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História Eterna aliança - Imune a ela


Escrita por: Shays

Capítulo 7 - Imune a ela


Fanfic / Fanfiction Eterna aliança - Imune a ela

Sakura encaminhou-se a uma cadeira próxima. Esperava ter a sala de jantar só para ela e Izumi.                  
Sentia-se extremamente sem jeito com a presença do príncipe. Tentou não olhá-lo, mas era difícil não sentir a presença dele na sala. Mesmo que não tivesse sangue real, seria impossível ignorá-lo.
À luz do dia parecia ainda mais alto, mais bonito. Usava jeans de grife, cabelos rebeldes na altura da nuca e camisa de gola aberta feita sob medida. Imediatamente percebeu como estava mal vestida em comparação a ele. A calça  e a blusa, de uma aldeia de lojas populares, deviam ter custado menos que o lenço com monograma que ele usava.
Pelo menos, não dava a mínima atenção a ela. Só prestava atenção a Izumi, ajudando-o a construir a torre.                                                                     
Ressentimento e vergonha disputavam a primazia. Izumi conversava, confiante, sem nenhum traço de timidez. Nesse sentido, era parecido com Ino. Era surpreendente que o temperamento alegre de Ino não tivesse sido corrompido pela criação, apesar do jeito como os pais a mimavam, obcecados por ela. E embora fosse alegre, sabia o que queria, e o que queria era ser modelo, levar uma vida excitante e glamourosa. E foi o que fez, ignorando o temor dos pais e partindo em busca da vida que desejava.
E do homem que desejava.
Mais uma vez, espantou-se. Ino namorara um príncipe de Kanoha e ninguém soubera de nada. Nem a família dele e, muito menos, a dela.
Como conseguiram? Devia ser muito diferente do irmão. Apesar de não tê-lo reconhecido, ouvira falar de sua reputação. O príncipe playboy. Realmente era bonito e merecia o título. Alto, ombros largos, cabelos escuros e feições sérias e fria.
E que olhos onix...
Escuros, cílios longos, se observados de perto.
Desviou o olhar. A aparência não tinha importância, não lhe dizia respeito. Só devia preocupar-se com o tempo que teriam que esconder-se até poderem voltar para casa.
Izumi interrompera a construção da torre. Olhava o ajudante, curioso.
— Você é mesmo meu tio? No ato, Sakura ficou tensa.
— Sim — respondeu Sasuke, com naturalidade. — Pode me chamar de tio Sasuke. Meu irmão era seu pai, mas morreu num acidente de carro. Sua mãe estava junto.
— Eu estava crescendo na barriga dela; aí eu saí e ela morreu.
O príncipe observava com atenção o sobrinho, como Sakura podia constatar, prendendo a respiração. Por favor, por favor, não diga nada sobre realeza.
Não fazia o menor sentido Izumi saber. Não faria diferença. Quando fosse mais velho, precisaria, mas, até lá, seria desnecessário.
Então, para seu alívio, Izumi mudou de assunto.
— Terminamos a torre. O que vamos fazer agora? Parecia tomar por certa a contribuição do ajudante.
Mas o príncipe levantou-se.
— Desculpe, Izumi. Não tenho tempo. Preciso partir em breve e conversar antes com sua tia.
Lançou um olhar para a tensa figura sentada no apoio do braço da cadeira. Sakura levantou-se desajeitada e Sasuke descobriu-se a olhá-la sem o menor prazer.
Como uma mulher podia ser tão pouco interessante? Desviou os olhos; não percebeu quando ela corou.
— Por aqui, por favor — disse, dirigindo-se à porta.
Entrou num aposento que, evidentemente, era a biblioteca, segurando a porta para Sakura, que passou apressada por ele. Posicionou-se em frente à lareira. Ela ficou imóvel, no meio do aposento.
— É melhor sentar-se.
A voz era fria, distante, formal.
Ela ficou ainda mais tensa. O jeito descontraído com que tratava Izumi desaparecera por completo.

