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História Eu apenas queria ver seu rosto irado. - Acerto de contas


Escrita por: SrMogeko

Notas do Autor


Estou amando escrever para vocês, mesmo que isso esteja me fazendo ficar acordada até essa hora da noite sendo que amanhã tem aula ;-;

Capítulo 3 - Acerto de contas


Nos segundos que se sucederam nada aconteceu. Absolutamente nada, pelo menos para Izaya. Nos segundos que se seguiram depois que ele fechou suas pálpebras na verdade ocorreu muita coisa, em resumo, aquele breve momento ia determinar se o rosto do moreno seria deformado ou não, felizmente Simon interveio segurando o soco de Shizou a tempo de evitar a fatalidade, afinal danificar um rosto tão belo realmente seria lamentável. Apesar da quantidade excessiva de força colocada o sushiman conseguiu anular o movimento, ganhando um olhar furioso e um bramido irritadiço do loiro. Claro que a pessoa a qual o golpe foi destinado deveria perceber a movimentação ou ouvir o som abafado do punho sendo segurado, a questão é que o informante conhecia melhor que ninguém a força sobre-humana do seu odiado monstro, dessa forma suprimiu os próprios sentidos na tentativa de amenizar a dor lancinante que viria, entendeu apenas o resultado do seu momentâneo fechar de olhos quando os abriu. Simon estava na sua frente, segurando o punho de Shizou, o guarda costas a essa altura estava vermelho de raiva, ombros tensos e veias saltando em seu rosto, o maxilar tensionado e o punho livre cerrado esperando a chance de dar um novo golpe, uma visão assustadora para qualquer humano que temesse pela sua vida, exceto Orihara que se deleitava com essa cena, não podia demostrar, óbvio, ficou estático e sem nenhuma expressão enquanto decorava todas as minúsculas expressões faciais do seu inimigo mortal.

Heiwajima não conseguia pensar direito, quando viu a pulga diante de seus olhos seus punhos se moveram sozinhos, tinha o péssimo hábito de agir antes de pensar e não se orgulhava disso, mesmo agora com Simon o parando não conseguia entender muito bem o que ocorrera, o seu sangue ainda fervia subindo à cabeça o ensurdecendo, seus dedos coçavam para acertar o rosto pálido do menor e deixá-lo com outra coloração por pelo menos uma semana, na sua mente passava um pequeno filme dele esmagando Izaya até que ele sumisse do mapa, toda sua frustação de ser parado foi despejada no seu rosto que tinha mais rugas de raiva quanto o possível. Toda sua motivação agora se resumia em se desvencilhar do aperto que o impedia de concluir o seus desejos mais sádicos.

- Ei, não importa se vocês querem se matar, mas ele é meu garçom agora e é ótimo fatiando peixe, não encoste um dedo nos meus funcionários. – Simon disse com sua calma habitual, por conta do seu timbre de voz nem chegou a parecer uma ameaça.

Shizou piscou algumas vezes para compreender o que estava observando, escutou claramente que a pulga estava trabalhando como garçom e precisava confirmar com seus próprios olhos, não foi uma tarefa fácil absorver tanta informação. O moreno estava vestido como um garçom, uma calça social preta, uma blusa branca de manga longa e uma gravata, o ver com roupas sociais de fato era engraçado, mas ainda tinha a cereja do bolo: um avental de babados cor de rosa amarrado em sua cintura completava o traje. Seria cômico se ele não tivesse sofrido uma tentativa de espancamento segundos antes. Heiwajima se esforçou muito para não gargalhar diante o novo visual do moreno, pois não queria desmanchar sua cara de “vou matar todas as gerações dos Orihara”, mesmo se sorrisse agora isso não diminuiria a vontade de voar em cima do informante, esteja ele de avental de babado ou não.

- Eu estava servindo a mesa ao lado, por isso deu tempo de intervir – Disse o sushiman quebrando o silêncio que tinha se instalado. Shizou voltou sua atenção para Simon quando se deu conta que estava encarando o garçom tempo demais.

