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História Eu apenas queria ver seu rosto irado. - A culpa é sempre do estagiário.


Escrita por: SrMogeko

Notas do Autor


Eu sei esse cap ficou muito longo, mas não quis dividir ele para não matar vocês de ansiedade.
Sou muito boazinha :3
Aproveitem a leitura.

Capítulo 8 - A culpa é sempre do estagiário.


Shizou detestou a ideia antes mesmo de ouvi-la por completo. O pior era que fazia sentido. Isso somente fazia com que a detestasse mais. Izaya explicou tudo, o plano parecia não ter falhas. O sequestro era necessário porque obrigaria o grupo a usar vans ou carros, assim Celty conseguiria segui-los sem grandes problemas. Shizou seria levado para um depósito abandonado, onde teriam marcado com os sequestradores. A partir daí era só colocar a armadilha em prática, nocautear os integrantes do grupo e amordaça-los. Se o loiro estivesse inconsciente, dependendo da droga que iam usar para apagar ele, Celty chegaria ao local e junto com Izaya prenderiam todos então começariam o interrogatório. A parte que possivelmente Shizou estaria dormindo durante a pancadaria não ajudou em nada a convencer o loiro a participar disso. Celty com muito esforço conseguiu fazer o guarda costas concordar com o esquema. Mas ela teve que garantir que ele ajudaria no interrogatório se os caras não quisessem cooperar e com ajuda ele quis dizer alguns socos no pé do estômago. Mais alguns pontos foram colocados, a data e a hora do sequestro, o local que Shizou iria ficar e esperar tranquilamente seus malfeitores chegarem, onde Celty estaria posicionada, o momento que iniciaria sua perseguição. Com tudo acertado, faltava apenas contatar os sequestradores.

- Certo, vou encontrar uma forma de me comunicar com o Ryu e entramos em ação. – Izaya voltou a se sentar na frente do computador.

- Como tem acesso a todos esses dados pessoais? – Shizou indagou desconfiado.

- Faz parte do meu trabalho. – Disse meramente dando de ombros.

Shizou murmurou algo baixo demais para Izaya escutar, porém o moreno suspeitou que não era exatamente um elogio.

Como não tinha mais nada para ser discutido, não tinha necessidade para Celty e Shizou permanecerem no apartamento, o resto do trabalho dependia de Izaya. A motoqueira se dirigiu a porta e esperou que o loiro a seguisse, para assegurar que ele não tentasse socar o informante agora ou coisa parecida. O loiro caminhou junto com a amiga, mas antes de sair se voltou para o moreno que teclava ocupado.

- Ei, cara. – Izaya levantou os olhos da tela e mirou o outro. – Bom que está de volta. – Disse tentando soar mais desinteressando possível.

Izaya sorriu presunçoso.

- Sentiu saudades?

“Sim” pensou, mas não disse, invés disso se virou e fechou a porta sem olhar para trás. Sobrou na enorme sala de estar apenas Izaya com um sorriso no rosto e os sons dos botões do teclado sendo apertados.

A princípio a tarefa de conseguir o contado de Ryu Kei parecia ser relativamente fácil, mas Izaya teve que passar a noite em claro, se infiltrando em diversos sites de entregas e fretes até encontrar um que não oferecesse somente entregas e fretes. O moreno preferiria que os anúncios fossem mais específicos, por exemplo, “Peça seu sequestro aqui!”, “Se você quer roubar, conte com a nossa ajuda!”. Pena que as empresas de Marketing e Propaganda não se especializam nessa área de serviços. Os dados que ele tinha conseguido do suspeito não adiantariam de muita coisa, pois não continham o contato profissional dele. (Izaya não conteve o riso com esse termo para um telefone de um criminoso). Se o moreno usasse o número pessoal dele e não o da empresa na qual ele trabalha seria suspeito e esses criminosos devem ser acostumados a desconfiarem de qualquer coisa, ao menos foi o que Orihara supôs. No fim, teve êxito em marcar o sequestro do monstro para o horário que tinha decidido com os demais naquela manhã.

O informante reparou que amanheceu apenas quando ouviu batidas na porta do seu apartamento, tinha marcado com Shizou em torno das 8:00 horas da manhã para repassar as principais partes do plano. Havia fechado as cortinas para a luz não incomodar e acabou se privando de ver que as horas passavam. O moreno não fez menção de abrir a porta, levou uma xícara de café aos lábios e só então notou que ela estava vazia. As batidas na porta se tornaram insistentes, Izaya desejou que Namie estivesse lá para atendê-la. Em um gesto quase falho Izaya se levantou na cadeira, sua visão foi preenchida por pontos escuros, sua cabeça foi tomada por uma dor incômoda. Ok, definitivamente não deveria ter virado a noite na frente do computador. Tinha trabalhado muito essa semana quando retomou as suas antigas atividades, essa mudança drástica na sua rotina com certeza não tinha feito bem para ele. Caminhou até a porta devagar. As batidas agora eram quase socos. Céus, esse monstro era impaciente. Abriu a porta com cuidado para que um soco não acertasse seu rosto também.

