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História Eu apenas queria ver seu rosto irado. - Covil


Escrita por: SrMogeko

Notas do Autor


Olá meus amores, nesse cap uma cena um pouco mais hot os aguarda, considerem o seu presente de natal :v
Provavelmente vou ficar um bom tempo sem postar (não mais do que já fiquei) por conta do natal, ano novo, enfim.
Sem mais delongas vamos ao capitulo.

Capítulo 5 - Covil


O dia nasceu nublado, nuvens acinzentadas se davam o trabalho de cobrir todo céu, os poucos raios tímidos de sol que se infiltravam pelas espessas nuvens forneciam o mínimo de luminosidade para aqueles que acordavam se esticando sob os cobertores, o ar frio que ficaria durante todo o dia preenchia preguiçosamente os cômodos através das frestas ou janelas, assim começava um dia de inverno nessa cidade. Naturalmente, como em qualquer outro lugar, o dia começava mais cedo para uns que para outros, para Heiwajima Shizou o dia começou quando um obstinado raio solar alcançou as pálpebras do loiro que em resposta abriu os olhos revelando sua íris quase dourada que fazia esforço para se acostumar com a claridade, mesmo pouca chegava a incomodar, espreguiçou seu corpo o preparando brevemente para sair da cama, o clima estava tão bom, dava vontade de permanecer imóvel somente sorvendo o calor que o colchão junto com os cobertores o proporcionava, com grande sacrifício colocou os pés no chão se arrepiando com o toque na superfície fria, constatou o fato que o único lado bom do inverno era sua capacidade de tornar as camas ainda mais confortáveis e aconchegantes, mas não seria esse friozinho que iria estragar o dia do guarda costas, havia acordado determinado a colocar tudo nos eixos, tudo que um moreno tinha tirado, podia fazer uma lista das coisas que Izaya tirava diariamente do loiro: a paciência, a capacidade de agir usando a razão, tranquilidade, estabilidade emocional, enfim diversas coisas que adolescentes também não tinham. O cheiro forte de café se mesclava com outro não tão agradável e inundava o pequeno apartamento ajudando no despertar do loiro que ainda jazia sentado na beira da cama, o cheiro denunciava que o dia começou mais cedo para seu hóspede.

 Para Orihara Izaya o dia começou quando o frio adentrou na sala fazendo seu corpo se remexer inquieto na tentativa de se aquecer, após diversas tentativas sem êxito de se manter agasalhado, o moreno desistiu e se sentou no estofado, chateado, o sofá não era confortável, mas era sem dúvida o melhor lugar para ficar naquele apartamento, com exceção do covil do monstro, ou seja, o quarto de Shizou. Encontrou-se ali sentado por muitos minutos fitando o céu que aos poucos clareava, ganhando tonalidades azul-acinzentadas, nesse tempo ficou pensando em variadas coisas, em como seu plano estava indo conforme o desejado, que trabalhar cortando filé de peixe não era de todo ruim, mas mal via a hora de pedir as contas, qual seria o próximo passo que daria para se aproximar de Shizou e se pegou pensando em como a coberta que o loiro tinha emprestado cheirava muito bem. Afastou esse pensamento estranho juntamente com o cobertor deixando ele jogado de lado no sofá, como já estava completamente desperto ele já não mais útil, porém assim que se descobriu uma leve brisa gélida se apossou do corpo esguio fazendo os pelos de seus braços se eriçarem, se abraçou e esfregou seus braços buscando impedir que perdesse calor para o ambiente, o ato foi quase em vão não poderia permanecer por mais tempo parado ou iria congelar. Foi saltando nas pontas dos pés até onde tinha deixado sua mochila, satisfeito por ter deixando a salvo da chuva na noite anterior, seguiu para o banheiro saltando novamente, parecia uma criança com aquelas roupas largas, saltitante, uma cena realmente muito engraçada de ser vista. Tomou a liberdade de tomar um banho demorado o suficiente para esquentar cada fibra do seu corpo, em seguida se secou e vestiu seu kimono que era sua farda de trabalho, antes de sair do banheiro se mirou no espelho. Sua aparência era cansada devido às bolsas formadas abaixo de seus olhos rubros, pela noite mal dormida, seu cabelo estava ainda úmido por razão do banho e saltada em sua face alva um hematoma roxo, um sorriso pintou os lábios de Izaya e tocou ruidosamente com as pontas dos dedos a marca, seu odiado monstro sempre impulsivo, agressivo e incontrolável quando estava determinado a surrar alguém, era francamente um monstro isso estava grafado em sua cara para que ninguém dissesse o contrário.

