História Eu e você. - Um beijo.

- O que ela falou? - Lily levantou e ficou encarando Will.
Ele demorou alguns segundos para falar.
- Você vai morar comigo, garota.
Respirei aliviada.
Os músculos do rosto da menina relaxaram instantaneamente. Com certeza ela daria um abraço no pai, mas o orgulho a impediu.
- Talvez devêssemos comemorar amanhã.
- Sem querer ser a bruxa má, mas já sendo. Amanhã você tem fisioterapia o dia inteiro.
Na mesma hora, o meu celular tocou.
- Alô.
" - Louisa? " - Aquela voz era mais do que conhecida.
- Ah... Oi. - Falei timidamente.
- Não nos vemos desde aquele... dia ruim...
Olhei pra Will e Lili, que estavam me encarando curiosamente.
- Eu tenho que sair um minuto. Com licença. 
Quando já estava no jardim da casa, eu falei.
- Sim, não nos vemos desde aquele dia.
- Eu queria jantar com você hoje e agradecer por ter ajudado.
Fiquei em silêncio,  olhando pro chão.  A cena da irmã de Sam não parava de passar na minha cabeça. 
- Lou?
- Tudo bem.


                                ***
Depois de falar com Sam no celular, eu me despedi rapidamente de Will e Lili e fui pro restaurante marcado. Fui a primeira a chegar.
- Pontual, hein? - Sam tocou no meu ombro, provocando um leve um susto da minha parte. - Desculpe por te assustar.
Ele de um sorriso de canto, encantador.
- Não tem problema. - Retribui o sorriso. - E sim, eu cheguei mais cedo.
Ele se sentou na minha frente e juntou as mãos. 
- Como está a sua irmã?
- Ela está melhor do que naquele dia, mas continua internada. O câncer se espalhou.
Minha boca se abriu levemente e pela primeira vez eu não soube o que falar.
- Eu sinto muito. - Minha voz quase não saiu.
Os olhos dele ficaram úmidos, mas logo secou.
- E o Will? Como ele está?
A mudança brusca de assunto fez eu me assustar.
- Ele continua na cadeira de rodas. - Meu sorriso triste denunciava a situação. - Mas já tem os movimentos dos braços.
- Isso é maravilhoso, Lou. - Ele parecia feliz ao ouvir isso.
- Como se conheceram?
- O que disse? - Ele fingiu surpresa. Não esperava que eu fizesse essa pergunta.
- Eu sei que vocês se conhecem. 
- Ele te disse isso? - Ele riu, balançando a cabeça.
- Não. Mas quando soube que era você o cara que eu tava saindo, ele surtou.
- Talvez seja só coincidência.
- Não foi coincidência,  Sam. Pode me dizer o que aconteceu entre vocês dois?
Ele franziu os lábios.
- Não aconteceu nada, por que não nos conhecemos. - Ele deu de ombros. - É sério, Lou. É melhor esquecer esse assunto.
Na mesma hora um garçom apareceu para anotar nossos pedidos.
Depois de "esquecermos" o assunto, conversamos sobre as nossas vidas, Sam me levou de carro até a minha casa.
- Bom... Aqui estamos. - Ele riu, formando ruguinhas charmosas em volta de seus olhos.
- Olha, Sam. Desculpe por ter sido tão direta hoje...
Ele se aproximou de mim e encostou seus dedos na minha boca, me calando.
- Tudo bem. - Ele sussurrou.
Seus dedos saíram dos meus lábios e desceram acariciando meu maxilar, indo para minha nuca.
Sam se aproximou de mim e bem devagar encostou seus lábios nos meus. Aquela sensação era tão boa, minha boca formigava a medida que ele intensificava o beijo. Eu correspondia cada vez mais.
- Eu tenho que ir... - Falei sussurrando, ainda ofegante.
Ele encostou a sua testa na minha e fechou os olhos,  eu pude sentir ele sorrindo ao fazer isso.
- Vejo você outro dia? 
Me afastei dele, dei um selinho nele. E sai correndo.
- Isso foi um "sim"??! - Ele gritou rindo, com a cabeça fora da janela.
- Claro, sr. Fielding!!!