- Tsk, odeio essa habilidade de sempre estar presente sempre quando vou quebrar a cara desse desgraçado. – Disse o loiro ajeitando sua gravata, agora com menos rugas no rosto, porém com a sobrancelha ainda franzida em sinal de indignação.

 Por mais que tentasse não conseguia parar de encarar o novo garçom, ver Izaya com essa aparência era incomum em vários aspectos, a começar pela sua roupa e terminar pela postura, ele olhava para baixo, mais precisamente fitava a bandeja que segurava, seus ombros encolhidos, mexendo os pés de forma visivelmente desconfortável. O loiro julgou que um semblante esnobe, o olhando de cima com seu sorriso cínico nos lábios combinava mais com o moreno que aquela postura submissa e inofensiva. O ver dessa maneira foi estranhamente incômodo, gostaria de ver o informante completamente submisso, mas isso depois de levar uma surra não por nenhum motivo aparente. Existiam muitos motivos para duvidar desse Orihara Izaya, e por incrível que pareça esse jeito indefeso era o quê mais causava hesitação em Shizou.

- Vão resolver isso lá fora antes que espantem meus clientes – Disse conduzindo os dois até a saída da loja e pegando a bandeja dos braços do garçom. – E deixe o Izaya ainda apto a trabalhar – Acrescentou porque de fato era um ponto bom a ser adicionado.

Tom estava decidindo a respeito se a ideia de chamar Shizou de encontro ao motivo de sua irritação foi uma das piores ou uma das melhores que já tivera, sua vida estava tão rotineira que ver toda essa situação o deixava satisfeito, era como um show particular, sejamos sinceros, ver o informante mais influente de Ikebukuro de avental cor de rosa servindo uma mesa com um sorriso estampado na cara é bastante atrativo. Mesmo relutante Heiwajima se deixou ser conduzido junto com o moreno para a saída, tinha mesmo várias perguntas que desejava fazer. “Por que estava usando um avental feminino? Por que estava trabalhando como garçom? Por que diabos estava tão diferente do normal?”  Nessa mesma ordem de importância. A noite fora do restaurante estava quente e agradável, perfeita para sair com a família e aproveitar os últimos dias do verão, ou até para tomar um soverte com sua namorada na praça ou qualquer outro programa que não incluísse conversar com seu arqui-inimigo tendo como plateia pessoas que passavam na rua lançando olhares curiosos, poucos que ousaram pegar seus aparelhos celulares e tentar tirar uma foto ganharam um olhar furioso de Shizou e logo desistiram de tal ideia. Depois que a movimentação na calçada tinha diminuído e não foi mais necessário tomar cuidado para que a foto daquele improvável encontro fosse tirada o loiro voltou sua atenção para a pulga ao seu lado, o fuzilando com os olhos.

- Então... – Disse o Izaya que permanecera calado esse tempo todo, olhando para os próprios pés, claramente desconfortável sob o olhar do loiro.

Shizou mais uma vez se deixou ser guiado por seus instintos, instintos esses que tinham sido desenvolvidos após tanto tempo brigando com Izaya, agarrou o menor pela blusa o elevando alguns centímetros do chão, não sentia nenhuma culpa, mesmo que o moreno não estivesse se defendendo ou reagindo, não conseguia sentir nada, elevou sua mão fechada à altura do rosto e viu o garçom fechar seus olhos rubros com força, então hesitou, uma mão parada no ar e um rosto confuso foi o que tinha sobrado de toda sua ira. Por que a pulga não estava se defendendo? Estava com medo? Aquelas perguntas surgiram o perturbando mais que ver seu pior inimigo daquele jeito. Shizou não sabia como reagir àquele Izaya que mais parecia um bichinho de estimação em sua mão, porém ele mais que ninguém acreditava que tudo isso era armação do informante, então por que parou? Devia acabar logo com isso, aí estaria livre de uma montanha de problemas. Mais uma vez tentou socar o rosto pálido do moreno, sem sucesso, o que estava havendo com ele não sabia dizer, talvez não conseguisse bater em alguém completamente indefeso ou simplesmente não conseguia levar a sério aquele avental. Tentava achar desculpas boas para justificar sua incapacidade de terminar o que tinha começado quando duas batidas na janela o tiraram de seus pensamentos, olhou em direção de onde ouviu o som e viu Simon balançando o dedo indicador e gesticulando um “não”, só então se deu conta que ainda estava suspendendo o menor no ar. O soltou do aperto meio a contragosto e observou a pulga massagear a área do seu pescoço e tossir rouco, percebeu que esse Izaya indefeso e sem canivetes no bolso tinha certa vantagem sobre ele, afinal tinha hesitado em acertar um soco nele, agora queria mais do que nunca explicações decentes.