Shizou teve que meditar para não derrubar aquela porta de uma vez, hoje sua agenda estava lotada. Ele teria que ser sequestrado, lutar com alguns caras maus, fazer um interrogatório e pagar a conta de energia ainda hoje. Esperar meia hora para que a pulga abrisse a porta não estava nos seus planos. Sorte que Tom tinha lhe dado essa semana toda de folga. Assim que olhou para Izaya soube que ele não estava no seu melhor estado. Bolsas tinham se formado abaixo dos seus olhos, as olheiras estavam mais marcadas e profundas. O moreno aparentava estar mais pálido e magro que o normal. Sentiu seu corpo inteiro fraquejar. Como não reparou nisso antes? Na semana que ele via Izaya quase todos os dias ele parecia mais saudável. Indagou-se sobre o que aconteceu com o informante na semana que ele ficou ausente. “Não é problema seu o que a pulga faz com a vida dela”, seu mantra entoou na sua mente. Sabia que se preocupar com ele os tornaria mais próximos, isso era tudo que mais evitava. Mesmo que seu senso de gentileza falasse alto a cautela em relação ao Izaya falava ainda mais alto. Mas, quis que o moreno tivesse alguém para se preocupar com ele.

- Conseguiu? – Perguntou o loiro tentando manear na voz, pois presumiu que o moreno devia estar com dor de cabeça pela forma que segurava sua própria testa.

Izaya simplesmente sorriu convencido.

- Acha mesmo que desperdiçaria a chance de te sequestrar.

Shizou grunhiu, esse cara não dava um tempo. Porém era melhor assim, que continuasse sendo a pessoa que ele mais odeia essa era a garantia que não se envolveria mais.

- Certo, então está tudo acertado?

- Está. – Izaya pegou o celular para ver as horas. – Como deduzi, eles só trabalham durante a noite, temos muito tempo antes de capturá-los.

Shizou abriu a boca e depois fechou. Ficou em silêncio por um tempo e finalmente falou.

- Tente dormi até lá, não quero você dormindo no meio da briga para causar mais problemas do que já temos.

Izaya assentiu cansado.

- Eu queria, mas não posso. Tenho uns clientes hoje e vou visitar minha irmã.

Shizou olhou o moreno complacente, compreendia aquele sentimento. Sentia saudades de seu irmão. As irmãs de Izaya deveriam ser as pessoas mais próximas dele, na verdade as únicas. Orihara na verdade é uma pessoa bem solitária, mas não parecia se importar com isso, nem com o fato que a maioria das suas relações são bem caóticas. A pulga vivia a sua maneira.

- Você não trabalha hoje? – Izaya perguntou e só então o loiro se deu conta que estava parado no meio da sala do menor perdido nos seus pensamentos.

- Não, mas tenho uma conta para pagar agora. – Girou os calcanhares virando as costas para Izaya. – Até a noite.

- Até.

E outra vez, Izaya estava sozinho no seu apartamento.

A tarde chegou rápido demais, pelo menos para a Celty que passou o dia de um lado para o outro no seu apartamento com Shinra a seguindo tentando acalmar a entregadora. Ela queria adiar aquele momento o máximo que podia, porém também tinha que recuperar a encomenda de uma forma ou de outra. Devia ser a única que estava nervosa com a ideia de Shizou ser sequestrado, tinha receio de não conseguir rastreá-los ou de não chegar no lugar a tempo, contudo mesmo que isso acontecesse o loiro seria entregue para Izaya-kun que estavam do lado deles nesse esquema todo, ao menos ela esperava que estivesse. Celty tentou colocar seus pensamentos em ordem, não via o porquê ter medo deles, afinal ela era uma Dullahan eles que deveriam temê-la. Contanto que estivesse em sua moto tudo ficaria bem. Faltava pouco menos de meia hora para ir pro local que Izaya tinha indicado, um restaurante que oferecia uma boa vista para a rua que o informante afirmou que eles iam pegar.

 A motoqueira respirou fundo. Abraçou forte Shinra, tentando buscar toda a confiança que precisava nele, o médico retribuiu o abraçou terno, como se soubesse tudo que ela estava sentindo, provavelmente sabia, por isso Celty o amava, ele sempre sabia. Não precisava falar, ou ter expressões faciais para que ele soubesse o que estava sentindo. Precisava apenas dele. Ele a fazia se sentir completa mesmo que faltasse uma parte de seu corpo. O abraço se estendeu por tempo demais. A entregadora teve que empurrar Shinra que a soltou meio relutante dando um muxoxo.

- Tome cuidado. – Disse por fim.

Ganhou de resposta uma lufada mais densa de fumaça negra que se esvaia do pescoço de Celty.

-Eu sei, eu sei. – O médico disse constrangido. – Me preocupo demais, mas é porque você é muito importante para mim.