A partir daí Izaya fez o que julgou ser bastante normal quando se é hóspede de favor, pegou suas roupas da secadora, dobrou cuidadosamente as roupas de Shizou e as colocou em cima do sofá, fez café e uma omelete com o que tinha na geladeira, fez o possível para deixar a cozinha um pouco mais arrumava, detestava bagunça. Pronto, agora era só esperar seu anfitrião despertar. Não tardou muito e logo se ouviu um resmungado baixo vindo do quarto, o moreno não conteve o seu riso, se divertia em imaginar o que tinha feito o loiro acordar tão mal-humorado assim, no entanto não se empenhou em descobrir o motivo de sua precoce irritação afinal tinha fortes suspeitas que o motivo fosse sua estadia nessa noite. Shizou apareceu na sala vestindo seu pijama e pantufas de ficar em casa, com o semblante irritado e confuso, Izaya fez um esforço enorme para não cair na gargalhada e quando finalmente a vontade de rir diante do figurino, que podia ser considerado fofo, do monstro feroz de Ikebukuro, ponderou que seria um ótimo ator.

- Bom dia. – Falou o moreno com um sorriso genuíno.

- O que ainda faz aqui? – Seu tom de voz denunciava que definitivamente a pulga não era a primeira pessoa que gostaria de ver assim que acordasse.

- Entendi. – Deu um longo suspiro. – Fiz seu café da manhã e suas roupas estão em cima do sofá – Indicou apontando. – Tenha um bom dia Sr Shizou.

E com essas palavras o menor saiu, fechou a porta atrás de si, deixando Heiwajima para trás, parado na sala olhando confuso para a porta que tinha sido fechada. Nunca imaginou que a saída de tão bom grado do moreno o deixaria perturbado dessa maneira, com certeza o ex-informante tinha algo em mente, mas por mais que forçasse sua mente a pensar não conseguia imaginar o que era, podia ser qualquer uma das várias possibilidades de acabar com alguém, menos uma tentativa de ser uma pessoa melhor. Ao menos o loiro se agarrava fortemente nessa resposta.

Tinha prometido que a pulga não iria atrapalhar o seu dia e assim fez. Arrumou-se como todos os dias, seguiu para cozinha e tomou uma garrafa de leite, jogou a comida que Izaya tinha feito no lixo, afinal não tinha vigiado o moreno fazendo a comida dessa vez, fitou as roupas dobradas no sofá e imaginou a melhor maneira de se livrar delas, porém deixaria isso para depois, assim o dia de Shizou começou, contudo ainda não tinha acabado.

A tarde seguia fria e úmida, o céu permanecia nublado fazendo a cidade parecer que tinha sido pintada de cinza, o frio tomava conta fazendo as pessoas usarem casacos e sobretudos, de vez em quando uma fina neblina caía deixando tudo com ar mais dramático. Mesmo com essa tarde deprimente todos seguiam suas obrigações, trabalhando ou estudando, o tempo não dava trégua para ninguém, sorte daqueles que podia passar esse dia em suas casas deitados ou assistindo um filme tomando chocolate quente, afinal com uma tarde típica de um filme europeu nada mais justo que viver como se estivesse nesse filme, pena que as coisas não funcionam assim. Depois do que pareceu quase uma eternidade a noite chegava vagarosamente, todavia veio mais rápido que ela uma chuva forte molhando tudo que estava ao seu alcance. As pessoas que andavam pelas calçadas correram para qualquer lugar que fornecesse abrigo da chuva, outras abriam seus guarda-chuvas e seguiam seu caminho, umas dessas pessoas eram Tom e Shizou que se abrigavam da chuva debaixo de uma pequena tenda de uma venda.

- Volte para casa por hoje, essa chuva vai atrapalhar nosso trabalho e parece que não vai ser passageira. – Tom deu de ombros.

- Certo, até amanhã. – Disse o loiro enquanto abria seu guarda-chuva.

Em outro lugar não muito longe outro empregado era dispensado mais cedo do trabalho também.

- Acabamos por hoje, essa chuva está atrapalhando nas vendas. – Ditou Simon com sua calma costumeira enquanto observava o céu.

- Okay, vou me trocar. – Izaya pegava sua mochila que tinha sua muda de roupa.

- Você fecha o restaurante hoje.

