(NARRADO POR SANTA MARIA)
Ao acordar saí bem devagar do quarto. O relógio já marcava umas nove horas da manhã. Queria fazer uma surpresa para meu inglês. Rodei a casa toda procurando um cômodo da casa que nunca tinha me preocupado em visitar: a cozinha. Tudo bem que não sabia muito fazer muita coisa por lá, mas acho que posso me virar.
Richard passou pela porta da cozinha tentando me encontrar.
- É você meu amor? Venha tomar café. Acabei de coar. -Falei lhe chamando.
Ele jogou o pente que usava para acertar seus cabelos sobre uma cadeira, veio até mim e me deu um longo beijo.
- Pensei que tivesse sonhado acredita Santa Maria? Quando acordei e vi que você não estava no quarto... -Foi interrompido pela sua "francesa".
- Achou que eu tivesse fugido de você é? Pois não pense você que vou te deixar livre mais não! Você agora vai me aturar para o resto da vida.
Sorrimos e nos abraçamos.
- Não sabia que você cozinhava. -Ele falou olhando para o café.
- E não cozinho mesmo... -Fiz uma expressão séria e logo corrigi minha fala. - Quer dizer, eu não cozinho tão bem como a Florencia mas sei fazer algumas coisinhas.
Peguei o café e as xícaras e sentei ao lado do meu homem, servi a bebida e ficou esperando que ele terminasse de beber para saber sua reação.
- Está um pouco doce demais Santa Maria! -Ele esbravejou.
- Oh gente! Mas eu nem adocei.
- É brincadeira! Está ótimo.
- Que bom que gostou! -Falei sorrindo e massageando sua mão.
Em súbito, Richard quebrou o silêncio que começamos sem querer.
- Bom, vamos ao mercado comprar as coisas para o almoço. Já está quase na hora.
- Hoje o almoço fica é por minha conta! -Levantei da cadeira com uma mão na cintura e outra no peito.
- Santa Maria... -Ele se levantou junto com uma expressão de repreensão, mas também risonho. - Não é porque você conseguiu fazer um café que vai conseguir também fazer um almoço, meu amor...
- "Oxe", eu vou conseguir sim! -Esbravejei. - Vamos logo ao mercado meu amor.
- Aí, aí, quero só ver no que isso vai dar! -Richard brincou.
Seguimos em clima de romance para o mercadinho que ficava a menos de uma quadra da nossa casa. Compramos várias coisas, que é para durar para o resto do mês. Richard veio reclamando, daquele jeito carrancudo dele próprio, que compramos muitas coisas e as sacolas estavam pesadas por demasiado! Quando chegamos em casa, ele já quase respirava ofegante. Largou tudo em cima da mesa e sentou-se na cadeira.
- Agora vou preparar pra gente. Você pode se descansar aí um pouco meu amor. -Falei procurando nas sacolas os ingredientes.
- Tem certeza que não quer ajuda Santinha? -Richard insistia.
- Não precisa, daqui a pouquinho tá pronto! -Eu não sabia cozinhar, mas queria surpreende-lo! - Não deve ser tão difícil assim... Vou misturar tudo e ver no que dá! -Falava comigo mesma em pensamento.
Coloquei na trempe do fogão uma panela que achei na primeira porta do armário, acendi o fogo, abri o pacote de arroz e despejei na panela.
- Santa Maria! -Ouvi Richard gritando e vindo em minha direção.
- Aí Richard, que susto! O que aconteceu? -Falei me recuperando do susto que levei.
- Você está colocando o arroz no fogo, em uma panela assim à seco? Já se vê que você sabe menos do que imaginei quanto o assunto é cozinha.
- Foi só um pequeno engano... Logo vai dar certo! -Persisti.
- Deixe que eu te ajudo. É assim que se faz... -Ele também parecia não saber muito bem, mas adorei a situação, então não interrompi. - Vamos colocar água nessa panela aqui antes de tudo.
Ele estava por detrás de mim me guiando. Quando abrimos a torneira, a água veio com tanta pressão que espirrou em nós. Ficamos ensopados! Rapidamente ele saiu de trás de mim e foi fechá-la. Ele olhou para mim e ficamos nos encarando sérios por alguns segundos, mas não aguentamos muito e disparamos a rir.
- Eu sabia que não daria nada certo você cozinhar Santinha.
- Eu queria tentar te agradar Richard... -Falei com cara de dengo.
- Você me agrada de vários jeitos. -Me olhou malicioso e mordi meu lábio inferior como resposta. - Mas cozinhando só me traz problemas! Vamos nos trocar e sair para almoçar em algum restaurante.
Fomos para o quarto, nos secamos e vestimos roupas secas. Fomos ao restaurante e demoramos por lá bastante tempo. O lugar era muito agradável. Aproveitamos até mesmo para dançar ao som de uma dupla que se apresentava ao vivo. Voltamos para casa e decidimos limpar toda aquela bagunça que tínhamos feito horas mais cedo.
- Acho que agora acabou. -Falei terminando de secar o último resquício de água na parede.
- Agora sim! -Sorrimos e ele me beijou. - Já está na hora de abrir o British Club. Fique aqui dentro e não saia! A entrada de mulheres no British Club é proibida entendeu Santa Maria?
- Já ouvi essa frase tantas vezes! Mas o dono sempre abre uma exceção para mim... -Falei tentando seduzir meu inglês.
- Nada disso! Os ingleses inventaram assim e assim será. Somente homens no meu clube!
- Já que é assim, vou dormir na casa de Helena hoje...
- Tudo bem, mas juízo Santa Maria. E cuidado!
- Pode ficar tranquilo Richard da Silva Taylor, eu sou uma santa!
Lhe beijei calmamente e fui pegar algumas coisas para levar para a casa de Helena. Enquanto isso, ele preparava tudo no clube.
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