A fumaça negra tremeluziu, Celty abraçou mais uma vez o médico deixando ser completamente tomada por seus braços. Infelizmente não podia ficar ali para sempre. Encerrou o abraço, colocou seu capacete. Desceu junto com Shinra para a garagem, esperou o moreno abrir o portão para dar partida em sua moto e adentrar na tarde que aos poucos escurecia.  

Faltava menos que 10 minutos para o horário e todos ocupavam as suas posições.

Izaya esperava, entediado os criminosos no meio de um saguão vazio iluminado somente pela a luz branca que entrava pelas janelas, caixotes e empilhadeiras velhas estavam sobrepostas umas em cima das outras, encostadas nas paredes, o local inteiro estava coberto de poeira e cheirava a mofo, alguns holofotes suspensos no teto arriscavam cair. Os poucos lugares em que a luz alcançava não pareciam ser muitos confortáveis ao julgar pelo o piso duro de concreto e as caixas empoeiradas. Excelente lugar para matar o tempo.

Shizou repassava tudo que Izaya tinha alertado mentalmente enquanto dava volta em torno de uma árvore no extremo de uma calçada fumando um cigarro. Ao menos não tinha ninguém na calçada para ficar olhando para ele como se fosse um louco, tudo estava vazio exceto pelos carros que passavam ocasionalmente. Decididamente bancar a donzela em perigo não era o seu ponto forte. Sentia que assim que tentassem apagá-lo seu corpo ia entrar no piloto automático e tentaria se defender. A noção que teria que ficar inteiramente a mercê de um grupo de criminosos e não fazer nada a respeito deixava o loiro nervoso e irritado. Forçou-se a parar de andar em círculos e tentar agir com naturalidade, como Orihara recomendou, caso o contrário ia parecer que sabia que seria raptado e eles poderiam desconfiar. O loiro olhou para o outro lado da pista. Sentada perto de uma janela, dentro de um restaurante Fast Food, Celty aguardava a deixa para iniciar a perseguição sem ser vista. A motoqueira fez um sinal de positivo com a mão, isso tranquilizou Shizou mesmo que um pouco. Voltou a esperar impaciente a hora do seu sequestro.

Celty podia jurar que a qualquer momento seu coração ia saltar pela boca, se sentia arrependida e um pouco culpada de ter metido Shizou nisso, certo, ele já tinha enfrentando várias situações piores junto com ela, mas nunca teve que ser submetido a isso. Queria que fosse ela no lugar dele. A entregadora não conseguia ficar um segundo sem mudar de posição na cadeira de tão ansiosa que estava. Prestava atenção em qualquer sinal da presença dos sequestradores. Foi quando viu uma van cinza estacionar na rua adjacente de onde Shizou estava. Dois homens saíram do veículo usando o mesmo macacão azul claro, caminharam para onde o loiro fumava “tranquilo” ao lado de uma árvore. Tudo foi muito rápido, um homem se posicionou atrás de Heiwajima e levou um pano até seu rosto o forçando contra seu nariz, se estivesse seguindo a dica do informante ele segurou a respiração e fingiu um desmaio, o loiro tombou para trás e logo em seguida levou um golpe com o cabo de uma arma de fogo na nuca, bem a dica não foi tão útil. O coração de Celty vacilou uma batida vendo essa cena, sua vontade era de subir na sua moto e acertar com o pneu na cara deles, mas se conteve ou tudo isso seria em vão. Celty apertou os olhos, Shizou tinha que estar acordado, era fundamental que ele ficasse acordado para colar um adesivo na van que a diferenciaria das demais, assim a motoqueira conseguiria segui-los. Os segundos que os homens arrastavam Shizou para o transporte foram tensos, a entregadora observava esperançosa, o loiro permanecia imóvel, os braços pendidos balançavam conforme os sequestradores caminhavam. Ele foi levado e colocado para dentro da van e não colou nenhum adesivo. Merda, Shizou desmaiou.

Assim que a van dobrou a esquina Celty montou na sua moto e deu a partida, o ronco do motor e o relinchar animalesco se misturaram. A moto projetava, apesar da pouca luz do entardecer, a sombra de um cavalo na pista que corria conforme a moto acelerava.

Na esquina que a van tinha entrado Celty fez uma curva rápida e fechada fazendo com que os pneus deslizassem mais que deveriam, ainda assim continuou acelerando. Avistou a van distante dobrando a direita, felizmente poucos carros passavam na hora e não foi difícil achar o transporte. O veículo entrou em várias ruas, a motoqueira negra conseguia segui-la perfeitamente e sem ser identificada, ela se tranquilizou um pouco. Se o grupo não estivesse sobre uma ameaça não tinham razão para causar a confusão da noite que a roubaram. Subitamente a van aumentou a velocidade. Da alameda na frente de Celty surgiram duas vans idênticas que forçaram a motoqueira a frear para não bater. A parada brusca fez com que a moto guinasse para frente. Celty os amaldiçoou e sua única escolha foi esperar que as vans desobstruíssem o caminho para seguir em frente, não conseguia saltar sobre elas sem auxílio de uma rampa. No momento que o caminho foi liberado a motoqueira viu de relance a van que estava seguindo virar em uma ruela, ela arrancou e a moto obedeceu aumentando a velocidade deixando atrás de si não mais que flashes das luzes vermelhas do farol da moto e uma trilha de poeira.

