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História Eu apenas queria ver seu rosto irado. - Um trio improvável


Escrita por: SrMogeko

Notas do Autor


Consegui postar em menos de 10 dias, orgulhosa u.u
Bateu a inspiração aqui. Aproveitem o capítulo.

Capítulo 7 - Um trio improvável


O clima da manhã estava ameno e agradável, a luz cálida do sol aquecia na medida certa a cidade que despertara a um tempo, levando em conta que as calçadas já estavam movimentadas e um bom número de mesas estava disposto nas frentes das padarias que exalavam cheiro de café e pães saindo do forno.  As pessoas conversavam animadas, em sua maioria estudantes que se sentavam nas lojas para comer café da manhã e conversar sobre a semana de provas ou sobre outra coisa do tipo. Lógico que o assunto variava conforme o grupo de pessoas, algumas garotas comentavam sobre animes yaoi, a nova temporada de Super Lovers, uns meninos comentavam os novos jogos que seriam lançados. Um grupo incomum formado por dois garotos e uma garota andava calmamente no calçamento, a menina mantinha os braços na frente do corpo segurando uma maleta, com a cabeça levemente abaixada fitando seus dois amigos com seus olhos castanhos, um garoto de cabelos pretos e olhos azuis, caminhava ao seu lado levando uma mochila na lateral do seu corpo, na frente dos dois um garoto loiro andava animado, conversando com os amigos, vez ou outra se metia no meio dos dois abraçando ambos com os braços, quando o garoto viu Izaya assumiu um semblante sério e acenou para o informante que estava em uma mesa ocupada pela a motoqueira sem cabeça o homem mais forte de Ikebukuro que discutiam como iam capturar os motoqueiros do Team Street.

O trio concordou que seria melhor discutir as estratégias para recuperar contrabando roubado por um grupo de motoqueiros, que pareciam que tinham saído de algum filme de corrida, em um lugar reservado.  Izaya sugeriu que todos fossem para o seu apartamento, ninguém discordou, afinal de contas o informante tinha que ter seu equipamento, que consistia num computador e uma garrafa de café, para trabalhar. Como Celty conseguia levar apenas uma pessoa na moto, Shizou foi com ela enquanto Izaya se dirigiu para o metrô.

Cerca de 20 minutos depois Celty e Shizou estavam sentados no espaçoso sofá disposto no apartamento maior que o de Shizou pelo menos umas 10 vezes, o loiro franziu o cenho, irritado. O apartamento era bem mais luxuoso, espaçoso e organizado que o dele, tinha uma mesa com o computador na frente a uma parede inteira de vidro que dava uma bela vista para a cidade, uma estante de livros ocupava o teto até o chão, o sofá se alongava pela sala de estar e ao fundo uma cozinha que era dividida apenas por um balcão. A pulga morava sozinha não precisava de todo esse espaço. Izaya andava de um lado para o outro na frente dos seus convidados esperando Celty digitar tudo o que tinha acontecido durante a perseguição. Depois de ler tudo, se sentou ao lado de Shizou com um profundo suspiro.

- Estou com algumas suspeitas. – Falou apoiando um dos braços no ombro do loiro, relaxado. Shizou rosnou em protesto, mas o moreno não se moveu um centímetro.

Celty encarou Izaya e levantou os ombros, pela sua linguagem corporal era possível deduzir que ela estava perguntando. “Como assim?”

- Eles são como você, trabalham a mando de alguém, prestando serviços como entregas, assaltos, eu chutaria que até sequestros. – Lançou um olhar significativo para os dois.

Celty encolheu os ombros, resignada.

- Você não é a única que trabalha dessa maneira. – Disse Izaya simplesmente. – Queria saber como fazem anúncios para chamar a atenção dos clientes, será que é algo como “Sequestro rápido. Discou, chegou” ou talvez...

- Você mais que ninguém deveria saber como fazer propaganda desses tipos de serviços, Izaya. – Shizou interrompeu ríspido.

