1. Spirit Fanfics >
  2. Estrelas do Céu de Abraão >
  3. Capítulo LV.

História Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo LV.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 55 - Capítulo LV.


Naquela tarde, quando bateram na porta, Selima tecia, assim Maya foi abrir a porta. Maya sentiu o coração disparar ao ver Elias em sua frente. Ele estava de volta. 

— Vem comigo. — falou e a conduziu até o lado de fora da casa.

— E então? — perguntou.

Ela o olhou nos olhos. — Não posso escolher, sinto muito.  Elias, não posso abandonar minha senhora.

— E se eu te disser que estou apaixonado por você? Eu estou, Maya, quero me casar com você, te levar embora para minha terra, minha cidade, Hebrom de Judá em Israel.

— Elias, não faça isso, não brinque com uma coisa dessas.

— Porque acha que estou brincando, eu não estou brincando, Maya, é verdade, você que despertou um sentimento que eu não conhecia, o amor...

Logo, a senhora Selima apareceu na porta. — Olá Elias, entre. — ela disse, desconfiada. — Veio falar com meu filho Hamurabi, não é? — perguntou.

— Não, hoje eu vim falar com a senhora, mesmo.

— Está certo, Maya, pode ir. Faça um chá para nós, sim?

Antes que a serva se retirasse, Elias interveio. — Muito obrigado, senhora Selima, mas não quero chá, e na verdade, eu gostaria que Maya ficasse, ela é o motivo dessa conversa.

— Bem, se é assim, sente-se, Maya.

Sem entender, ela sentou. O que Elias faria?

— A senhora sabe que eu vivo em Israel, na terra de Judá. — iniciou. — E eu vim para Aram Entre Rios para rever minha tia avó Adele, e também, conhecer a biblioteca de Assur, e a cidade da Babilônia. A verdade é que a sabedoria dos mesopotâmicos me impressiona!

— O rapaz é culto, isso é fato. Parece até um sábio.

— Eu peço sabedoria à Deus, para ser sempre justo, assim como meu pai, ele precisa ainda mais, é um juiz.

— Seu Deus tem ouvido, e atendido suas orações. 

— Parece que foram os Deuses que te trouxeram, ou o seu Deus, fato é que... Eu estava mesmo preocupada com o futuro de Maya.

— Eu percebi que estava sendo egoísta, queria que Maya estivesse sempre comigo, mesmo sabendo que... um dia eu irei faltar.

As palavras de sua senhora, surpreenderam Maya. E também à Elias 

— Mas isso pode mudar. — disse ele. 

— Eu estou sendo muito sincero, eu quero me casar com Maya. 

— Eu já esperava por isso, desde o primeiro dia, vi a forma como vocês se olharam. Você também desejar se casar com o rapaz?

— Sim, eu quero.

— Estou muito feliz que tenha encontrado alguém tão bondoso como Elias. Tudo que eu peço é alguns dias, irei resolver a situação.

— Garanto que Maya será sua esposa.

— É tudo o que eu mais desejo na vida.

— Eu quero que seja feliz, mas não quero ficar sozinha...

— Mas a senhora tem seus filhos. — Maya a lembrou.

— Não tenho não, criamos o filho para o mundo, e não para nós mesmos. Mas eu não vou impedir você te ter sua vida, Maya, de ser feliz. Vou me mudar para uma colônia em Ur, ficarei lá. 

***

A noite, quando Hyrum chegou a casa, Selima contou sua decisão, deixando seu primogênito incrédulo.

— Isso não pode acontecer! — exclamou.

— E por que não? — Selima perguntou calmamente.

— Pagamos caro por essa escrava... E agora, ela sai livre para se casar... Com um hebreu? — Hyrum demonstrou toda sua indignação.

— Sim, eu sou sua senhora, e decidi que será assim. Maya é jovem, vocês meus filhos, me deixaram. Casando com Elias, ela terá um futuro garantido. Tenho um carinho muito especial por essa jovem, quero que ela seja feliz, que tenha uma vida digna quando eu faltar.

— A senhora enlouqueceu! Não irei permitir isso d jeito nenhum! — gritou Hyrum, com ódio e saiu de casa, batendo a porta com força.

***

Na manhã seguinte, Maya preparou o desjejum e estranhou que a senhora Selima ainda não havia se levantado. 

Naomi entrou na cozinha, sorrindo. — Bom dia, Maya. — disse ela.

— Bom dia, Naomi. O desejum está pronto.

— Uma pena, eu gostaria de te ajudado. E onde está minha sogra?

— Bom, se ficar aqui, terá outras oportunidades... Sobre a senhora Selima...  Faço a mesma pergunta, essa hora, ela já está acordada. — Maya contou.

— Eu estou feliz por me dar bem com ela, Selima me tratou com uma filha. E tenho certeza de que Esther, gostara muito de você, Maya. 

Maya sorriu, estava ansiosa para conhecer a mãe, o pai e os irmãos de Elias.

— Eu vou chamar a senhora, ela pode estar indisposta.

Foi até o quarto bateu na porta, não houve resposta, preocupada ela abriu a porta.— Senhora Selima. — ela chamou.

