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História Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo LIII.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Voltei com o 53! Na capa, a bela Joana, os gêmeos Esaú/Jacó, e o vilão Hyrum. Espero que gostem...

Capítulo 53 - Capítulo LIII.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo LIII.


Em Judá, mas precisamente em Hebrom, na casa de Otniel, Hadassa estava perto da mãe, enquanto ela cuidava das flores da varanda da casa.

— Mamãe, a titia Adele vai vir mesmo nos visitar? — perguntou Hadassa, a Esther.

— Acredito que sim... Eu espero que sim. Vai ser muito bom revê-la após anos. — respondeu Esther.

— Porque ela quase nunca vem?

Esther parou de regar as flores, e sentou em um banco. —  Senta aqui, meu amor.

A filha foi até ela, sentou em seu colo. — O cargo de Rainha mãe da Mesopotâmia a deixa muito ocupada. —falou a mãe, enquanto passava a mão pelos cabelos dourados da filha.

— O primo Joabe sente tanta falta dela... — comentou Hadassa, entristecida pelo primo. Joabe era o filho de Seraías e Tamar.

— Não fique triste, meu amor. Eu tenho quase certeza de que seu irmão Elias, voltará com ela. Ela com certeza sente muitas saudades do outro neto, de todos nós.

— Eu também sinto saudades dela, mamãe.

— Minha tia perdeu muitas pessoas na vida que amava, ela valoriza muito as que têm...

Esther abraçou a filha. Yarin logo chegou ao lugar, e sorriu com a cena da mãe e a irmã.

— "Yalin". — gritou Hadassa ao ver a irmã.

— Shalom. Vim buscar minha maninha linda, para ir comigo na rua do comércio. Posso?

— Pode sim filha, mas...

—Já sei, não devo demorar.

— Isso mesmo.

— Está certo, shalom, mãe.

— Shalom. Que Deus esteja com vocês.


***


Enquanto caminhava pela rua do comércio, com a pequena Hadassa, Yarin viu sua amiga, Joana.

Joana era filha da ex taberneira Adama, que viera para Israel, depois do fim da opressão mesopotâmica.

— Shalom, Joana. — disse ela.

— Shalom. Então, está mais calma?

Yarin riu e a assentiu. — Sim, eu estou.

Hadassa foi até Joana, e a abraçou.

— Shalom, pequenina.

— Tem notícias deles? — quis saber Joana.

Joana, por sua vez, era apaixonada por Jacó, mas ele nunca a viu de outra forma, só como  uma amiga. E ela... Não tinha coragem de se declarar, era tímida, e não era comum, as moças tomarem a iniciativa.

— Não... Meu irmão mandou um papiro dizendo que já chegaram à Babilônia, que conheceu a senhora Selima, e por enquanto só. Até outro papiro chegar...

— Você precisa ter paciência, Yarin.

— Não tenho mesmo, porque eu queria era está lá.

Joana sorriu, conhecia bem o jeito de Yarin, impulsiva, impaciente, mas era uma boa amiga, sincera.

— Um dia quem sabe, você vai?

— Deus te ouça, minha amiga.


                    ***


                   Babilônia

Maya não conseguia parar de pensar no que conversou com Elias, queria reencontrar a família, mas fugir... Seria injusto com a senhora Selima, que a tratava como uma serva, se tivesse sido comprada por outra pessoa, sua vida teria sido muito diferente, e talvez pior, muito pior. Na verdade, não conseguia parar de pensar em Elias... Será que estava apaixonada? Se apaixonar era assim? Não, ela era uma escrava, não era livre para nada, muito menos, para amar.

Era melhor esquecer o hebreu, não podia ir embora com ele, mas com isso estava jogando a única chance que tivera na vida, de ser livre.

Foi até o jardim, pensar um pouco, e encontrou o outro escravo da casa, era conhecido como "Israel", o mesmo que ela havia comentado com Elias, e mais a vez, ele em seus pensamentos...

— Olá Maya. — ele sorriu, e lhe entregou uma rosa de pétalas brancas.

— Obrigada, você é muito gentil.

Ficaram em silêncio, Israel a observando, e ela sentindo o aroma suave da rosa.