- Ora, Shizu-chan, seu trabalho não é um dos mais honestos para você falar assim de mim. – Comentou ácido. – Porém devo admitir seu importante papel em gerar trabalho para médicos, não fosse por você vários médicos estariam sem trabalho por falta de pacientes.

Celty queria sair dali agora mesmo e levar Shizou com ela. O clima na sala ficou tenso, a motoqueira sentiu o ar ficar pesado, carregando de rivalidade. Os dois se encaravam intensamente, ela sentia que estavam prestes a se jogar um no outro e saírem rolando sofá abaixo. Shizou contraiu o maxilar e cerrou os punhos, os músculos de seus ombros ficaram tensos onde o moreno havia apoiado o braço. Izaya enfiou a mão dentro do seu casaco e lançou um sorriso cínico para o maior. Claramente ambos estavam se preparando para brigar. Celty amaldiçoou a hora que teve a ideia genial de fazer os dois tentarem trabalhar juntos. Fez a coisa que julgou ser mais sensata na hora. Tocou levemente o ombro de Shizou pedindo mentalmente que isso bastasse para acalmá-lo. Shizou com grande esforço se virou para observar Celty e quase automaticamente entendeu o recado. Isso era importante para ela, não iria deixar a pulga estragar tudo. Respirou fundo e tentou relaxar antes de se voltar para Izaya.

- Espero que você tenha um bom plano de saúde, porque vai precisar quando isso acabar.

- Pode deixar Shizu-chan. – O moreno tirou a mão do bolso e sorriu irônico para o loiro. Seus olhos rubros brilharam.

 Shizou não pôde deixar de sorri também, o antigo Izaya tinha voltado. Agora tudo parecia estar nos eixos, de volta a normalidade. Seu corpo ficou quente de excitação somente com a ideia de voltar a perseguir Izaya lhe deu um pequeno surto de adrenalina.

Izaya tinha desistido de fingir ser alguém adorável e educado, duas coisas que ele naturalmente não era, principalmente depois de Shizou ter lhe tratado com tanta indiferença. Se fosse ser gentil e ignorado pelo o loiro, preferia ser ele mesmo, pois ao menos assim conseguia alguma reação do maior. E ele parecia contente com isso, mais confortável com o Izaya agindo normalmente, ou seja, sendo a pulga de sempre. Provavelmente se sentia mais a vontade porque esse Izaya era fácil de prever, o loiro não se surpreenderia se agora mesmo ele sacasse seu canivete e tentasse desferir um golpe nele lhe rendendo algumas cicatrizes, mas do outro Izaya não sabia o que esperar, era um incógnita, ele deixava Shizou nervoso e desconfiado, se preparando para qualquer ataque inesperado que nunca vinha.

- Nunca ouvi relatos de um grupo de motoqueiros que sequestram pessoas, por que você tocou nesse assunto? – Perguntou Shizou levantando uma sobrancelha.

Celty se mexeu nervosa no sofá.

- Bem, eles devem ser um grupo antigo. Grupos não se formam assim tão de repente, ainda mais participantes que conhecem tão bem as ruas da cidade ao ponto de emboscar sua amiga. – Lançou um olhar de divertimento para a motoqueira, a fazendo cruzar os braços. – Eles deviam trabalhar com outros meios, vans ou carros, as motos devem ser algo recente.

- Como pode ter tanta certeza? – Shizou acendeu um cigarro, dando curtas tragadas.

- Eu sei de tudo que acontece nessa cidade, isso não passaria despercebido por mim. – Falou sincero.

Celty começou a digitar, os dois encerram momentaneamente a conversa para esperar ela terminar. “Então, eles são um grupo antigo com veículos novos, o que motivou eles a trocarem os carros pelas motos?”

