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História Eu apenas queria ver seu rosto irado. - Elementar meu caro Shizou


Escrita por: SrMogeko

Notas do Autor


Leiam as notas finais. Avisos importantes.

Capítulo 9 - Elementar meu caro Shizou


Shizou não podia deixar Izaya voltar sozinho para casa, o instinto protetor do loiro dizia que se o moreno voltasse do jeito que estava ia acabar adormecido em uma vala com um cachorro lambendo o rosto dele. Celty voltou na sua moto, sentia muito em não poder ajudar eles, mas Shinra devia estar muito preocupado com a entregadora. Como já era tarde da noite a floricultura certamente estaria fechada, todos concordaram em resolver isso pela manhã, principalmente Izaya que mal podia sustentar o peso do seu corpo com as próprias pernas.

Quando os dois ficaram sozinhos, Shizou percebeu que ficar sozinho com a pulga não é a mesma coisa que ficar sozinho com a Celty. Os dois caminhavam em silêncio para a estação de metrô, poucas pessoas andavam nas calçadas, essas olhavam confusas para aquelas duas figuras caminhando lado a lado enquanto na verdade deveriam estar transformando a cidade num palco de uma de suas brigas. Era compreensível tanta confusão, até mesmo Shizou ainda não tinha se acostumado com essa ideia, seu corpo inteiro estava preparado para qualquer ataque do menor, mas no fundo sabia que por hora ele não corria nenhum perigo, pelo menos por hora. O loiro andava distraído acompanhando com os olhos os passos vacilantes de Izaya, o moreno não se decidia se andava pela calçada ou pelo o meio fio ou sua exaustão não o deixava caminhar sem mudar a direção em cada dois segundos. No fim Izaya parecia um bêbado sem rumo.

A noite passava preguiçosamente como se todo o pandemônio de horas atrás nunca tivesse acontecido. Shizou queria esquecer o tempo que passou raptado, não que tivesse sido uma experiência traumatizante ou algo assim, aliás, tinha passado o tempo todo dormindo. Mas aquilo feria seu orgulho, e pensar que foi praticamente culpa da pulga feria ainda mais. Reconhecia que seu papel dentro do trio era apagar os caras maus com seus socos e amedrontar os inimigos, as partes chatas ficavam com Izaya, sabia que o moreno era bom nisso, mas não podia deixar de se preocupar com uma dúvida que martelava na sua cabeça.

- Como sabia que o endereço da floricultura estava correto? – Shizou perguntou espiando de canto de olho o moreno.

Izaya continuou com seu passo bêbado, abraçando seu próprio corpo.

Shizou franziu a sobrancelha. Ele não escutou? De qualquer forma, o loiro supôs que o cérebro da pulga devia ter virado geléia depois de tanto trabalho, então deixou passar. Podia perguntar de manhã quando ele tivesse se recuperado completamente.

Aquele dia tinha sido bastante exaustivo, porém ainda não tinha acabado. Pelo menos não para Shizou. Sua nova missão era fazer Izaya chegar em segurança no seu apartamento. Uma missão no mínimo irritante. Shizou era oficialmente a babá da pulga. Chegaram ao metrô depois de uma breve caminhada. Pegaram um trem e conseguiram cadeiras para se sentar. Shizou tinha que afastar constantemente a cabeça de Izaya do seu ombro, quase no fim da viagem ele se deu por vencido e deixou o moreno tirar um cochilo o usando de travesseiro. Tentou ignorar o cheiro da pulga invadindo suas narinas. Quando finalmente chegaram na estação. O loiro teve que conduzir o moreno para fora do vagão e o ajudar a se manter de pé durante todo o percurso para seu apartamento. O loiro esperou “pacientemente” o informante abrir a porta e entrar. Pronto, entregue em segurança. Izaya se apoiou nos ombros do loiro e encostou sua testa no pescoço do maior.

- Obrigado, Shizu-chan. – Sorriu contra a pele do loiro fazendo os lábios roçarem levemente no seu pescoço.

Shizou devia afastar Izaya, devia o xingar ou socar aquele sorriso. Devia, mas não conseguia. Apenas ficou imóvel esperando a pulga se afastar por conta própria. E assim Izaya fez. Deu alguns passos para trás e se deitou no sofá, dormiu ali mesmo. Novamente tão vulnerável. Não muito diferente de Shizou. Vulnerável e desarmando diante a um simples roçar de lábios. Não entedia o que estava acontecendo com ele, mas qualquer pessoa que soubesse dos sentimentos que gradativamente nasciam no loiro saberia também que Izaya desarmava uma bomba.