Simon apenas ganhou em resposta apenas uma bufada de reprovação do menor, ele mesmo não protestou em nada, pensou que merecia passar por isso por todas as vezes que tinha tratado Namie de forma semelhante. Quando terminou de se trocar todos os outros funcionários já haviam saído, restou para Izaya o trabalho de fechar o estabelecimento sozinho. Terminado de fechar as janelas, checar o caixa e outras coisas finalmente saiu do restaurante para constatar que a chuva não daria trégua tão cedo, ficou encolhido em um canto seco e esperou a chuva cessar um pouco para conseguir ir para a estação de trem.

Shizou caminhava apresado pelas calçadas molhadas agradecendo mentalmente pela sola de seus sapatos ser antiderrapante, o vento ora ou outra balançava seu guarda-chuva fazendo algumas gotas de água o molharem aqui e acolá, nada que chegasse a irritar o loiro, na verdade seu dia estava sendo bastante calmo, quase não tinha se enraivecido e mal tinha pegado na sua cartela de cigarros. Era um dia bom, isso era inegável. Por obra do destino, Shizou passou em frente ao Russia Sushi a tempo de ver Izaya tremendo de frio, encolhido em um pequeno abrigo da chuva, observando suplicante o céu escuro esperando que a chuva parasse, usava suas típicas roupas pretas e o seu casaco de sempre, no ombro uma mochila, seus lábios arroxeados denunciavam o quanto o moreno estava congelando. Ao ver essa cena mandou ao inferno toda sua indiferença com a pulga, era de sua natureza ser protetor e cuidadoso, mesmo sendo difícil de acreditar, não iria contra ela apenas por se tratar de seu inimigo, aliás, o moreno nem estava agindo como tal. Dirigiu-se onde Izaya estava examinando a expressão confusa e ao mesmo tempo alegre que tomou conta do rosto do menor.

- Ei, se esqueceu de comprar um guarda-chuva? – Perguntou mais para provocar o outro que por dúvida, era bastante claro que o moreno tinha sido desleixado em não comprar um no período de inverno.

- Não tive tempo para isso. – Suspirou. – Shizou, por favor, me deixe passar mais uma noite apartamento, só mais uma eu juro.

- Esqueça. – Respondeu mais frio que o tempo.

- Então apenas até a chuva passar. – Suplicou de mãos juntas.

Shizou nada disse, somente fechou a cara e virou o rosto ofertando um lugar abaixo do seu guarda-chuva, o menor tomou esse gesto como um sim e logo ocupou o espaço oferecido, se aproximando do corpo alheio, assim seguiram o caminho, um ao lado do outro, sentindo o calor e o cheiro que provinha dos corpos, vez ou outra os braços se roçavam sutilmente, esse simples toque não passou desapercebido por ambos, contudo não evitavam o contato e fingiam que  nada tinha acontecido e prosseguiam o trajeto.

Depois de alguns minutos caminhando em um ritmo lento, chegaram ao apartamento. Shizou foi tomar banho primeiro, deixando Izaya sentado no sofá, saiu do banho apenas com uma toalha amarrada na cintura e se deparou com a pulga com o celular erguido na altura dos olhos.

- Ei, o que está fazendo?

- Se acalme, estava mandando uma mensagem. – Disse o moreno enquanto guardava o celular no bolso.

- Que seja, pode usar o banheiro agora, vista as mesmas roupas de ontem, ainda não joguei elas fora. – Apontou com queixo para a pilha de roupas intocadas desde que Izaya as tinha dobrado e saiu para o quarto.

Izaya sorriu minimante, o monstro da cidade estava dando muita brecha, a começar em não jogar as roupas fora assim que teve chance, pegou as peças de roupa e se direcionou ao banheiro, quando terminou o banho e saiu para a sala, Shizou já estava sentando em uma poltrona assistindo um filme que passava, o menor se sentou no sofá e se cobriu com o cobertor que ficara por lá desde a noite passada. Shizou assistia com atenção ao filme, se distraiu com o som dos dentes de Izaya batendo, olhou para o menor irritado, não imaginava que a pulga ficava com frio com tanta facilidade, analisando melhor o outro sentado no sofá, isso não deixava de ser verdade. O corpo esguio do moreno tremia, os lábios com uma coloração roxa assim como as unhas da mão, e um pouco mais acima na sua bochecha, o hematoma que agora possuía cores azuladas e esverdeadas. A culpa pesou nos ombros do loiro que se levantou de sua querida poltrona e foi até o dono dos olhos avermelhados que se comprimia tentando obter algum calor, ficou próximo dele e estendeu a sua mão, recebeu meramente um olhar confuso do moreno.