Shizou deu uma tragada longa e soltou a fumaça no rosto de Izaya que ainda estava sentado do seu lado. O moreno o fuzilou com os seus olhos avermelhados antes de responder.

- Isso é simples, pelo o mesmo motivo que você prefere a moto. – Izaya deu de ombros e tirou o braço de cima de Shizou. – Pelo o que eu deduzi, esse grupo é especializado em fugas e em distrações, por isso usam as roupas idênticas e os mesmos modelos de moto. Se estiverem fugindo da polícia ou quaisquer outros perseguidores o confundem tomando caminhos diferentes como fizeram com você. – Celty assentiu. – Como motos são menores e se deslocam com mais agilidade esse efeito de confusão é potencializado. É quase impossível os rastreá-los em uma perseguição.

Shizou piscou surpreso, desde quando a pulga era tão esperta?

Celty digitou outra pergunta para Izaya. “Se é quase impossível como você vai fazer isso?”

- Eu disse que é quase impossível numa perseguição, mas acredito que deva ser bastante fácil encontrar uma concessionária que vendeu cinco motos iguais em dias próximos, se acharmos o comprador achamos esse grupo. – Izaya caminhou até a mesa do computador e se sentou na cadeira começando a digitar.

Celty relaxou os ombros, aliviada, seu problema estava em boas mãos.

- E se as motos forem roubadas? – Shizou propôs.

- Eu acho meio difícil e daria muito trabalho localizar as motos iguais para então roubá-las, mas se for esse o caso, posso checar os boletins de ocorrência dos assaltos de motos nos últimos dias. – Izaya respondeu sem tirar os olhos da tela.

Shizou desejou não ter feito uma pergunta tão idiota. Celty ao seu lado balançou os seus ombros para cima e para baixo.

- Ei, para de rir de mim. – Shizou protestou com a testa enrugada.

A entregadora colocou a mão no peito tentando normalizar sua respiração.

- Obrigado. – Rosnou o loiro ressentido o que fez com que Celty tivesse um novo acesso de gargalhadas mudas.

Celty se sentia muito feliz por ter toda essa ajuda, não sabia o que faria se não fosse por eles. Tinha muitas entregas marcadas para a semana, jogar tudo para o alto e ir atrás de assaltantes estava fora de questão. Shinra tinha feito uma ligação o destinatário da encomenda roubada explicando toda a situação, ele quase surtou do outro lado da linha dando um sermão sobre a raridade da espécie e solicitando que a recuperasse o quanto antes. A entregadora não compreendia tamanha algazarra por uma florzinha, mas com certeza seria caro reembolsá-la. Os dois estavam livrando sua pele, ela nem sabia como agradecer. Pensou em dar um pagamento justo para ambos, porém Shizou podia se sentir ofendido. Celty digitou no seu PDA e levantou a tela para que Shizou a lesse, teve que agitar a tela no ar para chamar atenção do loiro que estava distraído observando Izaya.

“Não sei como posso agradecer você por essa ajuda, se precisar de qualquer coisa é só pedir”.

Shizou estava prestes a responder quando Izaya chamou a atenção dos dois de onde estava sentado.

- Acho que encontrei nosso homem. – Fez um gesto com a mão pedindo para que se aproximassem.

Shizou e Celty caminharam e se colocaram atrás do Izaya para olhar a tela do computador.  Tinha o que parecia ser uma ficha criminal com a foto de um homem jovem, devia ter uns 25 anos, cabelos escuros caindo nos olhos escuros também e profundas olheiras. Pele bronzeada e maxilar quadrado. Pelo o olhar parecia que ele dizia “Não vem não que eu sou bem louco”

- Ryu Kei, 23 anos, se mudou para Ikebukuro depois de ser preso por pequenos furtos na sua cidade natal, Hokkaido. Comprou faz duas semanas três motos turnadas da mesma marca. – Izaya abriu uma foto da moto por cima ficha de Ryu e olhou para a Dullahan. Ela assentiu. – Ele está desempregado há três anos então não teria como arranjar dinheiro para as motos, ao menos que trabalhasse em um emprego não formal.