Desarmava aos poucos a bomba Heiwajima Shizou.

A manhã chegou cedo demais para Shizou que não conseguiu dormir quase nada. Sua mente não desligava como se o loiro tivesse tomado uma quantidade muito grande de café. Diferente dele, Izaya e Celty estavam completamente descansados e prontos para maratonar Senhor dos Anéis se fosse preciso.

Celty foi ao endereço que Izaya tinha conseguido da floricultura, ela ficava nas redondezas da área comercial da cidade. Pagou cerca de 30 ienes na flor. Era uma grande piada do destino, pagar tão barato numa florzinha que custou tão caro. De lá seguiu para o apartamento de Izaya, pois o moreno tinha insistido em examinar a planta antes de Celty entregar para o destinatário. A entregadora não recusou já que ela mais que ninguém queria entender o motivo de tanta confusão. Chegando ao apartamento do informante se surpreendeu em ver sentando no sofá Shizou fumando tranquilamente. Ficou fitando o loiro, surpresa. Shizou percebendo que sua amiga o encarava se justificou.

- Só queria saber o desfecho da nossa missão. – Deu de ombros.

Izaya que observava a cidade abaixo dele se aproximou. – Certo, vamos ver essa flor.

Celty deu a planta para o moreno. Izaya pegou o vaso nas mãos segurando com cuidado. Virou de um lado para o outro examinando. Retirou a planta do vaso delicadamente. A expressão dele automaticamente se iluminou.

- Ora, ora. – Tirou do interior do vaso um pequeno pendrive. – O que temos aqui?

Shizou observou curioso o moreno caminhar para seu computador. Celty ainda tentava entender como ainda não tinha nada quebrado no apartamento de Izaya com Shizou na sala de estar.

O moreno digitava rapidamente. Seja lá o que estivesse fazendo, fazia com muita dedicação.

- O que tem no pendrive? – Shizou perguntou impaciente.

 - Uma lista com os maiores nomes do narcotráfico chinês. – Izaya respondeu sem tirar os olhos da tela.

- Como sabe disso? – Shizou perguntou com uma sobrancelha arqueada.

- Porque aqui está dizendo, “Os maiores nomes do narcotráfico chinês”.

O loiro bufou e olhou para Celty para se certificar que ela não estava rindo dele.

Izaya continuava examinando a lista. – São muitos nomes.

- Então o destinatário provavelmente é... – Shizou se esforçava para entender a situação.

- O maior inimigo da Tríade Chinesa no Japão. – Izaya olhou sombrio para o loiro.

- A Yakuza.

- Bingo. – Izaya apoiou suas costas no encosto da cadeira.

Celty a essa altura já sabia o que iria suceder se essa lista fosse entregue. Digitou no seu PDA. “Uma lista negra”.

- Exatamente, Celty. Se essa lista chegar na mão da Yakuza pode ter certeza que iniciaremos uma guerra do tráfico de proporções desconhecidas. – Izaya sorriu com o canto da boca. – Seria bastante interessante.

- Seria uma carnificina.

- Como eu disse, bastante interessante. – O informante deu de ombros.

Shizou estreitou os olhos. Algo não parecia se encaixar. – A Tríade chinesa é a maior inimiga da Yakuza que está presente em todo o Japão e outros países. Então como... como eles descobriram que essa lista existia e estava em pendrive dentro de um vaso de uma flor? E como rastrearam a Celty de tão longe? Parece que a pessoa que enviou essa lista para a Celty é a mesma que mandou a Team Street roubá-la.

Izaya franziu a testa e rangeu os dentes. “Esse monstro, por que tem que ser tão...grr”

- Está bem mais que claro que eles têm um ótimo sistema de espionagem, como todas as facções criminosas que se presem devem ter. Aí que os informantes entram. – Sorriu orgulhoso. – Não faria o menor sentido uma pessoa fazer isso, uma auto sabotagem.

Celty assentiu concordando.

Shizou não se deu por convencido. – Mesmo em território inimigo?

- Principalmente em território inimigo. Veja seu exemplo, já é a terceira ou quarta vez que você está na minha sala de estar porque queria informações.

Essa comparação pegou Shizou de surpresa. Isso fazia sentido.

Celty mostrou a tela do PDA para o moreno. “Existe um jeito de evitar isso?”

