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História Eu e o bode. - Precioso



Notas do Autor


Quem é valioso para você? Qual é o preço para manter essa pessoa bem? Existem certas vezes que a coisa mais sábia a fazer é ir embora antes que seja tarde.

Capítulo 3 - Precioso


Abro os meus olhos e vejo que estou na cama da Laís, lembro do que aconteceu e no meio do desespero procuro por ela e então eu ouço uma voz.

- Calma aí, a sua garota não está aqui. Ela acabou de sair para comprar pão, parece que aquele paladino não teve a intenção de feri-la de verdade.

- Azazel... Ainda bem.

- Fique aqui mais um pouco, seu corpo ainda está se recuperando de ontem. Você tem a sua regeneração por conta do seu poder demoníaco que te impede de morrer por ferimentos não mágicos, como não foi o caso de ontem, é bom você descansar.

- Está certo. Azazel, o que é aquela espada?

- É a sua arma. Mas não é uma arma qualquer... Cada demônio tem uma arma que é a materialização do seu poder real, cada uma tem a sua característica. A sua arma é bem problemática, uma das mais fortes que eu já vi daqueles que não são demônios de verdade.

- Entendo.

- Descanse que amanhã começamos o nosso treino.

Voltei a dormir. É certo que essa nova vida é problemática mas de qualquer forma é preciso aceitar e entrar em desespero não vai resolver isso... O problema é que eu só queria viver em paz, sem ninguém para encher o meu saco, ser livre de verdade, ser tratado com respeito e mais do que isso, não ter que me preocupar em ser assaltado por estar andando por aí. É lógico que isso é pedir demais... Eu gosto de paz e não ligo para o que o cara do meu lado faz, desde que não me envolva, sinto que estou cada vez mais próximo da felicidade. É claro que eu seria mais feliz se não tivesse uma organização sagrada querendo me matar e que consequentemente afeta as pessoas ao meu redor mas não vou negar de que ando gostando desse novo poder... Sinto que finalmente vou poder não me envolver.

- Cheguei! Como você está? Você apagou por mais tempo que eu. - Laís, como sempre, animada.

- Laís, pensei que tinha perdido você...

- É, você é um filho da puta por trazer esse pessoal pra cá... Mas eu te perdoo!

- Desculpa... - Nunca senti tanto peso na consciência como senti.

- Tem uma coisa que eu queria perguntar... Qual foi a sua reação quando descobriu ser isso que você é?

- Bem, eu fiquei confuso no começo mas não faz diferença mais.

- Realmente, só que apareceu monte de cara esquisito querendo te matar e não faz diferença mais.

- Cala a boquinha, vai! - Dei uma risada leve depois dessa tirada.

- Vem calar, mariquinha!

Então ela me dá um beijo e sai do quarto para eu descansar.

No outro dia, Azazel aparece e fomos para uma sala com uma iluminação estranha e uns símbolos bizarros na parede.

- Essa sala não é uma sala comum, aqui tem uma linha temporal completamente diferente do que a de fora. Um dia aqui, cinco minutos lá. Vamos começar.

- Certo.

- Sente-se no chão e sinta a sua energia, ela é a sua defesa e o seu ataque, além disso, ela faz parte do seu eu. A sua força de vontade faz ela se materializar e se moldar. Sempre mantenha a calma porque a sua energia é fortemente ligada com a sua consciência, até agora você teve sorte por desmaiar apenas quando a batalha terminou mas se continuar com essa sua instabilidade emocional, certamente morrerá.

- Certo. - Eu estava extremamente determinado a me tornar mais forte para ter certeza que ninguém machucaria mais a Laís.

Assim que sentei, comecei a liberar a minha energia e concentrei-me o máximo possível para manter ela estável.

- Agora atire-a naquele boneco.

Surgiu um boneco do nada no meio da sala, cada coisa bizarra que me anda acontecendo... Então acertei a lança no boneco e o boneco de um sinal de quanto poder destrutivo aquela lança tinha.

- Hmm, bote mais energia. Foi muito fraco.

Tentei mais uma vez e o resultado não teve uma variação significativa.

- Mais energia.