A ruela dava para uma avenida movimentada de mão dupla, as duas no mesmo sentido. Izaya tinha razão a respeito de o grupo ser bom em fugas. Logo que Celty pegou a avenida duas vans seguiam uma em cada lado da pista. Tentou ver as placas, as duas eram iguais. O desespero tomou conta da motoqueira apenas até se lembrar do mapa que Orihara a mostrou alertando sobre isso. “Caso aconteça de ter mais de uma van na mesma rua, siga as duas e repare a hora que tomarem caminhos diferentes, a que seguir em direção do depósito e a que Shizou está”. Nada havia saído como o planejado, mas sempre tem como ficar pior. Ao lado da motoqueira surgiu outro veículo, porém esse não tinha a intenção de distrair a sua perseguidora. O motorista avançou para o lado fazendo a lateral da van se chocar contra a moto de Celty. Faíscas voavam da lataria se desgastando com o atrito. A moto relinchou em protesto. A motoqueira se viu obrigada a continuar a perseguição na calçada. Agora tinha que se preocupar em não perder as vans de vista, não ser esmagada por outra e não atropelar pedestres.

As pessoas abriam caminho na calçada facilitando o trabalho de Celty, mas isso não significava que elas não brandiam irritadas, gritando para a motoqueira olhar por onde anda, como se ela não soubesse que o calçamento não era uma das melhores opções para fazer um passeio de moto. Celty avançou desviando de latas de lixos, ziguezagueando por entre as pessoas que não foram muito rápidas em sair da passagem. Logo tinha certa vantagem em relação a van que seguia em seu encalço. Retornou para a estrada, a moto rangeu com o impacto.  A motoqueira serpenteou entre os carros, se aproximando cada vez mais das vans, vapor subia onde o pneu resvalava, buzinas e xingamentos eram tudo que Celty ouvia. A van que provocou a batida não era mais uma ameaça, pois não podia acompanhar o ritmo veloz e ágil da motoqueira que se metia no meio dos carros e vez ou outra saltava por cima de capôs. Os veículos que Celty seguia se separam em uma bifurcação, um virou a esquerda e outro a direita. Seguindo o conselho do informante ela acompanhou a van que dobrou a esquerda em direção ao depósito.

A motoqueira estava indo no encalço do veículo, não tinha qualquer sinal que outras vans estavam por perto. A tranquilidade com que seguia o transporte era suspeita. A Dullahan se preparou para qualquer tipo de imprevisto, só não contava com uma van que apareceu repentinamente na sua frente em uma manobra arriscada. Dessa vez não conseguiria frear a tempo de impedir a batida eminente. Buscou alguma forma de se safar daquela situação, a uns poucos metros de distância a motoqueira avistou uma tábua de madeira na pista apoiada no que parecia ser pedras retangulares, a sua inclinação serviria como uma rampa. Teria que servir. A colisão ocorreria dentro de segundos, Celty guiou a moto para a rampa improvisada, ignorou o quão imprudente essa ideia era e acelerou.

A madeira abaixo das rodas estalou com o peso da moto, porém a tábua aguentou tempo suficiente para Celty realizar o salto, quando os pneus da moto tocaram o teto da van a madeira rangeu e se despedaçou. Se equilibrar no teto de um veículo em movimento parecia ser mais legal do que realmente era. A pancada da roda amassou a van, a moto estancou. O motorista não deve ter ficado muito feliz com a nova passageira porque começou a fazer curvas e mais curvas. Celty com muito esforço conseguia se manter em cima do automóvel, o balanço da van não ajudava muito, a moto sacudia de um lado para o outro, contudo tinha outra van para seguir. Ligou a moto torcendo para isso dar certo, desceu pelo para-brisa, ficando em cima do capô bloqueando a visão do motorista. A van ficou descontrolada, fazendo curvas mais frequentes e batendo em latões de lixo. Invés de o motorista parar ele acelerou ainda mais, Celty sabia que isso não ia dar em nada, tinha que saltar do veículo antes que batesse. Celty avançou com sua moto e saltou do capô da van, o salto foi bem a princípio, mas quando as rodas tocaram o chão o impacto fez com que a moto tombasse para um lado, os pneus chiaram e soltaram vapor, a lateral na moto encostou no chão e soltou faíscas. Celty derrapou junto com a moto por dois metros e se chocou contra um poste. Quando se recuperou da queda já era tarde demais. Perdeu as vans de vista.