- Me deixe sentir se suas mãos estão geladas. – Falou por fim.

- Ahh, certo. – Estendeu sua mão timidamente se deliciando com o contato quente da mão do outro.

Orihara estava muito frio e pelo o que parece apenas cobertores não resolviam o problema, o maior sentiu aos poucos a mão do moreno se aquecer, logo surgiu uma ideia que resolveria o sufoco de Izaya, mas não agradava nem um pouco Shizou, contudo ele mesmo constatou que era necessário. Então descobriu parcialmente o menor e se sentou ao seu lado voltando a se cobrir com o cobertor que tinha afastando segundos antes, esse gesto pegou Izaya de surpresa que arfou com a aproximação, Shizou não podia julgá-lo, se estivesse no seu lugar também estaria surpreso. Assim permaneceram, juntos debaixo da mesma coberta, com as laterais dos corpos coladas, aos poucos o corpo de Izaya parava de tremer e seus lábios voltavam a sua cor habitual, o loiro podia sentir a melhora na condição do menor e não pôde deixar de se sentir satisfeito.  Izaya se sentia confortável como há tempos não se sentia, apenas sorvia o calor que era muito bem vindo depois desse dia tão gélido, inalando o cheiro das roupas e da coberta de Shizou, pouco se importava em se enganar agora, gostava desse cheiro, era suave, algo como lavanda e outra coisa que não conseguia identificar, nomeou apenas de “cheiro de Shizu-chan”.

A sensação era boa, fazia Orihara se sentir protegido e acolhido, sensação que nunca havia experimentado antes e lógico que não ficava nem um pouco satisfeito em senti-las pela primeira vez nos braços justamente de quem mais detesta, ignorou esse fato e fechou os olhos para aproveitar ao máximo desse momento. O sono alcançou gradativamente o menor, que mal tinha dormido e se via aquecido e aconchegado, se deixou levar pela a sonolência e adormeceu ali mesmo, sem nenhuma resistência.

Se Izaya tinha ficado pasmo com a aproximação repentina de Shizou, a reação do loiro não foi diferente quando sentiu a cabeça do menor tombar em cima do seu ombro e o peso do seu corpo se apoiado nele, virou vagarosamente a cabeça para dar de cara com o moreno ressonando tranquilo ao seu lado, de novo ficou abismado como Izaya ficava com a guarda tão baixa perto dele, mas agora tinha que se empenhar no que faria com a pessoa dormindo no seu ombro. Se deixasse no sofá provavelmente ficaria resfriado e a última coisa que queria no mundo era cuidar da pulga doente, o levar para sua cama seria um luxo que o moreno não merecia, contudo seu instinto protetor falou mais alto. Passou seu braço por trás dos joelhos do menor gentilmente para que o mesmo não acordasse, com o outro braço apoiou as costas dele, dessa forma levantou Izaya e o levou com passos cautelosos até seu quarto, empurrou a porta com o pé tentando fazer o mínimo de barulho possível e o depositou na cama cautelosamente. Fitou o menor se remexer na cama e até agarrar um travesseiro e afundar seu rosto nele respirando profundamente com um sorriso bobo no rosto. A pessoa que fazia questão de irritá-lo sempre que possível o cativava quando estava dormindo, riu de si mesmo quando se deu conta disso e deixou o quarto.

Shizou foi para a cozinha comer qualquer coisa, terminou de assistir tevê enquanto pensava como iria proceder essa noite. Dormir no sofá e deixar a cama só para pulga estava fora de questão, nunca deixaria o seu descanso por causa do ex-informante, então decidiu que dormiria com ele, final a cama era sua e tinha espaço suficiente. Desligou a televisão e sem demora foi se deitar ao lado de Izaya, aquela situação era estranha, dormir na mesma cama que seu arqui-inimigo, se bem que nem agiam mais como inimigos declarados, mas esse dia não poderia apagar anos de rivalidades e confrontos dos quais os dois já foram protagonistas, isso era irrefutável. Heiwajima  estava deitado de barriga para cima, com as mãos atrás do pescoço, não dormia e nem tentava, somente fitava o teto branco de se quarto, não pensava, não sentia nada, estava completamente submerso com suas pupilas fixadas na superfície clara e lisa, poucos conseguiam simplesmente esvaziar sua mente olhando para um ponto aleatório, porém isso era relaxante, pois obviamente não fazer absolutamente nada não exigia esforço algum, nesse instante o loiro era apenas uma fita branca que balançava conforme o vento mandava, aceitando a calmaria que vinha, contudo, toda calma passa e depois dela vem a tempestade  e a tempestade de Shizou tinha cabelos negros e olhos rubros.