E o primeiro dia de treinamento seguiu assim, até eu conseguir um poder de destruição médio.

Exausto e quase sem energia, chego na casa da Laís e ela estava me esperando com um bolo de chocolate para comer com ela enquanto assistimos alguma comédia romântica na TV a cabo.

- O que você faria se eu morresse?

- Que pergunta é essa, Laís?

- Ah, sei lá, vai que acontece.

- Eu não sei o que eu faria sem você, acho que eu enlouqueceria.

- Mentiroso! Se um dia eu morrer e você achar outra, eu juro que volto pra te atormentar!

- Hehe babaca! Não minto quando eu falo que não sei o que faria!

- Eu te amo, meu idiota!

- Eu também te amo, sua retardada!

Queria que o tempo parasse e eu pudesse ficar com ela por toda a eternidade, assistindo aquele filme do Adam Sandler da guria que tem perda de memória. Deu meia-noite e fomos dormir.

Amanheceu e Azazel apareceu para irmos treinar.

- Hoje vamos treinar luta corpo a corpo, mãos vazias.

- Certo.

- O soco deve ser rápido, mantenha o ombro abaixado e ponha a força apenas no final do golpe. No chute, primeiro você levanta o joelho para depois soltar o pé. Vamos começar, vamos parar só quando você conseguir me acertar um soco.

Passamos a cerca do que valeria cinco horas fora da sala. Sempre apontando os meus erros, a minha guarda que eu abria, reclamava da velocidade, da previsibilidade, da minha postura.

- Certo, agora quero que você use a sua energia com os seus golpes.

Ficamos lutando até eu ficar esgotado.

- Certo, vamos embora.

- Azazel, existe alguma maneira de eu conceder energia demoníaca para um outro alguém?

- Sim, há um ritual.

- Você pode me ensinar?

- Não.

- Ok.

Chegando em casa, a Laís estava dormindo já... Certamente o dia na faculdade foi cansativo, não é como se a vida dela fosse fácil. Faz enfermagem e depois tem que fazer estágio. Hoje foi o dia que voltou a rotina e ao invés de ajudar, trouxe problemas para ela... Por que será que eu só trago problema para os outros? Bem, deixa pra lá. Deitei perto dela, dei um beijo em sua cabeça e apaguei.

No outro dia, voltei ao treino com Azazel.

- Roberto, em que dia você nasceu?

- 23 de outubro, por quê?

- Você já deve ter ouvido sobre astrologia, certo?

- Já mas isso não é real, é?

- A parte dos signos sim, mas a lenda diz que cada signo é regido por um elemento. Você é escorpião, então é água, isso é importante para o que vamos treinar hoje. Você nasceu na passagem do ar para a água, ou seja, você tem esses dois elementos em suas habilidades, não é como se você fosse se equiparar com aquele que domina apenas um mas você tem mais opções de ataque. O meu, como você pode ter percebido, é o fogo. Então vamos começar. Sinta a sua energia fluir e tente sentir ela influenciar o ar e a água presente nele. Basicamente é essa a manipulação dos elementos, menos o fogo que tem a sua particularidade. Comece.

Comecei a fluir a energia ao meu redor, senti que poderia controlar o movimento do ar e também movimentar a água presente no ar, fazendo com que se agrupassem. Tive uma facilidade para esse treino, não é como se as coisas estivessem cada vez mais complicadas.

- Certo, agora quero que você destrua o boneco com a sua magia.

Então apareceu o boneco do treino de manipulação de energia no meio da sala e eu só conseguia pensar em uma coisa... "Como é que eu vou destruir essa merda?"

Foram várias tentativas com vento e com água, até que consegui unir os dois, fazendo a temperatura cair e congelar o boneco. Azazel apenas deu um sorriso.

- Certo, você entendeu o que você pode fazer, agora chame a sua arma e vamos lutar.

Materializei a espada e começamos a luta, Azazel sem arma e eu com a espada. Nunca imaginei que Azazel fosse tão forte a ponto de conseguir para os meus ataques com o dedo e continuamos, minha magia de gelo não funcionava no fogo dele e nem a minha água porque evaporava antes de fazer alguma coisa. Aquelas chamas negras são muito problemáticas.