Israel e Maya eram amigos, gostavam da companhia um do outro, e ele era apaixonado por ela, mas não correspondido, a núbia gostava dele, mas não como ele esperava. Até que Maya o perguntou, sem pensar muito:

— Você realmente não sabe nada sobre seus pais?

A expressão de Israel se tornou triste, fazendo que Maya sentia certa culpa por perguntar aquilo novamente, sempre que o questionava, ele ficava daquele jeito, cabisbaixo, sempre que alguém o perguntavam sobre suas origens. Era escravo desde que se entendia por gente, nunca conheceu nenhum familiar, tinha uma marca nas costas feita com ferro quente,  para provar que ele era propriedade de alguém. 

— Nada mesmo. Sou um ninguém —  falou revoltado.

—  Não diga isso. — ela replicou. —  Israel é lindo nome.

— Mas será que esse o nome que minha queria?

— Isso não eu posso responder, mas como já disse outras vezes, Israel é um hebreus mais importantes da história de nosso povo.

—  Você me contou que esse Israel que antes, se chamava Jacó, foi muito corajoso, lutou com um anjo. — Israel recordava a história. — Teve vários filhos, que se tornaram tribos, e seu nome, agora é nome de todo um povo. 

—  Seu povo, nosso povo. 

—  Curioso seus pais viverem lá, e não na Núbia. — comentou ele.

—  Em Israel, se aceitam qualquer  um que aceita Adonai como único Deus, não importa sua origem, e sim, sua fé.

Maya falava com ele desde que o conheceu sobre os costumes de Israel, mesmo depois de muitos anos longe, ela nunca esqueceu, Israel se cativou  com Maya, primeiramente, por isso, sua fé nesse Deus o deixava curioso a saber mais.

—  Mas, porque isso, agora? Falar das minhas raízes? Tem a ver com o hebreu que esteve por aqui? — perguntou, desconfiado.

— Sim. — ela respondeu, com sinceridade. — Elias é filho de Otniel, o juiz de Israel, o líder.

Israel olhou ainda mais desconfiado para ela.

— E me deixe adivinhar? Esse tal, Elias lhe encheu de falsas esperanças? Ideais sobre liberdade.

— Falsas esperanças!? —  ela balançou a cabeça em negação. —Não deveria ser tão pessimista assim, Israel. Você não quer ser livre?

— Liberdade é o que todo escravo deseja, mas ela chega para poucos. Hyrum nunca irá me deixar ser livre, e nem me vender, não agora que eu me tornei sua "mina de ouro", nas lutas.

— Isso é que você pensa, nosso destino está prestes a mudar completamente.

Israel meneou a cabeça, discordando daquelas palavras.

— Maya. — ambos escutaram a senhora Selima chamá-la.

— Vai lá, porque nosso destino é servir.

                             ***

Havia anoitecido na Babilônia, e Maya estremeceu ao ver Hyrum entrando na casa. Em nada se parecia com a bondosa senhora Selima, mas era seu filho mais velho.

Se parecia mesmo com o pai, o marido de Selima era um homem frio e asqueroso, Maya se lembrava, era um mesquinho, viciado em bebida, morreu a cerca de dois anos. Hamurábi, o filho mais novo, era diferente, gostava dela, e era bondoso como a mãe, mas Hyrum que a mal a dirigia o olhar, mas começou a mudou seu comportamento.

O que fez  Maya recordar "Maya, você está crescendo e se tornando uma moça linda, atrairá olhares dos homens" a senhora Selima, tinha avisado.

Era exatamente isso, Hyrum  começou a olhar para ela com desejo, a aparecer mais na casa da mãe, ele era um soldado se alistou no exército assírio. 

—Eu vim ver minha mãezinha.

—Tem me deixado muito feliz com suas visitas, filho. — Selima falou alegre.

— É porque eu amo muito à senhora.

— Sente-se conosco, Maya. — chamou Selima.

Ao sentar, notou o olhar malicioso do guerreiro para ela.

— Elias me deixou impressionado, meu amor. — comentou o marido de Naomi. — Ele sabe diferentes escritas, é muito diferente dos outros hebreus, é jovem, porém sábio. — comentou Hamurabi.

