origens. E sinceramente, ela queria mesmo esquecer. Como alguém podia ter tão pouca ambição? Ela nunca vira ninguém como a mãe, Martha. Deixar de viver uma vida de princesa no castelo de Jerusalém, para permanecer em Gibeão, em uma cidade sem rei?

Kalési não gostava de cidades livres, ela gostava da monarquia, do poder. O pai, Aníbal, o príncipe de Jerusalém, irmão do rei Adoni-Zedeque, era um homem sábio.

E insistiu que ela vivesse no palácio,  mas após a morte precoce,  por um ataque cardíaco,  Martha, voltou para Gibeão,  uma vez que Kalési nem parecia sua filha,  e sim filha da rainha. Nem a chamava de mãe.

Ela adorava a rainha Tanith, ela a ensinou a dançar com as serpentes, tão bem quanto ela.

Aos desessetes anos, a princesa Kalési estava ficando preocupada. Se quisesse realizar o grande sonho de ser rainha, para isso, precisava se casar com um príncipe regente de algum reino logo, talvez com um rei. O príncipe herdeiro de Jerusalém era seu primo, Adonibaal,  mas aos vinte e três anos, ele era casado e tinha seu pequeno herdeiro.

— Partirei para Jericó, amanhã. — comentou o rei Adoni-Zedeque, na sala de banquetes.

Kalési viu ali a oportunidade, sabia que o rei de Jericó, tinha um filho, o príncipe regente, que ainda não havia se casado. Era isso, ela iria reinar em Jericó, a cidade era perto de Jerusalém, além de ser conhecida como o reino invencível.

— Posso acompanhá-lo na viagem até a cidade das palmeiras, Soberano? — perguntou ela.

— Mas é claro, Kalési. — respondeu o rei. — A viagem será ainda uma viagem maravilhosa em sua companhia,  minha sobrinha.

O primo de Kalési, Adon era completamente apaixonado por ela e não conseguia entender e a cercou em um dos corredores do palácio.

— Que susto, Adon! — exclamou Kalési, ao primo.

Ele deu de ombros. E se segurou pelo braço.

— Vem comigo,  precisamos conversar.

— O que pensa que está fazendo? O que você quer Adon,  fale logo.  — pediu ela.

— Quero saber porque você quer ir para Jericó, amanhã, Kalési? Eu estou completamente apaixonado por você.

Kalési o olhou com indiferença.

— Acha mesmo que eu vou desperdiçar “a chance”  da minha vida, por sua causa?

— Chance?  Do que você está falando?

— Adon, eu não vou ficar a minha inteira, aqui, sendo uma princesa. Eu quero mais, quero poder. Muito poder, ser uma mulher poderosa.

Adon tinha ouvido aquela conversa antes. Suspirou.

— Você quer ser rainha, eu sei. Infelizmente eu não posso te oferecer isso, mas posso te dar todo o meu amor.

— Amor? — ela riu, nervosa. — Amor é para os fracos.

— Olha para mim, Kalési. — ele pediu.  — Olha nos meus olhos e diz que sente nada por mim.

—  Eu não sinto mesmo.

— Mentira. — ele aumentou a voz. E então a beijou.  Kalési se entregou ao beijo apaixonado.

— Esse foi o nosso primeiro e último beijo, Adon.  O último. — garantiu ela, quando se afastou. 

— E por quê eu nunca serei um rei? — indagou, e ela se virou para respondê-lo:

— Adon, você sempre vai ser príncipe,  Adonibaal, o primogênito, será rei. Infelizmente, ele se casou e eu não vou perder meu tempo, competindo o amor dele com a princesa.

— Você está dizendo que se meu irmão não fosse casado, você o conquistaria? Mas não quer competir com a esposa dele, porque ela é amada pelo povo.

— Exatamente, afinal, eu sou tão jovem, posso conquistar um príncipe herdeiro que ainda não tenha escolhido sua futura rainha.

— Você não vale nada. Vai esquecer tudo o que a gente viveu por causa, de poder?

— O que nós vivemos? Nós somos amigos. — ela respondeu. Não podia acreditar que Adon estava se declarando para ela. — Eu vou para Jericó amanhã, junto com o seu pai. Já ouvi falar sobre o filho do rei, Marek,  dizem que é lindo.  E o melhor, principe herdeiro. Eu vou me casar com ele, eu vou ser a Soberana de Jericó. Rainha.

— Não vai, sabe por quê? Porque você vai se lembrar de mim, você vai voltar para mim. Não adianta nada, Kalési, casar com um principizinho herdeiro e não amá-lo.

