Olho para um caco de vidro no chão. Em um ataque entristecido, quebrei o espelho do meu quarto. Já não aguento mais olhar o espelho e não me ver, não saber quem sou.
Fecho os olhos e entro em minha prisão de pensamentos, meu emaranhado de sentimentos. Assim, me vejo crua como a verdade, transparente como o vidro. Acredito que sou, como todos, única, porém com base na sociedade. Tenho luz e escuridão em mim.
Sou então, o silêncio no grito da alma, o remédio na dor. Sou eu e mais ninguém. Sou também, o monstro debaixo da minha cama, o medo e a desgraça. Sou a lágrima salgada e o veneno amargo.
Sou quem não se reflete, pois não sou linear. Sou um diamante de várias facetas. Não sou um, não sou dois, sou infinito e sempre serei, sou eu e mais ninguém.
Sou então, não como me vejo, mas como me desejo. Pois sou eu quem controla minha alma, minha mente. Se me esqueço, desapareço. Sou, não um copo pela metade, esperando quem me preencha, mas inteira, esperando quem me transborde.
Olho para o espelho novamente, e me encontro diante dele, só que a máscara, agora, já caiu.
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