- Shizu-chan. – Sussurrou o moreno alto o suficiente para que o maior ouvisse.

Em quase um salto o loiro se sentou na cama, o punho prontamente fechado de encontro ao rosto do menor, então estancou o movimento, novamente um punho fechado sem chegar ao seu destino, o fantasma de uma semana atrás em frente ao Russia Sushi estava o perseguindo, não conseguia socar alguém tão indefeso porque o filho da puta estava dormindo!!  Analisando melhor o moreno eram bem visíveis seus olhos fechados, mesmo que suas orbes se movimentassem rapidamente atrás das pálpebras, sua boca se movia, mas apenas saiam murmúrios desconexos, sua respiração estava meio descompassada, provavelmente estava sonhando. O loiro tentou imaginar que tipo de sonho a pulga estava tendo para sussurrar o seu nome, talvez um que finalmente o vencesse em uma briga ou um que estivesse desgraçando sua vida de diversas maneiras diferentes. Novamente o moreno o chamou pelo o apelido o tirando de seus pensamentos.

- Shizo-chan. – Sua voz tinha saído levemente alterada entrecortada pela respiração acelerada, isso foi um choque para o loiro, se lembrou que tipo de sonhos era comum de homens terem, mas não podia acreditar que Izaya estava tendo esse tipo de sonho com ele.

Mas a verdade era bem essa.

 

O olhava de cima de um prédio, sendo sufocado por centenas de pessoas, a multidão ocupava uma rua inteira, lhe arranhavam, lhe batiam, lhe agarravam, ele mal tinha forças para lutar. Algumas pessoas ainda eram arremessadas para longe se elevando daquele mar de gente, porém podia sentir que suas energias estavam se esgotando, logo ele cairia diante dos meus pés. Ouvia seus rosnados e os gritos irados das pessoas que incansavelmente voltavam a lhe atacar, que melodia. Olhava com deleite o meu odiado monstro cada vez mais cansado, afastando obstinado aqueles que iam de encontro a ele, em vão, era ele sozinho contra cidade inteira, seus socos ficavam cada vez mais fracos e cada vez mais pessoas o acertavam com ferocidade, eu ria em plenos pulmões diante aquela majestosa cena, a queda do monstro de Ikebukuro.

- Ora, tem algum problema Shizu-chan? – Perguntei sarcástico.

A multidão ficara mais enfurecida, subiam em cima do monstro e o acertavam com socos, chutes, puxavam aquela roupa ridícula de barman. Então como o esperado ele sucumbiu, desaparecendo em meio aos corpos que se agitaram com sua queda, agora só enxergava um motim onde ele tinha ido de encontro ao chão, se jogavam em cima dele aos montes, o afogando naquele mar de braços e pernas, esperei um tempo até ter certeza que tinha parado de se debater e tinha aceitado a sua sentença.

- Afastem-se. – Ditei e a aglomeração me obedeceu de imediato, abrindo espaço para que eu visse Shizou caído no chão, com as roupas rasgadas e completamente esmagado.

Desci em um salto e parei centímetros de sua cabeça que jazia prostrada no chão, chutei de rosto e pisei em uma de suas mãos o ouvindo gemer de dor.

A rua agora se encontrava vazia, restara apenas ele e eu na mais imensa solidão.

- Implore por piedade.

Ouvi-o murmurar alguma coisa enquanto se mexia no asfalto.

- De joelhos! – Ordenei. 

Com um pouco de esforço ele ficou de joelhos, com o rosto abaixado, seus fios loiros estavam manchados de poeira e sangue, sua blusa toda surrada mal cobria seu corpo, mal podia esperar para ver seu rosto marcado de hematomas.

- Olhe para mim. – Ergui seu rosto pelo queixo para que ele me mirasse.

Vi seus olhos dourados e estremeci, seu olhar era orgulhoso e vitorioso, mesmo depois de sua queda, aqueles malditos lábios detinham um sorriso divertido como se me desafiasse a fazê-lo sofrer ainda mais, desenhada em sua face existam vários hematomas e um filete de sangue escorria de seus lábios que ainda comportavam o maldito sorriso.

- Qual a graça, Shizu-chan? – Ganhei somente um sorriso mais largo do loiro. Bufei e puxei meu canivete apontando para seu pescoço e ordenei novamente. – Suplique por sua vida.