Ela gargalhou.

— Você vai voltar para mim,  eu sei.  Você ainda vai perceber que me ama.

— Amor não me transformar em rainha. — falou séria. —Só um principe regente, herdeiro será capaz disso.

Antes de seguir para seus aposentos, ela completou:

— Ouvir dizer que Marek  além de poderoso é lindo.  Tem belos olhos azuis.

Adon nada respondeu. Havia perdido a mulher que amava para o poder.

                                          

***

Marek, nasceu para governar, sabia disso. Desde muito pequeno foi preparado para ser um rei. Um rei cruel. Lembra-se de ser obrigado a acompanhar execuções desde muito pequeno, viu muito sangue ser derramado.

Herdeiro do trono de Jericó, era filho primogênito de Marek I, e recebeu o mesmo nome que o pai.

Suspirou pensando que teria que se casar, mas queria ser um bom pai. Evitar que seus filhos tivessem que viver diante de tanta crueldade, pelo menos na infância, seriam apenas crianças.

Marek era muito próximo da irmã mais nova, a princesa Adele. Ela se parecia com o pai,  enquanto ele se parecia com a mãe.

— Se prepare, porque a qualquer momento uma princesa aparecerá com sua pretendente. — Adele comentou com Marek.

Ele amava a irmã, a abraçou com carinho.

— Você sabe que eu não quero assim. Preciso gostar da mulher com quem vou me casar. — afirmou o príncipe, esperançoso.

— Não somos nós que escolhemos. O papai certamente,  aproveitará o seu aniversário para apresentar uma pretendente. — A princesa o alertou.

A rainha Coriander, mãe de Marek e Adele, adentrou o quatro, dona de uma beleza estonteante. Era dela, os olhos azuis de Marek.

— Meus filhos, vamos logo, o  pai de vocês quer realizar o sacrifício ainda hoje,  antes que comitiva de Jerusalém, chegue.

— Temos mesmo que ir?  — Adele suspirou. — Eu não me conformo ser praticamente obrigada à assistir esses sacrifícios cruéis.

— Vocês sabem que eu também não concordo, mas temos que está junto do rei. Somos a família real, de Jericó. — A rainha falou calmamente.

— Meu pai sempre diz que um dia vamos entendê-lo um dia. — Marek  lembrou. — Mas temos sim que ir,  é só fechar os olhos.

                            ***

Marek entrou na sala de banquete, entediado. Se havia uma princesa no palácio, seu pai o conveceria de casar.

Kalési era diferente de qualquer outra. Era simplesmente única.

— Esta é minha sobrinha, Kalési. — apresentou o rei de Jerusalém.

Marek observou a princesa a sua frente fascinado. Ao contrário das outras, ela não precisou tentar impressionar à ele. Bastou olhar em seus olhos, e Marek teve a certeza de que havia encontrado a mulher de sua vida. Sua rainha.

                   ***

    Nascimento da herdeira.

Kalési nunca pensou que seria mãe, a gravidez não foi fácil, ela reclamava de ter engordado, mas o que estava sentindo verdadeiramente era... medo.

Medo de não ser uma boa mãe. Kalési gostava de ser perfeita em tudo o que fazia, mas ser mãe?

Ela não se sentia preparada. Tinha medo de falhar, mas só havia um jeito de descobrir, sendo mãe.

Nunca pensou que fosse tão simples, olhando para o pequeno e belo rosto da filha, ela soube que amar não era para os fracos, como ela costumava dizer. Pelo contrário, o amor que sentia por aquela que havia saído de dentro dela, era algo que não sabia explicar.

Ser mãe, ao contrário do que pensou que seria, era o que faltava para ser uma mulher completa e realizada.

Viu o marido entrar nos aposentos. Antes de sair de Jerusalém, achou que nunca amaria Marek, que seria um casamento apenas pelo poder, mas ela era tão amada por ele, que também passou a amá-lo. Amava seu marido, sua filha, sua família.

— Nossa princesa, Marek. — sussurrou, segurando a filha nos braços.

Marek olhou para a filha, emocionado. O sonho de ser pai, fora finalmente realizado. E com a mulher que ele amava.

— Linda como a mãe. Mal posso esperar para ver os olhos dela. — disse o rei.

— Podem ser azuis. — falou Kalési, sugestiva, sem imaginar que estava mais do que certa.

— Ou talvez verdes, como o seus. — completou Marek.