— Eu posso saber quem é esse tal de Elias? — perguntou Hyrum.

— Um hebreu, primo de rei. — contou — E também, primo de Naomi, e meu amigo, de Maya.

Hyrum olhou novamente para a núbia, a deixando desconfortável.

— Amigo de escravos. — Hyrum desdenhou de Elias.  — Quer dizer então que o rei Tiglate Pileser tem parentesco com hebreus? — perguntou Hyrum, surpreso. — Deve ser por isso que defende tanto esse povo.

Sem se importar que Naomi era hebréia, disse essas palavras.

Hyrum era um rebelde, desejava que a Mesopotâmia deixasse de ser governada por assírios, e que o poderio retornasse aos babilônicos, numa época de prestígio, como foi com o rei que levava o nome de seu irmão, Hamurábi.

— Para mim, está  ideal, Tiglate é um bom monarca. — o irmão respondeu a ele.

— Você é bajulador, isso sim. — disse ele, furioso.

— Nunca, o rei não quer saber de guerras, e eu muito menos. Eu sou  um simples escriba que vai viver numa terra de paz, em Hebrom. 

— Me esqueço que renegou suas orgens, e partirá para Canaã.

— Não de chama mais Canaã, e sim, Israel.

Hyrum deu de ombros.

— Que seja, mas eu não renegei meu povo, pelo contrário, lutarei pelo meu povo. 

Selima se entristeceu ao ver os filhos discordando, mas sempre fora assim, ambos pensavam de forma  divergente, e agora que Hamurábi se tornou um hebreu, as discordâncias aumentaram. Ela não gostava de ver discórdia entre ninguém, muito menos,  entre os seus filhos.

— Não briguem, meus filhos, uma família tem que viver em harmonia. 

— Não estamos brigando, mãe. — disse Hamurábi. — Apenas discordamos, porque pensamos de modo muito diferente...

                            ***


— Aqui está. — disse Maya, chegando com o jantar de Israel.

— Muito obrigada, Maya.

Era sempre assim, ela levava um prato até ele.

— Sua comida é muito boa.

— Obrigada, eu faço o que posso. — ela deu de ombros.

— Você é cheia de qualidades, e ainda é modesta. Não é justo com você, Maya.

Sem entender o que ele queria dizer, ela questionou:

— O que não é justo?

— Que você seja escrava.

— Não é justo comigo, nem com você,  e nem com ninguém.

— Fica aqui comigo, gosto de sua companhia. Ou tem algo pata fazer?

— Não tenho não, tá bom, eu fico.

Ao terminar, Maya caminhava oqra dentro da casa, quando Hyrum a abordou. — Aí está você, bela escrava.

Ela não respondeu,  mas a forma que ele a olhava, a constrangia.

— Venha comigo até o meu quarto. 

— Mas senhor, eu tenho que...

— Você é uma escrava, não tem que questionar o que digo, apenas obeceder. Você vai gostar, vou te ensinar muitas coisas...

Israel, que observava a situação de longe, não se conteve. Mesmo sabendo que poderia ser punido.

— Meu senhor, Maya, precisa ajudar a senhora sua mãe no tear. Elas ficam até tarde, tecendo.

Hyrum, olhou para Israel irritado: — Quem acha que é para dizer o que eu devo ou não fazer, escravo!?

— Eu não sou ninguém mesmo, mas a  senhora de Maya, é sua mãe, e ela quem ela deve obediência. 

Sabendo que era verdade, sua mãe era um obstáculo, o impediria de  realizar os desejos libidinosos que tinha por Maya, pelo menos naquele momento desistiu.

— E você deve obediência à mim. Não ouse perder uma luta. Se você morrer, terei um prejuízo imenso.

Israel começou como jardineiro na casa de Selima, mas desde que percebeu que ele era um rapaz forte, Hyrum o colocou para lutar.

Irritado, ele ordenou: — Desapareçam da minha frente, os dois.

                           

***

Na taberna, Elias pensava em Maya, sorrindo.

Jacó, que jantava ao lado dele, avisou: —  Vai esfriar a janta, primo.

—  O que disse, primo?