Izaya estava cansado de tanto esperar, fez uma anotação mental se caso um dia quisesse sequestrar alguém para valer não contrataria eles. Olhou mais uma vez as horas no seu celular, estavam atrasados. A perseguição deve ter custado aos sequestradores algum tempo. Ouviu uma forte pancada nos portões do saguão, nem fez questão de abrir, com outra forte batida os portões gemeram e se abriram. Dois homens altos entraram, um levava Shizou em cima do ombro. Caminharam em direção de Izaya que examinava a cena com um brilho peculiar nos olhos. Os sequestradores derrubaram Shizou aos pés do moreno. O loiro estava amordaçado, com os braços amarrados nas costas.

- O que fizeram com ele? – Izaya perguntou com certo desprezo.

- Batemos na cabeça dele. – Um homem alto e largo com um corte militar disse dando de ombros.

Izaya os xingou mentalmente.

- Eu o queria acordado para agora. – Disse desapontado.

- Sabemos quem é esse cara, se ele acordasse podia nos causar problemas. – Um homem de cabelos brancos e lisos um pouco mais baixo que o anterior se pronunciava agora.

- Ah, é? – Izaya perguntou irônico.

- Aliás. – O homem que falou por último prosseguiu. – Outra pessoa nos causou problemas.

- Mas vocês chegaram ao destino, não?

- Sim. – O homem disse afiado. – Nós todos chegamos.

Izaya ouviu um estrondo na entrada. Cerca de cinco vans entraram no saguão sem se importar se o portão era largo o suficiente ou não. A última van que entrou bateu em uma das portas a derrubando. A estrutura toda tremeu com o impacto.

Izaya bateu palmas, empolgado.

- Que entrada magnífica, vocês sabem como chamar atenção.

O homem com corte militar pareceu gostar do elogio.

- Eu sei reconhecer uma emboscada, Izaya. – O homem de cabelos brancos rosnou.

Izaya piscou perplexo.

- Perdão, acho que não entendi.

- Não se faça de mal entendido.  A motoqueira fantasma nos seguiu do começo ao fim. Roubamos uma coisa que era dela não faz nem dois dias, isso não pode ser coincidência. E você, Izaya é a única pessoa que deve ser capaz de nos localizar. – O tom com que o homem pronunciou o nome de Izaya foi de puro desprezo.

- Ou, vocês foram descuidados demais para serem vistos. – Izaya analisou cínico.

O homem com corte militar avançou para cima do informante, mas seu companheiro o deteve.

- Agora não, Takashi*.

O homem obedeceu mesmo relutante. Izaya deu uma risada irônica.

             - Esse nome lhe caiu bem, Takashi. – Comentou venenoso.

Takashi grunhiu e cerrou os punhos, porém não fez menção de tentar atacar o moreno novamente.

- Quanto a isso, Orihara, é pouco provável de acontecer. – O homem de cabelos brancos sacou uma arma e mirou em Izaya. – Isso está me cheirando à armadilha.

Izaya somente sorriu e colocou a mão no bolso do casaco, fechou os dedos em torno do seu canivete.

- Mas nem tudo está perdido. – O homem confessou. – Tenho uma proposta para você.

- E qual seria? – Izaya fingiu interesse.

- Você finge que esse dia nunca aconteceu, esquece da nosso existência, nos paga o dinheiro e vamos embora, até deixamos esse aí com você. – Apontou com o queixo para Shizou.

- Creio que isso não será possível. – Izaya tirou o canivete do bolso.

Takashi riu, como se a ideia de Izaya enfrentar eles sozinhos com um canivete o divertisse.

- Tem certeza? – O homem levantou uma sobrancelha, seu tom era de advertência. Ele fez um gesto com a mão. Seus companheiros começaram a sair das vans e se aproximar deles. Era em torno de 20 homens. – Eu tenho muitos homens.

Takashi assentiu.

- Eu tenho o Shizu-chan. – Izaya disse e deu de ombros.

O homem de cabelos brancos bufou e pediu para que outro se aproximasse. Um homem jovem com um coque estilo samurai se aproximou, sua postura era rígida e sua expressão era séria. Levava com ele uma katana embainhada, não combinava muito com aquele macacão azul.

- Pois não, Tatsou-san? – Fez uma breve mesura.

- Esse informante não está querendo colaborar, por que você não ensina a ele como se mostrar mais eficiente? – Sua voz pareceu perigosamente agradável, alguém que visse a situação de fora podia jurar que Tatsou queria somente dar uma aula grátis de boas maneiras.

- Entendido. – O homem encarou Izaya, seus olhos escuros se fixaram na mão que ele segurava o canivete.

Izaya tinha que ganhar tempo, estava exausto, pontos negros dançavam na sua frente, suas pálpebras pesavam. Seus movimentos estavam lentos, não conseguiria se desviar e manusear seu canivete contra 20 homens. Se lutasse com eles sozinho ia perder.

- O que vão ganhar me espancando? Querem um inimigo como eu? – Izaya fez o cabo do canivete dançar entre seus dedos.

- Quem disse que você vai sair disso vivo? – Tatsou sorriu sádico. – Se divirta com ele, Yasu.

