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História Eu depois de você - Prólogo


Escrita por: MissAtomicBomb_

Notas do Autor


Primeiramente, sejam bem-vindos!
Segundamente, eu não via a hora de postar essa fanfic! Minha tia quem me ajudou com o enredo, pensamos juntas no desenvolvimento dessa história. Obrigada, coroa!
Terceiramente, isso não é uma continuação de Depois de Você, é um continuação do primeiro livro.
Quartamente, eu espero que gostem muuuito!!! Fiz com todo o meu coração.
Boa leitura! (Leiam as notas finais).

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Eu depois de você - Prólogo

2014

           

            Ela olha novamente para os seus sapatos, são da cor laranja e contêm esferas escuras. Não faz muito tempo que ela se formou na escola de moda Esmod, em Paris, e se tem uma coisa que nunca parou de martelar em sua cabeça era a frase de sua professora de criação, Madame Josephine, “Se você quer fazer marca, seja diferente”. Ela sorri ao observar cada detalhe daqueles sapatos estranhos, ser diferente é algo que a fizera ser muito criticada quando mais jovem. Em Esmod, ninguém a olhava torto por conta da saia exageradamente estampada ou porque seu penteado parecia esquisito. Pelo menos as bolinhas dos sapatos eram da mesma cor que o seu sobretudo e sua calça.

            Ela afasta-se quando percebe que algumas pessoas estão incomodadas pelo fato de ela estar na passagem da escada rolante.

            — Louisa, querida! — alguém grita.

            Ela olha para os lados, confusa. O aeroporto está lotado demais para conseguir encontrar quem ela procura. Depois do que pareceu alguns minutos, Louisa consegue ver o seu pai segurando uma plaquinha com seu nome. Ela sorri de orelha a orelha quando vê a felicidade estampada no rosto do homem de cabelos grisalhos. Ela desce a escada rolante e mesmo carregando malas, corre e pula nos braços dele.

            — Calma, garota! — Bernard diz, tentando segurar a filha. — O seu pai não é mais um garotão para aguentar esse tipo de coisa.

            Louisa sai de seus braços e sorri largamente, mais uma vez.

            — Você está bem? — repousa sua mão direita no ombro de seu pai.

            — Estou melhor agora. Sua mãe está preparando o almoço, é melhor corrermos — ele puxa a filha para mais um abraço. — Estávamos com muita saudade, estão todos à sua espera.

 

***

 

            Atrás dela, Bernard carrega as malas de rodinhas, enquanto Louisa abre a porta de casa. Mal lembrava o quanto era quente lá dentro, já que sua mãe sempre deixa a calefação ligada. Ela tira o sobretudo, deixando a mostra sua blusa marrom de camurça.

            — Sua mãe ainda me levará a falência — o pai murmura.

            Louisa sorri ao estar na casa dos pais novamente. Ela deixa seu sorriso fazer um leve barulho quando sente um cheiro delicioso vindo da cozinha.

            — Eu não acredito, é a Lou? — a voz vem da cozinha, assim como o cheiro que sente,

            — Sim, mamãe — ela responde, pendurando seu sobretudo no gancho da sala e quando olha em direção a janela não vê a cadeira de seu avô. Ele havia morrido há alguns anos e Louisa lembra de ter ficado alguns dias sem ir à aula. O ruim de morar em outro país é exatamente ficar longe de sua família nos momentos mais delicados. Ela olha para Bernard e ele sorri generosamente, como se quisesse consolar a filha. Louisa respira fundo e vai em direção a cozinha.

            A tristeza passa quando ela encontra a mãe, a irmã mais nova e o sobrinho que parece ter crescido mais do que nunca.

            — Você nos fez tanta falta — Josie se apressa em abraçar a filha e Louisa sente o cheiro de tempero mais intensamente.

            Katrina se aproxima, observando Louisa dos pés à cabeça.

            — Paris lhe fez muito bem.

            — Eu também senti sua falta, Trenna! — ela se desvencilha da mãe para abraçar a irmã.

            Quando chega a vez de Thomas, Louisa estranha o tamanho do garoto.

            — Trenna, o que você deu para esse menino?

            Mas a irmã apenas sorri, balançando a cabeça.

            — Suas coisas já estão lá em cima — Bernard diz, adentrando a cozinha.

            — Obrigada, pai.

            Minutos depois, quando todos já estão se servindo na grande mesa, Louisa quer saber:

            — Quais são as novas?

            Josie e Bernard olham para Katrina, que após tirar as espinhas do peixe para Thomas, diz:

            — Está tudo bem no escritório, não fiz nenhuma besteira.

            Depois da formatura, Katrina passou a trabalhar na administração de uma empresa em Londres. Ela parecia muito feliz com o emprego, já que isso lhe permitiu mudar de cidade e consequentemente dar uma vida mais folgada para o filho.