Ao tocar percebeu que ela estava imóvel, e fria, o coração não batia. Maya começou a chorar ao perceber que a senhora Selima morreu enquanto dormia.

— Naomi. — ela gritou. — Naomi venha até aqui.

A senhora Selima, ela... — Maya não conseguiu terminar de falar, chorava muito. Isso fez com que Naomi notasse. — Ela morreu?

Maya assentiu. 

— Não!  Minha sogra! E eu nem tive tempo se conhecê-lá.

— Pelo menos ela te conheceu, e viu que o filho se casou com uma boa moça, e que vai cuidar de Hamurabi.  

— Cuidaremos um do outro.

Maya assentiu. — Precisamos avisar Hamurábi e Hyrum.

***.

Israel e Maya, foram ao enterro da senhora Selima. Ambos choravam.

— Ela era tudo para mim, tudo. — a jovem núbia, disse abraçada a Israel.

— O que será de mim, agora?

Irsael estava em choque, gostava de Selima, ela era gentil, não o tratava por ser um escravo, diferente de seus outros, e ver Maya sofrendo daquele jeito, o machucava. — Eu estou aqui, com você, sempre estarei. — ele sussurrou para ela.

Viu quando Hyrum se aproximou. — Não precisa fingir as lágrimas, Maya, estava esperando mesmo que isso acontecesse. — disse ele, surpreendente era o fato de que ele não chorou a morte da mãe. — Vamos embora, Maya.

A núbia olhou para Hyrum sem entender, assim como Israel.

— Ir embora para aonde? Maya era serva de sua mãe, dê a liberdade à ela. — interveio Irsael.

— Acontece que agora, sou seu dono. E digo que virá comigo! Para onde eu quiser!

Ele segurou a núbia pelo braço com força.— Você é culpada pela morte de minha mãe. E será castigada por isso.

— Desgraçado! Larga ela! — Israel gritou enfurecido.

Hyrum olhou para ele, com olhar de superiodade. — Maya é minha escrava. Assim como você, ambos tem que me obedecer.

Elias chegou e escutou as palavras do babilônico, e replicou: — Mas eu não, eu sou um homem livre, e totalmente contra qualquer tipo de opressão, por isso, exigo que os liberte! Os dois!

— Um hebreu querendo dar ordens à um senhor de escravo! Irônico, seu povo também nasceu para servir, e não vai demorar muito, a Mesopotâmia vai acabar com vocês, assim que monarca sensato subir ao trono.

— Isso não aconteceu, e Tiglate é um monarca poderoso, não perderá o trono para rebeldes. —replicou Elias.

— Hebreus não tem poder nenhum por aqui. Estamos na Babilônia, desapareça da minha frente, ou chamarei os guardas.

— Irei, mas isso não ficará assim, se preciso falarei com rei!

Hamurábi se aproximou com Naomi, impressionado com o comportamento de Hyrum.   — Você não tem direito sob esses dois, meu irmão, uma situação como essa... Perdemos nossa mãe, e você continua assim? Frio, implacável?

— Isso não ficará assim, eu prometo Maya. — prometeu Elias. Confie em mim, e em Deus, antes de tudo, em Deus.

***

Israel foi para o jardim, enquanto Maya entrou na casa, sendo seguida por Hyrum.

— Aquele seu amiguinho me irritou muito! Por acaso, é seu amante? — perguntou irado.

— Não, Elias é meu amigo. 

Ele olhou para a escrava, agora ela era sua. — Desde quando escravos tem amigos? 

Maya ficou em silêncio, sempre ouvia as pessoas falarem de escravos como seres inferiores, que deviam apenas servir, e não ter vida própria, sonhos, desejos,  mas Elias fez exatamente o contrário, fez ela pensar em igualdade e em liberdade.

— Responda-me, é uma donzela? — quis saber.

Sem dizer uma palavra, ela fez sinal de positivo com a cabeça.

Um sorriso presunçoso foi o que surgiu dos lábios do rebelde.

— Claro que é. Sabe, eu poderia entregar você para o mercado de esposas,  você é bela, jovem, e pura, teria um punhado de ouro, mas... Eu te desejo tanto, Maya, tanto, você nem imagina o quanto! Eu quero te fazer minha. Então, prepare-se, pois deixará de ser donzela, essa noite. Farei de ti, uma mulher, minha mulher. Será esse o seu castigo, escrava.

Maya estremeceu de medo diante daquelas palavras.

— É a primeira vez que estarei com uma núbia em meus braços, quero muito descobrir se as núbias são fogosas. Continuará cuidando dessa casa, e a noite me servindo em minha cama. Sabe, um soldado se cansa muito, depois de meses, será bom chegar aqui e encontrar um corpo delicioso como o seu, é diferente das prostitutas, você será só minha.

Maya correu para seu quarto, trancou a porta, e deitou em sua cama, chorando. De serva, agora seria uma prostituta?

Escutou barulhos em sua janela, e ao abrir, se deparou com Elias. — Elias!?

— Vem até aqui. — ele a chamou.