Yasu deu um passo à frente, sua expressão continuava séria, seus olhos frios examinavam seu adversário. Levou a mão para o cabo da espada, puxou a katana lentamente. O barulho fino e cortante da lâmina encostando na bainha preencheu o ar. O fio da lâmina brilhou projetando um feixe de luz no rosto pálido de Izaya. O rosto duro de Yasu estava bem perto da lâmina, ainda matinha a postura ereta como alguém que já foi do exército. Tatsou descarregou sua arma, pegou uma bala e a jogou na frente de Yasu. O informante não viu direito o que aconteceu, em um piscar de olhos a bala caiu partida em dois tilintando no chão liso de concreto, Yasu parecia nem ter saído da sua posição inicial.

- Ele é bem rápido. – Takashi observou satisfeito.

Izaya engoliu em seco. Maldita hora que deixou Celty segui-los, ele falou que seria melhor se esperasse junto com ele no depósito, mas a entregadora não queria deixar Shizou sozinho em nenhum momento.

Todos no saguão ouviram o som alto do motor de uma moto se aproximar. Logo Celty irrompeu pela entrada com a roda dianteira levantada. Os homens de Tatsou ficaram atordoados, voltaram sua atenção para a motoqueira que avançava rapidamente. Izaya aproveitou a distração e cortou as cordas que prendiam os braços de Shizou. Celty não deu tempo para os homens terem alguma reação, acelerou na direção deles. A gritaria tomou conta do lugar, uns saíam correndo do caminho outros permaneciam imóveis. Nenhum tentou impedir a motoqueira. Tatsou gritava ordens, irritado, para seus homens que aos poucos voltavam à ordem. A motoqueira aproveitou bem o momento de confusão, dois homens estavam caídos no chão depois de serem acertados pelos os pneus da Dullahan. Infelizmente eles começavam se recuperar do choque aos poucos, um grupo de 10 pessoas começou a cercar Celty enquanto um grupo de quatro ladeavam Izaya. Tatsou e Yasu permaneceram estáticos observando.

Celty conteve a multidão pelos primeiros dois minutos, mas os homens investiam sobre a moto, arremessavam facas e miravam com armas de fogo, sorte que nenhum chegou a disparar. A motoqueira avançou contra dois homens atingindo a roda dianteira na cabeça de um, ele caiu desmaiado o outro conseguiu desviar e deslizou uma faca pelo o braço da motoqueira. Celty recolheu os ombros por conta da dor, mas a ferida se fechou. Dois vieram na sua direita, ela os chutou e girou a moto acertando todos que se aproximavam. Uma faca passou zumbindo ao lado do seu capacete. Mesmo os acertando com a moto eles não paravam de avançar. Celty tirou seu capacete revelando seu pescoço do qual esvaia fumaça e sombras se projetaram aos pés dos sequestradores. Eles hesitaram por alguns instantes, porém logo tornaram a atacar. As sombras agarravam os pés dos criminosos e os arremessavam contra a parede. Outros somente ficavam presos naquela massa escura, os impedindo de prosseguirem. Contudo aquilo não bastava para pará-los.

Izaya se concentravam apenas em não ser acertado, ataques viam de todas as direções. Um homem tentou acertar um soco no seu rosto, mas ele desviou. Em seguida outro desferiu um golpe com uma faca curta, desviou também. Sem dar descanso outro tentou chutar o seu abdômen, o informante pulou para o lado e se livrou, porém deu chance ao quarto criminoso de tentar acertar um soco no queixo de Izaya, ainda bem que os reflexos do moreno eram bons o salvando de mais um soco. Desviar de tantos golpes de uma vez esgotava o moreno, sua visão estava turva, sentia sua cabeça rodar, cada vez que tinha que fazer um movimento rápido sua vista escurecia. Não podia continuar com isso por muito tempo. Olhou em volta buscando por alguma ajuda. Celty recuava montada em sua moto, um aglomerado de homens enfurecidos seguia de encontro à motoqueira, logo ela estaria encurralada. Foram pegos na própria armadilha.

Shizou acordou confuso e com dor de cabeça, não entendia como fora parar deitado no meio de um armazém velho com pessoas que passavam voando e se chocando contra as paredes. Varreu o lugar com os olhos, viu Izaya cercado se desviando de vários golpes seguidos, notou que o moreno apresentava sinais de cansaço e cada vez se esquivava mais devagar. Viu Celty encurralada num canto do saguão, com dificuldade impedia o aglomerado que investia se aproximando cada vez mais, sombras negras arremessavam os seus adversários, porém não aguentaria por mais tempo, pelo menos Shizou descobriu de onde os homens voadores saíam. Mesmo confuso sabia que tinha que agir.

O loiro aproveitou que ninguém reparou nele e pegou os sequestradores de surpresa. Com um soco derrubou três de uma vez só, que caíram desmaiados. Os outros os olharam atônitos. Shizou não esperou que se acostumassem com a sua presença e socou mais um que estava por perto. Todos que ainda restavam de pé, exceto Tatsou e Yasu, correram em direção a nova ameaça. O loiro esmurrava um após o outro, os lançados a vários metros de distância, esses não tornaram a se levantar. Shizou tinha acabado de nocautear mais de dez homens sozinho em fração de segundos. Celty e Izaya suspiraram aliviados.

