— Mostre-me a minha alma — disse para o espelho na parede. O meu reflexo mudava enquanto a imagem tremeluzia.
Era noite, escuridão. O campo era verde e o clima era úmido, a cadeira de ferro apontada para o céu. E lá estava eu pensando em como o firmamento conseguia refletir minha alma. As nuvens cinzentas se misturavam com o manto negro acima de mim. A luz da lua, cada vez mais fraca, criava a ilusão alvinegra e cruel de esperança.
Ela era a minha esperança.
Os lábios dela eram como navalhas passadas em meu pescoço, o sangue vertendo nos lençóis agora de cor carmesim. A vida se esvaia de mim a cada segundo que o liquido escarlate escorria pelas minhas mãos, o coração cada vez mais fraco. O tecido grudava em mim, me prendia a cama, eu me afogava sozinho em minhas próprias mentiras.
As estrelas.
Elas tinham conhecimento das minhas mentiras e trapaças. Tinham testemunhado cada palavra dita de má fé, cada olhar cheio de desejo e ganancia, todas as vezes que eu havia dito “Eu Te Amo”.
Amor.
Foi por causa deste maldito veneno que eu fiquei assim. Veneno que me satisfaz de uma forma terrivelmente linda e mortal.
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