— Não posso, Hyrum não deixará.

— Maya, eu preciso falar com você, vem logo.

Antes de sair, viu Hyrum caído no chão desacordado, e Hamurábi perto dele, junto de Naomi.

— O que aconteceu com ele? — Maya perguntou à eles.

— Eu tive que fazer isso, meu irmão não os libertaria nunca. Agora vá logo, antes que ele acorde. Elias te espera lá fora.

— Chamarei Israel para fugir com vocês. Ele certamente está no jardim... Não demoro. — Naomi disse, e saiu.

— Obrigada Hamurábi.

— Fiz o que é certo. Agora vá, nos vemos em breve.

Assim que saiu, encontrou Elias na porta. — Graças à Deus, Maya, acabou sua escravidão, fuja comigo.

— Antes eu diria não, por minha senhora, ma agora... Nada mais me prende a esse lugar, vamos embora!

— Espera, Naomi foi chamar Israel  para ir conosco, senão ele nunca será livre.

Israel veio correndo. — Hyrum irá atrás de nós, em busca de vingança. — alertou Israel e olhou para Elias, desconfiado. — E não sei se posso confiar em você.

— Saiba que Elias não se curva ao preconceito, a injustiça, a opressão. 

— Vamos, antes que Hyrum apareça.

Meio contraído Israel, os acompanhou.

***

Já na embarcação, Elias tentava puxar assunto com Israel. — Israel, nunca tivemos a chance de conversar, mas estive em uma de suas lutas. É um exímio lutador. 

— Não sabia que gostava de lutas, que se diverte com o sofrimento alheiro, dois homens lutando para se manter vivo. — o ex escravo falou sério.

Elias logo esclareceu a questão. — Eu não gosto, fui por curiosidade, e sinceramente, não gostei nem um pouco do que presenciei.

— Eu não tinha muita escolha, ou lutava, me defendia, ou eu morria. 

— Imaginei que fosse assim.

— Você não faz ideia, é filho de um líder.

— Meus antepassados foram escravos, meu avô paterno Quenaz, foi escravo na terra que estamos à caminho, na Núbia. Eu posso nunca ter sentido a escravidão na pele, mas foi por muito pouco, porque meu pai foi para guerra...

— É, você tem sorte. — Israel o interrompeu.

— Não é sorte, apenas o povo reconheceu o pecado, clamou ao Senhor por una libertação

— Quase foi escravo, mas não foi, então não venha me dar lição de moral, príncipe.

— Não sou príncipe... — Elias falou, mas Israel saiu, antes que ele terminasse.

— Israel espera... — pediu Maya.

— Maya, deixa, eu entendo a reação dele, ele não teve uma vida fácil, mas agora isso vai mudar. 

Maya assentiu e ficou em silêncio, preocupando Elias: — O que foi?

— Estou pensando no que Hyrum me disse... Que eu sou culpada da morte da senhora Selima.

Elias balançou a cabeça, discordando de suas palavras. — Isso não é verdade Maya, não é, ele só disse isso para te deixar assim, sentindo culpa, ela cumpriu sua passagem pela Terra, morreu tranquila, enquanto de dormia, sem sofrimento, sem dor.

— Você tão razão Elias, aliás sempre tem, é um rapaz muito sábio.

— Minha sabedoria, e tudo o que sou, vem da minha entrega total à Deus. 

— Será que um dia eu terei essa fé? — ela quis saber.

— Qualquer um pode ter. — Elias disse à ela.

— Meu pai também, tem uma fé que impressiona, eu me lembro. — Maya recordou, nostálgica. — Para aonde vamos? — perguntou Maya.

Com um sorriso, respondeu Elias:

— Primeiro, para a Assiria, o palácio em Nivine. E depois, para a Núbia. Finalmente você vai conhecer a terra de seus pais, se quiser, depois iremos para Israel. 

— Eu não trouxe minhas roupas, também eram poucas, e a maioria estavam surradas.

— Não se preocupe, você ganhará roupas novas, na Núbia certamente Bomani a vestirá como uma princesa.

Maya sorriu. — Eu mal posso acreditar, que logo estarei na Núbia, e depois vou encontrar meus pais, porque sim, quero ir para Israel.

— Confesso que estou ansioso para conhecer a Núbia, também. — comentou Elias.

— O que fez você sair de Israel, e vir para Mesopotâmia? — ela perguntou?

— Não sei ao certo, eu simplesmente sabia que precisava vir para Mesopotâmia, para Babilônia, precisava fazer essa viagem....

 E então, eu te conheci, e tudo fez sentido. 

— E salvou a minha vida, me devolveu minha liberdade. Serei eternamente grata a você, Elias.

Elias sorriu, e se aproximou mais dela. — Estou apaixonado por você, Maya.

E ali, sob o céu estrelado, eles se beijaram pela primeira vez.





Notas Finais


A ideia desde o início era a de que a Selima morreria mesmo, mas vocês querendo que ela fosse para Israel, mas não desistam de mim. Elya fugiu e Israel foi junto, apesar de não gostar do Elias... E teve primeiro beijo Elya 💏


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...