Izaya se encostou na cadeira realizado, localizar um suspeito  não tinha sido nada difícil, embora sua secretária tenha  deixado seu apartamento, possivelmente farta de esperar o retorno do moreno que passou dois dias sem dar sinal de vida, e esse fosse o trabalho dela o informante se sentia bastante satisfeito em voltar ao sua antiga função.

- Roubar contrabando me parece um trabalho bem informal. – Shizou comentou aéreo.

- Certamente.

Izaya moveu sua mão para pegar o mouse, Shizou acompanhou o movimento automaticamente, notou que o canivete do moreno se encontrava perigosamente próximo dele, na mesa, ao alcance de sua mão. Com um impulso involuntário segurou a mão do menor contra a superfície de vidro. Orihara olhou para ele claramente confuso com a atitude do loiro, sentiu a ponta dos dedos formigarem e o rosto ruborizar. Shizou assim como o moreno aparentava estar perplexo com o que tinha feito, porém continuou segurando a mão do menor e o fitando atônito até que ele falasse.

- Eu só ia usar o mouse Shizu-chan, por que não tenta moderar na preocupação. Não vou tentar te matar agora.

Shizou concordou silencioso, afrouxando o nó da sua gravata e se afastou para fumar um cigarro. Celty que assistiu apreensiva toda a cena, tombou a cabeça-capacete para um lado levantando a tela do seu PDA para Izaya lê-la. “Vocês tem um jeito estranho de flertar”. Orihara abafou uma risada e mirou Celty travesso.

- Não deixe Shizou ler isso se preza por sua vida.

Depois de algum tempo, o que deu tempo para Shizou fumar dois cigarros, Shinra ligar preocupado para Celty, ele se acalmou apenas quando ela explicou mais de uma vez que não estava no meio de uma guerra ou coisa do gênero. Izaya se recostou na cadeira com um longo suspiro cansado.

- Temos um problema. – Declarou o moreno.

Os convidados voltaram sua atenção para o informante que não esperou que eles fizessem nenhuma pergunta para continuar.

- Vi os vídeos gravados pelas as câmeras da cidade das últimas duas semanas, há indícios da ação do grupo em pontos diferentes da cidade, normalmente muito distante uma da outra. – Izaya massageou suas próprias têmporas. – Isso significa que são quase nômades, não tem um lugar certo para voltar depois de fazer suas “missões”.

Celty deixou os braços tombarem de cada lado do corpo e inclinou a cabeça-capacete para baixo, desmotivada. Shizou chamou os membros do grupo de algo que não passava nem perto de ser um elogio.

- Porém, se eu conseguir o contato de algum deles podemos contratá-los e assim os pegamos. – Izaya se levantou da cadeira e se espreguiçou.

- Ok, temos a motoqueira que eles assaltaram e eu, nenhum de nós dois pediria esse tipo de serviço. – Shizou comentou.

Izaya estalou a língua no céu da boca e se aproximou do loiro sorrindo com os olhos, seus lábios finos comportavam um sorriso bem conhecido pelo o loiro, ele sabia que o que estava prestes de ouvir não o agradaria em nada.

- Acho que eu teria motivos para contratá-los.

A conversa chamou atenção da entregadora que observava tudo na mesma posição desmotivada de segundos atrás, espiando por baixo do seu braço. Era um ângulo engraçado.

- E que tipo de serviço você vai pedir? – Perguntou o loiro mesmo com receio de escutar a resposta.

- Shizou, você sabe bancar a donzela em perigo?

- Aonde você quer chegar com isso? – O loiro estreitou os olhos.

Izaya sorriu contornando a linha maxilar do maior com um dedo.

- Na parte que eu te sequestro.


Notas Finais


Vou tentar postar o outro em breve. :3
Beijinhos. <3


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