- Sobre o que queria conversar? Tomara que a informasse por quanto tempo ainda precisariam ficar ali. Esperava não ser por muitos dias. Queria levar Izumi de volta para casa, para a normalidade, para o chalé, onde ela tentaria esquecer quem era o pai dele.
Sentou-se num confortável sofá de couro. O príncipe continuou de pé. Parecia muito alto. Sakura gostaria de ter permanecido de pé também.
Ele começou a falar:
— Espero que tenha começado a se habituar à novidade. Entendo que deve ter sido uma surpresa e tanto...
— Ainda não posso acreditar. Parece inacreditável. De que forma Ino conheceu o príncipe?
O príncipe arqueou a sobrancelha.
— Não é tão inacreditável quanto imagina. Graças à carreira de sua irmã, ela devia freqüentar os mesmos ambientes de meu irmão.
Conseguia interpretar com clareza a expressão que dizia que a vida de Ino estava a quilômetros de distância da sua.
— Agora que está ciente da situação, deve entender que o bem-estar de Izumi é prioritário.
A expressão de Sakura tornou-se severa. Será que achava que ela não sabia?
— Por quanto tempo teremos que permanecer aqui?
Houve uma pausa, antes de o príncipe responder. Sakura não se importava se o ofendera fazendo a pergunta abruptamente. O simples fato de estar no mesmo aposento que ele a deixava tão envergonhada que tudo que desejava era diminuir o período de convivência. Além disso, não queria deixar Izumi sozinho mais do que o necessário.
— Suponho que a história venha à tona a qualquer momento. Duvido que possa ser adiada... Quanto ao tempo que permanecerá... — Deu um suspiro profundo. — Isso depende de quanta informação a imprensa tiver.
Os olhos de Sakura brilharam. Era algum tipo de comentário sutil sugerindo que ela pudesse dar entrevistas ao voltar para casa?
Mas o príncipe prosseguia:
— A imprensa briga entre si, um tentando sobrepujar o outro, atualizando matéria antiga e tentando dar um "furo" exclusivo para tornar sua história a mais atraente, pelo maior tempo possível.
O tom de amargura na voz dele era evidente. Claro que falava por experiência própria. O príncipe Sasuke não fora forçado a ter um estilo de vida de playboy e se não gostava de ser perseguido pela mídia, não deveria viver como vivia. Mas Izumi era inocente, uma criança.
Sentia um forte instinto maternal. Izumi não tinha culpa se o príncipe Kagami ficara interessado em Ino e a engravidara.
— Quanto tempo vamos precisar permanecer aqui? — inquiriu-o novamente.
— O período que for necessário. Não posso dizer mais do que isso. — A expressão mudou. — Vou hoje para Konoha para manter meu pai informado. Você e meu sobrinho ficarão aqui. Serão bem cuidados, mas não têm permissão para deixar a casa.
— Por acaso, acha que eu quero encontrar algum jornalista?
— Mesmo assim — respondeu em tom implacável.
Será que os Uchiha achavam que ela queria que aquele pesadelo fosse verdade? Será que realmente achavam que faria algo para piorar a situação já tão desagradável?
Não lhe interessava a opinião do príncipe Sasuke ou de qualquer membro da família quanto a suas intenções. No momento, não estava em condições de fazer nada, a não ser aceitar que ela e Izumi não podiam ficar em casa e sentir-se aliviada, até grata, pela rápida atuação dos Uchiha levando-os para longe.
— Entretanto — Sasuke retomara o discurso, no mesmo tom impessoal, seco. — Si?
Voltou a cabeça para a porta, aberta sem ruído. Um homem bastante jovem, mas forte e musculoso, com aparência de guarda-costas, disse que estava tudo pronto. Sasuke fez sinal com a cabeça e voltou-se para Sakura.
— Fui informado de que meu avião me aguarda e a decolagem já foi autorizada. Desculpe, preciso partir.
Sakura acompanhou-o com o olhar, frustrada por não saber quando poderia voltar para casa. Mas presumia que nem mesmo a família de Kagami sabia com exatidão o que a imprensa faria, em quanto tempo a história seria esquecida.
O príncipe Sasuke chegara a sugerir que ela talvez tentasse falar com a imprensa. Mas essa era a última coisa que faria.
Não valia a pena aborrecer-se. A realeza vivia numa redoma, a preocupação era compreensível.
Izumi parecia ter-se adaptado à situação e ela estava agradecida. Não parecia chateado por estarem trancados naquela casa.
Parecia satisfeito, nos dias seguintes. Sakura e Izumi passaram bastante tempo sozinhos. O capitão Óbito o homem que devia ser o guarda-costas do príncipe tinham desaparecido e ela não viu sinal de ninguém na casa, exceto dos eficientes empregados .
Ficou satisfeita por ser dona do próprio tempo. A mente parecia dividir-se. Por um lado, era o mais natural possível, brincava com Izumi, contava histórias, levava-o para nadar, sua diversão predileta. Havia uma piscina coberta no anexo da casa principal! Mas, por outro, a razão confundia-se com a emoção.
Ainda não havia se recuperado da surpresa, mas fazia o possível para disfarçar. Izumi, felizmente, era pequeno demais para compreender. Recebera a novidade de forma natural, como quando se mudaram. Ela era o centro de sua vida e bastava tê-la por perto para ficar feliz.
Entretanto, era inevitável que fizesse perguntas sobre o homem que dissera, sem a menor necessidade, ser seu tio.
— Para onde ele foi?
— Para Konoha. É lá que ele mora.
— Ele vai voltar?
— Acho que não.
Amaldiçoava Sasuke. Por que contara a Izumi ser seu tio? Obviamente qualquer criança ficaria interessada, especialmente se não tivesse outros parentes. Mas que outro interesse Sasuke poderia ter por Izumi, a não ser o fato de ser alvo de notícias que ameaçavam causar um escândalo envolvendo a sua família?
Izumi franziu a testa.
— E o capitão? Ele vai voltar? Ele brincava de trem comigo.
— Acho que não. Ele também mora em Konoha. — Sakura mudou de assunto. — Podemos tomar nosso lanche?
— Mamãe, isso é um hotel onde cozinham para a gente?
— Mais ou menos. — Foi a explicação mais fácil a dar.
— Gosto daqui — afirmou, com um olhar de aprovação. — Gosto da piscina. Podemos nadar de novo depois do lanche?
— Vamos ver.