 Tatsou urrou irritado e fez um gesto para Yasu, o samurai caminhou devagar e se posicionou na frente de Shizou, desembainhou a espada e encarou o loiro, frio e calculista. Shizou investiu contra o oponente mirando um soco no seu rosto. Yasu desviou rapidamente, aproveitou que o loiro ficou de costas e deslizou a lâmina no seu torso abrindo um corte na sua carne. O sangue escorreu manchando a camisa de barman. Shizou rosnou, se virou para lhe acertar outro golpe, o samurai se esquivou agilmente e golpeou Shizou novamente abrindo um ferimento no seu ombro. O loiro ficava cada vez mais zangado. Correu em direção ao adversário e tentou acertá-lo com dois murros seguidos. Yasu desviou sem nem sair do canto, sua expressão continuava a mesma, séria e com o olhar frio, sem esboçar nenhuma reação. O samurai com dois movimentos rápidos cortou abaixo do olho do loiro, girou o corpo, atingiu a lateral do seu corpo e ficou atrás dele.

Celty ficou tentada em partir com a moto para cima da briga, mas não sabia se isso ia atrapalhar ou ajudar. Izaya analisava a briga com o nariz torcido, o loiro estava com cortes feios, preferia que fosse ele fazendo isso invés de Yasu, o moreno sabia que o samurai continuaria desviando com maestria, tinha que haver outro jeito de pará-lo. O informante olhou em volta e viu no chão perto dos seus pés um revólver, fitou de soslaio para Tatsou que estava distraído assistindo a luta. Furtivamente Izaya pegou o revólver e mirou na cabeça de Tatsou e se aproximou devagar. Quando julgou que estava perto o suficiente desengatilhou a arma. O barulho chamou a atenção de todos no depósito que se voltaram para onde tinha vindo o barulho. Tatsou levantou as mãos e Yasu vacilou.  

- Abaixe sua espada. – Izaya ordenou para o samurai.

Yasu acatou a ordem de imediato.

- Não, continue a lutar. – Tatsou mandou.

Yasu fraquejou, era possível ver a dúvida nos seus olhos.

- Solte a katana e eu não atiro na cabeça dele. – Izaya falou tão sério que Shizou acreditou que o moreno seria capaz de atirar nele se o samurai demorasse muito a obedecer.

O samurai deixou a katana cair no chão, olhou para Izaya suplicante. “Que reação interessante” pensou o informante.

- Muito bem. – Izaya deu uma coronhada em Tatsou que caiu inconsciente e olhou para Shizou que entendeu o recado, socou Yasu antes que ele tentasse alguma coisa e apagou o último do grupo Team Street que restava de pé.

Celty e Shizou comemoraram sua vitória, essa foi a última coisa que Izaya viu antes da sua visão escurecer por completo e cair no chão provocando um baque surdo.

Quando Shizou acordou naquela manhã não esperava que teria que levar Izaya no colo para fora daquele depósito velho. Depois de amarrar todos os integrantes do grupo junto com Celty ele pegou o Izaya e os três saíram para respirar um pouco do ar noturno. Uma lufada de vento frio os atingiu assim que deixaram o saguão, o ar fresco foi bem vindo após de lutarem contra um bando de criminosos. Shizou ainda estava ofegante, seu peito descia e subia conforme respirava, roçando no rosto de Izaya que dormia no seu ombro.

- Quanto tempo você acha que vai demorar para eles acordarem?

Celty pegou seu PDA e começou a digitar. Mostrou a tela para o loiro. “Com aqueles socos que você deu eu diria que eles vão dormir no mínimo uma semana.”

Shizou riu. Celty olhou para o céu estrelado da noite. Permaneceram assim, imóveis, calados, olhando as estrelas.

No sonho de Izaya tudo estava nublado, as imagens eram desfocadas e embaçadas. Poucas coisas podiam ser reconhecidas. Ele viu um par de olhos dourados que o fitavam preocupados. Sentia um cheiro agradável e uma respiração terna e compassada. Agora via a imagem de uma máquina de venda automática sendo lançada em sua direção. A imagem mudou novamente viu um homem da cabeça para baixo, usando uma roupa de barman, mas quando tentou olhar para seu rosto o sonho se tornou embaçado. O cheiro o deixava intrigado, tinha sentido esse cheiro em algum lugar só não lembrava onde. Tentou buscar o cheiro para mais perto de si, se aproximou de onde ele vinha. A respiração se alterou, dava leves falhadas. Izaya insistia em se aproximar daquele aroma agradável, o cheiro metálico de sangue e amadeirado se mesclavam, porém tinha outra coisa que não sabia dizer o que era. Precisava se lembrar desse aroma. Uma voz grave e rouca começou a chamar seu nome afável. “Izaya, acorde”. O moreno se sentia confortável. Tudo, o cheiro, a respiração, o calor, o deixava mais sonolento. “Acorde, pulga”. Izaya abriu suas pálpebras, a primeira coisa que ele viu foi um par de olhos que o mirava, o mesmo do seu sonho. Lembrou-se do cheiro que sentia, era o cheiro de Shizu-chan. Se deu conta que abraçava o loiro com força e soltou o outro envergonhado, saltando para o chão.