            Louisa sente o celular vibrar no bolso da calça e o alcança.

 

            Negócio fechado?

                        Lena.

 

            Lena estudava na mesma turma de Louisa, na faculdade. Ela era bem mais nova, mas vinha de uma família muito rica e Louisa havia ficado de lhe dar uma resposta sobre as duas abrirem uma loja juntas, com marca autoral. Louisa ficaria responsável pelos modelos de roupas e Lena entraria como sócia. Era pegar ou largar.

            — Por que a tia Lou pode ficar com o celular na mesa e eu não? — Thomas leva sua colher até a boca.

            Trenna olha zangada para Louisa.

            — Desculpe-me — ela guarda o aparelho de volta.

            — E então, querida, como vão as coisas? — Josie pergunta.

            Louisa suspira com a possibilidade de ser dona do seu próprio negócio.

            — Uma amiga quer abrir sociedade comigo, uma loja de roupas em Paris.

            Sua mãe desanima ao ouvir as palavras da filha. Na verdade, Josie sempre insistiu para que Louisa voltasse para a Inglaterra. Principalmente depois da morte do vovô.

            — Mamãe, uma certa pessoa me deu asas. Preciso voar com elas e não deixá-las de lado.

            Josie enxuga uma lágrima do rosto.

            — Mulher, não chore! A menina precisa viver a vida dela — Bernard segura a mão livre da esposa.

            — É, Louisa, Paris lhe fez muito bem mesmo — Katrina diz novamente, segurando seu garfo.

 

***

 

            Trenna fita a irmã e logo sorri.

            — É verdade que os franceses beijam bem?

            Louisa e Trenna estão lanchando em uma lanchonete que havia sido aberta por perto. Há um homem no balcão que logo olha para as duas, ao ouvir a pergunta indiscreta.

            — Na verdade, só beijei dois caras — Louisa responde, tomando um gole do seu café com leite.

            — Mas você não aproveita nada mesmo, hein?! — Trenna diz, incrédula.

            Louisa não liga. Na verdade, só consegue pensar em Will depois de ter chegado na Inglaterra. Faz três dias que ela evita até mesmo pensar no castelo, é doloroso demais. Mas ela sabe que Will estaria orgulhoso de ver tudo o que ela estava conquistando, principalmente a liberdade. Sem pensar duas vezes, ela pega seu telefone celular e responde à mensagem de Lena. Não havia respondido antes, porque estar novamente na Inglaterra a fez sentir saudade de casa, mas era tudo ou nada.

 

Negócio mais que fechado.

                        L. Clark

 

— Louisa? — alguém toca seu ombro.

            Ao se virar, Louisa paralisa com a surpresa. Nunca imaginaria que Camilla Traynor frequentaria aquela lanchonete. A mulher parece diferente, o sorriso que lança para Louisa mostra o quanto está feliz em vê-la.

            — O que você faz aqui? — Louisa se levanta para cumprimentar a mulher.

            — Eu quem pergunto! Voltou há quanto tempo?

            Louisa passa a mão nos cabelos soltos. A imagem perfeita de Camilla sempre faz com que ela tente ajeitar algo que possa parecer errado. Como um fio de cabelo fora do lugar.

            — Faz três dias — Louisa sorri.

            Camilla olha para Trenna e sorri solenemente. A moça retribui o sorriso.

            — Lá em casa está uma bagunça, despedi os funcionários e por isso vim pegar um café aqui — a mulher explica.

            Louisa não entende o que Camilla quis dizer e arqueia as sobrancelhas.

            — Eu me aposentei e estou de mudança para Londres. Resolvi vender a casa.

            Muita coisa realmente havia mudado por ali, Louisa se sente estranha com tantas novidades.

            — Ah!

            Camilla parece ter lembrado de algo quando de repente fala:

            — Inclusive, você bem que poderia me acompanhar até a propriedade — ela logo começa a falar devagar, com medo de entristecer Louisa. — Vou esvaziar o quarto de Will, você poderia querer alguma coisa que foi dele.

            Louisa não responde de cara. Primeiro vem algo em sua cabeça, algo que ela pudesse querer naquele momento. Nada vinha em seu pensamento, exceto a imagem do homem que continua amando. Ela não quer o antigo travesseiro de Will, nem uma foto sua de quando era mais novo. Ela só quer tê-lo novamente consigo. Mas sua sanidade está boa demais para saber que seu desejo é impossível.

            — Não acho que seja uma boa ideia — responde por fim.

            — Por que não? — Trenna intromete-se. — Dentro de algumas semanas você vai voltar para Paris. Eu sei que você está evitando lembranças, mas enfrentá-las não vai fazê-la mal.

            Quando Louisa encara Camilla, a vê assentindo.

            — Eu pensei que viver naquela casa me mataria, mas ninguém passa pelo que passamos para sair mais fraco — ela assegura.