- Claro que sim. – Izaya voltou para o computador. – Estou colocando um vírus no pendrive para apagar todas as informações dele e do aparelho em que ele for colocado.

Celty colocou a mão no peito, aliviada.

- Então é só entregar o contrabando como se nada tivesse acontecido. – Izaya retirou o pendrive e colocou de volta no vaso. – Problema resolvido.

O loiro não podia deixar de achar tudo isso estranho demais. A pulga estava sendo boazinha demais. Logo ele que amava ver caos e confusão estava abrindo mão de começar uma guerra porque Celty queria. Shizou devia estar transparecendo o quanto estava desconfiado, pois Izaya falou.

- Não se preocupe comigo, Shizu-chan. Não costumo colocar meus interesses pessoais na frente dos meus clientes, sou um profissional.

- Mas, esteja avisado que caso nos traia eu vou quebrar a sua cara.

- Claro, se conseguir me pegar primeiro.

Izaya sorriu malicioso. Shizou deixou escapar um sorriso também. Definitivamente estavam de volta aos “bons” tempos. Aquilo acalmava Shizou, porém o loiro sentia que algo mudava, somente ignorava. Tinha medo de investigar mais a fundo o que começava a mudar entre eles e descobri o que não queria.

No fim de tudo isso os três tinham estreitado os seus laços. É como dizem, depois de enfrentar um bando de sequestradores e evitar uma guerra do tráfico não existe coração que não amoleça. Em comparação com a primeira reunião deles nessa sala, o clima estava bem mais amigável. Os três começavam a se entender. Pena que tudo isso estava prestes a acabar.

Celty recolheu a encomenda, digitou e mostrou a tela do seu PDA para Izaya. “Em relação ao pagamento, quanto custou os seus serviços?”.

- Ah, dessa vez será gratuito, eu me senti como se estivesse em uma série de TV, tipo C.S.I Ikebukuro, isso foi  bastante excitante para mim.

Para Shizou não precisava nem perguntar. A entregadora já sabia a resposta do loiro. Apenas se despediu dos rapazes e foi por fim fazer uma entrega. Afinal estava ansiosa para acabar de vez com isso e deixar eles as sós também.

Shizou não se demorou muito no apartamento do menor, não queria dar espaço para outros sentimentos surgirem. Uma troca de olhar foi suficiente para o loiro saber que estava na hora de ir embora. Disse um “Bom trabalho” e saiu do cômodo, desejando que todos os seus sentimentos ficassem lá quando ele fechasse a porta.

                 Celty pilotou até o lugar marcado para a entrega. Em frente uma casa de construção antiga, velha e com a tintura descascando. Parecia estar abandonada por pelo menos uma década. Certamente seria demolida em breve para dar lugar para um novo apartamento. Um senhor de idade usando suspensórios e boina saiu da casa, caminhou calmamente em direção da motoqueira, pagou pela a encomenda e agradeceu pelo trabalho.

                Mas esse senhor era apenas mais um entregador, o verdadeiro destinatário ainda não tinha recebido sua encomenda.

                 O senhor esperou que a entregadora saísse do seu campo de visão para continuar o seu trajeto. Pegou um trem e caminhou mais um pouco até chegar em frente a uma porta. Bateu duas vezes para ser atendido. Um rapaz saiu trazendo uma maleta com ele. Entregou para o senhor que conferiu o dinheiro e em seguida o entregou a encomenda.

                O senhor limpou a testa com um pano e se queixou para o rapaz.

                - Você nem sabe o trabalho que deu te entregar essa flor, Izaya-kun.

                 O típico sorriso da pulga brotou nos seus lábios.

                - Pode apostar que eu sei.


Notas Finais


Izaya pisa menos na polícia japonesa eu te imploro.
Sim, para os piscianxs que ainda estão impactados (eu acho). Izaya passou a semana sumido planejando tudo isso a começar pelo assalto da Celty apenas para ter uma desculpa para Shizou começar a se envolver com ele, bem manipulador mesmo. E você aí marcando o senpai em memes achando que é o suficiente para ele te notar :v
Sobre o segundo aviso. TERÁ UM EXTRA DO CASAL TATSOU X YASU. Isso mesmo! (Espero que eu não seja a única animada.) Mas quero saber a opinião de vocês.
Beijos de açúcar.
Edit: O extra já começou a ser postado. https://spiritfanfics.com/historia/permaneca-ao-meu-lado-8643320


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