- Por que está trabalhando aqui? – Cruzou os braços e apontou com o queixo para o restaurante.

- Porque eu larguei meu antigo emprego. – Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Por quê? – Levantou uma sobrancelha com um semblante desconfiado.

- Me cansei dessa vida suja, de contrabandos, vender informações, viver sobre ameaça constante de morte. – Nessa hora olhou para Shizou sugestivo, o loiro apenas bufou. – Então deixei essa vida e vou recomeçar, todos merecem uma segunda chance, não? – Se não tivesse levando seu plano tão a sério sua reposta se resumiria a “Não consegue formular uma resposta mais inteligente, Shizo-chan?”.

- Não conte piadas, pulga, mesmo se estivesse tentando mudar o que eu duvido muito, você não merece uma segunda chance depois de tudo que fez.

- Eu já imaginava que seria difícil de você acreditar, Shizou, não vou lhe forçar a nada, mas eu na queria sua ajuda na verdade, assim não ia sair dos trilhos e ainda o faria acreditar em minhas palavras.

Shizou demorou cerca de meio minuto para entender o que o moreno tinha pronunciado, seu nome, não um apelido irritante que fazia ele odiar ainda mais o informante, não sabia também como ele o faria acreditar em suas palavras, essa ideia era surreal demais, tão surreal que o loiro apenas riu sarcástico.

- O que quer dizer com isso pulga?

- Quero dizer que você vai me ajudar a me tornar alguém respeitável e honesto. – Disse com ar orgulhoso, mas no fundo queria rir até morrer com o que tinha dito.

Se Heiwajima tivesse alguns neurônios a mais teria se perguntado como o homem menos tolerante, mais estressado e que deixava mais pessoas hospitalizadas naquela cidade por dia iria ajudar na tarefa de transformar Izaya em um cidadão exemplar, mesmo com toda a infinidade de perguntas que poderiam surgir ele fez a única que tinha de fato pensado.

- Por que eu?

- Porque você é o único que pode me parar se eu começar a voltar para minha antiga vida, caso eu tenha uma recaída você seria o encarregado de me colocar de volta aos eixos, isso significa que você vai fazer como sempre: Me vigiar onde eu for e arremessar um poste em mim, só muda que no caso eu tenho que ter feito algo de errado – Izaya tinha preparado todas as respostas para as possíveis perguntas assim que viu o loiro passar pela porta, era um diplomata nato e um manipulador melhor ainda, era quase certo que conseguiria convencer Shizou a topar essa proposta.

A sugestão era atraente, daria a liberdade de espancar aquele inseto sempre que cometesse um crime, mas teria que suportar esbarrar com ele na rua e não fazer além de seguir o seu caminho, era como uma faca de dois gumes. Não sabia se confiava ou não nas palavras do suposto ex informante, todavia se estivesse tentando o enganar apenas bateria nele até que se arrependesse de ter feito um acordo desse tipo. Após pensar um pouco nas vantagens e desvantagens tomou sua decisão.

- Eu aceito – O sorriso cínico de Izaya se formou em seus lábios por um tempo, mas logo sumiu para não dar tempo para que Shizou percebesse.

- Obrigado, Sr Heiwajima – Curvou levemente sua coluna. – Antes de sair pague sua conta, por favor. – Falou quando viu que o loiro se afastava.

- Minha conta já foi paga. – Disse sem ao menos olhar para trás sumindo na multidão.

Izaya sorriu seu típico sorriso, tudo estava indo conforme o planejado. Isso estava ficando cada vez mais excitante.

- Certamente está, Shizou-chan.


Notas Finais


Durmam com a imagem de Izaya de avental de babado.
kisu <3


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