Jacó balançou a cabeça.  —  Claro que você não me ouviu? Está muito distraído, pensando em... Vamos ver se eu adivinho, Maya!?

— Estou, porque não é justo ela ser escrava, ela é uma princesa.

—  Você está apaixonado. —  falou sorrindo.

—  Eu a amo.

As palavras surpreenderam o próprio Elias, ele a amava, mas dizer era algo forte, ainda que não tivesse falado para ela, ainda. Soube que queria se casar com Maya no momento em que olhou para ela, linda com a pele escura e os cabelos encaracolados, um sorriso extraordinário e verdadeiro. A escravidão não a tornou amarga. Elias se lembrava de ter ouvido Boaz dizer isso, que soube que amava Rute desde o primeiro momento que a olhou nos olhos, parecia algo distante impossível talvez, seus pais por exemplo, o amor veio depois da amizade, mas aconteceu com ele.

— Ama? — Jacó perguntou, abismado.

— Isso é... Maravilhoso. Muitos homens não conseguem admitir o que sentem.

— E passam uma vida incompletos, não devemos perder tempo, eu encontrei a mulher que eu quero me casar, que quero que seja a mãe de meus filhos, e eu não vou deixar ela escapar. Não mesmo.

— Por falar em amor. Existe um outro tipo de amor, de família, e de irmãos, e o Esaú? Até quando vai continuar essa briga de vocês?

— Eu não sei, amo meu irmão. Não queria que as coisas chegassem a tal ponto.

Esaú havia partido para o palácio na Assíria, o que era estranho, os dois estavam sempre juntos. Mas aw coisas estavam estremecidas, já que os dois se apaixonaram por Yarin. 

— É, mas essa competição entre vocês, sempre existiu, eu me lembro bem, crescemos juntos. Principalmente nos treinos. — acrescentou.

— Mas no treino é normal, só vamos nos tornar bons guerreiros, se levamos os treinos à sério, treinar pesado, com um bom adversário. Mas, a gente sempre se respeitou.

— E porque que dessa vez está sendo diferente? A Yarin não se sente bem, pode ter se divertido no começo, mas cansou.

— Ela está amadurecendo. — reconheceu Jacó.

Elias assentiu concordando. — Vocês deveriam também. — disse. — Você ama minha irmã, Jacó?

— Desse jeito que você ama a Maya?

Elias assentiu. 

— Não, sinceramente não, acho que não. — respondeu Jacó.

— Se você nem sabe que a ama, então porque essa guerra contra seu próprio irmão? Estão fazendo jus ao nome, se comportando como os primeiros Esaú e Jacó, filhos de Isaque e Rebeca. 

Jacó ficou pensativo refledindo as palavras de Elias, que mudou de assunto:  — Meu plano é ir para Nivine com Maya, depois seguir para Núbia, com minha tia avó Adele, antes de voltar para Hebrom.

— Mas esse Hyrum parece um problema. Se ele comprou, Maya, pode não desejar vê-la livre. E ainda tem senhora Selima...

Elias suspirou.

— Eu encontrei uma solução. Sugeri que Maya fuja comigo, dei um tempo para ela pensar, enquanto vou para o palácio. Você viaja amanhã comigo, para Nivine?

— Estava decidido a ficar na Babilônia, mas depois de te ouvir, pensei melhor, Elias. Eu vou para Assíria com você.

Elias sorriu, alegre por ter convencido o primo.

— E eu espero que quando voltarmos para Israel, você e Esaú, estejam unidos, como sempre foi.

— Farei o possível para que isso aconteça. — garatiu Jacó. — E, também vou olhar ao redor, Yarin é uma moça maravilhosa, mas existem outras moças em nossa tribo...

— Com certeza, outras moças de Israel se interessaram por você, sem que percebesse. 

— Será mesmo?

— Claro, é só olhar em volta.




Notas Finais


Como ficou claro Esaú e Jacó estão apaixonados por Yarin, mas ela não está por nenhum deles, Jacó ao voltar para Israel, irá se apaixonar por Joana? E com quem será que a ruiva ficará? O escravo Israel só sofre 💔 E alguém já tem alguma suspeita de quem seja os pais dele? Até mais, meus queridos leitores.


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