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História Eu depois de você - Capítulo nove


Escrita por: MissAtomicBomb_

Capítulo 10 - Capítulo nove


Fanfic / Fanfiction Eu depois de você - Capítulo nove

            Louisa 

 

 

            As lembranças nunca foram embora. Por mais que estivessem guardadas em uma caixa, elas sempre estiveram presentes no meu coração. Era muito difícil morar em Paris e não pensar em Will, era mais difícil ainda olhar para Ben e não lembrar do homem que amei. E que ainda amo. Quando o Benjamin começou a virar um rapaz e parecer ainda mais com o Will, eu sentia vontade de chorar quando o via sorrir. Era inevitável. Na cama, encarei a caixa de lembranças aberta sobre minhas pernas cruzadas e resgatei uma foto do pai e uma do filho. A única coisa que diferia os dois era a cor do cabelo: Ben tinha um cabelo muito mais claro que o do pai, talvez, porque tenha herdado isso de Camilla. Frequentemente eu ficava me perguntando como seria a minha vida se Wiliam estivesse nela.

            Quando minhas mãos tocaram a velha meia-calça de abelhinha que Will me deu, meus olhos lacrimejaram. Coloquei o tecido macio sobre a pele do meu rosto e fechei os olhos para me sentir perto de Will. Eu sempre fazia isso e não usava a meia há anos, com medo de estraga-la e perder a melhor lembrança que tenho da palavra amor. Na carta, ao meu lado, leio com emoção e carinho as suas palavras, “Você está marcada no meu coração, Clark. Desde o dia em que chegou, com suas roupas ridículas, suas piadas ruins e sua total incapacidade de disfarçar o que sente”, pensando sobre como as minhas antigas roupas ridículas me fizeram ser diferente e especial. As pessoas gostavam das coisas que eu criava na faculdade e isso me fez crescer profissionalmente, muito mais do que eu esperava.

            No fundo da caixa, encontrei uma foto minha grávida. Minha barriga era enorme e todo o meu rosto ficou inchado durante a gestação, mas eu estava feliz. Estava sensível e chorava muito com vontade de ter Will por perto, mas a sensação de ter uma parte dele crescendo dentro de mim me fazia feliz. Não sei se foi a melhor ideia mentir para Ben sobre seu pai e eu, mas na época, era o que eu achava que deveria ser feito. Conversei com os pais de Will e chegamos à conclusão de que ele não gostaria da ideia de ser lembrado pelo filho como um fracassado. Não que nós concordássemos que Will era um fracasso, mas sei que ele se sentia dessa forma e achamos melhor respeitar a decisão que achávamos que ele iria preferir. Talvez, se Benjamin soubesse a história do pai, não seria tão insensível com as pessoas à sua volta. Eu deveria não ter inventado que o seu pai morrera de hepatite quando eu estava grávida e ainda éramos namorados, e nem deveria ter pedido para os pais de William retirarem a data da morte dele de sua lápide, eu deveria ser verdadeira com o meu filho.

            Peguei uma fotografia minha e do Vianney, de quando ainda estávamos na faculdade, ele fazia administração. Estávamos em uma festa na faculdade dele e Vianney era de longe o meu melhor amigo e também o mais estiloso. Ser mãe era difícil, mas teria sido pior se ele não estivesse presente para me ajudar. Antigamente, eu dizia que ele era o meu Super-Homem, e realmente era. Mas apesar disso, não era o amor da minha vida. Eu queria sentir o que sentia por Will, queria ter o famoso frio na barriga, a batida acelerada no coração e a vontade de dizer eu te amo. Eu amava Vianney, mas era um amor diferente. Nossa história de amor se resumia a lealdade e cumplicidade. Eu era mãe solteira e ele um cara que tinha medo de assumir sua homossexualidade para os pais. Na época era conveniente o nosso matrimônio. Ajudamos um ao outro, Vianney ficara muitas noites acordado com Ben quando ele chorava. E eu permiti quando ele tentou algo a mais comigo, pois queria não ser gay. Foi um erro? Sim. Porque a) Vianney era gay e pronto, ninguém muda isso e b) porque não deu certo e nossa amizade ficou estranha por uns meses. Mas depois resolvemos esquecer esse acontecimento e continuarmos com o nosso falso casamento. Ele começou um namoro secreto logo depois, que só eu sabia e sentia inveja do seu sentimento, pois não sabia se um dia teria a mesma sorte que ele. Nunca pedi para que Vianney fosse um pai para Ben, mas ele fez um trabalho excepcional como seu amigo. Quer dizer, ele acobertou muitos erros dele, mas nuca lhe deixou de dar uma bronca ou de ser seu ombro amigo nos momentos difíceis.

            Vianney abriu a porta do quarto e me encontrou envolta de fotografias e papéis, além da meia-calça que ele sabia que eu guardava. Ele percebeu as minhas lágrimas e entrou em silêncio, fechando a porta atrás de si e depois subiu na cama segurando um livro. Quando sentou-se ao meu lado, permitiu que eu pousasse minha cabeça sobre o seu ombro e acariciou a minha cabeça. Vianney também era o meu ombro amigo, o único.



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