História Eternal Love - Prólogo

Sasuke estava sobrevoando as copas das árvores com seu falcão e, de lá, conseguia ter o vislumbre do monumento dos Hokages.

 
                Quando o dossel fechado das copas começou a revelar a trilha que levava até o portão principal, ele se despediu de Garuda e optou por fazer o restante do percurso a pé. 

Estava louco para ter um pouco de descanso, mas não sem antes repassar para Kakashi todas as informações que coletara em sua jornada. Eram muitas, mas estavam longe de serem as últimas. Ainda havia muito a se descobrir e, se preciso fosse, ele voltaria e conseguiria todas elas.

        Estava decidido que, de agora em diante, ele protegeria Konoha, sua vila, que há muito tempo quis destruir. 

                Sabia que não podia consertar seus pecados - não, suas atitudes passadas causaram danos irreparáveis demais para serem esquecidos - mas queria colocar neles um ponto final. Sabia, também, que não voltaria a ter a confiança dos aldeões, mas esse era o preço a se pagar.

 
                E ele o aceitaria. 

                Ao ver o enorme portão de Konoha, Sasuke não pôde evitar se lembrar das missões do time sete. Mas mal a lembrança veio, ele tratou de afastá-la de sua consciência.

 
                Ele seguiu caminhando e só parou quando os guardas da entrada da vila se alvoroçaram atônitos atrás do balcão onde monitorizavam a movimentação. Eram os mesmos guardas de que se recordava, embora não tivesse certeza sobre seus nomes. 

— Uchiha Sasuke?! — Um deles, cujo nome Sasuke supunha ser Hagane Koketsu, indagou.

 
                Sasuke ponderou informar que o Hokage o aguardava, mas preferiu poupar-se quando viu, logo à frente, alguém se aproximar. 

                Nara Shikamaru.

                Sasuke já estava ciente de sua vinda. 

— Koketsu. Izumo. — O Nara interveio. — Eu cuido disso a partir daqui.

 
                Sasuke o seguiu assim que o Nara retomou o trajeto pelo qual veio. O sol já sumia no horizonte, e o monumento dos Hokages parecia dez vezes maior se comparado há minutos antes, quando ele voava sobre seu falcão.

 
                Observou, pelo caminho, que quase tudo ali era novo. Pelo que soubera, a alguns anos, antes mesmo da Quarta Guerra Ninja, um dos membros da Akatsuki, Pain, destruiu toda Konoha. Levaram-se anos para que ela fosse restaurada completamente. Sasuke automaticamente pensou sobre o Distrito Uchiha. Shikamaru, ao seu lado, resolveu falar, como se adivinhasse seus pensamentos:

— Assim como tudo aqui, o Distrito Uchiha também foi reconstruído. — Informou. 

                Sasuke quase proferiu palavras azedas acerca do isolamento do distrito de seu clã em relação aos demais, mas sentiu que não tinha o direito; primeiro, porque ele o Nara nunca foram sequer simpatizantes um do outro, e segundo porque ninguém tinha a obrigação de manter o Distrito na vila. Ele chegou a duvidar disso muitas vezes, tanto que uma pequena parte sua esperava encontrar o nome Uchiha, bem como seu legado na vila, completamente esquecidos. 

                Quando Sasuke não disse nada, o Nara continuou. 

— Eu soube que Kakashi, Naruto e Sakura insistiram muito para que o Distrito fosse realocado para perto daqui. — Pausou. — Dois carpinteiros do País das Ondas lideraram as obras. Achei que devia saber sobre isso.

O Uchiha ouviu cada palavra com atenção e, pego de surpresa, lembrou-se do velho Tazuna à menção do País das Ondas. Lembrou-se, também, de como quase morreu naquela ponte e do sentimento estranho que causava tanta repulsa ao antigo Sasuke. Pois fora lá, enfrentando Zabuza Momochi e o usuário do kekkei genkai de gelo, que ele se sentiu verdadeiramente parte do time sete. 

Sasuke bufou, enquanto subia a escadaria, reconhecendo que seus antigos esforços de cortar seus laços com o time sete foram inúteis, no fim das contas.

Prova disso é que ele estava ali, agora, pronto para aceitar todo e qualquer sentimento que outrora foi suprimido pelo ódio.

Estava pronto para aceitar o incontestável: ele nunca estivera sozinho.

Shikamaru olhou para trás antes de obter a confirmação de que precisava. Sem rodeios, ele abriu a porta da sala do Hokage.