- Vamos parar, descanse que amanhã lutaremos mais.

Cansado, totalmente desacreditado pela força daquele demônio, fui para a casa da Laís e não encontro ela lá. É como se ela não tivesse voltado para a casa, estava tudo do jeito que estava quando saí. Ligo para o celular dela e ela não atende. Decido procurar ela pela cidade então que sinto o cheiro dela num outro canto da cidade e então consigo localizar onde é que ela está. Ao chegar perto do lugar, escuto uma risada num porão, no local de onde vem o cheiro dela. Então eu invado a casa e percebo uma energia estranha vindo do porão, corro para lá e vejo ela presa numa cruz, pelada e gritando "corra!" para mim.

- Hmmmmm, olha quem está aqui! Azazel junior! - Essa voz irritante seguido de uma gargalhada.

- Quem é você? O que você acha que está fazendo? - Eu estava tentando manter a calma.

- Eu? Quero ver se você tem o potencial que estão falando que tem... Ah, a sua namorada tem um gosto delicioso! Hmmmmmm, amei ver ela chorar enquanto passava a mão nela.

- Seu desgraçado...

Ativei a marca e dei uma voadora que acertou no queixo dele.

- Entendi, o Azazel anda te treinando então? Bem, vou mostrar para você o que o filho de rei das moscas pode fazer! - Outra risada de psicopata.

Ele ativou a marca dele e cresceu asas de mosca dele, quase que não consigo acompanhar a sua investida. Senti o impacto daquele chute no meu braço direito... Se tivesse pego na costela, aquilo seria um problema. Corro e solto a Laís, começo a falar enquanto manipulo a energia pelo ar e pela água.

- Olhe aqui, olhe no fundo dos meus olhos. Diga o que você vê, só prometa que não vai esquecer do meu rosto.

Assim que terminei de falar, congelei ele. Virei para a Laís e comecei a pedir perdão.

- Tudo bem... Hey, saiba que eu te a...

Uma lança atravessa o seu peito e a minha sanidade mental começa a sumir... Viro para trás e vejo ele rindo com a lança na mão. Chamo a minha espada e começa a nascer os chifres do bode na minha cabeça, sinto as asas negras crescendo e começo a contar.

- 3... 2... 1...

O maníaco mudou a sua expressão ao ver a minha forma mudando, ele começou a ficar sério.

- Então é es...! - Ele não conseguiu acompanhar a minha velocidade com o olho e quando me encontra, ele percebe que arranquei o braço dele. Ele começa a agonizar de dor.

- HAHAHAHAHAHA VOU ARRANCAR A SUA CABEÇA E PENDURAR NA PAREDE DO MEU QUARTO!

Quanto mais eu respirava, mais aumentava a vontade de fazê-lo sofrer, queria pendurar ele e deixar ele sangrando até acabar seu sangue.

A cada passo que eu dava, mais ele entrava em desespero. Até que ele me perdeu de vista de novo e arranquei o outro braço dele. Ele começa a tentar fugir mas eu sou mais rápido, ele começa a implorar e apenas respondo "que gosto deve ter a sua alma?", acerto um chute na cara dele e ele me dá as costas, então puxo as asas dele e forço o meu pé contra as costas dele até arrancar as duas duas asas.

- Esse é o seu legado? HAHAHAHAHAHA

- Não, por favor, pare, pare, PARE!

Ele está jogado no chão e sem conseguir fugir, corto os seus dois pés e falo no ouvido dele "será que a sua carne é tão podre quanto o seu caráter?". Arranco metade do pescoço dele com uma mordida e começo a engolir a carne e começo a absorver a energia dele. Quando notei que ele estava chorando sem falar mais nada, apenas soluçando, congelei ele e despedacei ele.

Chego perto do cadáver da Laís, visto a minha camiseta no cadáver, chamo a polícia e eles começam a suspeitar de mim, então insiro memórias falsas em suas mentes.

Laís... Você se foi junto com o resto da minha humanidade.


Notas Finais


Mais um capítulo que terminei e espero que vocês tenham gostado!


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