1. Spirit Fanfics >
  2. Eterna aliança >
  3. Um fio de esperança

História Eterna aliança - Um fio de esperança


Escrita por: Shays

Capítulo 22 - Um fio de esperança


Fanfic / Fanfiction Eterna aliança - Um fio de esperança

O sol surgiu finalmente. Gotas de chuva pingavam das árvores e o vento trazia o cheiro do mar.
— Venha, Izume, vamos à praia.
Com alegria forçada, correu atrás dele, colocando na voz um entusiasmo que não sentia. Não teve retorno.
— Não quero. Quero ir à praia do tio Sasuke.
— Outras pessoas passam as férias lá. É como aqui na vila.  Vêm para as férias e depois voltam para casa. Elas também ficam tristes, não é? Que bom morarmos aqui todo o tempo.
Izume a fitou, revoltado.
— Podíamos morar na casa da praia de tio Sasuke todo o tempo.
— Aquela casa era apenas para as férias. Esta é nossa casa e temos sorte em tê-la, Izume. Muita gente tem que morar na cidade, onde não existe praia.
— Não gosto dessa praia. Não tem piscina e não tem o tio Sasuke. — Os lábios tremiam.
— A nossa praia tem ondas — disse, animada.
— Mas não tem meu tio — protestou. — Tio Sasuke não quer mais a gente?
Tentou encontrar palavras que fizessem sentido para uma criança de 4 anos, mas eram palavras cruéis. Ainda assim, que outra alternativa tinha a não ser dizê-las? Dar falsas esperanças a Izume seria ainda mais cruel.
— Seu tio não pode mais ficar conosco — começou, cautelosa. — Tem obrigações. Tem que ser um príncipe agora e não um tio. Ficamos juntos apenas nas férias. Só isso.
As palavras pareciam falsas, até mesmo para seus
ouvidos.
Umas férias. Nada além. Férias mágicas, maravilhosas. Saber que nunca se repetiriam era tão angustiante...
Mas acima de tudo, não deveria dizer as palavras que pediam para serem ditas. Qual o sentido de dizê-las? Qual o sentido quando, no escuro, sozinha na cama em que no passado sentia-se feliz, solitária, solteira, distante da magia que vivera? Qual o sentido, insone e desesperada, de deixar as palavras vibrarem em sua mente, cada uma delas a agonia da perda?
A única maneira de enfrentar o resto da vida era nunca dizer tais palavras. Nunca pensar nelas ou a destruiriam.
Resoluta, entrou para pegar as coisas para levar para a praia, a dor e as lembranças consumindo-a.
Levou Izume  à praia, sob protestos dele. Tinha esquecido como o vento podia ser frio mesmo nessa época do ano, início do verão. Montou uma barraca nas rochas trazidas pelas forças geológicas, ao longo de muito tempo.
Olhou o mar.
Onde estaria? Em algum resort da moda em Monte Cario, no Caribe, algum lugar exótico? Em meio à alta sociedade, com mulheres sofisticadas, lindas, do tipo que ele, o príncipe playboy, costumava sair, levando a vida para a qual nascera?
Pare. Não importa.
Não importa onde esteja, com quem esteja ou o que faz.
Não importa.
Nunca mais vai importar, pelo resto de meus dias.
Sacudiu a manta; prendeu as pontas com um livro, sapatos e bolsa.
— Quem quer nadar?
— Está muito frio — disse Izume, sentando-se na manta e enrolando-se numa toalha.
— Então vamos fazer uma ferrovia. Que locomotivas trouxe?
— Não quero trens, quero meu forte. O forte que tio Sasuke fez comigo.
O coração de Sakura doía. Carinhosamente, explicou:
— Não podíamos trazê-lo. Era grande demais, esqueceu? Mas trouxemos os cavaleiros. Isso não é ótimo? — concluiu, incentivando-o.
— Mas eu quero o forte que eu e meu tio fizemos juntos, com as torres, a ponte levadiça.
Sentia o coração oprimido. Lá estava ela novamente no calor e no sol — a irmã feia que, miraculosamente, transformara-se em "Cinderela". A "Bela Adormecida" esperando ser beijada pelo mais bonito príncipe do mundo.
Não. Angustiava-se. Não devia pensar. Fim. Um sonho, um conto de fadas que chegara ao fim. Não devia pensar em contos de fadas. Eram irreais.
Respirou fundo.
Aquele lugar era a realidade: aqui, agora, com Izume . Tentou animá-lo, recusando-se a deixá-lo triste. De que adiantaria ele ficar desanimado? De que adiantaria ela ficar desanimada? Tinham que seguir vivendo.
— Não temos mais o forte, mas temos os trens. Então vamos montar uma ferrovia.
Começou a cavar a areia, formando estradas para Izume  dirigir suas locomotivas. A areia estava fria e úmida; na vila Esmerald Beach era quente e seca.
E Sasuke ajudava Izume a fazer os trilhos.
— Vamos, Izume, me ajude.
Desanimado começou a ajudar, com expressão infeliz. Sakura
ignorou, pois precisava alegrá-lo, deixá-lo alegre, entusiasmado. Que alternativa tinham? Ajoelhou-se na areia, observando o mar, o vento desalinhando-lhe os cabelos.
A aparência já estava mudando. Sem os cuidados de estilistas e esteticistas, voltava a ser seu antigo "eu". Não se importava.
Izume não se importaria com sua aparência.
Nem ele nem ninguém.
Nunca mais.
— Onde faço a estação de trem?
— Não sei. — Sentou-se a seu lado. — É um trilho estúpido e não ligo onde a estúpida estação fica. Estúpida, estúpida, estúpida. — Com a espada, espalhava a areia em todas as direções.
— Eu a colocaria antes das linhas de trem. Esse é o lugar certo para uma estação.
A sugestão foi dita numa voz 'rouca e  profunda"
-Sasuke kun!!

                   
                          ......



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...