- Quanto tempo eu dormi?

- O suficiente para a boy band ali acordar. – Shizou apontou para trás. – Vamos.

Celty conseguiu encontrar uma cadeira que estivesse inteira naquele armazém. Tatsou foi amarrado a ela, os outros tiveram que se contentar com o chão. Celty mostrou a tela do PDA para ele. “Com quem está a flor?”.

- Com ninguém. – Respondeu seco.

Shizou socou seu estômago fazendo o homem tossir.

- Responda. – Ameaçou Shizou.

- Eu já respondi. – Falou com os olhos semicerrados.

O soco dessa vez foi no rosto, um filete de sangue escorreu da sua boca.

- Se explique. – Izaya segurava o canivete com uma mão, riscando a lâmina na ponta dos seus dedos.

- Fomos pagos para roubar a flor e nos livrarmos dela, não entregamos para ninguém.

Izaya franziu a testa, pareceu mais interessado na conversa.

- Entendi, vou reformular a pergunta onde está flor?

- Não sei. – Cuspiu as palavras.

Shizou acertou um soco no seu rosto novamente, seu supercílio sangrava e sua bochecha estava vermelha e inchada.

- Agora sabe? – Izaya perguntou calmo.

- Não.

Shizou estava prestes de soca-lo novamente, mas Izaya o deteve.

- Tive uma ideia melhor, traga Yasu até aqui.

Tatsou olhou furioso para o Informante.

- Se você encostar em um fio do cabelo dele eu...

- Não vamos fazer mal algum para o seu namorado. – Izaya interrompeu.

Shizou franziu o cenho e foi buscar o samurai.

Colocam Yasu de pé na frente para Tatsou, o samurai olhou para o companheiro claramente preocupado, finalmente a expressão fria e séria tinha abandonado o seu rosto.

- Yasu, seu amigo aqui não quer me responder onde está a florzinha que vocês roubaram, poderia falar por ele, não é? – Izaya indagou irônico.

- Não tenho permissão para falar sobre isso.

Izaya olhou para Shizou e assentiu. O loiro acertou um soco no estômago do sequestrador que tossiu, mas dessa vez a tosse veio acompanhada de sangue. Tatsou gemeu de dor. O samurai virou o rosto para não encará-lo.

- Agora tem?

Yasu olhou perdido para Tatsou, que apenas balançou a cabeça negativamente.

- N-não. – Sua voz saiu falhada, sua postura não parecia ser mais impotente.

Izaya se aproximou do homem amarrado calmamente. Pegou seu canivete e o posicionou na linha do seu maxilar fazendo pressão. Yasu olhou relutante, porém não disse nada.

- Eu posso machucar ele até você falar. – A pressão aumentou e o fio do canivete afundou na carne de Tatsou.

- Tatsou-senpai, me perdoe. – Suplicou.

- Yu, não...

- Vendemos a flor para uma floricultura não muito distante daqui. Posso passar o endereço exato.

Izaya cortou as amarras de Yasu e entregou o seu celular para ele.

- Anote o endereço aí.

Yasu digitou o enderenço e devolveu o celular para o informante. O moreno olhou para o endereço anotado e assentiu.

- Querem mais alguma coisa? – Tatsou perguntou ressentido.

- Não, acabamos por aqui. – Shizou falou.

Yasu se dirigiu rapidamente para Tatsou, seus dedos tocaram o seu resto sutilmente para não machuca-lo, limpou o sangue que escorria pela boca com delicadeza, desamarrou as mãos do maior enquanto ficava repetindo um pedido de desculpas, ele só parou de se desculpar quando Tatsou afagou o seu rosto e sorriu fraco para ele.

- Se você está bem, então está tudo bem Yu.

Antes do trio ir embora Tatsou perguntou.

- Quem nós denunciou?

- Ryu Kei. – Disse Izaya.

- Tsk, sempre os novatos.

Shizou estava particularmente realizado depois daquela missão, extravasou toda sua raiva e ainda ajudou sua amiga. Tinha gostado de participar disso apesar de ter sido sequestrado. Tudo ideia da pulga idiota. O loiro olhou de relance para Izaya e se lembrou do jeito que o moreno o abraçou quando estava dormindo, sentiu seu rosto queimar. Nunca tinha reparado como o rosto do Izaya era bonito, especialmente enquanto ele dormia, talvez porque assim ele não podia falar ou irritar o maior. Naquela hora sentiu vontade de acariciar o seu rosto, tão sereno. O loiro esfregou seus olhos. Definitivamente Izaya estava o deixando louco. 


Notas Finais


* Takashi. Significa "homem obediente", "homem que pretende ser obediente"


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