— Não sei como eu posso ter pensado algum dia, oferecer um filho meu aos Deuses. — falou entristecida, pela ideia ter passado por sua cabeça. — Marek, eu quero proteger nossa filha.

— Fique tranquila, meu amor. Eu nunca vou permitir que ninguém faça mal a ela. — garantiu o rei.— Ela se chamará Esther, porque brilhará mais do que as estrelas. Será a estrela mais brilhante.

             ***

Novamente na sala do trono, Marek estava pensando nas leis, preocupado. Jericó nunca teve uma rainha como principal governante.

— Os que os Deuses disseram dessa vez? —perguntou a Merodaque.  —Tudo mudou, não é um menino, é uma menina. Minha filha, minha primogênita.

O sumo sacerdote do reino balançou a cabeça.

— Fique tranquilo, Soberano. Fiz uma nova profecia. — informou calmamente. — Esta diz que a princesa ela será mulher de um grande líder, um homem que derrotará um grande império, e libertará uma nação.

Marek depois de ouvir essas palavras, não hesitou mais em mudar a lei. Esther seria rainha.

— Arauto, anunciei nas ruas que a futura rainha de Jericó, nasceu. — ordenou o rei.

Os próximos dias em Jericó, foram de festa. Porque agora tinham a sua herdeira.

                 ***

     No dia da queda das muralhas

Caos. Essa era a palavra que definia o que estava acontecendo.

Não podia ser real, mesmo vendo de um das janelas que as muralhas de Jericó, estavam derrubadas, queria acreditar que era uma miragem, alucinação.

Seu reino não era mais invencível. E seu exército tinha vencer os hebreus. Tinha. E isso era praticamente impossível, o número de seu exército era muito inferior ao exército de Israel.

Em meio ao desespero, conseguiu sorrir.

Esther. O nome pairava na mente de Marek o tempo todo. Toda graciosidade e doçura dela...

E apesar de todo medo, ela estava  segurança. Longe dali, junto de Adele que a amava como uma mãe, que sempre a protegeria.

Voltou para a sala do trono, completamente vazia. Toda a corte, saiu correndo, desesperados, à espera de uma absolvição que não aconteceria. Para nenhum deles.

Nem mesmo para os monarcas.

Sentou em seu trono. Dez anos como um monarca. Último rei de Jericó, sua Jericó completamente destruída.

Apenas para Esther havia esperança, pois ela estava segura em Jerusalém.

Kalési o convenceu a sair do trono, embora ele não desejasse, aquele era o seu lugar, mesmo assim, foi se esconder nos aposentos dela. Estava se sentindo tão fraco, impotente.

Seu lugar era no trono, que havia sido de seu, pai, seu avô, bisavô, e todos os outros antepasssados, ele seria o último rei daquela geração.

Caminhou abraçado de Kalesi, certo de que havia feito a escolha certa. A mulher que estaria com ele até o ultimo segundo de sua vida, e que havia dado a ele, uma filha.

Tirou a coroa da cabeça, derrotado.

— Esther ficará bem. — Marek garantiu a Kalési.

— Como pode dizer isso com tanta certeza? — perguntou a rainha, incerta.

— Apenas acredito em nossa filha. Sempre tive a certeza de que ela seria especial, de que teria uma vida maravilhosa, de que seria muito feliz. Se morremos hoje, temos que acreditar que uma parte nossa ainda ficará aqui.

— Espero que esteja certo, meu amor. — ela respondeu esperançosa. — Nossa filha merece ser feliz.

— Estou certo. — Marek finalizou, e abraçou sua rainha

Havia valido a pena sua vida. Não por ter sido um monarca poderosos e temido, não pelos Deuses que ele descobriu tarde demais não eram tão poderosos, como ele sempre acreditou.

E sim por ter amado Kalési. E por  desse amor, ter nascido Esther:  uma menininha,  de olhos de céu, como os dele, sua princesa, que era a única chance de sua descendência seguir. E do seu sangue não desaparecer para sempre da face da terra.

Mesmo que ele e Kalési morressem, graças a Esther, aquele ainda não seria o fim.


Notas Finais


Amo Malési, amo muito ❤ ❤
Para esclarecer, eles dizeram que queriam ver a cor dos olhos da filha, porque antigamente os recém nascidos, não abriam os olhos assim que nasciam, levavam um certo tempo.
A profecia estava mesmo certa, Esther mulher de um líder: Otniel 😍 (Merodaque só não soube interpretar direito) 😂
Pretendo postar o capítulo do casamento antes do Natal, como estou quase terminando, acho que vai dar tempo. #casamentoother


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