                       ...

Sasuke parou diante de uma das janelas de seu apartamento no palácio. Tinha uma vista fantástica da marina, com seus iates iluminados e o elegante calçadão.
E pensar que o filho de Kagami estivera por ai, criado por uma mulher que nem sabia quem ele era.
Os pensamentos voltaram-se para o chalé simples de onde tirara o sobrinho. Ficara chocado ao encontrá-lo vivendo naquelas condições.
O filho de Kagami.
Como contara a Itachi, soubera assim que pusera os olhos nele.

— Não haverá necessidade de testes de DNA.
— Mas serão feitos. É necessário.
Sasuke dera de ombros. Podia entender, mas sabia que quando a família visse Izumi, teria certeza que ele era filho de Kagami.
— E a tia? Como está?
— Surpresa. É compreensível. Não fazia idéia. — Decidira não contar ao irmão que ela não o reconhecera. Itachi acharia engraçado.
— É provável que não esteja acreditando na sorte. — Havia uma nota de cinismo na voz de Itachi. A tia de Izumi não demonstrara nenhuma emoção, exceto descrença e temor diante da iminente publicação da notícia.
Então Itachi pegou uma das fotos profissionais de Ino Haruno, do dossiê entregue por Óbito , e examinou-a.
— Loira, bonita e ignorante como a irmã? — perguntou, em tom casual.
Sasuke arfou.
— Você está brincando. Ela é completamente sem graça.
O irmão riu, sarcástico.
— Ótimo! A imprensa não vai se interessar por ela. Não dará uma bela foto.
Sasuke, a atenção voltada para o último modelo do possante carro, estacionado ao longo da marina, ficou sério ao ouvir o comentário de Itachi. Era um jeito muito cruel de falar de Sakura, mesmo sendo verdade, Ela era um estorvo a ser resolvido em breve. Durante uma rápida reunião, o pai deixara claro sua intenção e instruções.
— Deixo em suas mãos a resolução do assunto. — Sasuke torceu o nariz. Não tomara aquilo como elogio.
— Você é o único que pode ir e vir livremente. Além disso, se tem mulher envolvida, você é o especialista, e, se não é interessante, melhor ainda, ficará imune a ela — disse Itachi, com um brilho sarcástico no olhar.
Afastou-se da janela. Sakura não lhe interessava.
Apenas Izumi.

                        .....


Notas Finais


Hai^^
Mais um capítulo, deixem seus comentários, para eu saber a opinião de vocês. Beijos💜💜


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