- Não sou de fazer isso, Izaya-kun, me peça outra coisa. – Um brilho incomum apareceu em seus olhos.

- O que você pode me oferecer? – Perguntei passando a lâmina em sua bochecha admirando o líquido escarlate que começou a escorrer.

- Não muita coisa. – Deu um sorriso malicioso e subiu suas mãos até minha cintura erguendo seu rosto à altura do meu quadril. – Mas lhe garanto que será...prazeroso.

- Que patético, trocando sexo por sua vida. – Entrei no seu joguinho. – Me mostre o que pode fazer e decido se vale por sua vida miserável. – O segurei pela nuca e esfreguei seu rosto no meu baixo ventre sentindo meu membro endurecer em resposta.

Ele me olhou com fervor, seus olhos brilhavam de pura luxúria, aquele olhar predador que só um monstro seria capaz de lançar. Sem tirar os olhos dos meus ele colocou sua mão no cós da minha calça e começou a abaixá-la lentamente, me torturando com a demora, conforme abaixava suas mãos me tocavam sutilmente, as vezes apertavam com força, as vezes deslizavam pela minha pele, provocando uma cadeia de arrepios, quando minhas coxas estavam totalmente descobertas ele passou a unha na parte interna das coxas enviando uma cadeia de estímulos que parou na minha região sensível, quando finalmente se livrou das minhas calças minha ereção mal cabia na cueca, estava ansioso para que ele me aliviasse.

Shizou começou a distribuir beijos e mordidas no meu tornozelo e foi subindo, eu jogava o quadril para frente a cada toque na esperança que acabasse logo com isso, meu corpo estava quente de excitação.

- Shizo-chan, mais rápido. – Minha voz saiu visivelmente alterada e necessitada e odiei isso, ele deve ter gostado pois sorriu contra minha pele me fazendo arrepiar.

Em movimento rápido Shizou me derrubou no chão e se colocou por cima de mim, beijou e chupou meu pescoço me fazendo arfar e me retorcer, meu membro pulsava me sentia perto do ápice apenas nas preliminares, ele esfregou seu quadril no meu, fazendo nossas ereções se roçarem, pude sentir o quanto ele estava duro, Shizou começou a simular estocadas jogando o quadril de encontro ao meu com movimentos de vai e vem e eu também jogava o meu quadril de encontro ao dele, ficamos um tempo nessas “estocadas” até ele me levantar pelas pernas e roçar seu membro em minhas nádegas, soltei gemido rouco, o sentir duro desse jeito se esfregando em mim só fez aumentar o tesão que estava sentindo. Ele colocou minhas pernas de encontro a chão novamente separando elas, ergui minha cabeça para ver Shizou olhar maliciosamente para mim enquanto sua mão descia acariciando toda extensão da minha coxa, parando em cima do volume na minha roupa o apertando por cima do tecido, tombei minha cabeça para trás e fechei meus olhos diante do prazer que esse simples toque tinha proporcionado. O loiro puxou a box para baixo lentamente libertando minha ereção, segurou meu membro pela base e foi abaixando seu rosto lentamente...

 

Shizou olhava Izaya boquiaberto, o menor estava corado e ofegante, tinha percebido o volume que havia se formado debaixo das cobertas, não sabia como reagir, acompanhou a mão do moreno passar pelo seu tórax em direção a sua ereção a apertando em seguida, arfou com seu próprio toque e sussurrou arrastado.

-S-Shizou-chan.

Um cheiro conhecido por Shizou invadiu o ar, não era o da pulga, era outro cheiro típico de quando o loiro se aliviava no banheiro, estava estupefato, a pulga tinha gozado enquanto falava seu nome, não sabia ao certo se ficava irritado ou não, pensava que nunca chegaria a passar por situação semelhante, foi pego de surpresa.

- QUE MERDA É ESSA IZAYA? – Gritou acordando pelo menos dois vizinhos.

O menor acordou sobressaltado se dando conta do que tinha acontecido ficando vermelho até as orelhas, ambos ficaram em silêncio envergonhados demais para falar algo, Izaya cortou o silêncio falando que precisava se trocar e deixou Shizou sozinho no quarto processando o que tinha acabado de presenciar. Voltou a se deitar, na cabeça dele havia somente uma conclusão:

“E a primeira vez que gostei de ser chamado dessa maneira pelo o Izaya-kun”


Notas Finais


Feliz natal e Feliz Ano novo ^-^
Deixem nos comentários a avaliação de vocês.
kisu <3


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