            Louisa começa a lembrar de quando assistia filmes legendados com Will, do primeiro encontro com ele, das conversas que compartilhavam...

            — Só se eu não demorar muito — ela decide.

 

***

 

            Sozinha, no quarto do homem que ama, Louisa toca nas cobertas da cama de Will. Por um momento que ela define como loucura, se permite cheirar seu travesseiro. Ao lembrar do dia em que Will soube da sua obsessão por uma meia-calça de abelhas, ela sorri, deixando escapar algumas lágrimas. Por que você teve que ir, William Traynor? Camilla havia lhe dito para mexer no que quisesse, e era isso que ela estava fazendo. Começando pelo seu criado mudo, encontrou um livro de contos que ele gostava muito. As páginas ainda não haviam ficado amareladas, mas ela pode jurar que o cheirinho de Will estava lá. Ela separa o exemplar e continua. Depois de ter migrado para o seu guarda-roupas, Louisa encontra uma caixa cheia de fotos e papeis.

            Primeiro ela observa cada foto, uma com a Alicia, eles pareciam estar em Tóquio e muito felizes. A próxima foto era apenas dele, escalando uma montanha que ela não fazia ideia de onde ficava. Louisa não sabe ao certo quanto tempo havia ficado ali, vendo as lembranças mais felizes de Will. Na caixa, encontra um chaveiro meio sem graça, alguns documentos de empresas que ele havia comprado e um envelope preto com listras diagonais cinzas. Ela não pensa duas vezes antes de abri-lo. A princípio, Louisa não entende o que todo aquele documento significa. Ela vê que nele há os nomes de Will e Alicia, mas não entende o porquê de eles estarem ali. Depois de tentar compreender, algumas coisas começam a se encaixar na sua cabeça. Will havia pago para uma clínica de fertilização congelar seu sêmen. Na verdade, o documento era um contrato de anos.

            Louisa começa a suar frio e logo se levanta para ir até a sala.

            Ao chegar e não encontrar ninguém, ela vai até a cozinha e vê o pai de Will tomando chá e conversando com Camilla.

            — Desculpa interromper, é que...

            — Você está bem? — Steven deixa sua xícara de lado.

            Louisa toma a liberdade de sentar junto com eles na mesa e Camilla logo providencia uma xícara de chá para ela.

            — É de hortelã.

            Louisa ignora o chá e entrega os papeis para Camilla.

            — O que é isso? — Steven pergunta.

            Camilla olha confusa para Louisa.

            — Vocês podem ler? Minha cabeça ainda não processou a informação como deveria — ela massageia as têmporas.

            Após um tempo significante, Camilla e Steven — que estavam separados desde a morte de Will — se entreolham surpresos. Depois, encaram o rosto curioso de Louisa.

            — Eu sempre soube que Alicia era estéreo, mas nunca pensei que ela e Will pretendiam fazer esse tratamento de fertilização — Camilla diz para Steven.

            O ex-marido coça a cabeça.

            — Parece que depois que terminaram, esqueceram de cancelar o contrato.

            Louisa começa a pensar em quando Camilla lhe propôs pegar alguma coisa no quarto de Will para ficar para si. Pensa em como ela só queria tê-lo de volta.

            Ou pelo menos ter um pedaço dele.

            — Outra pessoa que não seja a Alicia pode fazer fertilização in vitro com o sêmen do Will? — Louisa pergunta, receosa. Ela sabe que a resposta que receberá pode mudar a sua vida, mas apesar de já ter mudado demais, ela quer algum tipo de novidade que envolva Will.

            Camilla estuda um pouco o documento, enquanto bebe seu café.

            —Bom, temos que considerar que o contrato também está no nome de Alicia — Camilla lembra. — Só se ela autorizar, mas eu não quero doar o sêmen do meu filho.

            — Nem mesmo para mim? — Louisa pergunta, tão nervosa a ponto de estar com as mãos suadas. Ela sabe que Will jamais lhe pediria isso, jamais concordaria que ela cuidasse de uma criança sozinha. Mas Louisa não se importa, Will já havia feito sua escolha, era a vez dela de tomar decisões.

            Steven sorri e Camilla parece surpresa com a pergunta de Louisa. Algumas lágrimas começam a cair do rosto da mulher, que se apressa em perguntar com os papeis ainda em mãos.

            — Você tem certeza?

            Despois de um longo suspiro, Louisa responde:

            — É a única coisa que quero dele.   

           

           

                                                                                                                    

             


Notas Finais


E então, gostaram? Eu espero muitíssimo que sim.
Eu fiz um trailer há algum tempo atras e espero muito que vejam e gostem!
https://www.youtube.com/watch?v=kMnZAoZ9QTI <3
Obrigada por lerem. Não esqueçam de me dizer o que acharam, é muito importante pra mim.
Beijos da Clary!


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